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Amígdalas em Ansiedade; Indicação de Psicofarmacos para Ansiedade

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Atividades da Aula 10
Aluna: Gabriela Teixeira.
1. Leia atentamente as lâminas que descrevem o processo neurofisiológico de desencadeamento da
ansiedade. Baseado na leitura das lâminas, bem como em outras leituras que você realizou,
apresente sua compreensão do papel da amígdala na gênese dos transtornos de ansiedade.
A ansiedade não é o resultado da atividade de uma única estrutura cerebral. Na
verdade, é o resultado de uma complexa interação entre várias regiões cerebrais diferentes,
sendo a amígdala cerebral quem orquestra o controle dessas correlações.
A amígdala é um núcleo cerebral com formato de amêndoa localizado próximo ao
hipocampo que apresenta conexões anatômicas importantes, o que a torna capaz de
integrar as informações sensoriais e cognitivas e, em seguida, determinar se haverá ou não
resposta de medo. A amígdala e o hipotálamo medial podem funcionar como uma espécie
de interface, comutando os estímulos para os substratos neurais apropriados para
elaboração das respostas defensivas condicionadas ou incondicionadas. Todavia, o medo
não é apenas um sentimento, visto que a resposta de medo também pode envolver
respostas motoras, endócrinas e fisiológicas.
Alguns relatos da literatura apontam a amígdala como estrutura de interface entre as
sensações e as emoções. Nela é avaliado o nível de ameaça representado pelos sinais de
perigo.
O hipotálamo possui um papel central em orquestrar uma resposta humoral,
visceromotora e somático-motora apropriada. Esta resposta é regulada pelo eixo
hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA). O hormônio cortisol, é liberado pela glândula adrenal em
resposta a um aumento nos níveis sanguíneos do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH),
liberado pela hipófise anterior devido ao estímulo do hormônio liberador de corticotrofina
(CRH) do hipotálamo. Os neurônios hipotalâmicos que secretam CRH são regulados pela
amígdala e pelo hipocampo. Quando o núcleo central da amígdala é ativado, interfere no
eixo HPA e a resposta ao estresse é emitida, sendo que a ativação inapropriada tem sido
relacionada com os transtornos de ansiedade.
A noradrenalina é um neurotransmissor com estimulação reguladora importante para
a amígdala. A estimulação noradrenérgica excessiva pode desencadear vários sintomas
nucleares de ansiedade e medo, como pesadelos, estados de hiperexcitação, flashbacks,
assim como sintomas físicos de hiperestimulação autonômica como: taquicardia, falta de ar,
formigamentos, ondas de frio e calor, sudorese e desconforto torácico.
Ademais, sabemos que a amígdala cerebral humana é capaz de extrair informações
de maneira extremamente rápida sobre o que nos cerca, detectando riscos e ameaças (sem
que esses sejam, necessariamente, reais). Assim, a sensação de medo acaba sendo
ativada, favorecendo as reações de luta ou fuga. Posteriormente, essa sensação de medo e
alerta também chega ao córtex cingulado anterior dorsal (localizado no lobo frontal),
fazendo com que a sensação de medo seja amplificada e ocorra um bloqueio dos
pensamentos mais racionais, visto que quem domina o cérebro nesse momento é a emoção
e a angústia, e não a razão.
2. Elabore um texto apresentando os princípios gerais para indicação de benzodiazepínicos, ISRS e
Alfa-2-delta-ligandos no tratamento dos transtornos de ansiedade.
Os benzodiazepínicos, lançados próximos da década de 60, substituíram ao longo
do tempo os ansiolíticos e hipnóticos mais antigos, como barbitúricos e meprobamato. O
nome “benzodiazepínico” é dado em razão de sua estrutura molecular, que agem nos
receptores benzodiazepínicos, os quais por sua vez modulam a atividade do ácido
gamaaminobutírico (GABA). Por possuírem efeito sedativo ansiolítico rápido, são usados
com maior frequência para tratamento agudo de insônia, ansiedade, agitação ou ansiedade
associada a qualquer tipo de transtorno psiquiátrico. Devido ao risco de dependência
psicológica e física relacionada ao uso prolongado desses agentes, outros fármacos como
ISRS, inibidores da recaptação da serotonina, e norepinefrina (IRSN) atualmente são
usados como tratamentos primários.
A ação ansiolítica dos benzodiazepínicos é decorrente de sua ligação com
receptores próprios (receptores benzodiazepínicos - BZD ou ômega) localizados no
complexo receptor BZD/receptor GABA/canal de cloro, facilitando a ação do GABA e,
consequentemente, a hiperpolarização celular pelo aumento do influxo de Cl-.
Sintomas frequentes encontrados em quadros de abstinência de benzodiazepínicos
são: ansiedade, irritabilidade, insônia, fadiga, cefaleia, abalos ou dores musculares, tremor,
agitação, sudorese, tonturas, dificuldade na concentração, náuseas, perda de apetite,
depressão observável, despersonalização, desrealização, aumento da percepção sensorial,
percepção ou sensação anormal de movimento.
Os benzodiazepínicos ainda são utilizados como tratamentos de primeira linha nos
transtornos de pânico, no transtorno de fobia social e nos transtornos de ansiedade
generalizada.
Em relação aos Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRSs), são os
fármacos que agem na inibição da recaptação pré-sináptica da serotonina, e deste modo
aumentam a disponibilidade da serotonina sináptica. O medo e a ansiedade patológicos
podem ser causados pela superativação de circuitos da amígdala. A amígdala recebe
informações de neurônios serotoninérgicos, que podem ter efeito inibitório em alguma de
suas saídas, causando a superativação. Os agentes serotoninérgicos, como os inibidores
da recaptação da serotonina (ISRS) podem aliviar a ansiedade aprimorando a entrada de
serotonina na amígdala, com melhora dos sintomas.
Os ISRSs são utilizados como tratamento de primeira linha para transtornos de
pânico, transtorno de fobia social, transtorno compulsivo-obsessivo (ISRS é o único fármaco
usado como primeira linha), transtorno do estresse pós-traumático e transtorno de
ansiedade generalizada.
Outra alternativa são os Alfa-2-Delta-Ligandos Gabapentina e Pregabalina, que
modulam a permeabilidade dos canais de cálcio sensíveis à voltagem. São
anticonvulsivantes que parecem ter eficácia para dor e ansiedade crônica. Elas se ligam ao
receptor alfa-2-delta no neurônio pré-sináptico. Agentes que se ligam à subunidade
alfa-2-delta dos canais de cálcio pré-sinápticos N e P/Q sensíveis à tensão podem bloquear
a ativação excessiva de neurônios na amígdala e, assim, reduzir os sintomas de ansiedade.
A gabapentina e a pregabalina podem ser usadas como tratamento de segunda
linha para transtornos do pânico, transtorno de fobia social, transtorno do estresse
pós-traumático e transtorno de ansiedade generalizada.

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