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ED: Níveis de atenção com ênfase na atenção primária e Estratégia Saúde da Família - Quais são os níveis de atenção à saúde e o que os diferencia. Existem três níveis de atenção: primária, secundária e terciária. Atenção primária: medidas ou ações especialmente destinadas ao período que antecede a ocorrência da doença. Tem como objetivo evitar a ocorrência de uma doença, eliminando fatores de risco ou tratamento de lesões precursoras. Atenção secundária: inclui medidas que visam impedir a evolução de doenças já existentes, suas complicações. Atenção terciária: inclui medidas voltadas ao tratamento e a reabilitação do indivíduo após a cura ou o controle da doença, a fim de reajustá-lo a uma nova condição de vida. Ainda incluso no nível de atenção terciária, existe o nível quaternário, sendo um nível de maior complexidade, geralmente associado aos transplantes de órgãos e tecidos. Níveis de Prevenção da Doença é baseado no modelo natural da doença, o indivíduo e o meio ambiente. Este modelo sofreu críticas, aqui no Brasil segue os Níveis/Rede de Atenção, em primária (básica), secundária e terciária e até quaternária, tem influência sim dos níveis de prevenção, mas modificou, realiza tanto a prevenção quanto diagnóstico, tratamento e reabilitação, é mais complexo. Assim, a atenção primária não se resume à prevenção, a unidade básica de saúde é a porta de entrada à rede de atenção, tem a capacidade resolutiva de cerca de 80% dos problemas de uma população - Dê exemplos de procedimentos/ações em Odontologia em cada nível de atenção. Atenção primária: instruções de higiene oral, aplicação tópica de flúor e campanhas de prevenção ou diagnóstico precoce de câncer de boca, restaurações, extrações simples. A abertura coronária é da ação primária, mas o restante do tratamento endodôntico é secundário Atenção secundária: referem-se às especialidades, como ortodontia, implante, cirurgia oral menor. As UPAs são níveis secundários. Atenção terciária: Realizada em unidades hospitalares de referência, para atendimento de pessoas com deficiência, com dificuldade de adesão ao tratamento convencional, pacientes oncológicos, com deformidades e traumas faciais, referenciados pela atenção primária e secundária. Inclui as cirurgias ortognáticas. - O que são redes de atenção à saúde? Foi definida pela portaria nº 4.279 como arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado. Trocou-se o nome “Níveis de Atenção à Saúde” para Redes de Atenção à saúde a fim de evitar a conotação de superioridade entre uma e outra e se entender que elas não seguem uma hierarquia, mas se complementam para melhor atender a população. - Explicar os fundamentos e diretrizes da Atenção Primária à Saúde. São princípios/fundamentos e diretrizes tanto do SUS, quanto da RAS: FUNDAMENTOS: - Universalidade: possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade, incluindo todos os indivíduos, independentemente de suas origens. - Equidade: ofertar o cuidado, reconhecendo as diferenças nas condições de vida e saúde e de acordo com as necessidades das pessoas, considerando que o direito à saúde passa pelas diferenciações sociais e deve atender à diversidade. Visa estratégias que permitam minimizar desigualdades e evitar exclusão social de grupos menos favorecidos - Integralidade: É o conjunto de serviços executados pela equipe de saúde que atendam às necessidades da população adscrita nos campos do cuidado, da promoção e manutenção da saúde, da prevenção de doenças e agravos, da cura, da reabilitação, redução de danos e dos cuidados paliativos. DIRETRIZES: - Regionalização e hierarquização: atribuir níveis de complexidade aos cuidados e fazer recortes espaciais estratégicos para fins de planejamento, organização e gestão de ações e serviços de saúde em determinada localidade. - Territorialização: visa permitir o planejamento, a programação descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com foco em um território específico, com impacto na situação, nos condicionantes e determinantes da saúde das pessoas e coletividades que constituem aquele espaço e estão, portanto, adstritos a ele. - População adscrita: população que está presente no território da UBS, de forma a estimular e permitir continuidade aos cuidados. - Cuidado centrado na pessoa: aponta para o desenvolvimento de ações de cuidado de forma singularizada, auxiliando no desenvolvimento da autonomia e autocuidado da pessoa. - Resolutividade: reforça a importância da atenção básica ser resolutiva, desenvolvendo tecnologias de cuidado individual e coletivo para ampliação dos graus de autonomia coletiva e individual, devendo ser capaz de solucionar maior parte dos problemas de saúde da população, referenciando o cuido do usuário em outros níveis da RAS, se necessário. - Longitudinalidade do cuidado: visa a continuidade da relação de cuidado, vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários ao longo do tempo e de modo permanente e consistente. - Coordenação do cuidado: pressupõe elaborar, acompanhar e organizar o fluxo de usuários entre os pontos de atenção das RAS. - Ordenação das redes: visa reconhecer as necessidades de saúde da população e organizar essas necessidades em relação aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para o planejamento e gestão das ações. - Participação da comunidade: visa estimular a participação das pessoas, a orientação comunitária das ações de saúde na Atenção Básica e a competência cultural do cuidado, ampliando a autonomia individual e coletiva. - A Atenção Básica deve cumprir algumas funções para contribuir com o funcionamento das Redes de Atenção à Saúde. Quais são elas: A atenção básica é considerada o primeiro ponto de atenção e principal porta de entrada para as Redes de Atenção à Saúde, sendo composta por uma equipe multidisciplinar que compre toda população, integrando e coordenando o cuidado e atendendo as necessidades da população do território. Para que a Atenção Básica contribua com o funcionamento da RAS, é necessário reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, organizando-as em relação aos outros pontos de atenção contribuindo para programação dos serviços de saúde parta das necessidades da população. - O que é a ESF? É a Estratégia Saúde da Família, um modelo de assistência à saúde que apresenta bases para reorientar as práticas assistenciais na atenção básica de acordo com os princípios do sistema público brasileiro. Caracteriza-se como modelo alternativa que busca alias a prática do cuidado individual à abordagem populacional na perspectiva da vigilância em saúde, integrar vigilância epidemiológica e sanitária, Territorialização/distritalização, atenção clínica e políticas intersetoriais, ações programáticas e reorganização do atendimento à demanda espontânea com acolhimento centrado no usuário, consolidando diretrizes e princípios do SUS. - Explicar os princípios específicos da ESF. A ESF incorpora os princípios do SUS e se estrutura a partir da Unidade Saúde da Família (USF): - Integralidade e Hierarquização: pressupõe a compreensão que os serviços estejam organizados em níveis de complexidades crescente, desde o atendimento a nível local de assistência, até os mais especializados. - Territorialização e Adscrição da clientela: Responsabilização pela população que o território abrange, realizando o cadastramento e acompanhamento dessa população. - Equipe Multiprofissional: equipe composta por diferentes profissionais, variando de acordo com as necessidades locais. - Caráter substitutivo: visa a substituição das práticas tradicionais de assistência, comfoco nas doenças, para um trabalho mais voltado à Vigilância à Saúde. Qual composição mínima da equipe de saúde da família? A equipe de saúde da família é composta por no mínimo: (I) médico generalista, ou especialista em Saúde da Família, ou médico de Família e Comunidade; (II) enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família; (III) auxiliar ou técnico de enfermagem; e (IV) agentes comunitários de saúde. - Quais são as atribuições do cirurgião-dentista na APS? - Realizar a atenção em saúde bucal (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, acompanhamento, reabilitação e manutenção da saúde) no território; - Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epidemiológico para planejamento e programação da saúde bucal no território; Realizar os procedimentos clínicos e cirúrgicos da Atenção Básica em saúde bucal, incluindo atendimento das urgências, pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos relacionados com as fases clínicas de moldagem, adaptação e acompanhamento de próteses dentárias (elementar, total e parcial removível); - Coordenar e participar de ações coletivas voltadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais; - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde com os demais membros da equipe, buscando aproximar saúde bucal e integrar ações de forma multidisciplinar; - Realizar supervisão do técnico em saúde bucal (TSB) e auxiliar em saúde bucal (ASB); - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate a Endemias; - Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas no território, junto aos demais membros da equipe; e - Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de atuação. -Quais são as modalidades de ESB? - Modalidade I: Cirurgião dentista e auxiliar em saúde bucal (ASB) ou técnico em saúde bucal (TSB); - Modalidade II: Cirurgião dentista, TSB e ASB ou outro TSB; - O que é NASF? O Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) foi criado pelo Ministério da Saúde com o objetivo de apoiar a consolidação da Atenção Básica no Brasil, ampliando as ofertas de saúde na rede de serviços, assim como a resolutividade, a abrangência e o alvo das ações. Os núcleos se constitui de uma equipe multiprofissional e interdisciplinar composta por categorias de profissionais da saúde, complementar às equipes que atuam na Atenção Básica. É formada por diferentes ocupações (profissões e especialidades) da área da saúde, atuando de maneira integrada para dar suporte (clínico, sanitário e pedagógico) aos profissionais das equipes de Saúde da Família e de Atenção Básica. Esta atuação permite realizar discussões de casos clínicos; o atendimento compartilhado entre profissionais e possibilita a construção conjunta de projetos terapêuticos de forma a ampliar e qualificar as intervenções no território e na saúde de grupos populacionais. - Como ocorre o financiamento da APS, atualmente? O financiamento da atenção básica é uma tripartite entre os governos federais, estaduais e municipais, gerando recursos para o Bloco de Financiamento de Atenção Básica (Bloco AB) que viabiliza as ações em atenção básica a saúde. Os repasses para os municípios são em conta aberta e transferência fundo a fundo. Sendo então uma transferência do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos de Saúde dos Municípios. Há então a divisão em dois tipos de Piso de Atenção Básica: O PAB Fixo se refere ao financiamento de ações de atenção básica à saúde, cujos recursos são transferidos mensalmente, de forma regular e automática. O valor é obtido multiplicando a população residente do município pelo valor per capita. O PAB Variável depende de credenciamento e implantação de estratégias e programas, tais como Equipes de Saúde da Família (eSF), Equipes de Saúde Bucal (eSB) e Agentes Comunitários de Saúde (ACS), entre outros. Resumidamente, o financiamento do PAB é baseado na lógica per capita populacional e por adesão de estratégias. O novo modelo de financiamento de custeio da APS é um modelo misto de pagamento que busca estimular o alcance de resultados e é composto pelos seguintes componentes: capitação ponderada, pagamento por desempenho e incentivo para ações estratégias. Logo, o repasse não é mais realizado pela quantidade de pessoas no município, mas pela quantidade de cadastros das ESB ou EAP do município.
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