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Parto e puerpério

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Semiologia | Ana Beatriz Rodrigues e Gleysla Silva 
 
 1 
 
Parto e puerpério 
 
PARTO 
O parto retrata o nascimento da criança, 
finalizando o período de gestação. O parto pode 
ser normal ou cesariana, ocorrendo intervenção 
cirúrgica nesse último caso. 
 
FASES CLÍNICAS DO PARTO 
O parto é caracterizado por contrações das 
fibras miometriais, cujas principais funções são 
a dilatação cervical e a expulsão do feto através 
do canal de parto. Essas contrações são 
dolorosas, porém, antes do seu início, o útero 
sofre modificações fisiológicas e bioquímicas 
locais concomitantes ao aumento da frequência 
de contrações indolores (contrações de Braxton 
Hicks), até que o verdadeiro trabalho de parto 
seja deflagrado. O processo fisiológico que 
regula tais modificações não possui um marco 
bem definido como as fases clínicas do parto, 
contudo, pode ser dividido em quatro etapas: 
 
A QUIESCÊNCIA (FASE 1) é caracterizada por 
relativa ausência de resposta a agentes que 
determinam a contratilidade uterina. Ela se inicia 
com a implantação do zigoto e perdura por 
quase toda a gestação. Apesar de algumas 
poucas contrações serem observadas nesse 
período, elas não modificam a estrutura cervical 
nem causam dilatação do colo uterino. 
 
A ATIVAÇÃO (FASE 2) prepara o útero e o 
canal cervical para o trabalho de parto e dura 
aproximadamente 6 a 8 semanas. Esta 
preparação determina algumas modificações 
cervicais e caracteriza-se pela descida do fundo 
uterino. 
 
Esse processo é seguido pela ESTIMULAÇÃO 
(FASE 3), que pode ser clinicamente dividida 
em três períodos (dilatação, expulsão e 
dequitação) e cujo fenômeno mais importante 
são as contrações uterinas efetivas. 
 
Por fim, a INVOLUÇÃO (FASE 4) destaca-se 
pelo retorno ao estado pré-gravídico 
(puerpério). Seu início ocorre após a dequitação 
e é caracterizado por uma contração persistente 
que promove a involução uterina. 
 
TRABALHO DE PARTO 
O trabalho de parto compreende os vários 
processos que ocorrem no corpo da mulher 
levando à dilatação do colo do útero e à 
expulsão do bebê para o meio externo. Inicia-se 
com contrações uterinas que, com o tempo, 
tornam-se mais frequentes e dolorosas. Essas 
contrações, responsáveis pela expulsão do 
bebê e da placenta, ocorrem, principalmente, 
em virtude da ação do hormônio ocitocina. 
 
DILATAÇÃO (fase 3 – estimulação) 
A fase de dilatação, ou primeiro período, inicia-
se com as primeiras contrações dolorosas, cuja 
principal ação é a modificação da cérvix. Assim, 
esse período começa com as primeiras 
modificações cervicais e termina com a 
dilatação completa do colo uterino (10 cm) de 
modo a permitir a passagem fetal. Essas 
modificações abrangem dois fenômenos 
distintos: o esvaecimento cervical e a dilatação. 
 
O esvaecimento e a dilatação cervical são 
fenômenos distintos. Nas primíparas, ocorrem 
nessa ordem, sucessivamente: primeiro o 
esvaecimento, de cima para baixo, e depois a 
dilatação do orifício externo; já nas multíparas, 
são simultâneos. 
 
O esvaecimento ou apagamento do canal 
cervical consiste na incorporação do colo à 
cavidade uterina, terminando com a formação 
de um degrau ao centro da abóbada cervical. 
 
https://www.biologianet.com/anatomia-fisiologia-animal/sistema-reprodutor-feminino.htm
Semiologia | Ana Beatriz Rodrigues e Gleysla Silva 
 
 2 
Também é comum separar o padrão de 
dilatação em fase latente (preparação) e fase 
ativa (dilatação) – esta última contém as fases 
de aceleração, de dilatação rápida e de 
desaceleração. 
 
FASE LATENTE 
Caracterizada por contrações uterinas regulares 
e perceptíveis, mas pouco dolorosas, 
responsáveis pela dilatação de 3 a 5cm. Caso 
essa fase estenda-se por mais de 20 horas 
(primíparas) ou 14 horas (multípara), diz-se que 
houve prolongamento anormal das contrações. 
 
FASE ATIVA 
A partir desse momento, as contrações tornam-
se dolorosas, pois a frequência e intensidade 
aumentam progressivamente no intuito de 
promover a rápida dilatação do colo uterino. 
Costuma durar de 2,4 a 5,2 horas em multíparas 
e de 4,6 a 11,7 horas em primíparas. 
 
SITUAÇÃO FETAL 
Consiste na relação entre o maior eixo da mãe 
e do feto 
 
 
Longitudinal: bebe na vertical do abdome. 
Coincidem os eixos fetal e materno. É a maioria 
das vezes. (maior eixo da mãe = maior eixo do 
feto). 
 
Transversa: bebe na horizontal do abdome. 
Eixos ficam perpendiculares um ao outro (maior 
eixo da mãe ≠ maior eixo do feto). Indicação de 
cesárea. 
 
Oblíqua: quando o bebe está girando. Eixos 
estão cruzados (muito rara e costuma ser 
transitória). 
 
POSIÇÃO FETAL 
Posição é a relação do dorso fetal com o 
abdome da mãe (lado direito ou esquerdo 
materno). É importante saber para poder 
encontrar o dorso fetal e fazer a ausculta do 
batimento cardíaco fetal. Dificilmente essa 
região fetal localizar-se para frente ou para trás, 
devido a lordose lombar materna. Sempre em 
relação ao corpo materno. 
 
 
Posição esquerda ou 1ª posição: quando o 
dorso do feto se encontra voltado para o lado 
esquerdo materno. Posição direita ou 2ª 
posição: quando o dorso fetal se orienta para o 
lado direito materno. 
APRESENTAÇÃO FETAL 
Refere-se a como o feto se apresenta na pelve 
da mãe. Determinação do polo fetal que se 
apresenta no estreito superior da pelve 
feminina. 
 
A apresentação só é definitiva no penúltimo ou 
até mesmo no último mês da gestação, período 
em que o volume fetal oferece dificuldade à 
passagem por meio da bacia. 
 
Existem 3 posições de apresentação fetal, 2 
quando o feto está na situação longitudinal 
(cefálica e pélvica) e 1 quando ele está na 
situação transversa (córmica) 
 
 
Semiologia | Ana Beatriz Rodrigues e Gleysla Silva 
 
 3 
• Cefálica – longitudinal: se apresenta 
com a cabeça; 
• Pélvica – longitudinal: se apresentam 
com as pernas; 
• Córmica (ou de ombros) – transversal: se 
apresenta de ombro 
 
MANOBRA DE LEOPOLD 
Por meio da manobra é possível determinar a 
posição do feto no abdome gravídico (estática 
fetal) através da palpação. 
1. Situação: palpar o fundo do útero e 
verificar se há parte fetal – se for possível 
sentir parte fetal, quer dizer que o feto 
está na posição longitudinal; se não for 
possível sentir parte fetal, quer dizer que 
o feto está na posição transversa. ➔ 
Delimitação fundo uterino 
 
2. Posição: palpar a lateral do abdome 
materno, para determinar onde está o 
dorso fetal, identificar o local para 
auscultar os batimentos fetais ➔ 
Determinação do dorso fetal 
 
3. Apresentação: colocar a mão em C nas 
duas regiões inguinais da mãe e vai 
apertar para verificar a apresentação 
fetal – deve identificar se é um bumbum 
ou uma cabeça, se o feto está alto, se 
está móvel, se está encaixado, etc ➔ 
Mobilidade 
 
4. Insinuação: se o bebe está encaixado na 
bacia materna. Na reta final da gravidez, 
o bebe encaixa na bacia (deixa de ser 
móvel), sendo possível tocar a cabeça do 
feto ao toque vaginal. ➔ Determina o 
grau de penetração da apresentação 
 
 
TEMPOS DO PARTO 
São divididos didaticamente em seis tempos. 
 
PRIMEIRO TEMPO | INSINUAÇÃO 
Consiste na passagem pelo estreito superior da 
bacia do maior diâmetro da apresentação. A 
insinuação ocorre de maneira diversa entre 
nulíparas e multíparas. Nas nulíparas, a 
insinuação ocorre 15 dias antes do parto e 
quando este se inicia, em 90% dos casos a 
insinuação está completa, enquanto entre as 
multíparas, frequentemente a cabeça 
permanece alta e móvel e só desce quando 
ocorre a dilatação total do colo. 
 
A insinuação completa-se quando o ápice da 
cabeça atinge ou ultrapassa o plano das 
espinhas ciáticas, denominadas plano zero de 
De Lee. 
Semiologia | Ana Beatriz Rodrigues e Gleysla Silva 
 
 4 
SEGUNDO E TERCEIRO TEMPO | DESCIDA 
E ROTAÇÃO INTERNA 
É o avanço da apresentação do estreito superior 
ao estreito inferior da bacia. Realiza-se 
simultaneamente com a rotação interna, ou seja, 
o feto é impulsionado e roda a cabeça de modo 
a colocar a linha de orientação (sutura sagital)no sentido anteroposterior da pelve e colocar o 
ponto de referência fetal de encontro ao 
subpube. Assim, nas occipitoanteriores, a 
rotação é de 45o; nas occipitotransversas, de 
90o; e nas occipitoposteriores, de 135o. 
 
Nas apresentações cefálicas, o desprendimento 
cefálico normalmente será em occipitopúbico 
(OP), embora seja possível rodar para posterior, 
constituindo o desprendimento em 
occipitossacro (OS), condição que dificulta o 
desprendimento do polo cefálico. 
 
Para avaliar o grau de decida do polo cefálico, 
utiliza-se o processo de De Lee, que tem como 
plano de partida a linha que passa pelo diâmetro 
biciático, designado como plano zero. Acima 
deste, define-se a cabeça como –1, –2, –3 e 
abaixo, como plano +1, +2, +3, +4 e +5. 
 
QUARTO TEMPO | DESPRENDIMENTO 
CEFÁLICO 
Terminada a rotação externa, a cabeça 
encontra-se no estreito inferior e visível no 
introito vulvar. O desprendimento da cabeça 
ocorre por um movimento de alavanca, fixando 
o suboccipício no subpube (hipomóclio) e pela 
extensão (deflexão) da cabeça, de modo levar à 
retropulsão do cóccix, vencendo a resistência 
dos músculos levantadores do ânus e do 
diafragma urogenital. 
 
QUINTO TEMPO | ROTAÇÃO EXTERNA 
Consiste no retorno do ponto de referência fetal 
para a orientação primitiva, posicionando o 
occipício, no caso das fletidas, na mesma 
posição do dorso. Esquerda na occípito 
esquerda anterior (OEA) e direita na occípito 
direita posterior ODP. Esta informação é 
importante, pois, neste tempo, o parteiro 
costuma ter ação ativa, auxiliando na rotação. É 
evidente que esta deverá ser feita na direção 
correta, evitando torção cervical. Neste mesmo 
tempo, além da rotação cefálica, as espáduas 
posicionam-se no diâmetro anteroposterior, 
ficando a anterior sob a pube e a posterior 
voltada para o sacro. 
 
SEXTO TEMPO | DESPRENDIMENTO 
DO OVOIDE CÓRMICO 
Nesta etapa ocorre o desprendimento das 
espáduas e do polo pélvico. O desprendimento 
inicia-se com o abaixamento da espádua 
anterior, posicionando a inserção braquial do 
músculo deltoide, com liberação da espádua 
posterior por movimento de elevação. A seguir, 
completa-se a liberação das espáduas. 
 
Por meio da apreensão bimanual, tendo a 
cabeça entre as mãos e o tronco fixado 
bilateralmente, efetuam-se movimentos de 
báscula lateral com tração suave, resultando na 
liberação sucessiva do tórax, do abdome e do 
polo pélvico, liberando-se o quadril anterior por 
abaixamento do tronco e o quadril posterior pelo 
seu levantamento. 
 
PUERPÉRIO 
O puerpério é o período de pós-parto que 
abrange desde o dia do nascimento até a volta 
da menstruação da mulher, depois da gravidez, 
o que pode demorar até 45 dias, dependendo 
de como é feita da amamentação. 
 
O puerpério se divide em três etapas: 
• Puerpério imediato: do 1º ao 10º dia do 
pós-parto; 
• Puerpério tardio: do 11º ao 42º dia do 
pós-parto; 
Semiologia | Ana Beatriz Rodrigues e Gleysla Silva 
 
 5 
• Puerpério remoto: a partir do 43º dia do 
pós-parto. 
 
Durante o puerpério a mulher passa por muitas 
alterações hormonais, físicas e emocionais. 
Neste período é normal o aparecimento de um 
tipo de "menstruação", que é na verdade um 
sangramento normal causado pelo parto, 
chamado de lóquios, que se inicia de forma 
abundante, mas que vai diminuindo pouco a 
pouco.

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