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Thaís H. Ambrósio Grande cavidade que forma a metade inferior do tronco e onde se aloja a maior parte dos órgãos digestivos e geniturinários. 70% dos diagnósticos gastro-enterológicos são feitos com a história clínica e 90% associando- se ao exame físico. Linhas horizontais - Linha horizontal superior: tangencia a base do apêndice xifoide - Linha média: une as extremidades das décimas costelas (aproximadamente no ponto em que as linhas hemiclaviculares D e E se cruzam com as rebordas costais) - Linha inferior: une as espinhas ilíacas Antero-superiores Linhas verticais/oblíquas Vão da extremidade da décima costela até a extremidade do ramo horizontal do púbis, respectivamente à direita e à esquerda. Condições necessárias para o exame . Ambiente apropriado com boa iluminação . Tranquilidade e relaxamento do paciente . Esvaziar a bexiga . Paciente em decúbito dorsal com exposição total do abdome (acima do apêndice xifoide até a sínfise púbica), membros superiores extendidos ao lado do corpo; cobrir a genitália. Thaís H. Ambrósio . Perguntar sobre pontos dolorosos ou hipersensíveis antes do exame para ter cuidado ao examinar . Mãos aquecidas e evitar movimentos bruscos . Se necessitar maior relaxamento da parede abdominal colocar travesseiro sob os joelhos ou solicitar ao paciente que flexione os joelhos; distraia o paciente com conversas ou perguntas. 1. Inspeção . Tipo de abdome Simetria, forma e volume do abdome - Plano (normal) - Globoso (predomínio do diâmetro Antero-posterior AP sobre o transversal, como na obesidade e gravidez) - Ventre de batráquio (predomínio do diâmetro transverso sobre AP, como na ascite volumosa) - Em avental (grande obesidade) - Escavado (parede abdominal retraída; emagrecimento severo) - Pendular (protrusão da porção inferior da parede abdominal, como na ascite em regressão e no puerpério) . Herniações . Cicatrizes . Circulação colateral . Edema . Massas - Tamanho, localização, contornos, pulsátil, pele adjacente, flogose (inflamação), bexiga vazia . Sinais semiológicos - Grey-Turney: pancreatite hemorrágica – equimose em flancos - Cullen: prenhez ectópica – equimose pri-umbilical - Nódulo de Sister Mary Joseph: carcinomatose peritoneal – nódulo umbilical . Lesões cutâneas . Pulsações . Movimentos peristálticos - Normal: abdome escavado - Patológico: obstrução gástrica, intestino delgado ou colo - Definir local, sentido e frequência - Sinal de Kussmaul 2. Ausculta Motilidade intestinal: 5-34/min; ruído hidro-aéreo (RHA) Sopros, vasculejo, borborigmas Auscutar por pelo menos 2 min em ambientes tranquilos - RHA: normoativo, ausente, débil, aumentado, metálico 3. Percussão Usada para procurar por distensão gasosa do intestino, ar intra-abdominal livre, grau de ascite e/ou presença de inflamação peritoneal. Thaís H. Ambrósio - Objetividade, ouvido do examinador < 1m, até 03 repetições sequenciais, timpânico, hipertimpanico, submaciço ou maciço. Hepatimetria Percutir no tórax anterior sobre a linha hemiclavicular direita, iniciando no 4º espaço intercostal, observando a mudança do som claro pulmonar para macicez correspondente à borda superior do fígado, em geral no 5º espaço intercostal A borda inferior é melhor avaliada pela palpação - Percução dolorosa: sinal de Torres-Homem (abscesso hepático) Espaço de Traube Limites: . Lobo E do fígado . Superior: diafragma . Lateral: linha auxiliar anterior E . Inferior: rebordo costal E Espaço localizado em hemitórax E, entre as linhas hemiclaviculares e axilar média, entre 6º e 10º espaços intercostais. Normal: Traube livre – fundo gástrico - Traube ocupado: esplenomegalia, lobo E do fígado, cardiomegalia, derrame pleural E, obesidade Giordano Percussão dolorosa na região lombar com a borda ulnar da mão D ou E Sinal de Jobert Presença de timpanismo na região da linha hemiclavicular D onde normalmente se encontra macicez hepática; caracteriza pneumoperitônio. Ascite 1. Sinal de Piparote: a face palmar de uma das mãos é posicionada em um dos flancos, a seguir, a ponta do dedo médio, dobrado, apoiado e em estado de tensão contra a face palmar do polegar é disparada contra o outro flanco. 2. Semicírculos de Skoda: com o paciente em decúbito dorsal ou em pé, o líquido ascitico coleta-se nas partes mais declives, ou seja, flancos e andar inferior do abdome. Sendo assim, a percussão, feita desde o andar superior, delimitará uma linha semicircular na transição entre áreas correspondentes às porções mais declives. 3. Macicez móvel: como o líquido livre na cavidade peritoneal se acumula nas porções mais declives, quando o paciente se coloca em um dos decúbitos mais laterais, a massa líquida se dirigirá ao lado. Obs.: medir a circunferência abdominal 4. Toque retal: método mais precoce para detecção de ascite - 300 mL - Macicez móvel: 300-1000mL - Skoda: 1-3 L - Piparote: 1-3 L Thaís H. Ambrósio 5. Palpação - Superficial: sensibilidade, espessura da parede, tumorações, solução de continuidade, tensão - Profunda: palpação das vísceras intra-cavitárias - Descompressão brusca - Condições necessárias: decúbito dorsal horizontal, aquecer mãos, membros extendidos, pequeno travesseiro para suportar a cabeça e os ombros, manter os joelhos levemente fletidos, relaxar musculatura da parede abdominal - Condições a serem evitadas: pernas cruzadas, percoço excessivamente fletido, braços elevados com as mãos sob a nuca, tronco fletido, ausência de suporte para a cabeça e ombros. - Técnica: ambas as mãos espalmadas, D sobre E, deslocar de medial para lateral, todo o abdome, superficial, profunda, iniciar pela FID, palpação profunda na expiração, manobra de Galambos: compressão de um ponto do abdome e palpação de outro local. - Pontos: . Ponto cístico: ângulo entre borda lateral do reto abdominal com RCD . Ponto apendicular: união do terço médio com o distal em linha que une umbigo com crista ilíaca Antero-superior. . Pontos ureterais: borda lateral reto abdominal e umbigo; borda lateral reto abdominal e crista ilíaca Antero-superior . Ponto gástrico: entre umbigo e apêndice xifoide. EXAME FÍSICO 1. Esôfago Exame físico pouco elucidativo, divertículo faríngeo, sinais relacionados (anemia, desnutrição, alterações cutâneas, hipertrofia das glândulas salivares 2. Estômago e duodeno Massas no epigástrio, peristaltismo visível (obstrução), palpação superficial e profunda de massas, sinais de câncer gástrico avançado (gânglio de Troiser: região supra- clavicular E; gânglio de Irish: região infra-axilar; nódulo de Sister Mary Joseph; Plateleira de Plummer) 3. Intestino delgado Peristaltismo, distensão abdominal, RHA: ausente, débil, normoativos, metálicos; hipertimpanismo, massas, distensão intestinal, espessamento de alças localizados: doença de Crohn, tuberculose. 4. Intestino grosso Peristaltismo, distensão abdominal, RHA: ausente, débil, normoativos, metálicos; hipertimpanismo, FID: gargarejo, Sigmoide: sinal de Gersuny (Fecaloma). 5. Fígado - Inspeção: massas, irregularidades - Percussão: limite superior – linha hemiclavicular 5º EIE; limite inferior – linha hemiclavicular e médio esternal no sentido caudo-cranial. - Palpação: borda: fina ou romba; regularidade da superfície, sensibilidade (doloroso ou indolor), consistência (elástica normal ou firme aumentada ou diminuída), reflexo hepatojugular.Thaís H. Ambrósio - Borda: mão direita no local onde a percussão identificou o limite inferior. Na ausência de hepatomegalia nenhuma resistência é oferecida ao gradil costal. - Superfície: deslizar as palmas dos dedos pela superfície hepática, sentir em todos os locais, verificar nódulos, irregularidades - Sensibilidade e consistência: pressionar com a polpa dos dedos em movimento firme e de curta duração a superfície do fígado. - Refluxo hepatojugular: enchimento e turgencia da veia jugular externa D ao se realizar uma compressão firme e contínua da superfície hepática. 6. Baço Posição de Schuster: decúbito lateral D, perna D estendida, perna E fletida sobre o abdome 90º, braço E sobre a cabeça, distancia entre o rebordo costal da extremidade inferior do baço na linha hemiclavicular E. Obs.: para palpação é necessário tamanho 2x maior que o normal de 13x8x3,5 cm (180-200g) . Grau I: baço palpável apenas sob o rebordo costal E . Grau II: entre RCE e umbigo . Grau III: abaixo do umbigo 7. Região inguinal 8. Apêndice - Blumberg: ponto de junção do terço médio com o externo na linha que une o umbigo com crista ilíaca Antero-superior - Rovising - Punho percussão calcânea - Manobra do obturador - Sinal do psoas - Sinal de Lapinsky: flexão da perna ao pressionar FID - Sinal de Lenander: temperatura retal > axilar 9. Massas Localização, sensibilidade, consistência, dimensão, forma, superfície, mobilidade e pulsatilidade.
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