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Processos tafonômicos e paleobiologia

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Processos Tafonômicos e 
Paleoecologia 
 
A tafonomia é o estudo das leis que governam a transição dos restos orgânicos 
para a litosfera. Nasceu da necessidade dos paleontólogos compreenderem o que 
acontece na biosfera, os principais processos e fatores que atuam na formação de 
concentrações de fósseis. 
Para entender a fossilização, é necessário conhecer como o organismo chegou 
à morte, como foi transportado e enterrado (tafocenose) e como se tornou parte da 
rocha (oritocenose). 
A integridade do fóssil depende da ocorrência e da intensidade de diversos 
eventos, como ausência da ação dos predadores e um soterramento rápido após a 
morte, bem como um reduzido efeito transportador após a morte do organismo ou 
ausência dele. Um outro fator que auxilia na preservação do fóssil seria ausência de 
atividade bacteriana, pois ela aceleraria o processo de decomposição. Além da 
questão da estrutura do esqueleto do organismo, as questões ambientais também 
contribuem para a preservação ou não das condições físico-químicas predominantes 
no ambiente. 
 A tafonomia possui duas divisões: Bioestratinomia e Diagênese. A 
bioestratinomia retrata toda a história sedimentar dos restos de esqueleto até serem 
totalmente soterrados, já a diagêneses é associada aos fósseis e os processos físico-
químicos atuantes após o soterramento dos organismos. 
 
 
Nem sempre é possível realizar a análise tafonômica, pois ela requer 
avaliações envolvendo processos de morte, necrólise e até desarticulação, 
transporte, intemperismo, soterramento e, finalmente, a diagênese dos fósseis. O 
estudo da necrólise também foi incluído por alguns autores no campo de abordagem 
da tafonomia, bem como a fase de soerguimento tectônico e as influências das 
técnicas e dos métodos de coleta e de preparação dos fósseis. 
Na tafonomia são reconhecidas as mortes do tipo seletiva e não seletivas. A 
do tipo seletiva tem como principal fator o envelhecimento, doença e atividade 
predatória, está associada a causas naturais, afetando os mais jovens e mais velhos, 
por serem mais vulneráveis. Já a não seletiva atinge grande parte da população, sem 
distinção de faixa etária. Geralmente está associada à grandes eventos, como 
enchentes, tempestades, secas, entre outros. Pode ser difícil identificar a causa da 
morte, pois não depende do indivíduo somente (morte seletiva), mas, também, do 
ambiente deposicional em que ele foi soterrado ou encontrado (morte não seletiva). 
O transporte pode ser caracterizado de duas formas: Autóctones, que não 
sofrem nenhum transporte e são soterrados e encontrados no mesmo ambiente que 
viveram e alóctones, que foram transportados do seu ambiente original. 
O processo de intemperismo é responsável pela separação e alteração dos 
seus constituintes ósseos por agentes físicos e químicos. Organismos pouco 
desarticulados ou com baixa desarticulação sugerem que o período entre a morte e 
o soterramento foi curto, enquanto o inverso indica um tempo mais longo. 
 
• Feições 
 Feição sedimentológicas - Atribuídas ao empacotamento dos fósseis com 
sinais de transporte: os bioclastos. 
 Feição bioestratinômica dos bioclastos - Associadas com a reorientação dos 
bioclastos; assim como a desarticulação ou a identificação do grau de 
articulação das carapaças ou esqueletos; fragmentação; corrosão (abrasão 
mecânica e corrosão bioquímica dos bioclastos). 
 Feição estratigráfica da assembleia – Tem como destaque a geometria e a 
estrutura interna. 
 Feição paleoecológica da assembleia - Destacam-se sobre a composição dos 
táxons, podendo ser classificadas como monotípica ou politípica, e de acordo 
com a mineralogia e microarquitetura, número de espécies, abundância 
relativa de espécies, modo de vida e classes de tamanho. 
 Feição diagenética dos bioclastos - São agrupados em conservação da 
composição química original preservada (preservação total ou parcial) e 
composição química original alterada. 
 
Paleocologia e Ecologia 
 Paleocologia é um ramo da Paleontologia que descreve e compreende os 
ecossistemas do passado e sua estrutura. A Ecologia dedica-se aos ambientes dos 
dias atuais. Para que realizar a reconstrução paleoambiental ou paleoecológica, a 
Estratigrafia (organização de estratos ou camadas) é usada como base, com a 
identificação da taxonomia existente e a ecologia. Será sempre necessária a 
reconstrução espacial e temporal, para posteriormente haver a comparação dos 
fósseis, tanto em ambientes antigos quanto atuais. 
 
Princípios do Uniformitarismo 
 Os acontecimentos do passo podem ser esclarecidos com base no presente. A 
compreensão do fóssil, obtida com as interpretações das funções dos indivíduos 
recentes, fornecem um excelente entendimento sobre as estruturas fossilíferas. 
Algumas críticas são feitas ao Uniformitarismo por não considerar as variações 
morfológicas, pois é sabe-se que este funcionamento está relacionado ao ambiente 
no qual está inserido. Portanto, a forma seria reflexo do seu contexto ambiental e 
poderia ser utilizada para inferências do ambiente no passado. 
Através dessa interpretação morfológica, procura-se identificar os aspectos 
ecológicos que envolveram o fóssil ao longo de sua existência. Também deveremos 
relacionar o caractere com a distribuição geográfica e o tipo de habitat mais adaptado 
para determinada função abordada pelos aspectos morfológicos. 
Para realizar uma boa análise morfológica é fundamental considerar também 
a relação filogenética entre os táxons, uma vez que, a partir desse critério, pode-se 
obter informações sobre os relacionamentos de parentesco e inferir suas mudanças 
pretéritas, na tentativa de identificar características presentes dentro de uma 
linhagem monofilética. Quando nada disso acontece, o profissional em Paleontologia 
deve recorrer a um outro tipo de comparação conhecido por analogia. Apesar de 
possuírem estruturas aparentemente semelhantes e funções similares, possuem 
padrões de desenvolvimento diferentes. Podemos concluir que nem sempre a 
presença de estruturas análogas implica em uma inter-relação evolutiva entre os 
animais que a possuam.

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