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Dermatofitose - Doenças Infecciosas

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DERMATOFITOSE 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A dermatofitose é uma doença altamente contagiosa, causada por 
fungos e que possui potencial zoonótico. Atualmente existem vários estudos 
que relatam a prevalência da doença nas várias partes do mundo, sendo que 
essa é uma enfermidade bastante comum em regiões tropicais, representando 
um problema de saúde pública. Dessa forma, esse trabalho possui como 
objetivo fazer uma síntese dos principais aspectos relacionados à 
dermatofitose, apontando a sua importância na saúde dos seres humanos e 
animais. 
 
1. HISTÓRICO 
 
Raimond Sabouraud, um influente médico que atuava nas pesquisas na 
micologia, iniciou um estudo científico sobre os fungos dermatófitos no ano de 
1890. Ele contribuiu com descobertas sobre a taxonomia, morfologia e entre 
outros aspectos. No entanto, ele classificou os fungos dermatófitos em quatro 
gêneros, levando em consideração os sinais clínicos da doença e 
características microscópicas: Achorion, Epidermophyton, Microsporum e 
Trichophyton. 
Contudo, no ano de 1934 o pesquisador Chester Emmons estabeleceu 
uma nova classificação, que é utilizada atualmente e que consiste em apenas 
três gêneros, sendo que o gênero Achorion foi excluído da classificação. Já no 
Brasil, estudos epidemiológicos com dermatófitos se iniciaram no ano de 1930, 
assim como afirma Ruiz e Zaitz (2001). 
 
2. ETIOLOGIA 
 
Os fungos dermatófitos pertencem à família Arthrodermataceae e os três 
gêneros causadores dessa enfermidade são: Microsporum, Trichophyton e 
Epidermophyton. Eles são filamentosos, hialinos, septados, formadores de 
micélios (conjunto de hifas) e possuem tropismo por tecidos queratinizados, 
como a epiderme (extrato córneo), unhas e pelos. O tropismo desses fungos 
está relacionado à dependência da queratina, que faz com que eles atinjam 
tecidos ricos nessa proteína e cause micoses superficiais. 
Além disso, de acordo com características dos hospedeiros, algumas 
espécies podem ser saprófitas (atua em tecidos queratinizados em 
Mariana Moreira Lopes 
decomposição) como a Microsporum gypseum, que são as classificadas como 
geofílicas, podendo também infectar seres humanos e animais. Já as 
zoofílicas infectam felinos, caninos, aves, bovinos e suínos, sendo que a 
principal espécie, do ponto de vista da patogenicidade, é a Microsporum canis. 
Existem ainda, as antropofílicas que infectam principalmente seres humanos 
e a espécie que mais de destaca é a Trichophyton rubrum. 
 
3. EPIDEMIOLOGIA 
 
A distribuição da doença é cosmopolita, sendo mais frequente em 
regiões tropicais e subtropicais, e apresenta um caráter zoonótico. A 
prevalência é de cerca de 25% na população mundial, sendo que está entre 
as 3 doenças mais prevalentes em crianças e em 2° lugar no caso de adultos. 
Já a incidência, está relacionada principalmente à proximidade dos seres 
humanos com os animais, que favorece a transmissão da doença. 
Dessa forma, a transmissão ocorre de forma direta (contato) ou indireta, 
por fômites contaminados que se tornam fontes de infecção importantes para 
a disseminação da doença. Já a porta de entrada, consiste em lesões 
cutâneas e escoriações, em que há a inoculação do fungo e desenvolvimento 
no local da lesão. 
 
4. DIAGNÓSTICO CLÍNICO E LABORATORIAL 
 
O diagnóstico clínico se dá pela análise do histórico e pela anamnese 
detalhada do paciente. Associado a isso, devem ser feitos exames 
laboratoriais que é o exame micológico direto, a cultura para a identificação do 
agente etiológico e o exame complementar que é a lâmpada de Wood. 
O exame micológico é feito com raspados de pele e pelos da lesão com 
análise microscópicas para a observação de estruturas fúngicas. No entanto, 
amostras mal coletadas ou mal armazenas e manejadas, influenciam 
negativamente no resultado do exame. Já a cultura do fungo em Agar 
Sabouraud Dextrose é o método mais confiável e consiste na observação do 
crescimento fúngico no meio de cultura por cerca de 21 dias e posteriormente, 
a análise microscópica para a identificação da espécie do dermatófito. 
Já a lâmpada de Wood é um método em que se utiliza a fluorescência 
para a identificação da presença do fungo na superfície da pele do indivíduo, 
sendo que é positiva quando está na cor verde-amarelada e negativa quando 
não há fluorescência. Porém, erros na execução ou presença de substâncias 
presentes no pelo do paciente, tais como, álcool, éter, derivados de iodo e 
mercúrio, sabão e pomadas, podem gerar resultados falso-positivo. 
 
5. TRATAMENTO 
 
O tratamento nos animais se dá através da tricotomia (em caso de pelo 
longo), terapia tópica e sistêmica com utilização de antifúngicos, sendo que as 
mais utilizadas são: griseofulvina, miconazol, itraconazol, cetoconazol e a 
terbinafina. Deve-se realizar também uma boa higiene do local em que estão 
os animais infectados. 
No que diz respeito à terapia tópica, pode ser utilizado shampoo e 
loções, tanto em seres humanos quanto em animais. No entanto, esse é um 
tratamento complementar, que não substitui o uso da terapia medicamentosa. 
O tratamento sistêmico atua sobre os esporos do fungo, mas não sobre a lesão 
em si, impedindo apenas a disseminação no ambiente. Além disso, deve-se 
associar ao tratamento uma boa nutrição para favorecer aspectos como a 
imunidade contra a infecção fúngica. 
Segundo estudos, a vacina utilizada contra a dermatofitose poderia ser 
uma boa alternativa de profilaxia, porém ela só é capaz de induzir imunidade 
humoral (anticorpos) e nessa doença ela é ineficaz porque está associada à 
imunidade celular (LARYSSON; LUCAS, 2016). Por isso, conclui-se que as 
vacinas nesse caso não protegem o animal, atuando apenas em uma melhora 
dos sinais clínicos, pois, ainda que estejam vacinados eles podem ser fontes 
de infecção, já que tem a cultura fúngica positiva. 
 
6. CONTROLE 
 
O controle da doença depende de um rápido e preciso diagnóstico, em 
decorrência do seu alto potencial zoonótico, para que assim se estabeleça um 
tratamento adequado ao paciente. É necessário também ter cuidado em 
relação ao ambiente, já que, segundo estudos, os esporos do fungo podem 
permanecer viáveis por até dezoito meses, podendo infectar outros indivíduos. 
Dessa forma, a higiene adequada das instalações e dos equipamentos 
de manejo dos animais é necessária, podendo ser feita através do uso de 
vapor quente, pela aplicação de solução de hipoclorito de sódio 0,5% ou 
clorexidine. Além disso, nos locais de aglomerações de animais, como os 
canis e gatis, não se recomenda a introdução de novos animais, até que seja 
feita uma desinfecção adequada do local para que haja a eliminação dos 
esporos. 
 
CONCLUSÃO 
 
Portanto, conclui-se que a dermatofitose é uma doença micótica com 
potencial zoonótico, de alta prevalência e que representa um grande problema 
de saúde pública. Por isso, ela demanda empenho por parte dos médicos e 
médicos veterinários, para que seja estabelecido um diagnóstico preciso e um 
tratamento adequado, visando um melhor controle da enfermidade, através da 
desinfecção do ambiente. 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
1. LIMA, Dalila Almeida; STELLA, Ariel Eurides. Dermatofitose canina causada por 
Trichophyton rubrum – Relato de caso. Revista Brasileira de Higiene e Sanidade 
Animal, v. 14, n. 4, p. 1-8, out./dez., 2020. 
 
2. LOPES, Camila Aparecida; et al. Dermatofitose em cães e gatos – Revisão de 
Literatura. Anais VIII SIMPAC, Viçosa-MG, v. 8, n. 1, p. 292-297, jan./dez., 2016. 
 
3. GONDIM, Adriana Leão de Carvalho Lima; ARAÚJO, Adjanna Karla Leite. Aspectos 
clínicos, diagnósticos e terapêuticos da dermatofitose em cães e gatos e sua 
importância como zoonose. Revista Brasileira de Educação e Saúde, v. 10, n. 1, p. 
86-94, jan./mar., 2020. 
 
4. LEÃO, Lorena Maria. OCORRÊNCIA DE DERMATOFITOSE EM CÃES E GATOS 
ATENDIDOS NA CLÍNICA DE MEDICINA VETERINÁRIA (CLIMVET) DO CENTRO 
UNIVERSITÁRIO DE FORMIGA – UNIFOR-MG ENTRE OS ANOS DE 2010 A 2016. 
Trabalho de Conclusãode Curso (Medicina Veterinária)-Centro Universitário de 
Formiga-UNIFOR, Formiga, 2017. 
 
5. ANDRADE, Verônica; ROSSI, Gabriel Augusto Marques. Dermatofitose em animais 
de companhia e sua importância para a Saúde Pública – Revisão de Literatura. 
Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal, v.13, n.1, p. 142-155, jan./mar., 2019. 
 
6. OLIVEIRA, Layele Martins Dias de. ESTUDO CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS 
PACIENTES ATENDIDOS NO LACEN-RR COM SUSPEITA DE DERMATOFITOSE 
ENTRE JUNHO E AGOSTO DE 2016. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal 
de Roraima, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Boa Vista-RR, 2017. 
 
7. https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/dermatofitose-e-
dermatofitos/14296# 
 
8. https://www.ourofinosaudeanimal.com/ourofinoemcampo/categoria/artigos/doencas-
fungicas-dermatofitoses/ 
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/dermatofitose-e-dermatofitos/14296
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/dermatofitose-e-dermatofitos/14296
https://www.ourofinosaudeanimal.com/ourofinoemcampo/categoria/artigos/doencas-fungicas-dermatofitoses/
https://www.ourofinosaudeanimal.com/ourofinoemcampo/categoria/artigos/doencas-fungicas-dermatofitoses/

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