Buscar

Bulhas Acessórias

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Carolina Mendes – MED102 
 
Bulhas Acessórias - Marlon 
O que a gente não pode esquecer é auscultar sem 
palpar o pulso carotídeo. Mas tomar cuidado para 
não apertar porque se fizer uma pressão ali estará 
massageando o seio carotídeo com isso o risco de 
ter bradicardia é maior. 
As bulhas acessórias estão associadas ao ciclo 
cardíaco. 
Tenho duas fases no ciclo cardíaco que são de 
extrema importância quando eu falo de bulhas 
acessórias, que são as fases do enchimento rápido e 
da contração atrial, isso ocorre na diástole. 
A fase de contração atrial é próxima da primeira 
bulha, enquanto o enchimento rápido é próximo da 
segunda bulha. 
 
Vamos imaginar que eu estou começando a diástole, 
o volume foi para aorta ou artéria pulmonar, estou 
na fase de enchimento, a válvula aórtica ou 
pulmonar tem que estar fechadas e teoricamente na 
hora que eu fecho a válvula aórtica ou pulmonar, 
que corresponde a segunda bulha, tem a diástole. 
Existe um momento inicial da diástole em que tem 
o fechamento da válvula aórtica ou pulmonar, a 
válvula tricúspide e mitral também estão fechadas e 
apesar de tudo o átrio está cheio de volume e ele 
quer jogar esse volume para dentro do ventrículo, 
que acabou de sair da sístole, a pressão nesse 
ventrículo ainda está alta, bem mais alta que a 
pressão do átrio, que está baixa, então o volume não 
consegue abrir a válvula mitral/tricúspide para 
entrar. Exatamente por causa da pressão alta 
dentro do ventrículo. 
Dentro de milissegundos, a pressão do ventrículo 
vai cair, voltando para uma pressão mais baixa, e a 
pressão do átrio se torna mais alta e quando isso 
acontece a válvula mitral e tricúspide se abrem e o 
volume do átrio vai descer. Esse momento da hora 
que a válvula tricúspide e mitral se abrem, é o 
momento em que mais volume do átrio desce, 
vamos dizer que tem 100ml de volume, 70ml desce 
nessa fase, que é a mais volumétrica de enchimento 
do ventrículo, conhecida como a fase de 
enchimento rápido e contribui com 70% do 
enchimento ventricular. 
O que vai acontecer na diástole é que num dado 
momento, o átrio e o ventrículo tem volume. O 
pouco de volume que tem no átrio não consegue 
descer, que agora corresponde a 30% do volume. 
As pressões estão quase iguais, ou muito pequena 
diferença a favor do átrio, ou seja, o átrio está com 
uma pressão um pouco maior, o que vai acontecer é 
que pouca quantidade de volume que vai descer, 
cerca de 1 ou 2ml desce, essa fase é conhecida como 
enchimento lento, 1% do volume. Essa fase não 
tem tanta importância do ponto de vista de bulhas 
acessórias. 
Porém um impasse vai ficar formado, pois o átrio 
tem volume (28%) e precisa descer, o ventrículo 
está com 72% do volume, mais ou menos, o volume 
do átrio não consegue descer porque as pressões 
estão praticamente iguais e o que vai acontecer é 
um estimulo elétrico sobre o átrio que faz com que 
ele se contraia e o restante de volume que tinha vai 
para o ventrículo, ou seja, acaba o enchimento 
ventricular. Essa fase, que é mais ou menos em 
torno de 25 – 30 ml é conhecida como contração 
atrial. 
As fases de enchimento rápido e contração atrial 
são importantes para as bulhas acessórias. A fase 
enchimento rápido é importante quando fala de 
terceira bulha, B3, já a fase de contração atrial é 
importante quando se fala da quarta bulha, B4. 
Se for lembrar da diástole, que acontece após B2, a 
fase inicial da diástole, chamada de relaxamento 
isovolumétrico, a segunda é o enchimento rápido, 
enchimento lento e a fase final que é de contração 
atrial. 
O enchimento rápido tem grande relação intima 
com B2. É a fase que ocorre a B3. 
A contração atrial por sua vez tem relação intima 
com B1 e a contração é a fase onde ocorre B4. 
No momento dois da ausculta, a gente vai fazer a 
busca por bulhas acessórias. 
Carolina Mendes – MED102 
 
Quando eu quero buscar bulhas acessórias, a minha 
concentração no ponto de vista da ausculta vai ser 
no foco tricúspide e no foco mitral. 
As bulhas acessórias, são sons de baixa frequência, 
são bem audíveis com a campânula do estetoscópio. 
Eu vou posicionar a campanula no foco mitral e 
tricúspide, porque o som, teoricamente, da terceira 
e quarta bulha é gerado em sua maior intensidade 
nos ventrículos. O foco mitral tem uma relação 
física direta com o ventrículo esquerdo e o foco 
tricúspide com o ventrículo direito. 
Eu vou parar a campanula do meu estetoscópio 
nessas duas posições e ficar atento ao que eu quero 
procurar, B3 ou B4. 
Contração Atrial 
Vem antes de B1. 
Se estou na contração atrial, o ventrículo está 
praticamente cheio, 70% do volume preenchendo o 
ventrículo, mas de outra maneira tem 30% dentro 
do átrio para entrar no ventrículo. E estou naquele 
impasse em que as pressões estão praticamente 
iguais. 
Como eu vou fazer para isso descer? Gerar uma 
contração atrial vigorosa que vai fazer com que o 
volume desce forçosamente do átrio para o 
ventrículo. Esse momento é o da contração atrial. 
Esses 3oml que entram dentro do ventrículo, eles 
não geram nenhum tipo de som, em condições 
fisiológicas não existe nenhum som desse volume 
entrando no ventrículo nesse momento. Mas se por 
algum motivo acontecer algo do tipo, sobrou 
volume no átrio mais que o normal, por exemplo 
sobrou 50ml dentro do átrio, tem mais volume, tem 
mais Frank-Starling, mais força e o que vai 
acontecer é que a pressão e o volume mais vigorosa 
entrando no ventrículo no momento da contração 
atrial vai gerar uma reverberação (tremor, 
vibração) das estruturas do ventrículo. 
Toda vez que tiver mais volume sobrando dentro 
do átrio, a contração é mais vigorosa, ao entrar esse 
volume em alta pressão e vibração dentro do 
ventrículo ele reverbera (vibra todas estruturas da 
cavidade ventricular) isso gera um som, que até 
então não era audível, a partir do momento que 
esse volume começa aumentar vai gerar esse tipo 
de som patológico que é a quarta bulha. 
Então a quarta bulha depende de dois sons, o som 1 
(S1) que é o som da contração atrial mais vigorosa e 
o som 2 (S2) que é o som da vibração das estruturas 
ventriculares. Não existe B4 se não tiver esses dois 
sons. 
A quarta bulha é um efeito sonoro que acontece no 
final da diástole, grudado na primeira bulha, fruto 
dessa vibração intensa de entrada de volume no 
ventrículo no momento da contração atrial. 
A quarta bulha é um som que desdobra a primeira 
bulha. Se quiser auscultar a quarta bulha, tem que 
marcar muito bem a primeira, porque é um som 
que vem junto. Para isso, eu coloco a campânula do 
estetoscópio no tórax, palpo o pulso carotídeo e na 
minha mente eu fico marcando a primeira bulha o 
tempo inteiro para ver se tem a quarta bulha. 
→ B4 é um evento de baixa frequência melhor 
audível portando com a campânula do estetoscópio 
→ B4 tem foco de base o mitral para o B4 de VE e o 
tricúspide para B4 de VD. 
→ Som que desdobra B1, muito localizado, não se 
ausculta em outro foco 
→ Quando audível é sempre patológico 
→ A quarta bulha não ouve fora do foco mitral e 
tricúspide. Existem sons que se parecem com 
quarta bulha e que as vezes escuta no foco aórtico, 
aórtico acessório e pulmonar, mas não é. Quarta 
bulha é um som de ponta, de foco mitral e 
tricúspide. 
Uma coisa importante, se a gente pudesse falar de 
uma patologia que geram quarta bulha cabe falar: 
quarta bulha, é bulha do coração hipertrofiado. 
A doença que mais gera B4 é hipertensão arterial, 
porque é uma barreira a ejeção. Se tem uma 
dificuldade para ejetar, o musculo cardíaco, ao 
longo do tempo, vai aumentando para ganhar força 
e vencer a resistência da barreira de hipertensão. 
Ao longo dos anos a hipertensão gera a hipertrofia 
ventricular, que é a responsável pela gênese da 
quarta bulha. 
Quando eu falo de hipertensão, a direita é 
hipertensão arterial pulmonar e a esquerda éhipertensão arterial, ambas fazem quarta bulha nos 
seus respectivos lados. 
Vamos supor que o ventrículo hipertrofiou por 
conta da hipertensão arterial. Tem várias doenças 
que fazem isso, como hipertensão arterial, estenose 
Carolina Mendes – MED102 
 
aórtica, estenose pulmonar, a partir do momento 
que a musculatura é mais hipertrofiada, o espaço 
físico do ventrículo é pequeno, o que antes descia 
70 ml do átrio para o ventrículo, agora só desce 
50ml, isso no enchimento rápido e para a contração 
atrial sobrou 50ml, se sobrou volume, o mecanismo 
de Frank-Starling é maior, mais contração, mais 
força de contração, gera um S1 (som 1 – da 
contração atrial) mais o volume entrando e 
vibrando todas as estruturas ventriculares, S2. 
Existe uma doença de caráter genético, 
Miocardiopatia Hipertrófica que tem como 
característica o ventrículo por mudança genética 
começa a hipertrofiar principalmente a região 
septal, consequentemente, o espaço ventricular vai 
estar diminuído por causa dessa hipertrofia. Esse 
doença é a maior causa de mortalidade em atletas. 
Se pegar 80% de mortes súbitas em atleta está 
relacionado com essa doença. Mesmo em fase 
pequena, não causa repercussão clínica mas causa 
arritmia e a causa da morte é a arritmia. Como o 
atleta está sempre exigindo do coração, o tônus 
adrenérgico aumentado que acaba gerando 
arritmia. Essa doença predispõe a arritmia e o 
tônus adrenérgico aumentado pelo esforço de 
exercícios e treinos exacerba essa possibilidade de 
arritmia. É uma doença muito visada em atletas. 
Outras Patologias que geram quarta bulha 
Até que prove o contrário, a quarta bulha é 
patológica. Pode ter um indivíduo envelhecido com 
ventrículo mais duro, que não é muito elástico e põe 
até gerar quarta bulha, isso pode desde que se 
descarte todas as possibilidades patológicas. O 
envelhecimento em si é uma exceção à regra. 
As doenças mais comuns que geram quarta bulha 
são hipertensão arterial sistêmica e doença 
coronariana. As duas doenças são silenciosas. 
→ Doença Coronariana 
A doença coronariana pode gerar hipertrofia. 
Mas a principal causa é que quando você tem 
doença coronariana, a musculo precisa de oxigênio 
para contrair e para relaxar. 
Quando o ventrículo contrai, o desacoplamento da 
actina e miosina faz ele abrir para uma nova 
diástole. Na sístole ele contrai e na diástole ele abre 
para encher, ele relaxa e abre. Esse desacoplamento 
depende de uma enzima que é oxigênio 
dependente. 
Vamos dizer que esse paciente tem doença 
coronariana, a coronária está entupida, pouco 
oxigênio, inicialmente esse ventrículo contrai bem 
mas relaxa mal, não consegue abrir a cavidade 
porque a enzima não está funcionando direito. 
Quando o ventrículo contrai ele tenta encostar o 
septo na parede lateral, então diminui a cavidade, 
no paciente com a doença coronariana, ele contrai 
mantem o padrão mas na hora de relaxa, ele não 
relaxa todo e a cavidade fica pequena isso se 
comporta como se fosse hipertrofia, pois a 
avaliação inicial é como se a cavidade tivesse 
diminuído, o enchimento rápido que antes era de 
70ml não vai acontecer, vai acontecer aquele 
desproporção novamente. Desce menos volume, 
fica mais volume no átrio, a contração atrial é mais 
vigorosa, vai gerar o S1 e o volume entrando vai 
vibrar todas as estruturas e vai gerar o S2, vai ter a 
quarta bulha por conta da soma desse dois sons. 
Não existe quarta bulha em presença de 
fibrilação atrial. 
A fibrilação é uma arritmia em que o átrio perde a 
força de contração, se ele perde a força de 
contração e a quarta bulha é dependente da 
contração atrial, eu perco o S1, e eu não tenho 
quarta bulha. Se não tiver um dos sons, eu não 
tenho quarta bulha. 
Não existe quarta bulha em presença de 
estenose mitral e tricúspide em função de não 
existir um grande volume entrando no 
ventrículo para vibrar as suas estruturas. 
Para ter quarta bulha, precisa ter uma contração 
vigorosa e essas duas doenças (estenose mitral e 
tricúspide) tem uma contração atrial muito intensa, 
mas o problema é que o S1 foi feito mas as válvulas 
não abrem, elas são estreitas, então a entrada de 
sangue dentro do ventrículo funciona como se fosse 
em conta gotas, então não tem a parte 2 da quarta 
bulha, S2, então não vai ter a quarta bulha. Mas 
nesse caso ocorreria o sopro. 
Enchimento Rápido 
É aquela fase em que 70% do volume do átrio desce 
em direção ao ventrículo, ou seja, é a fase mais 
volumétrica que a gente tem no ponto de vista de 
enchimento. 
A fase de enchimento rápido tem ligação muito 
grande com a segunda bulha (B2), então é nessa 
fase que a gente tem a terceira bulha (B3). 
Carolina Mendes – MED102 
 
 
A fase de enchimento rápido é a que habitualmente 
70ml ou 70% de volume entra no ventrículo. 
Geralmente o que gira no coração é 100ml, se tiver 
uma necessidade maior em algum momento como 
no exercício, o sistema venoso vai trazer mais 
volume e teoricamente via encher mais e vai 
aumentar o volume ejetado. 
Dentro desse padrão normal de 100ml, 70ml entra 
na fase de enchimento rápido, mas não existe 
nenhum som com o volume entrando no ventrículo. 
Porem se acontecer alguma coisa nesse processo de 
enchimento em que a fase de enchimento rápido 
passou a ser mais volumétrica, mais volume 
entrando e quanto mais volume na fase de 
enchimento rápido vai vibrar a parede ventrículo, 
vibrar os músculos papilares, vai vibrar as 
cordoalhas tendinosas e as cúspides valvares e vai 
gerar um som, que é conhecido como B3. 
A diferença é que na B4, isso ocorre na fase de 
contração atrial e na B3 ocorre na fase de 
enchimento rápido, a diferença é a fase do ciclo 
cardíaco que as coisas se encontram. 
Definição de Terceira bulha – B3: Som que ocorre 
na fase de enchimento rápido formado pela 
vibração das cordoalhas tendinosas, folhetos 
valvares e parede livre do ventrículo, secundário ao 
hipervolume que entra no ventrículo ou ao choque 
do volume que entra com o que se acumulou, 
parado dentro do ventrículo. 
A terceira bulha é dependente do volume a mais 
que entra no ventrículo. 
Quando eu quero auscultar a terceira bulha, tenho 
que marcar a segunda bulha, desliga o canal da 
primeira e presta atenção do da segunda, porque a 
terceira é uma sombra da segunda. 
Segunda bulha – é seca – “ta ta ta ta” 
Segunda bulha com a terceira – “tara tara tara” 
Como se tivesse duas coisas batendo uma próximo 
a outra. 
Ausculta da Terceira Bulha 
B3 é um evento de baixa frequência melhor audível 
portanto com a câmpanula do estetoscópio. 
B3 tem como foco de base o mitral para B3 de VE e 
o tricúspide para B3 de VD. 
O som de B3 desdobra B2, muito localizado, não se 
ausculta em outro foco 
Quando audível até 30 anos pode ser fisiológico, a 
história clinica ajudará definir 
A B3 fisiológica tende a desaparecer ao ficar em pé. 
O que ajuda a respaldar se a bulha é fisiológica ou 
não? Sem ser a manobra de ficar em pé 
Quem vai te dizer se é fisiológico ou não é a história 
clínica. Se o paciente relatar dispneia, fadiga, 
edema, queixas de déficit cardíaco, isso é conectado 
e acaba sendo uma coisa patológica. Se não tem 
nada é fisiológico. 
→ Qual o mecanismo que leva a terceira bulha em 
jovens ou crianças? 
Para ter terceira bulha, precisa de enchimento 
rápido volumétrico o que justifica a formação da 
B3. Mas qual a relação desse aumento de volume no 
jovem? Uma marca da hemodinâmica do jovem é 
ter mais volume chegando ao coração, trabalha com 
debito cardíaco maior. Se chega mais volume, vai 
descer mais volume na fase de enchimento, e vai ter 
a gênese de formação da terceira bulha pronta. 
Para fazer a terceira bulha fisiológica desaparecer é 
só colocar a criança de pé, que o retorno venoso vai 
diminuir e diminui o fator que o jovem tem a mais 
que predispõe a formação da terceira bulha que é a 
chegada demaior volume. 
Ausculta deitado, tem a terceira bulha, ausculta em 
pé e a terceira bulha diminui ou desaparece é um 
fator do exame físico é igual a B3 fisiológica. Mas a 
história clínica tem que estar por trás disso 
Existem doenças sistêmicas que não são cardíacas 
que geram B3 por excesso de volume que chega no 
coração. 
Em condições fisiológicas, exercício e gravidez o 
volume circulante no coração aumenta a gera B3. 
Carolina Mendes – MED102 
 
Agora doença que não é cardíaca que causa 
aumento do retorno venoso, que gera terceira 
bulha. É B3 originada por hipervolemia, por 
chegada de mais volume. Todos os estados 
hiperdinâmicos: hipertireoidismo, febre, anemia, 
ansiedade, quadros infecciosos de uma maneira 
geral são situação que aumenta a chegada de 
volume. 
Uma coisa importante a se dizer é que assim com a 
B4 é a bulha acessória do coração hipertrofiado, a 
B3 é a bulha acessória do coração dilatado – 
Sobrecarga volmétrica. 
Patologias que geram Terceira Bulha 
Se você pensar, hipertensão arterial é a doença 
mais prevalente do ponto de vista cardiovascular. A 
doença coronariana também, ambas podem dar 
tanto B3 quanto B4, o mais comum é a quarta bulha. 
Só que na evolução das doenças, primeiro 
hipertrofia o coração mas na evolução da doença 
crônica, mais grave a tendência é desse coração 
dilatar, então ele vai passar de uma quarta bulha 
para terceira bulha. 
Então tem doenças coronariana e hipertensão 
arterial como causa de B3 porque o coração dilata. 
→ Insuficiência Mitral/Tricúspide 
Se eu estou na sístole, o que vai acontecer é que a 
válvula mitral e tricúspide estão fechadas e a 
válvula aórtica e pulmonar estão abertas, o que vai 
acontecer é que o volume sai do ventrículo em 
direção a aorta ou artéria pulmonar. 
O que acontece na insuficiência mitral e tricúspide é 
que essa válvula não vai se fechar totalmente, 
ficando parcialmente aberta, então parte do volume 
que está dentro do ventrículo que deveria ir para 
aorta ou para artéria pulmonar, vai subir para o 
átrio. 
Vamos dizer que subiu 30ml, 70ml foi para frente. 
Durante o período está ejetando, eu estou em 
sístole, o que acontece com o átrio é que ele está 
recebendo seus 100ml tradicionais, então ele está 
recebendo 100 e entrou 30 num caminho 
patológico, ou seja, ele se encheu demais, agora eu 
tenho um átrio cheio com 130ml, a hora que eu 
entrar em diástole e que a válvula tricúspide e 
mitral se abrirem, o que vai acontecer é que o 
enchimento rápido não vai ser mais 70ml e sim em 
torno de 85 – 90ml. A insuficiência mitral e 
tricúspide geram um enchimento rápido 
hipervolumétrico e consequentemente geram 
terceira bulha. 
A insuficiência mitral e tricúspide são as doenças 
valvares mais comuns de gerarem isso. 
→ Insuficiência Aórtico/Pulmonar 
Vamos imaginar que eu esteja em sístole, o 
ventrículo ejetou e o volume está todo na aorta ou 
na artéria pulmonar. Teoricamente, a hora que eu 
entro em diástole as válvulas aórtico e pulmonar se 
fecham. 
No primeiro momento da diástole, na fase de 
relaxamento isovolumétrico, a pressão do 
ventrículo ainda está muito maior que a do átrio, 
que não permite que o átrio consiga descer volume 
para o ventrículo. Em alguns instantes, a pressão 
começa a inverter e a válvula mitral e tricúspide 
abre e o ventrículo começa a encher. 
Vamos imaginar que esse paciente agora 
desenvolveu uma insuficiência valvar aórtica e 
pulmonar, então durante o momento em que o 
ventrículo começou o relaxamento isovolumétrico 
ou seja as válvulas estão fechadas, as válvulas 
aórtica e pulmonar estão vazando, estão 
insuficientes então permitem a entrada de volume, 
essa entrada depende do tanto que a válvula é 
insuficiente. Mas chegou o volume e preencheu um 
espaço físico dentro do ventrículo, o mecanismo 
aqui é um pouco diferente. Estou em diástole e 
passou aquele momento em que o ventrículo não 
estava recebendo volume, a válvula mitral e 
tricúspide se abriram, o átrio estava cheio do seu 
volume natural e o que vai acontecer é que esse 
volume vai descer em direção ao ventrículo, e 
quando desce ele vai em movimento e encontra um 
fluxo parado, a resposta é o movimento de 
reverberação, gera uma onda de frenagem do 
volume em movimento e essa onda vai se propagar 
por todo ventrículo e vai vibrar musculo papilar, 
parede ventricular, cordoalha tendinosa e cúspides 
valvares. Essa frenagem do volume é que gera a 
vibração toda e isso é um outro mecanismo de 
terceira bulha. 
A insuficiência aórtica gera B3 no foco mitral, a 
esquerda. 
A insuficiência pulmonar gera B3 no foco 
tricúspide, a direita. 
→ Miocardiopatias 
Também geram B3. 
Carolina Mendes – MED102 
 
Um paciente teve um infarto e perdeu grande parte 
da sua massa muscular. O que vai acontecer é que a 
potência de debito, o volume ejetado na raiz da 
aorta desse paciente que normalmente era 100ml, 
vai cair. 
Agora o volume ejetado é de 50ml, se o volume 
ejetado é de 50ml, essa quantidade fica dentro do 
ventrículo, isso eu estou na sístole, então eu perdi 
volume ejetado na sístole, se esse volume ejetado 
diminuiu, parte do volume ficou no ventrículo, 
então na próxima diástole o que vai acontecer é que 
o volume está dentro do átrio vai descer no 
enchimento rápido e vai encontrar o volume 
parado, esse encontro do volume em movimento e 
o volume parado gera a onda de reverberação que 
vai vibrar toda massa ventricular e vai gerar 
terceira bulha. 
As doenças do musculo cardíaco quando ele perde a 
potência, que são as miocardiopatias, fazem isso. 
As miocardiopatias mais comuns são: doença de 
chagas, hipertensão arterial sistêmica (cardiopatia 
hipertensiva) – começa com hipertrofia e depois 
dilata porque o músculo fica doente e perdeu 
potência. Outra causa é a doença coronariana. 
Outras coisas que podem fazer isso é doença valvar, 
como insuficiência mitral. 
Ausculta cardíaca 
O passo de ausculta que eu estava é a de bulhas 
normais, que é o primeiro passo. 
O segundo passo são as bulhas cardíacas, o que tem 
que fazer é colocar a campânula do estetoscópio no 
foco mitral e tricúspide: 
Para procurar B3 e B4 de VE quando estou no foco 
mitral 
Para procurar B3 e B4 de VD quando for no foco 
tricúspide. 
Quando eu quero avaliar B4, fico de olho em B1. Se 
quiser avaliar B3, fico de olho em B2. 
Descrição de uma ausculta com bulha acessória: 
→ Ritmo cardíaco regular em 3T com M1>T1, 
A2>P2 e presença de B4 em VE 
∙ 2T: significa B1 e B2; 3T: presença de três bulhas, 
com uma bulha acessória. 
→ Ritmo cardíaco regular em 3T com M1>T1, 
A2>P2 e presença de B3 em VD 
→ Ritmo cardíaco regular em 3T com M1>T1, 
A2>P2 e presença de galope por conta de B4 de VE. 
Galope ocorre quando se tem bulha acessória e 
a FC> ou = 100 bpm. Pode ser de B3 ou B4 [e mais 
comum de B3. 
→ Ritmo cardíaco regular em 4T com M1>T1, 
A2>P2 e presença de B3 e B4 de VE.

Outros materiais