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Atividade da Aula 8 Aluna: Gabriela Teixeira Descreva os aspectos principais para o diagnóstico diferencial entre os transtornos da personalidade antissocial, narcisista, histriônico e borderline. O transtorno da personalidade anti-social ou sociopatia, anteriormente conhecida como psicopatia, caracteriza-se por pacientes classificados como sociopatas, ou seja, pessoas incapazes de realizarem uma interação afetiva verdadeira e amorosa. É um padrão generalizado de desrespeito e violação dos direitos alheios, que inicia no começo da adolescência e continua na vida adulta. Eles não possuem compaixão nem consideração pelas pessoas, costumam mentir, enganar, trapacear e prejudicar os outros, mesmo que eles não tenham lhe feito nada de mal. Popularmente são conhecidos como pessoas mau caráter, tranqueiras e canalhas. Outras características descritas do transtorno de personalidade anti-social são: Indiferença e falta de sensibilidade pelos sofrimentos alheios; irresponsabilidade e desrespeito por normas, regras e obrigações sociais; promiscuidade e incapacidade de sustentar relacionamentos monogâmicos; incapacidade de manter relacionamentos, apesar de não ter dificuldade em estabelecê-los; tolerância muito baixa a frustrações e baixo limiar para descarga de agressão, inclusive violência; incapacidade de experimentar culpa e aprender com a experiência, em especial com a punição; propensão marcante para culpar outras pessoas ou para ofender racionalizações plausíveis para o comportamento que originou seu conflito social; crueldade e sadismo; auto-avaliação inflada e arrogante; irresponsabilidade e comportamento abusivo com crianças. Os critérios diagnósticos da sociopatia inclui um padrão difuso de desconsideração e violação dos direitos das outras pessoas, que ocorre desde os 15 anos de idade; a idade do indivíduo, que deve ser superior a 18 anos; transtornos de condutas com surgimento anterior aos 15 anos de idade; a ocorrência de comportamento antissocial que não se dá exclusivamente durante o curso de esquizofrenia ou transtorno bipolar. Sua prevalência é de 3% em homens e 1% em mulheres na população geral, apresentando maiores taxas em abusos de substâncias e alta frequência associada com baixo nível socioeconômico e contexto urbano. Costumam apresentar história de abuso físico, emocional ou sexual. Casos de transtorno de conduta com TDAH antes dos 10 anos aumentam a possibilidade de que haja desenvolvimento de personalidade anti-social ao longo da vida adulta. Os pacientes diagnosticados com sociopatia apresentam maior risco para transtornos do controle de impulsos, depressão maior, abuso e dependência de substâncias, jogos patológicos e transtornos de ansiedade e somatização. A respeito do curso desse transtorno mental, seu auge costuma ocorrer no final da adolescência, tendo propensão a diminuir com o decorrer da idade (após os 30 anos), contudo, pode resultar em desfechos dramáticos, como suicídio e homicídio. Em geral os pacientes são pouco responsivos aos diferentes tipos de tratamento, sendo, frequentemente, encarcerados devido à falta de outras alternativas. Algumas perguntas para identificar o perfil da personalidade anti-social: ● Mesmo com evidências ao contrário, o paciente sempre se diz inocente e vítima em circunstâncias de transgressão ou violência. Apesar de manipulador, sem consideração pelos outros (e, eventualmente, cruel, sádico), pode ser aparentemente simpático, agradável e sedutor. Se for inteligente, talvez responda às perguntas a seguir de forma negativa ● Você gosta de sempre se sair bem, de levar vantagem nas coisas? ● Você, às vezes, sente uma espécie de prazer quando obtém vantagem sobre alguém? Também já sentiu prazer em ver alguém se dar mal? ● Você admira um bom golpe quando tem conhecimento de um? ● Você já fez alguma coisa que poderia ter-lhe causado problemas com a justiça? ● Por algum motivo, justo ou injusto, já teve algum problema com a justiça ou com a polícia? A respeito do transtorno de personalidade narcisista, o indivíduo apresenta como característica essencial o fato de ser auto-centrado, tendo um padrão de comportamento generalizado de grandiosidade (em fantasia ou no comportamento), necessidade de admiração, falta de empatia e inveja crônica e intensa. O indivíduo apresenta senso grandioso e irreal da importância de sua pessoa, julgando dispor de talentos especiais e esperando ser reconhecido como superior pelos demais, sem que tenha feito algo concreto para que isso ocorresse. Ele costuma ser muito voltado para fantasias de grande sucesso pessoal, de poder, de brilho, beleza ou de um amor ideal, além de se considerar especial e único, acreditando que só pessoas ou instituições igualmente excepcionais, especiais e únicas podem estar à sua altura. Esses pacientes requerem admirações excessivas, e podem ser exploradores nas relações interpessoais, buscando sempre alguma vantagem sobre os outros para atingir seu fim ou sucesso pessoal. Eles não dispõe de empatia pelas pessoas comuns, sendo frequentemente invejosos em relação aos outros ao ao sucesso alheio, além de serem arrogantes e acreditarem que os outros sempre possuem inveja deles. O padrão difuso de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia costumam surgir no início da vida adulta e está presente em vários contextos. Algumas características associadas a esse transtorno são a frágil auto-estima com hipersensibilidade a críticas, sentimentos intensos de vergonha e humilhação, exibicionismo e medo de ter imperfeições e falhas reveladas. Sua prevalência é de 2 a 16% em populações clínicas e menor de 1% na população geral, costuma ser mais diagnosticada em homens e caracteriza maior risco para depressão, abuso e dependência de substâncias (sobretudo cocaína). Sobre o transtorno da personalidade histriônica, sua característica essencial é chamar atenção, sendo um padrão generalizado de auto-dramatização, emocionalidade excessiva e busca de atenção. É representada pela dramatização, teatralidade e expressão exagerada das emoções, tendo sua sugestionabilidade aumentada e sendo facilmente influenciados por outros ou pelas circunstâncias. Ademais, esses pacientes apresentam afetividade superficial, pueril e lábil, junto a uma busca contínua por atenção e apreciação pelos outros, querendo ser o centro das atenções. Também é comum que ocorra a erotização de situações não estritamente eróticas e infantilidade, junto com tendência a reações infantis e pouca tolerância à frustrações. Seu critério diagnóstico é um padrão difuso de emocionalidade e busca de atenção e excesso que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos. Frequentemente o indivíduo sofre de desconforto em situações nas quais não é o centro das atenções, sua interação com os demais é muitas vezes caracterizada por comportamento sexualmente inadequado ou provocativo e costuma exibir mudanças rápidas de expressão superficial de suas emoções. Tais pacientes usam reiteradamente a aparência física para atrair a atenção para si, também apresentam um estilo de discurso que é excessivamente impressionista e carente de detalhes, além de mostrar autodramatização, teatralidade e expressões exageradas das emoções. Costumam ser sugestionáveis e consideram as relações pessoais mais íntimas do que na realidade são. Sua prevalência é de 2% a 3% na população geral e de 10% a 15% em pacientes psiquiátricos, parecendo ser mais frequente em mulheres. Pacientes com transtorno de personalidade histriônica apresentam maior risco para depressão, transtorno de somatização e conversivo. Algumas perguntas para identificar o perfil da personalidade histriônica: ● Observar se o paciente é teatral, dramático ou sedutor, gosta de chamar atenção e pode se vestir de forma excêntrica, com calças apertadas, decotes provocativos, saias curtas, etc; ● Quando você sente uma emoção, gosta de manter esse sentimento para si mesmo oua expressa?; ● Você se impressiona muito com as coisas, por exemplo, com um filme, uma história, uma notícia? ● Quando falam uma coisa para você sugerindo algo, isso fica intensamente na sua cabeça? ● Gosta que prestem atenção em você? Aprecia estar no centro das atenções? Por fim, a respeito do transtorno de personalidade Borderline (ou limítrofe) é caracterizado pela instabilidade e imprevisibilidade, sendo um padrão abrangente de instabilidade dos relacionamentos interpessoais, da auto-imagem e dos afetos, bem como acentuada impulsividade, a qual começa no início da idade adulta e está presente em diversos contextos. Esses pacientes apresentam intensa instabilidade emocional, sentimentos crônicos de vazios e relacionamentos pessoais intensos, porém muito instáveis, oscilando em curtos períodos de uma grande paixão ou amizade para ódio e rancor profundos. Eles costumam realizar esforços excessivos para evitar abandonos e frequentemente possuem sérias dificuldades e instabilidades com relação à auto-imagem, aos objetivos e às preferências pessoais (inclusive a sexual). São comuns atos repetitivos de auto-lesão, envolvendo-se em situações perigosas como dirigir embriagado e velozmente, intoxicar-se com substâncias,etc, sendo comuns atos suicidas repetitivos. Esses indivíduos apresentam tendência a sabotarem a si mesmos quando perto de realizarem algum objetivo, junto com um sentimento de maior segurança com objetos não humanos, como cachorros e objetos inanimados, do que em relacionamentos interpessoais. Sua prevalência é de 2% na população geral, 10% em pacientes ambulatoriais, 20% em pacientes internados e 30 a 60% entre pacientes com transtorno de personalidade. 75% dos casos são em indivíduos do sexo feminino. Se relaciona com experiências traumáticas precoces e com história de abuso físico, emocional ou sexual, sendo seu modelo etiológico trauma na infância, personalidade vulnerável e eventos desencadeantes. Pacientes com transtorno de personalidade Borderline também apresentam maior risco para depressão, transtornos por uso de substâncias psicoativas, transtornos alimentares, TEPT e TDAH. Esses pacientes costumam ser descritos como “difícil” ou “aquele que não melhora”, sendo que 70 a 75% têm comportamento auto-agressivo, além de possuírem padrão de instabilidade crônica no início da idade adulta, com episódios sérios de descontrole afetivo e de impulsos.Tendem alcançar maior estabilidade em seu funcionamento e nas suas relações por volta dos 40 a 50 anos. Seus aspectos clínicos podem ser descritos em três núcleos sintomáticos: 1. Sintomas afetivos → Depressão, raiva e hostilidade; 2. Distorções perceptuais e cognitivas, como delírio de referência, paranóide, ilusões e fenômenos dissociativos; 3. Comportamentos agressivos e impulsivos, com automutilação, agressão física e/ou verbal, comportamento suicida, uso de substâncias psicoativas e promiscuidade. Algumas perguntas para identificar o perfil da personalidade Borderline: ● As pessoas decepcionam você com certa frequência? ● Quando algo deu ou dá errado na sua vida, como você fica? ● Você já fez coisas para se ferir, ou que puseram em risco a sua vida? Você se machuca ou se ataca com frequência? Já tentou suicídio? ● Você é uma pessoa mal-humorada? Tem sentimentos de vazio? Com que frequência? ● Quando alguém o abandona ou rejeita, como você se sente e como reage? ● O que você faz quando fica bravo? É uma pessoa explosiva, impulsiva? ● Seus relacionamentos tendem a ser calmos e estáveis ou tempestuosos e instáveis, com muitos altos e baixos? Tente descrever seus relacionamentos no passado e nos últimos tempos.
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