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Atividade da aula 14 Aluna: Gabriela Teixeira da Silveira Apresente uma síntese dos aspectos mais importantes na prescrição de lítio, ácido valpróico, lamotrigina e risperidona na farmacoterapia do transtorno bipolar. A base do tratamento do transtorno bipolar se faz com a utilização de medicamentos que regulam ou ajustam o humor do paciente, a fim de lhe fornecer estabilidade, evitando grandes oscilações. Porém, por se tratar de um transtorno crônico, o tratamento farmacológico acaba por ser mais dificultado, devido ao fato de que este paciente terá que utilizar os medicamentos por períodos muito longos ou ao longo de toda sua vida. Logo, a adesão do paciente é de fundamental importância. A escolha do fármaco pode ser difícil, pois todos os fármacos possuem efeitos adversos significantes, interações medicamentosas são comuns e nenhum fármaco é totalmente eficaz. A seleção deve se basear no que foi eficaz e bem tolerado anteriormente para determinado paciente ou se baseando em sua história médica pregressa e na gravidade dos sintomas. 1. Lítio: Dois terços dos pacientes com transtorno bipolar não complicado respondem ao lítio, que atenua as mudanças de humor bipolares, mas não tem efeito no humor normal. O carbonato de lítio é iniciado com 300 mg VO 2 ou 3x por dia e aumentado, com base nos níveis sanguíneos de equilíbrio e na tolerância do paciente, até níveis de 0,8 a 1,2 mEq/L. Os níveis devem ser determinados após 5 dias de uma dose estável e 12 h após a última dose. Além disso, os níveis sanguíneos de lítio devem ser medidos a cada 6 meses e toda vez que a dose for modificada. Adolescentes precisam de doses mais altas de lítio, ao passo que pacientes idosos precisam de doses mais baixas. O lítio pode causar sedação e comprometimento cognitivo direta ou indiretamente e frequentemente agrava acne e psoríase. Os efeitos adversos agudos e leves mais comuns são tremores finos, fasciculação, náuseas, diarreia, poliúria, sede, polidipsia e ganho de peso. Os efeitos adversos a longo prazo do lítio incluem hipotireoidismo e lesões renais. A toxicidade aguda do lítio se manifesta inicialmente por tremor grosseiro, aumento dos reflexos tendíneos profundos, cefaleia persistente, vômitos e confusão, podendo progredir para estupor, convulsões e arritmias. 2. Ácido Valpróico: Os anticonvulsivantes que atuam como estabilizadores do humor, sobretudo valproato e carbamazepina, são frequentemente usados para tratar mania aguda e estados mistos (mania e depressão). Para o valproato, é dada uma dose de ataque de 20 a 30 mg/kg, então 250 a 500 mg VO 3x ao dia. Efeitos adversos incluem náuseas, cefaléia, sedação, tontura e ganho de peso. Efeitos graves raros compreendem hepatotoxicidade e pancreatite. 3. Lamotrigina: Eficaz para ciclagem de humor e depressão. A lamotrigina é iniciada com 25 mg VO uma vez ao dia por 2 semanas, então, 50 mg VO uma vez ao dia por 2 semanas, então, 100 mg/dia por 1 semana e, então, pode ser aumentada em 50 mg a cada semana conforme necessário até 200 mg uma vez ao dia. A dosagem é menor para pacientes tomando valproato e maior para pacientes tomando carbamazepina. Pode provocar exantema e, raramente, a síndrome de Stevens-Johnson potencialmente fatal, sobretudo se a dose for elevada mais rápido do que o recomendado. Enquanto tomarem a lamotrigina, os pacientes devem ser orientados a relatar qualquer nova exantema, urticárias, febre, edemas de glândulas, dores na boca e nos olhos e edema nos lábios ou na língua. 4. Risperidona A risperidona é um antipsicótico atípico indicado para o tratamento de mania aguda ou episódios mistos associados com transtorno bipolar. É um potente bloqueador da ação do neurotransmissor dopamina, através da inibição do funcionamento dos seus receptores. Normalmente é prescrita de 2 a 3 mg VO 2x ao dia. Evidências sugerem que fármacos antipsicóticos podem aumentar os efeitos dos estabilizadores do humor após a fase aguda. Efeitos adversos não imediatos incluem ganho de peso substancial e desenvolvimento de síndrome metabólica (abrangendo ganho de peso, excesso de gordura abdominal, resistência à insulina e dislipidemia). Para pacientes psicóticos extremamente hiperativos com baixa ingestão de líquidos e alimentos, um antipsicótico administrado por via intramuscular com cuidados de suporte em acréscimo ao lítio ou um anticonvulsivante pode ser apropriado. Referências: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transto rnos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-do-transtorno-bipolar. Acesso em: 22/06/2021. LACERDA, Acioly LT. O papel dos antipsicóticos atípicos no tratamento do transtorno bipolar: revisão da literatura. Rev Bras Psiquiatr 2002; 24 (1): 34 - 43. DENTINI, Dafni. Farmacoterapia do transtorno bipolar. III Simpósio de Assistência Farmacêutica. 2015.
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