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Carolina Mendes – MED102 Precórdio – Sandra Objetivos da aula: → Localizar na região precordial o coração e os vasos da base → Utilizar os dados do exame físico do precordio para o raciocínio diagnóstico O precordio é uma região do tórax que tem imaginariamente a projeção do coração e dos vasos da base. Então a gente diz que o precordio vai desde a fúrcula esternal até o apêndice xifoide. Cada região vai ter uma projeção de uma dessas estruturas. → Região 1: Localizado na fúrcula esternal Temos a projeção da crossa da aorta → Região 2: 2º Espaço Intercostal Direito Na região do segundo espaço intercostal direito temos a projeção da aorta ascendente → Região 3: 2º Espaço Intercostal Esquerdo – na Linha Paraesternal Projeção da artéria pulmonar → Região 4: 3º e 4º Espeço Intercostal Esquerdo – Linha Paraesternal Projeção do átrio esquerdo, está posterior no coração mas que mais pra frente nós vamos ver que quando ele cresce, ele se projeta nessa região. → Região 5: 5º e 6º Espaço Intercostal Direito – Linha Paraesternal Projeção do átrio direito → Região 6: Apêndice Xifóide Projeção do Ventrículo Direito → Região 7: 5º e 6º Espaço Intercostal Esquerdo – Linha Paraesternal Projeção do Ventrículo Direito → Região 8: 5º Espaço Intercostal Esquerdo – Linha Hemiclavicular Temos o Ictus (ponta do Ventrículo Esquerdo) Essas estruturas são projetadas no precordio. O que eu vou procurar aqui pela inspeção, depois palpação buscando batimentos do coração ou posso buscar também a palpação de frêmitos que é uma tradução de um sopro de grande intensidade. Na sequência depois, o precordio é analisado pela ausculta cardíaca. Aqui não temos percussão, porque não traz nenhum benefício ao exame. Inspeção → Boa condição de iluminação – o ideal é a luz natural; → Cabeceira a 30 graus; → Posição do paciente: sentado ou deitado (ideal); → Tórax desnudo; Se for uma paciente do sexo feminino protege a mama da paciente, cobrir e ir descobrindo a medida que for inspecionando os pontos. → Uso de lanterna (jogo de luz e sombra). Uma posição importante para fazer a inspeção é a posição de tangenciamento, se eu chegar o olhar o paciente por cima as vezes os movimentos de impulsão são tão discretos que eu não vou perceber, quando tangencio o precórdio fica mais fácil de visualizar caso esteja acontecendo alguma patologia do coração ou com os vasos da base. Objetivo da inspeção é procurar os batimentos visíveis em cada uma das regiões, traduzindo sobrecarga de volume ou excesso de pressão sobre as câmaras cardíacas ou sobre os grandes vasos. Nós deveremos procurar batimentos em cada uma das regiões, tangenciando todas elas. Fisiologicamente, a única região que vai apresentar batimento é a região do Ictus. Nas outras regiões, em paciente adulto, não tem visualização de batimento. Palpação A palpação deve ser feita de início com a mão espalmada em todas as regiões do precórdio a procura de vibração de sons que são os frêmitos. Depois que a gente faz essa primeira parte, vamos focar na palpação específica de cada uma daquelas regiões já inspecionadas anteriormente. → Fúrcula Esternal: a visualização ou palpação de batimentos pode ocorrer em indivíduos amgros e jovens, porém pode estar relacionado com patologias como: HAS, Aneurisma de Aorta, Insuficiência Cardíaca. No momento que encontra Carolina Mendes – MED102 um batimento visivel ou palpável ela pode estar relacionado com as patologias citadas. → Aorta Ascendente: a visualização ou palpação de batimentos nessa região, somente corre em condições patológicas como: Estenose Aortica ou Insuficiencia Aortica A tecnica de palpação é o dedo indicador espalmado no segundo espaço intercostala procura de batimentos da aorta ascendente. Toda vez que eu coloco o dedo nessa região e tem algum batimento eu posso pensar que o paciente tem alguma doença da valvula aortica, ou ela está com sobrecarga de pressão por uma estenose aortica ou essa essa válvula aortica está com uma sobrecarga de volume por uma insuficiencia aortica. → Artéria Pulmonar: fisiologicamente quando pego um bebe até a idade de lactente eu posso encontrar batimento visivel ou até mesmo palpavel, isso acontece porque o bebe ao nascer o predominio da força ventricular de batimento é da direita nos primeiro momentos da vida. A medida que essa criança cresce isso deve desaparecer. Toda vez que eu encontro no adulto, deve pensar em doenças do lado direito do coração: hipertensão arterial pulmonar primeira, hipertensão arterial pulmonar secundaria a paciente com tromboembolismo pulmonar, DPOC, Estenose Mitral grave – faz com que o atrio esquerdo se eleva muito e consequentemente repercute no territorio pulmonar e pode aumentar a pressão da artéria pulmonar. → Átrio Esquerdo: mais dificil de ser encontrado, não é facil pois depende de grande aumento do átrio esquerdo e só vamos encontrar em insuficiencia mitral grave ou na dupla lesão mitral. É palpavel somente em condições patológicas → Átrio Direito: só é palpavel e visivel em condições de doenças da válvula do lado direito do coração. Ou eu tenho a insuficiencia tricuspide grave, primária ou secundaria a uma grande dilatação do ventrículo direito. A tecnica de palpação é colocar o dedo indicador e médio no 5º e 6º espaço intercostal. → Ventrículo Direito: a palpação é feita na região do apendice subxifóide e pode ser feita com a compressão do dedo polegar nessa região. Não aparece nas condições normais, acontece quando tem um aumento de pressão dentro da camara cardiaca direita e isso pode ser ocasionado por hipertensão arterial pulmonar, estenose mitral, estenose pulmonar a embolia pulmonar. Quando eu tenho essas condições, posso ter um aumento do coração direito que pode fazer com que eu palpe o ventriculo direito. Também pode ser palpado com o dedo indicador apontado para região da clavícula esquerda. Também ocorre em patologias que sobrecarregam o coração direito por excesso de volume como a insuficiencia tricúspide, doença de Chagas, CIA e CIV. Outra palpação é feita no 5º e 6º espaço intercostal com a linha paraesternal colocando o polegar paralelo ao esterno e em seguida coloco a região tenar da mão e faço uma certa compressão no 5º e 6º espaço intercostal com o braço esticado. Se sentir ali alguma pulsatividade, é referente ao aumento do ventriculo direito que não acontece em condições fisiológicas. → Ventrículo Esquerdo – Ictus: corresponde ao batimento da ponta do ventriculo esquerdo na parede torácica e ocorre na fase de contração isovolumétrica. Única palpavel em condições fisiológicas. Consegue sentir a pulsatividade do Ictus no quinto espaço intercostal na linha hemiclavicular. A gente palpa o coração quando ele está na fase de contração isovolumétrica, ou seja, depois no final da diastole que ele se encheu, a válvula mitral fechou e a válvula aortica ainda não abriu e esse coração cheio de sangue para que ele possa ganhar pressão para vencer a resistencia da válvula aortica ele faz uma contração e uma rotação no próprio eixo. Quando ele faz essa rotação, ele toca na parede do tórax, é uma coisa momentanea, porque quando ele faz essa rotação ele já ganhou pressão suficiente para abrir a válvula aortica e no momento que ela abre, ele se esvazia e o volume vai par aorta e o ventriculos e afasta da parede do tórax. Carolina Mendes – MED102 A palpação deve ser feita com a mão espalmada na região – linha hemiclavicular a nivel do 5º espaço intercostal a procura de algum batimento. O paciente pode estar em decubito dorsal ou levemente ou levemente em decubito lateral direito caso não consiga em decubito dorsal. Toda vez que eu palpo o ictus ele deve ser analisado em cincocaracteristicas que vão nos dar informação se o ictus está normal ou não. - Localização - Extensão - Amplitude: força com que esse ictus toca no dedo - Mobilidade - Duração Todas essas características são normais de encontrar no ictus, quando elas não estão presentes ou estão presentes de maneiras não fisiologicas vai ser traduzido que o ventriculo esquerdo está com algum comprometimento. O inicio da sistole é marcado pela palpação do pulso carotídeo. Então a gente diz que o ictus é simultaneo ao pulso carotídeo. O ictus quando tem uma amplitude muito aumentada, quando toca nele, ele levanta seu dedo, ele tem muita força. O ictus com força normal você consegue pressionar ele e apagar. O ictus que a gente fala que tem a amplitude diminuida você vai ter dificuldade para palpar com o paciente em decubito dorsal, talvez só consiga palpalr com o paciente em decubito lateral esquerdo. Se eu pego um paciente obeso ou com tórax com a musculatura muito grande eu posso não conseguir visualizar o ictus mas eu tenho que palpar o ictus, para isso, o paciente em decubito lateral esquerdo que facilita que o coração chegue mais proximo da parede do tórax. Se aqui não conseguir palpar e esse paciente é magro, tem alguma coisa errado, o paciente está saindo da regra em que o ictus pode não ser palpado no obeso, tórax musculoso, tórax em tonel, nessas condições pode até pensar que o ictus pode não ser palpavel. Mas se for um paciente magro tem que colocar o paciente em decubito dorsal, decubito lateral, sentado e inclinar o tronco sobre a mão para tentar palpar, se nessas condições não conseguir encontrar o ictus palpavel tem que pensar que esse paciente pode ter alguma patologia. A patologia mais frequente da ictus impalpavel é o derrame pericardico, porque o coração cheio de liquido no saco pericardico não vai deixar que o coração toque na parede do tórax. A segunda coisa é a mensuração do ictus que deve ser medido com duas polpas digitais no máximo. Tem que sentir o batimento nesses dois dedos, se o ictus estiver palpavel mais que dois dedos, eu tenho o ictus com uma extensão fora do normal. Preciso lembrar que o ictus é palpavel a duas polpas digitais, se sentir em três polpas, esse ictus está aumentado em extensão. Agora na avaliação da mobilidade do ictus, o paciente em decubito dorsal, eu coloco o paciente em decubito lateral esquerdo e o meu dedo desvia em direção a linha axilar anterior. Isso é normal, o ictus precisa se mover dentro do saco pericardio e ir em direção a linha axilar anterior. Se eu tenho um ictus que não se move, eu tenho que pensar em outra doença do pericardio que é a pericardite constrictiva que está impedindo que o coração deslize dentro do saco pericardio. Em condições fisiologicas todo ictus se move. Girley disse na aula que a mão não se move, deve ficar fixa!!!!! O ictus vai trazer informações importantes quando a gente pensa no aumento do coração. Carolina Mendes – MED102 → O coração quando tem condições em que ele aumenta muito seu tamanho, ele vai fazer com que a localização do ictus seja diferente, a extensão do ictus seja diferente, ele pode alterar a amplitude mas o que vai marcar uma sobrecarga volumétrica é um ictus além do 5º espaço intercostal e da linha hemiclavicular e o ictus palpavel com mais de duas polpas digitais. As patologias que podem levar a isso são: grandes infartos quando levam a insuficiência cardíaca, miocardites que levam a dilatação do coração, HAS, doença de chafas, Insuficiência Mitral, Insuficiência Aortica e Comunicação Interventricular. → A outra condição é quando esse coração não cresce para fora, o que cresce é o músculo cardiaco, tem hipertrofia cardiaca. Isso vai acontecer nas doenças que levam ao aumento de pressão, o coração começa as e hipertrofiar para vencer uma resistencia vascular periferica aumentada, uma doença na aorta. Esse ictus na verdade ele não sai do lugar, continua no 5º espaço intercostal, mas ele pode aumentar um pouco a extensão, mas uma característica dele é que ele vai ter uma amplitude muito forte e vai lembrar as doenças de sobrecarga pressória: fase inicial da HAS, Diabetes mellitus, Doença da Artéria Coronariana, Estenose Aortica, Doença Hipertrófica do coração.
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