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RESUMO ANTIGO TESTAMENTO

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Teologia para todos 
 
 
Panorama do 
Antigo Testamento
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
2 
 
 AULA 01 - INTRODUÇÃO 
 
Durante este curso faremos um rápido panorama do antigo testamento da bíblia 
sagrada, estudaremos um pouco sobre a história de Israel como o plano de Deus 
para redimir a humanidade, a importância dos livros poéticos assim como a 
importância dos profetas e o conteúdo de suas mensagens. 
Mas, para compreendermos melhor o Antigo Testamento, antes precisamos 
entender como podemos conhecer à Deus e como o antigo testamento foi escrito 
e organizado da maneira em que temos hoje. 
Nesta aula, veremos como o Antigo Testamento foi escrito, preservado e se ele 
é digno de confiança como texto histórico. 
 
 
O DEUS QUE SE REVELA 
 
Como podemos conhecer a Deus? Isso é possível? Para muitos nos dias de hoje 
Deus é apenas uma invenção do ser humano para tentar explicar as coisas 
inexplicáveis do mundo. Neste sentido, Deus seria apenas o resultado de nosso 
cognitivo limitado que tentamos preencher com o sobrenatural. É certo que não 
podemos colocar Deus dentro de uma caixa e afirmar: “Deus é isso ou aquilo”. 
Só é possível conhece-lo porque ele se deixa ser conhecido através de sua auto- 
revelação. 
Deus escolheu se mostrar para sua criação; é o que chamamos de Revelação. 
Ele em seu grande amor optou por se fazer conhecido e tornou isso possível por 
intermédio de sua auto-revelação na natureza e na história. 
Não é possível colocar Deus em uma gaiola e dizer que sabemos tudo sobre Ele, 
nós apenas conhecemos aquilo que Ele escolheu se mostrar; não sabemos o 
quanto Deus se revelou e possivelmente grande parte ainda continua sendo um 
mistério. 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
3 
Em um sentido mais elaborado, o conceito de “revelação” não significa mera 
transmissão de um conjunto de conhecimentos, mas sim a manifestação pessoal 
de Deus na história. Deus tomou a iniciativa por intermédio de um processo de 
auto-revelação, que atinge seu ápice e plenitude na história de Jesus de Nazaré. 
sua glória. 
 
O ANTIGO TESTAMENTO É DIGNO DE CONFIANÇA? 
 
Muitos nos dias de hoje insistem em dizer que o antigo testamento não 
aconteceu de verdade, que é apenas um livro de mitos e fábulas e que não pode 
ser levado a sério como um livro que conte a verdadeira história de Deus se 
revelando a sua criação. Nesta seção apresentaremos algumas evidencias 
literárias e arqueológicas que nos mostram que o antigo testamento pode sim 
ser considerado um livro histórico de confiança. 
Ausência de embelezamento. 
 
O Antigo estamento não tem medo de mostrar todos os problemas de suas 
personagens, não esconde nenhum pecado ou coisas ruins e vergonhosas que 
o povo de Deus fez. Nas tradições antigas não se registravam em escritos as 
ações vergonhosas de um povo, mas isso não acontece no Antigo Testamento, 
uma grande evidencia de que seu conteúdo é verdade. 
Evidências arqueológicas 
 
O propósito da arqueologia é recuperar a 
cultura material dos povos da antiguidade 
e, assim, tentar reconstruir sua história e 
seu estilo de vida. Para atingir esse 
objetivo é necessário o trabalho conjunto 
de um grande número de especialistas. 
Os objetos mais comuns encontrados na 
arqueologia do Oriente Médio são 
pedaços de cerâmica. 
A principal contribuição da arqueologia para o estudo da bíblia é o 
esclarecimento que oferece sobre o cotidiano dos tempos bíblicos como política, 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
4 
costumes e práticas dos povos antigos. A arqueologia também nos ajuda a 
confirmar a autenticidade de nomes, lugares e acontecimentos registrados na 
bíblia. Deve-se, porém, reconhecer que, na maioria dos casos, a arqueologia é 
incapaz de fazer tal confirmação e, às vezes, pode até dificultar a tarefa do 
apologeta. A arqueologia é capaz de oferecer fatos (ex: Senaqueribe realmente 
foi rei na época de Ezequias e atacou Jerusalém), mas, frequentemente, o 
dignificado dos dados arqueológicos depende de interpretação pessoal. 
A arqueologia pode ajudar muito no estudo da bíblia, porém deve-se tomar muito 
cuidado pois ela é limitada. 
è Apenas uma fração das evidências arqueológicas subsiste no solo 
è Apenas uma fração dos possíveis sítios arqueológicos foi detectada. 
è Apenas uma fração dos sítios arqueológicos detectados foi escavada 
è Apenas uma fração do que foi escavado foi completamente examinado e 
publicada 
è Apenas uma fração do que foi examinado e publicado contribui para a 
pesquisa bíblica. 
Para os autores da bíblia, a história é o instrumento teológico pelo qual Deus se 
revela. A Arqueologia pode autenticar a história, mas não a teologia, e do ponto 
de vista bíblico, a história sem a teologia não tem sentido. 
O que a arqueologia fez pela bíblia: 
 
è Confirmou a veracidade de personagens bíblicos 
è Confirmou a existência de lugares mencionados na bíblia 
è Confirmou relatos extra bíblicos de acontecimentos históricos. 
è Alguns exemplos arqueológicos: 
o TÁBUAS DE MARI 
§ Escritos em 1800 a.C 
§ Encontrados no Vale do Eufrates (Iraque) 
§ Menciona as cidades de Harã e Naor (Gn 24.10; 28.10) 
§ Menciona Arioque (Gn. 14.1) 
o TÁBUAS DE NUZI 
§ Escritos em 1800 a.C 
§ Menciona costumes específicos da época de Abraão, 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
5 
exatamente como Moisés relatou 500 anos mais tarde. 
§ Fala de contratos, casamentos, leis, etc. 
o TÁBUAS DE EBLA 
§ Escritas em 2300 a.C. 
§ Encontrados no sítio Markdith (Síria) 
§ Mencionam a rota comercial: Sodoma, Gomorra, Adamá, 
Zeboim e Zoar (Gn.14.8) 
§ Mencionam os hititas. 
o PRISMA DE TAYLOR 
§ Escrito em cuneiforme em 800 a.C 
§ Menciona Senaqueribe (2a Reis 19) 
§ Menciona Taharca – o grande rei cuxita. 
§ As crônicas Babilônicas dizem que quando Senaqueribe 
voltou para casa, seus dois filhos se levantaram e o 
mataram. 
è A inspiração Divina 
o Existem centenas de evidências que mostram a autoridade do 
Antigo Testamento, mas a principal delas é a nossa fé, a fé de que 
foi o próprio Deus quem inspirou e direcionou todas as coisas para 
que o Antigo Testamento fosse preservado sobrenaturalmente. 
 
Agora que entendemos um pouco de como podemos conhecer a Deus, 
estuaremos como o Antigo testamento foi escrito e compilado da maneira 
que o conhecemos hoje. 
A FORMAÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO 
 
Na criação do homem a 
escrita ainda não havia sido 
desenvolvida, as histórias 
dos feitos de Deus foram 
sendo transmitidas por 
tradição oral durante séculos, 
sendo preservadas 
sobrenaturalmente por Deus. 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
6 
De acordo com a história geral a escrita começou a ser desenvolvida em torno 
de 3.500 anos a.C e foi nos tempos de Moisés que o povo hebreu começou a 
registrar os feitos de Deus em palavras escrita. 
O Antigo Testamento foi escrito em Hebraico em sua maior parte e alguns 
trechos em aramaico. O hebraico é uma língua em que a mensagem é mais 
sentida que meramente pensada. A língua hebraica é expressada mediante 
metáforas vividas e audaciosas, capazes de desafiar e dramatizar a narrativa 
dos acontecimentos, sendo por isso denominada de língua pictórica. Outra 
característica da língua hebraica é o fato de ser pessoal, apelando diretamente 
ao coração e às emoções, e não apenas à mente e à razão. 
O AT foi composto durante o período de mil anos que se estenderam de meados 
do segundo a meados do primeiro milênio a.C. Embora o NT considere Deus o 
autor do AT pela inspiração do Espirito Santo, pelo menos quarenta autores 
diferentes foram identificados. Entre os escribas antigos estão personalidades 
bíblicas bem conhecidas: Moisés, Davi e Salomão. Autores menos conhecidosincluem hebreias como Débora e Miriã e gentios como Agur e Lemuel. O AT 
contem cinco gêneros ou tipos literários: Lei, narrativa histórica, poesia, 
sabedoria e profecia. 
Os materiais que eram utilizados para a escrita naquele tempo eram: tabuinhas, 
velino, pergaminho, couro e papiro. Outros materiais também utilizados para a 
escrita eram o metal (Ex. 28:36), a cera (Is. 8:1), as pedras preciosas (Ex. 39:6- 
4), os cacos de louça ou ostracos (Jó 2:8). 
Durante a história do povo de Israel, homens inspirados pelo Espirito Santo 
registraram as palavras de Deus em forma escrita, que mais tarde seria 
organizado no Antigo Testamento como conhecemos. 
A formação do Cânon 
 
O termo “cânon” é derivado da palavra grega kanõn, que quer dizer “vara reta, 
beira reta, régua”. São os livros que foram considerados inspirado por Deus e 
que formaram a bíblia. Nas escrituras hebraicas há 39 livros que os judeus 
aceitam como canônicos. São os mesmos que foram aceitos pela igreja 
apostólica, e pelas Igrejas Protestantes desde os dias da Reforma. Mas logo vem 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
7 
a pergunta: Que é que torna canônico um livro da Escrituras? Quando é que o 
povo de Deus na antiguidade considerou ou aceitou os vários livros que compões 
o Antigo Testamento como sendo Canônicos? 
 
O processo de formação do cânon foi longo e provavelmente deu-se em fases: 
 
è Fase 1: Pronunciamentos detentores de autoridade. 
è Fase 2: Documentos formais escritos 
è Fase 3: Coleção de documentos escritos 
è Fase 4: Coleção de documentos escritos e fixação do cânon 
 
 
Até os dias de Neemias quase todos os livros do Antigo testamento já eram 
reconhecidos como palavra de Deus. 
É importante falarmos sobre a septuaginta, que foi a primeira tradução do Antigo 
testamento para o Grego por volta 250 a.C., nesta tradução foram acrescentados 
alguns livros que não eram reconhecidos pelos Judeus como canônicos, alguns 
destes eram: Baruc, Tobias, Judite, o 1o. e o 2o. livro dos Macabeus, o 
Eclesiático e o livro da Sabedoria. Para os Judeus e os protestantes estes são 
considerados os livros apócrifos, apresentam valor religioso e até mesmo 
histórico, mas não possuem autoridade canônica. 
Foi depois da reforma protestante, no Concílio de Trento em 1546, após grande 
discussão e polêmica que alguns destes livros foram aceitos como canônicos e 
passou a fazer parte da bíblia católica. 
É importante entender que o cânon hebraico foi estabelecido ou fixado 
pela liderança religiosa da comunidade hebraica. Concílios rabínicos e 
eclesiásticos não determinaram o Cânon, apenas confirmaram ou 
aprovaram a coleção de livros divinamente inspirados e detentores de 
autoridade já reconhecida por “Palavra do Senhor” na comunidade 
religiosa. 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
8 
PROFETAS MENORES 
Oséias 
Joel 
Amós 
Obadias 
Jonas 
Miquéias 
Naum 
Habacuque 
Sofonias 
Ageu 
Zacarias 
Malaquias 
HISTÓRICOS 
Josué 
Juízes 
Rute 
1 Samuel 
2 Samuel 
1 Reis 
2 Reis 
1 Crônicas 
2 Crônicas 
Esdras 
Neemias 
Ester 
A ORGANIZAÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO 
 
Nossa bíblia não está organizada em ordem cronológica, ou seja, não está 
compilada como uma linha do tempo onde cada livro é uma sequência do 
anterior. A palavra bíblia significa biblioteca, e assim como em uma biblioteca, 
os livros do Antigo Testamento estão organizados por temas, cada um em sua 
categoria. Por isso é tão importante entendermos como eles estão organizados. 
A princípio, na bíblia hebraica os livros foram organizados em apenas três 
categorias: A torá (ou pentateuco) que são os 5 primeiros livros da bíblia, Os 
profetas e Os Escritos. 
Em nossa bíblia o Antigo testamento está organizado em 5 categorias: 
Pentateuco, Históricos, Poéticos, Profetas Maiores e Profetas Menores. Para 
facilitar a visualização da estrutura do AT vamos usar gráfico que chamaremos 
de “Arco do AT” 
 
PENTATEUCO 
Gênesis 
Êxodo 
Levítico 
Números 
Deuteronômio 
POÉTICOS 
Jó 
Salmos 
Provérbios 
Eclesiastes 
Cântico dos Cânticos 
PROFETAS MAIORES 
Isaías 
Jeremias 
Lamentações 
Ezequiel 
Daniel 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
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POR QUE ESTUDAR O ANTIGO TESTAMENTO? 
 
“A ação inspiradora de Deus no Antigo Testamento era como um filete de 
pólvora, cuja a cor era igual à cor da terra. Antes, já se sabia da sua existência 
e do seu destino, mas não se conhecia ainda seu traçado preciso nem o 
conteúdo concreto desse traçado. Esse filete estava sendo conduzido por Deus 
até chegar ao fogo. No momento em que cristo chega, ressuscita e comunica o 
Espírito, o fogo se acende e se estende à pólvora, iluminando, de repente, o seu 
traçado invisível. ” (Carlos Mesters) 
Apenas conhecendo o antigo testamento é que podemos ter um pleno 
conhecimento da identidade e da mensagem de Cristo. É impossível falar de 
salvação ou plano de redenção sem entender toda história do povo de Israel e 
como Deus foi preparando tudo para a vinda do messias. 
 
 
Você já parou para pensar como é maravilhoso ter um Deus que escolheu 
se revelar para nós? Diante de toda a criação ele optou por se mostrar por 
meio de um relacionamento pessoal. 
É possível conhecer a Deus pessoalmente! Tenha um tempo de oração e 
comece a buscar por esse relacionamento pessoal com o Deus criador de 
todas as coisas e que nos ama om um amor incondicional. 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
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COMO LER O ANTIGO TESTAMENTO 
 
Estudar o AT é uma tarefa incrível, mas também exige disciplina. A preparação 
adequada pode ajudar o aluno a colher bons frutos. O Deus soberano, que criou 
o universo, que controla a história e que realizará seu plano no tempo devido, 
decidiu manifestar-se. Em si mesmo isto é um ato de graça, e devemo-nos sentir 
estimulados a ouvi-lo. No entanto, o ato de ouvir pode ser prejudicado por muitos 
fatores. Em primeiro lugar, a revelação de Deus não foi feita na língua 
portuguesa ou no âmbito da cultura ocidental. Consequentemente, precisamos 
esforçar-nos para receber a mensagem com clareza. Quanto mais o aluno 
conhece a cultura do Antigo Oriente Médio, especificamente a de Israel no 
período do AT, mais barreiras ele pode eliminar e mais fácil será de entender a 
palavra de Deus. 
Outro fator de dificuldade é que mesmo ao ouvirmos, somos seletivos em relação 
ao que ouvimos. Além disso, tentamos conformar a mensagem ao que 
desejamos ouvir. A solução é permitir que a Bíblia fale por si. Todos temos 
pressupostos acerca da Bíblia. Eles devem ser constantemente avaliados e 
refinados para não distorcer seus ensinamentos. Os objetivos dos autores 
bíblicos não devem ser subordinados aos nossos por mais dignos que sejam. Há 
muitas lições valiosas a serem aprendidas com o AT, mas nem todas são lições 
que o AT tenta ensinar. Se o aluno deseja colher ensinamentos fundamentados 
na autoria do texto, deve aprender a discernir o que o texto 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
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ensina em vez de lhe sobrepor as ideias. Quando o leitor permite que a Bíblia 
fale do próprio ponto de vista e com seus propósitos, ele pode estar mais aberto 
para aprender o que ela pretende ensinar. 
É claro que Deus pode falar conosco e se revelar com uma leitura superficial das 
escrituras, quem somos nós para dizer como Deus vai agir? Mas o estudo 
aprofundado pode render resultados ainda maiores, porém é acompanhado de 
maior dificuldade. 
Aspectos da interpretação bíblica 
 
Um dos principais princípios da interpretação já foi citado: devemos permitir que 
a Bíblia fale por si só. É difícil consegui-lo, pois todo intérprete possui 
pressuposições, isto é, ideias preestabelecidas sobre o que a Bíblia é, o que ela 
diz e como todasas coisas se enquadram. Elas podem moldar a interpretação 
do texto e distorcê-la. A interpretação adequada não exige que os leitores 
eliminem todas as pressuposições, mas insiste em que eles reconheçam sua 
existência, reavaliando constantemente sua validade e subordinando-as ao texto 
das Escrituras. 
O objetivo desse princípio é impedir que os intérpretes manipulem o texto 
conforme seus interesses. Para o texto transmitir autoridade, ele deve desfrutar 
de certa autonomia. 
É importante entender que a bíblia foi escrita por nós, mas não para nós. Ou 
seja, ela foi escrita para um determinado tempo, onde os autores, inspirados por 
Deus, tinham objetivos claros e definidos. Para entendermos a autoridade bíblica 
precisamos buscar as intenções dos autores do texto. É como se fosse uma 
tarefa de ler uma carta enviada para uma outra pessoa, para entender 
precisamos saber qual a cosmovisão (visão de mundo) do destinatário. 
Procedimentos de interpretação 
 
Mas como determinar a intenção do autor? Primeiro, o gênero literário deve ser 
identificado. Na literatura atual, uma biografia não deve ser lida como suspense 
nem uma peça como poesia. O gênero literário influencia a abordagem e a 
interpretação da obra. Isso também se aplica ao AT. A profecia é um gênero 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
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diferente da literatura proverbial. O intérprete deve, inicialmente, identificar o 
gênero e aprender tudo o que pode sobre ele. 
Em segundo lugar, é importante descobrir o que for possível sobre o público 
para o qual a obra foi escrita, e ainda as circunstâncias da composição. Esses 
fatos podem afetar a interpretação de certas afirmações. 
Em terceiro lugar, por meio da análise do contexto, devemos tentar identificar 
a intenção do autor ou editor. Esta pode ser explícita ou deduzida de 
observações relativas à seleção e à organização do material feitas por ele. 
Como leitores e estudiosos da bíblia, se conhecermos bem o autor, o público, a 
situação e o gênero literário, estaremos aptos para nos colocarmos no lugar do 
ouvinte e entendermos as palavras e, especialmente, a mensagem do trecho 
interpretado. A interpretação exige que nos tomemos, na medida do possível, 
parte do público original. A mensagem a eles transmitida é a mesma para nós. 
 
 
 
O MUNDO DO ANTIGO TESTAMENTO 
 
A história da nação israelita desenvolveu-se em um contexto geográfico 
específico. Por essa razão, a Bíblia leva a sério a geografia e registra 
acontecimentos reais ocorridos no tempo e no espaço. A Bíblia não é uma 
passagem secreta que leva a uma história fictícia como As crônicas de Nárnia. 
No entanto, não é simplesmente uma coleção de registros antigos. Também não 
tenciona ser um jornal ou manual topográfico. Como a arqueologia, a geografia 
expande nosso conhecimento do ambiente das narrativas bíblicas e enriquece, 
dessa forma, nossa compreensão de certos textos do AT. 
O mundo físico do AT era o Oriente Próximo Antigo, conhecido atualmente por 
Oriente Médio ou, às vezes, sudoeste da Asia. As narrativas do AT abrangem a 
região da Mesopotâmia a leste, Ásia Menor ou Anatólia ao norte, a região siro- 
palestina e Egito a oeste, e a península arábica ao sul. Os atuais Irã e Iraque 
ocupam a maior parte da antiga Mesopotâmia, enquanto a Ásia Menor hoje é 
denominada Turquia, e a Arábia Saudita controla a maior parte da península 
arábica. Quase 4/5 da história do AT ocorre na área siro-palestina na costa leste 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
13 
do Mediterrâneo. Esse território, nos dias de hoje, inclui Síria, Líbano, Jordânia 
e Israel. 
MESOPOTÂMIA 
 
O norte da Mesopotâmia foi o lugar 
originário dos israelitas, pois os 
patriarcas hebreus viveram na região 
de Harã em Padã-Arã entre o Tigre e 
Eufrates. 
 
 
 
 
 
ÁSIA MENOR/ANATÓLIA 
 
É uma região montanhosa; com 
solo rico e clima mediterrâneo a 
oeste e sul, um planalto central 
árido e estéril e montanhas altas a 
leste, próximas à Armênia. A 
riqueza de minérios nas cadeias 
montanhosas centrais fornecia aos habitantes recursos para comércio com o 
restante do Antigo Oriente Médio. 
RREGIÃO SIRO-PALESTINA 
 
Constitui a ligação terrestre entre os continentes 
da África e da Ásia. Os arameus ocuparam as 
regiões interiores siro-fenícia durante o período 
do AT. 
A região da palestina, ou Canaã, era a terra 
prometida pela aliança aos hebreus. 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
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EGITO 
 
 
 
 
PENÍNSULA ARÁBICA 
 
O Egito antigo era dividido em reino do Alto 
Egito (ao longo da estreita faixa do vale do rio 
ao sul) e reino do baixo Egito (basicamente a 
área do delta ao norte). 
 
 
 
 
A PALESTINA 
É um planalto enorme. A terra é, em 
grande parte, desértica, dunas de areia e 
campos de lava cercados por orlas 
marítimas relativamente férteis. A 
península é dividida em três regiões: 1) o 
nordeste chamado Arábia de Petra; 2) o 
deserto da Arábia ao norte e na região 
central; e 3) a faixa litorânea sul chamada 
Arábia afortunada. 
 
Recebeu este nome por causa dos filisteus que se 
instalaram ao longo da costa do Mediterrâneo por volta de 
1300 a 1200 A.C. Antes das migrações filisteias, a região 
chamava Canaã. Esse termo significava “terra da púrpura” 
e, provavelmente, originou-se da tintura produzida por 
moluscos muricídeos encontrados em abundancia ao 
longo da costa. 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
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AULA 02 – A HISTÓRIA DE ISRAEL 
 
Introdução 
 
O Antigo Testamento apresenta o pano de fundo histórico com base no qual 
somos capazes de compreender o Novo. Isso se torna aparente diante do fato 
de o Novo Testamento conter mais de 600 referências ou alusões ao Antigo. 
Para entender a identidade de Jesus e forma que ele viveu em seu ministério 
precisamos antes compreender todo o contexto histórico do povo de Israel. Por 
isso nas próximas aulas estudaremos o plano de redenção de Deus através da 
História. 
Na aula de hoje faremos um breve panorama da história do Povo de Deus desde 
a Criação até um pouco antes do povo entrar na terra prometida. Nosso objetivo 
é que você possa entender um pouco mais de todo o contexto histórico do povo 
de Deus e ter mais clareza para interpretar a bíblia. 
A ERA DOS PRIMÓRDIOS – O COMEÇO DE TUDO 
 
Gênesis 1 – 11 
Espaço de Tempo: da criação do mundo até aprox. 2000 a.C. 
 
Genesis é o livro do princípio e contém a base de boa parte da teologia do AT. 
É o primeiro livro do pentateuco, também conhecido por torá. É essencial 
compreender o conteúdo e a mensagem deste livro para estudar o restante da 
bíblia. Ele não é um livro de ciências, embora os cientistas estejam corretos em 
investigar suas afirmações. Não é uma obra de biografias, apesar de 
aprendermos muito com a vida dos homens e mulheres descritos em suas 
páginas. Não é um compêndio de história, embora siga o caminho da história. É 
um livro de teologia, apesar de não ser organizado sistematicamente. 
O texto de Gênesis 1-11 é a introdução da Bíblia como um todo. Apesar de 
sucinta, essa seção cobre um período muito maior do que o restante do Antigo 
Testamento – de Abraão a Malaquias. Ao longo das escrituras, encontramos 
inúmeras referências que ampliam e expõe significado dessa primeira parte. 
Esses capítulos são fundamentais para compreendermos corretamente toda a 
revelação divina transmitida na forma escrita. 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
16 
O principal objetivo do livro de gênesis é contar a maneira e o motivo de 
Deus escolher a família de Abraão e fazer aliança com ela. 
O período inicial da criação pode ser resumido da seguinte maneira: 
 
è O relato da criação - Gn 1.1-2.2 
o Não podemos datar ao certo quandoaconteceu a criação, o livro de 
gênesis não tem o objetivo de fazer ciência, mas sim mostrar que 
existe um Deus e que Ele criou todas as coisas. O relato da origem 
do universo é simples, porém profundo. Ele ressalta em particular 
a atividade criadora de Deus manifestada na Terra. Declara a 
existência de Deus, que criou o universo e a vida que nele existe. 
Afirma claramente que o Senhor formou todas as coisas e que sua 
criação é Boa. 
è A queda e suas consequências - Gn 3.1-6.10 
o Um dos temas centrais de Gênesis é a introdução ao pecado no 
mundo e seu impacto sobre a história humana. O texto deixa claro 
que o “pecado original”, aquele que todos nós nascemos é o desejo 
de ser dono de si mesmo, o desejo de ser como Deus. 
è O Dilúvio - Gn 6.11-8.19 
è A Torre de Babel - 11.1-9 
o Os descendentes de Noé permaneceram por um período muito 
longo em uma única região. Contrariando a ordem divina de se 
espalharem sobre a terra, resolveram construir a torre de Babel na 
planície de Sinear. Mas, Deus interveio e pôs fim àquele 
empreendimento, ao confundir as línguas. Consequentemente, a 
raça humana se espalhou pela terra, e deu, assim, cumprimento à 
intenção que Deus tinha, originalmente, para a humanidade. No 
capítulo 10 vemos os desentendes de Noé se distribuindo 
geograficamente. 
OS PATRIARCAS 
 
Durante a primeira parte do segundo milênio a.C., os patriarcas viveram em meio 
às culturas do Oriente Próximo. Abraão emigrou do vale dos rios Tigre e Eufrates 
para a Palestina, e Jacó e seus filhos estabeleceram-se no Egito no final da era 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
17 
patriarcal. A área entre o Nilo e os rios Tigre e Eufrates é 
conhecida como Crescente Fértil. 
Àquela época, as grandes pirâmides já haviam sido 
construídas no Egito. Na Mesopotâmia, havia vários 
códigos que regulavam o comércio e as relações sociais. 
Mercadores em caravanas de camelos e jumentos 
cruzavam com frequência a Palestina, para negociar nos 
dois maiores centros culturais do mundo antigo. 
O período patriarcal está relatado em Gênesis 12-50. 
Podemos resumi-lo da seguinte maneira: 
 
 
è Abraão Gn 12.1 a 12.18 Aprox. 2000 a.C. 
o Abraão é um dos mais importantes e bem conhecidos personagens 
da história. Tanto no judaísmo quanto no cristianismo, ele é 
considerado um patriarca. No cristianismo, ele é lembrado como 
um homem de grande fé e pai dos fiéis. Abraão nasceu em uma 
família de idolatras, em meio a um povo pagão. Seu pai pode ter 
participado da adoração da Lua, na cidade de Ur, e, mais tarde, em 
Harã. Em resposta ao chamado de Deus, Abraão partiu de Harã e 
viajou pela palestina, uma terra cerca de 600 quilômetros distante 
dali. Já velho recebeu a promessa de um Filho e que seria pai de 
muitas nações. Abraão era um homem Rico, vivia em uma cultura 
seminômade, onde a terra e o estabelecimento local não tinham 
tanto valor. Além de Isaque, Abraão teve outros filhos. O mais 
conhecido foi Ismael, pai dos árabes, e Midiã, pai dos Midianitas. 
De acordo com a bíblia os dois filhos foram abençoados. 
 
É importante notarmos que Abraão não é apresentado como homem justo, 
nem é considerado diferente do mundo. Outra passagem deixa claro que a 
família de Abraão não adorava Javé. Então o Senhor realmente apareceu a 
Abraão “do nada”. 
 
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“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
18 
 
 
è Isaque Gn 25 
è Jacó 
è José Gn 37 – 50 
o José era o filho predileto de Jacó, por causa disso seus irmãos 
passaram a odiá-lo e o venderam para mercadores ismaelitas que 
o levaram cativo para o Egito. Ali se tornou um escravo e sempre 
honrou a Deus em todo o tempo e não cedeu as investidas da 
mulher de Potifar. Quando foi chamado para interpretar os sonhos 
de Faraó Deus o honrou e fez com que se tornasse o governador 
de todo o Egito, estando de baixo apenas do Faraó. Com a fome 
os irmãos de José se viram obrigados a buscar comida no Egito 
onde se reencontraram com seu irmão. José os perdoou e chamou 
toda sua família para morar naquela terra onde futuramente seriam 
escravizados. A ida dos israelitas ao Egito se deu em torno de 
1800 a.C. 
A NAÇÃO SANTA 
 
A história sagrada toma uma nova dimensão a partir do livro de Êxodo. Séculos 
se passaram em silêncio desde a morte de José. Nesse ínterim, os 
descendentes dos patriarcas tornaram-se extremamente numerosos. Um novo 
faraó subiu ao trono e viu nesse crescimento populacional uma ameaça para os 
 
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“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
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egípcios. Passou, então, a escravizar e oprimir os israelitas. Sob a liderança de 
Moisés, esse povo foi resgatado do cativeiro, transformou-se numa nação 
independente e se preparou para conquistar e ocupara terra de Canaã. 
Vamos analisar a extensão desses acontecimentos e o período por eles 
abrangido, usando o seguinte resumo: 
è A Permanência no Egito – 400 anos (1800 a 1400 a.C.) 
o Moisés 
o A páscoa 
o Libertação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As pragas do Egito 
 
Nilo transformado 
em Sangue 
Êx 7.14-25 
Knum: Guardião do Nilo; Hapi: espírito do Nilo; Osíris: o 
Nilo era seu sangue 
Rãs Êx 8.1-15 Hect: com forma de rã; deus da ressureição. 
Piolhos Êx 8.16-19 
Moscas Êx 8.20-32 
Morte dos 
rebanhos 
 
Êx 9.1-7 
Hathor: deusa-mão; com forma de vaca; Apis: touro do 
deus Prtá; símbolo de fertilidade; Mnevis: touro sagrado 
de Heliópolis 
Feridas 
Purulentas 
Êx 9.8-12 Imopete: deus da medicina 
Granizo Êx9.13-35 
Nut: deusa do céu; Ísis: deusa da vida; Set: protetor da 
colheita 
Gafanhotos Êx 10.1-20 Ísis: deusa da vida; Set: protetor da colheita 
Trevas Êx 10.21-29 Rá, Aten, Atum, Hórus: todos deuses do sol 
Morte dos 
primogênitos 
Êx 11-1 – 
12.26 
A divindade de faraó: Osíris, doador da vida 
 
 
è Do Egito ao Sinai Gn 3-18 
 
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“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
20 
o A primeira aliança 
o A lei 
§ As leis morais 
§ As leis Civis 
§ As leis cerimoniais 
o O tabernáculo 
 
 
è A Terra Prometida (Josué e Calebe) 
o O povo de Israel demorou um pouco mais de um ano até chegarem 
à terra prometida, mas o povo não confiou em Deus e tiveram medo 
de possuir a terra. Apenas Josué e Calebe acreditaram na 
promessa de que Deus os daria a terra. 
è A Peregrinação no Deserto 
o Por causa da desobediência, o povo de Israel foi condenado a 
peregrinar pelo deserto por cerca de 40 anos, até que toda a 
geração de Josué e Calebe morressem e permanecesse apenas a 
nova geração. Apenas Josué e Calebe foram poupados. Nem 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
21 
mesmo Moisés pôde entrar na terra prometida por ter 
desobedecido a Deus. 
è Deuteronômio – A releitura da Lei 
o Com uma nova geração por conquistar a terra prometida a leitura 
da Lei é feita novamente e a Aliança com Deus reestabelecida. 
 
 
 
Este é um pequeno resumo da história do Povo de Israel nos 5 primeiros livros 
da bíblia. Vemos um Deus todo poderoso se revelando e formando o seu povo, 
estabelecendo relacionamento com eles e preparando o caminho para a vinda 
do messias. É maravilhoso vermos a onipotência de Deus em libertar seu povo 
milagrosamente, estabelecer uma aliança com ele e permanecer cuidando, 
sustentando e conduzindo o povo para uma vida Santa. 
 
A ESTRUTURA NARRATIVA DO PENTATEUCO 
Gênesis 1 – 11 : Prólogo primevo 
Gênesis 12 – 50: Registros dos patriarcas e das matriarcas 
Êxodo 1.1 – 12.30: Israel no Egito 
Êxodo 12.31 – 18.27: Êxodo Israelita, viagem ao monte Sinai. 
Êxodo 19.1 – Números 10.10: Israel acampado no Sinai 
Números 10.11 – 12.16: Jornada no deserto do Sinai até Cades-Barnéia 
Números 13.1 – 19.22: Israel acampado em Cades-Barnéia 
Números 20.1 – 21.35: Peregrinação desde Zim ao monte Hor (Moabe) 
Números 22 – Deuterônomio 34: Israel acampado em Moabe.Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
22 
A POSSE DA TERRA PROMETIDA 
 
Do acampamento a nordeste do mar Vermelho, os israelitas puderam avistar a 
terra de Canaã, do outro lado do Rio Jordão. Josué foi escolhido para liderar o 
povo após a morte de Moisés. 
A terra estava sob controle de povos que viviam em cidades-estado. Uma cidade 
com muralhas, situada no topo de um monte, poderia resistir a um exército 
invasor por um período praticamente indefinido. Consequentemente para Israel 
a conquista da terra era algo perigoso e praticamente impossível. 
Os cananeus eram politeístas. El, o deus chefe, era chamado “touro-pai” e 
criador. O nome de sua esposa era Aserá. O principal dentre seus filhos era Baal, 
que significa “senhor”. Este era considerado o rei de todos os deuses. 
Arqueólogos encontraram evidências de que os povos de Canaã, no tempo de 
Josué, praticavam sacrifício de crianças, prostituição cultural e adoração de 
serpentes em seus ritos e cerimônias religiosas. 
Josué chegou a liderança do povo após ter adquirido bastante experiência e 
preparo sendo discipulado por Moisés. Desde o começo da jornada do povo 
Josué acreditou que Deus os daria a terra, até mesmo quando os 12 espias 
voltaram de Canaã, apenas Josué e Calebe creram que Deu poderia dar a terra 
ao povo. 
Podemos resumir a conquista da terra prometida nesta sequência: 
 
è A morte de Moisés. 
 
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o Moisés viu, mas não pode entrar na terra prometida. 
è Josué assume a liderança - Js 1 
è Dois espias enviados a Jericó - Js 2 
è A passagem do Rio Jordão - Js 3 
è As campanhas de Conquista 
o A destruição de Jericó - Js 6 
o Deus ajuda o povo de Israel a destruir Jericó de forma milagrosa, 
mas o povo não pode ficar com os despojos e nem habitar no local. 
o A Campanha a cidade de Ai - Js 7-8 
o O Pecado de Acã e suas consequências para todo o Povo 
o A campanha no Sul – Aliança com os amorreus Js 9 
o A Campanha no Norte – a aliança dos cananeus Js 11.1-15 
 
 
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è A divisão da terra para as 12 tribos – Js 13-19 
 
Durante todas as campanhas de conquista a Canaã os Israelitas derrotaram 
trinta e um reis. Embora não destruíram todos os habitantes da terra, Josué foi 
capaz de distribuir as terras entre as tribos. 
Foram designadas seis cidades refúgio (três de cada lado do rio Jordão). 
Os levitas receberam quarenta e oito cidades e se espalharam por toda a 
terra para realizar suas tarefas. Siló se tornou o centro religioso onde o 
tabernáculo foi montado. 
 
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25 
O PERÍODO DOS JUIZES 
 
Após a posse da terra de Canaã e a divisão das terras, os israelitas viveram de 
dois a três séculos sem um rei, apenas com a liderança de cada tribo e com 
juízes que Deus levantava de tempos em tempos para libertar o seu povo. 
Durante este tempo, Israel viveu em um ciclo de avivamento, apostasia, 
arrependimento e perdão. Passaram por muitas dificuldades com os outros 
povos que também tentavam ganhar seu espaço em Canaã. Durante estas 
dificuldades os Juízes exerceram um papel importante para que Deus livrasse o 
povo. 
 
 
 
Libertação Liberdade 
 
 
 
 
Arrependi 
mento 
 
 
 
 
 
 
 
Opressão 
Apostasia 
 
 
 
 
 
A Lista que se segue apresenta seus nomes e as regiões em que atuaram de 
acordo com o Livro de Juízes: 
è Otniel – Mesopotâmia – Jz 3.7-11 
è Eúde – Moabe – Jz 3.12-30 
è Sangar – Filístia – 3.31 
è Débora e Baraque – Canaã – Jz 4.1 a 5.31 
è Gideão – Midiã – Jz 6.1 a 8.35 
 
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o Podemos destacar Gideão como o homem que é aquilo quem 
Deus diz que ele é! 
 
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è Abimeleque, Tola e Jair – Midiã – Jz 9.1 a 10.5 
è Jefté – Amom – Jz 10.6 a 12.7 
o Filho de prostituta e rejeitado por muitos. 
è Ibsã, Elom e Abdom – Amom – Jz 12.8-15 
è Sansão – Filístia – Jz 13.1 a 16.31 
è Samuel, o ultimo Juiz 
 
A vida de alguns Juizes merece um estudo mais detalhado. Baraque, Gideão, 
Jefté, Sansão e Samuel estão listados entre os heróis da fé do capítulo 11 de 
Hebreus. Feitos individuais e batalhas que manifestavam poder sobrenatural 
devolviam aos israelitas a consciência de que Deus continuava intervindo em 
favor de seu povo. 
 
É durante o período dos juízes que encontramos a história de 
Rute, não podemos datar ao certo quando ela teria acontecido, 
temos apenas a referência “No tempo em que Israel era governado 
por Juízes” (Rt 1.1). 
A história comovente de Rute apresenta ao leitor do AT uma das 
heroínas silenciosas da fé. Como registro de incidente ocorrido 
no período dos juízes, oferece grande contraste com a imagem 
negativa da fé israelita da época. Em vez de israelitas 
abandonando a lealdade e a adoração a Javé à procura de outros 
deuses, a história descreve Rute agindo com base na lealdade, 
seguindo a Javé e condenando outros Deuses. 
 
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28 
O PERÍODO DE TRANSIÇÃO 
 
A religião em Israel alcançou seu nível mais baixo durante o período em que Eli 
era o sumo sacerdote, ele fracassou em ensinar até seus próprios filhos a 
guardarem a Lei de Deus. Os filisteus se tornavam cada vez mais fortes e 
superiores, eram os únicos na palestina que aprenderam a arte de controlar o 
Ferro. Os Israelitas dependiam deles para conseguir suas ferramentas e afiá-las. 
Neste Tempo, Samuel foi levado ainda criança para viver uma vida dedicada a 
Deus. Para o bem de Israel, Samuel reagiu contra as atitudes ímpias dos filhos 
de Eli e tornou-se consciente do chamado de Deus desde a juventude. 
Podemos resumir o período de Transição da seguinte maneira: 
 
è O nascimento de Samuel – 1Sm 1.1 a 2.11 
è O chamado de Samuel – 1Sm 3 
è O Julgamento de Eli – 1Sm 4 
è O povo pede um Rei – 1Sm 8 
o Relutante, Samuel deu ouvidos ao povo e, finalmente, consentiu 
que fosse escolhido um rei para Israel. Ele implorou que o povo 
não impusesse sobre si uma instituição cananéia estranha ao seu 
modo de vida. Sensível à liderança divina, Samuel concordou e 
delegou os deveres de chefe de estado a um novo líder. (1Sm 9.16; 
10.1) 
A MONARQUIA UNIDA – POR VOLTA DO ANO 1000 A.C 
 
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29 
O Reinado de Saul 
 
Saul foi o primeiro escolhido por Deus para ser 
o primeiro rei de Israel, depois que o povo 
exigiu um líder como os das nações vizinhas. 
è Saul é ungido rei por Samuel – 1Sm 10 
è Saul erra por não esperar por Samuel – 
1Sm 13.1-15 
è Saul desobedece a Deus – 1Sm 15.1-35 
è Davi é ungido para ser o novo rei – 1Sm 
16 
è A ascensão de Davi e seu 
reconhecimento Nacional – 1Sm 16-17 
è A fuga de Davi e suas consequências – 1Sm 21-22 
è A morte de Saul – 1Sm 23-26 
 
O reinado de Davi 
 
Davi foi o rei mais notável em toda a história 
de Israel. Seu reinado representa o 
emblema das realizações da nação de Israel 
e é reconhecido dessa maneira ao longo das 
escrituras sagradas. 
è Davi é aclamado rei - 2Sm 2 e 1Cr 11 
è A conquista de Jerusalém – 1Sm 5 e 
1Cr 11 
è O pecado de Davi – 2Sm 11 
è A rebelião de Absalão - 2Sm 13.37 a 
18.33 
O Reinado de Salomão – 40 anos 
 
Paz e prosperidade, essas são as duas palavras que descrevem o período do 
reinado de Salomão em Israel. Salomão desfrutou benefícios alcançados pelos 
esforços militares de seu pai para unificar a nação, expandir as fronteiras de 
Israel e obter reconhecimento internacional. 
 
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30 
Alguns pontos a serem destacadosda vida de Salomão: 
 
è Oração pedindo sabedoria – 1Rs 3.1-15 e 2Cr 1.1-13 
è A Construção do Templo – 1Rs 5.1 a 7.51 e 2Cr 2.1 a 5.1 
è A apostasia de Salomão – 1Rs 11 
 
O REINO DIVIDIDO – 931 A.C 
 
Após a morte de Salomão, ocorreram rebeliões que resultaram na divisão do 
império Davídico. Ao Norte, dez tribos se rebelaram contra a dinastia de Davi, 
que reinava em Jerusalém, e estabeleceram um reino sob a liderança de 
Jeroboão. Roboão, filho de Salomão, reinou apenas sobre as tribos de Judá e 
Benjamim, e Jerusalém continuou a ser a capital dessas duas tribos. No Norte 
as famílias reais mudaram várias vezes, assim como suas capitais. 
 
 
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31 
O Reino do Norte 
 
O reino do Norte durou aproximadamente dois séculos (931 a 722 a.C.) 
 
è Dinastia de Jeroboão - 931-909 a.C. 1Reis 12-15 
è Dinastia de Baasa – 909-885 a.C. 1Reis 15-16 
è Dinastia de Onri – 885-841 a.C 1Reis16-22; 2Reis 1-9 
è Dinastia de Jeú – 841-752 a.C. 2Reis 10-15 
è Últimos reis de Israel – 752-722 a.C 2Reis 15-17 
 
Ao todo 19 Reis reinaram em Israel e nenhum deles foi fiel a Deus. Com a 
ascensão do império Assírio, Israel foi destruída e espalhada pela terra em 722 
a.C. deixando de existir. 
 
O Império da Assíria 
 
 
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“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
32 
RELATOS EXTRA-BÍBLICOS DO CERCO DE JERUSALÉM 
 
Quanto a Ezequias, o judeu, ele não se 
submeteu ao meu jugo, eu sitiei 46 de suas 
cidades fortes, fortificações muradas e 
inúmeras aldeias pequenas na sua 
vizinhança, e conquistei(-as) por meio de bem 
batidas rampas (de terra) e aríetes trazidos 
(assim) para perto (das muralhas) (junto com) 
o ataque de soldados de infantaria, 
(empregando) minas, brechas, bem como o 
trabalho de sapadores. Eu desalojei (delas) 200.150 pessoas, jovens e idosos, homens e 
mulheres, ca valos, mulos, jumentos, camelos, gado grande e miúdo sem conta, e considerei(- 
os como) presa. A ele mesmo [Ezequias] fiz prisioneiro em Jerusalém, sua residência real, como 
a um pássaro numa gaiola As suas cidades, que eu saqueei, tirei de seu país e dei-as a 
Mitinti, rei de Asdode, a Padi, rei de Ecrom, e a Sillibel, rei de Gaza. . . . O próprio Ezequias . . . 
enviou-me mais tarde, a Nínive, minha cidade senhorial, junto com 30 talentos de ouro, 800 
talentos de prata, pedras preciosas, antimônio, grandes blocos de pedra vermelha, leitos 
(incrustados) de marfim, cadeiras-nimedu (incrustadas) de marfim, couros de elefante, ébano, 
buxos (e) todas as espécies de tesouros valiosos, suas (próprias) filhas, concubinas, músicos e 
músicas. A fim de entregar o tributo e prestar homenagem como escravo, ele enviou seu 
mensageiro (pessoal).” 
 
 
 
Josefo, historiador judeu do primeiro século EC, afirma citar o babilônio Beroso 
(considerado ser do terceiro século AEC), que registraria o evento do seguinte modo: 
“Quando Senaqueirimos retornou a Jerusalém da sua guerra com o Egito, encontrou 
ali a força sob Rabsaqué em perigo duma praga, porque Deus infligira uma doença 
pestilenta ao seu exército, e na primeira noite do sítio, cento e oitenta e cinco mil 
homens haviam perecido junto com seus comandantes e oficiais.” (Jewish Antiquities 
[Antiguidades Judaicas], X, 21 [i, 5]) Alguns comentadores tentam explicar o desastre 
por citarem um relato escrito por Heródoto (II, 141; Clássicos Jackson, Vol. XXIII, pp. 
181, 182) no quinto século AEC, no qual ele afirma que uma “espantosa multidão de 
ratos do campo espalhou-se pelo acampamento [assírio] inimigo, pondo-se a roer os 
arneses, os arcos e as correias que serviam para manejar os escudos”, impedindo-os 
assim de realizar uma invasão no Egito. Este relato obviamente não coincide com o 
registro bíblico, nem se harmoniza a descrição que Heródoto faz da campanha assíria 
com as inscrições assírias. Não obstante, os relatos de Beroso e de Heródoto refletem 
deveras o fato de que as forças de Senaqueribe sofreram uma repentina e calamitosa 
dificuldade nesta campanha. 
 
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33 
O Reino do Sul 
 
Após a morte de Salomão, apenas duas tribos permaneceram leais à dinastia 
davídica. Os descendentes de Davi, com a exceção de uma vez, mantiveram 
uma liderança contínua na cidade-capital estabelecida por Davi. 
Judá, também conhecida como reino do Sul, teve vinte reis e durou 
aproximadamente três séculos e meio (931-586 a.C.) 
Durante este longo período de Judá, podemos enfocar seis reis que exerceram 
liderança notável: 
è Josafá – 850 a.C. 
è Uzias – 750 a.C. 
è Acaz – 735 a.C 
è Ezequias 700 a.C. 
è Josias 630 a.C. 
è Zedequias 597 a.C. 
 
Em 587 a.C a Babilônia invade Jerusalém, destrói o templo e leva parte do povo 
(ricos e mais instruídos) como escravos. Alguns se exilaram no Egito e os mais 
pobres permaneceram nas terras de Judá. 
Os israelitas permaneceram na Babilônia por 70 anos, até que o império persa 
assumisse o poder. 
Império Babilônico 
 
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34 
O PÓS-EXÍLIO 
 
Agora sob o domínio persa, após 70 anos de cativeiro os israelitas começam a 
retornar para Jerusalém. Podemos dividir os relados bíblicos em alguns 
períodos: 
è A Restauração de Jerusalém – Aprox. 539-515 a.C 
è A Rainha Ester – Aprox. 483 a.C 
è Esdras, o reformador – 457 a.C 
è Neemias, o governador – 444 a.C. 
è O Silêncio de Deus. 
 
POR QUE CONHECER A HISTÓRIA DE ISRAEL? 
 
Quando Adão e Eva foram expulsos do paraíso Deus prometeu que a redenção 
da humanidade viria através de um descendente de Eva. Durante a história, 
Deus preparou o caminho para que Jesus pudesse vir a terra e nós pudéssemos 
conhece-lo em sua plenitude. A cronologia do povo de Israel nos mostra como 
deus interferiu de forma sobrenatural na história para que o messias pudesse vir 
em forma humana. 
Entender a história de Israel é também entender a nossa própria história, 
compreender como fomos redimidos. Afinal, jesus veio nos salvar de que? 
Somente quando olhamos para trás, para toda história do povo de Israel é que 
podemos compreender o plano de salvação de Deus. 
 
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35 
AULA 03 – OS LIVROS POÉTICOS 
 
Nas últimas cinco aulas fizemos um panorama por todos os livros do pentateuco 
e os livros históricos do AT. Vimos como Deus conduziu seu povo durante a 
história. Na aula de hoje, veremos a importância dos livros poéticos para os 
Israelitas e também sua preciosidade para nossos dias. Nos livros históricos 
pudemos ver os atos milagrosos de Deus para com seu povo, agora nos livros 
pépticos poderemos ver o que o povo de Deus se expressou através da escrita. 
O que são os livros poéticos? 
 
Quando usamos a expressão Livros Poéticos estamos nos referindo aos livros 
de Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cântico dos Cânticos. Israel herdou 
uma tradição literária longa e bem desenvolvida no Antigo Oriente Médio. A poesia 
compreende cerca de um terço do AT hebraico. 
Salmos, Provérbios, Cântico dos Cânticos e Lamentações são completamente 
poéticos quanto à sua forma. A maior parte de Jó e trechos de Eclesiastes são 
poéticos. Trechos de poesias são encontrados em outros livros do AT, apenas 
Levítico, Rute, Neemias, Ester, Ageu e Malaquias apresentam nenhum ou pouco 
conteúdo poético. 
O LIVRO DE JÓ 
 
 
O livro de Jó nos leva a considerar uma das principais perguntas filosóficas da 
existência humana. Buscamos explicação para o sofrimento e Jó nos oferece 
uma perspectiva bíblica. 
Composição do Livro: 
• Não é verdade que apenas ímpios sofrem 
• A sabedoria de Deus é a chave para 
reconhecer sua justiça 
• A justiça de Deus não pode ser reduzida a uma 
simples fórmula, como a do princípio da 
retribuição 
 
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“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
36 
è O diálogo apresentado não se trata de uma citação literal das palavras 
como realmente aconteceram, o gênero literário deve ser respeitado, mas 
isso não significa que a história não tenha acontecido. 
è É possível que a composição tenha sido séculos após suas experiências. 
è Jó não demonstra indícios de ser israelita. 
è Literaturas de sabedoria do antigo oriente também abordam as mesmas 
questões. 
Propósito e mensagem: Explorar a justiça do tratamento que Deus dá aos 
justos. 
Temas principais: 
 
è O princípio da retribuição 
è Sabedoria, Justiça e soberania de Deus 
è Mediador 
 
Aplicações práticas para o Livro de Jó 
 
è Às vezes, Deus Permite que sejamos provados para que demonstremos 
nossa dedicação a ele e a nossa submissão a sua vontade para nossa 
vida. 
è É errado concluir que todas as doenças e problemas são consequência 
do pecado. Às vezes, inocentes sofrem e ímpios não são julgados de 
imediato. 
è Como os seres humanos não conseguem ver tudo o que acontece no 
universo e têm uma compreensão muito limitada dos planos de Deus, não 
devemos questionar sua justiça. 
è Não é possível consolar quem está sofrendo com acusações imaturas. Só 
a demonstração de compaixão e a oração com súplica diante de Deus 
vão favorecer essa pessoa. 
 
 
O LIVRO DE SALMOS 
 
O livro de Salmos é muito parecido com os hinários usados hoje em dia, no 
sentido de que é uma coletânea de cânticos e orações escritos por várias 
pessoas, no decorrer de um longo período. Descreve a resposta em forma de 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
37 
louvor dos adoradores ao se darem conta do poder e do amor de Deus; expressa 
a esperança do homem, firmado nas promessas divinas; e relata o seu clamor a 
Deus, para que o Senhor os resgate e os livre das tribulações cotidianas. 
Os Salmos foram escritos por vários autores no decorrer da história de Israel, 
pessoas inspiradas por Deus como: Moisés, Davi, Asafe, Salomão e Esdras. 
O livro de Salmos é um dos mais 
estimados e usados do AT e, ao 
mesmo tempo, um dos mais 
problemáticos do canôn. Questões 
relativas à autoria, composição, 
teologia, interpretação, aplicação e 
função contribuem para 
complexidade do livro. 
 
 
Autoria e Data: Salmos é composto de poesias individuais escritas durante o 
período de mil anos por várias pessoas. Elas foram reunidas em momentos 
diferentes formando pequenas coleções, que por sua vez foram organizadas 
gradualmente em uma obra maior com propósitos teológicos definidos em 
mente. 
Podemos classificar os salmos em 3 categorias: 
 
è Louvor 
è Lamento 
è Sabedoria 
 
PRINCIPIOS PRÁTICOS DE SALMOS 
 
• Reconhecimento do Reino e da soberania de Deus. 
• Importância do louvor em todas as suas variações 
• Conduta e destino dos justos e dos ímpios 
• Papel da natureza de Deus 
 
• Consolo e defesa de Deus em tempos de crise 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
38 
 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
39 
Aplicação Prática e Ministração 
 
è Em período de dificuldades, os crentes podem levar seus fardos a Deus, 
pois ele sempre ouve as orações dos que se aproximam dele e os 
consola. 
è Uma oração não deve apenas enfocar nosso problema ou nossa 
necessidade. Deve, também, exaltar a capacidade de Deus responder às 
orações. Deve, ainda, renovar nosso compromisso de confiar nele e 
confirmar o nosso desejo de glorifica-lo por sua graça e bondade. 
è A casa de Deus é um lugar de louvor e de ação de graças. A alegria do 
Senhor deve encher o coração e os lábios daqueles a quem Deus 
abençoa. 
è Devemos louvar a Deus porque ele nos criou, porque somos seu povo e 
porque ele supre nossas necessidades. 
 
 
 
O LIVRO DOS PROVÉRBIOS 
 
O livro de provérbios representa o legado literário dos sábios hebreus. Os 
“sábios” ou “conselheiros” eram ligados à corte real, como se deduz de 
Provérbios e Eclesiastes. Eram compiladores da literatura de sabedoria. 
O Livro tem como objetivo transmitir sabedoria, conhecimento e compreensão 
aos leitores, estimulá-los a desenvolver um comportamento sábio e agir com 
justiça, honestidade, prudência e discrição. Quem desejar que essas 
características sejam nele reconhecidas deve estudar esse livro com frequência. 
Composição 
 
Apesar de Salomão ter sido um grande sábio e composto muitos os provérbios, 
outros autores também compõem o livro, datando a literatura entre os séculos X 
e VI, sendo o último mais provável para a composição final do livro. 
Conceitos básicos: 
 
è O temor do Senhor é o princípio da sabedoria 
è Os provérbios ilustram princípios gerais, não promessas 
è O caminho da sabedoria conduz à vida 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
40 
è A sabedoria leva à compreensão do princípio da retribuição 
 
Propósito e mensagem: 
 
è Compreender a sabedoria e instrução 
è Receber o ensinamento sobre a sensatez, integridade, justiça e equidade. 
è Ajudar o simples a desenvolver prudência e o jovem a obter conhecimento 
e discrição. 
è Ampliar o aprendizado e adquirir habilidade no entendimento. 
è Entender provérbios, parábolas, adágios e enigmas. 
è Aprender o temor do Senhor. 
 
Temas principais: 
 
è O temor do Senhor 
è O princípio da retribuição 
è A Fala 
è Sexualidade Humana 
 
Aplicação prática de provérbios 
 
è Temer a Deus é o primeiro passo para adquirir sabedoria 
è Deus criou este mundo e o controla de acordo com seus princípios sábios. 
è Os tolos rejeitam a Deus e seus caminhos, mas o sábio confia nele e 
desfrutará suas bênçãos. 
è Deus estabeleceu diretrizes para orientar o relacionamento interpessoal 
dos justos. O sábio as aprenderá e praticará. 
 
 
O LIVRO DE ECLESIASTES 
 
Conceitos Básicos: 
 
è Não se deve esperar que a vida satisfaça 
è As fases da vida devem ser aceitas 
è Frustrações na vida são inevitáveis 
è Desfrutar a vida só é possível por meio da cosmovisão centrada em Deus. 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
41 
Composição: 
Provém de um indivíduo identificado como Quheleth. 
 
Como vários livros poéticos, Eclesiastes contém, gêneros literários diversos. Ele 
usa alegorias, adágios, metáforas, provérbios, entre outros. 
Propósito e mensagem: 
 
è O propósito de Qoheleth era o de argumentar que não há nada “sob o sol” 
capaz de dar sentido à vida. 
Temas principais: 
 
è O princípio da retribuição 
è Experiência versus revelação 
è Epicurismo versus devoção 
 
Aplicação prática de Eclesiastes 
 
è Aqueles que estão sempre se esforçando para conseguir mais sabedoria, 
prazeres ou riquezas encontrarão futilidade em vez da verdadeira 
satisfação. 
è Embora não consigamos compreender plenamente os planos de Deus, 
ele está no controle de todos os aspectos de nossa vida. 
è Devemos desfrutar a comida, a família e o trabalho que Deus nos concede, 
pois são bênçãos divinas. 
è Acima de tudo, devemos temer a Deus, obedecer a seus mandamentos, 
ser sábios e viver de maneira prudente neste mundo mau. 
 
 
O LIVRO DE CÂNTICO DOS CÂNTICOS 
 
Não há livro no Antigo Testamento que se assemelhe ao Cântico dos Cânticos. 
Ele não traz sermões como os textos proféticos, mas apresenta uma série de 
diálogos entre um homem e uma mulher. É um livro sobre o amor e a sexualidade 
sadia que Deus preparou para o homem e a mulher no casamento. 
Conceitos básicos 
è A excelência do homem e da mulher criados à imagem de Deus 
è A santidade da expressão sexual humana no contexto do casamento 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
42 
è A dignidade do amor humano 
è A virtude da castidade antes do casamento e da fidelidade após o 
casamento.Composição 
Não podemos definir ao certo a autoria, a data mais provável teria sido pré- 
exílica. 
Temas principais 
è Virtude da castidade dos jovens apaixonados 
è As dimensões positivas do amor 
è Bondade e integridade do amor físico nos limites do casamento. 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
43 
AULA 04 – OS PROFETAS – PARTE I 
 
Introdução 
 
O que lhe vem à mente quando você pensa nos profetas? Você pensa em 
fanáticos vestidos com roupas estranhas? Você pode vê-los usando uma bola 
de cristal para prever o futuro? Você vê os profetas como um grupo de indivíduos 
um tanto bizarros que serviam a Deus de maneiras que não compreendemos 
muito bem? 
Nenhuma dessas imagens se encaixa com as evidências bíblicas. A Bíblia afirma 
que Deus preparou os seus profetas para ministérios específicos. Eles levaram 
a palavra divina para um povo que precisava desesperadamente ouvi-la. As 
vozes dos profetas soavam com autoridade que ainda ecoa nos dias de hoje se 
estivermos dispostos a ouvir. 
Profeta no AT é alguém que fala no lugar de Deus. O ministério dos profetas na 
bíblia tendia a aumentar em tempos de crise. Em geral era alguém que recebia 
uma mensagem divina e deveria transmitir ao público. 
Em nosso Antigo testamento temos 17 livros proféticos, sendo cinco profetas 
maiores e 12 profetas menores. A única diferença entre os maiores e menores 
está relacionada ao tamanho dos livros que escreveram; os profetas maiores são 
assim chamados porque escreveram mais. 
A MENSAGEM DOS PROFETAS 
 
O fator determinante para a identificação de um profeta não era a sua função ou 
seus antepassados, nem o fato de ter escrito um livro. O ponto principal era saber 
se Deus o enchera com seu Espírito, e se o Senhor falava por seu intermédio. 
Ao longo dos anos os profetas abordaram diversos tópicos de acordo com a 
necessidade de seu povo. A situação política, social e religiosa variava de uma 
época para outra. Portanto, as novas mensagens transmitidas eram sempre 
adequadas às necessidades de cada grupo que as receberia. Amós enfatizou a 
injustiça social em Israel, enquanto Oséias enfocou primeiramente a ira de Deus 
pelo fato de Israel estar adorando Baal. Cada profeta era singular, mas todos 
tinham uma mensagem vinda de Deus para transmitir a um público específico. 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
44 
A mensagem dos profetas pode ser mais bem compreendida pela análise dos 
tipos de oráculos usados. Havia quatro tipos principais: 
è Oráculos de acusação (descrição da ofensa) 
è Oráculos de julgamento (futuro castigo pela ofensa) 
è Oráculos de instrução (como receptores deviam agir) 
è Oráculos de consequências ou esperança (acontecimentos após o 
julgamento ou esperança de livramento. 
As mensagens dos profetas pré-exílicos destacam a idolatria, o ritualismo, e a 
injustiça social. Já os pós-exílicos geralmente sinalizavam a falha do povo em 
não dar a honra devida ao Senhor. 
Para entender bem as mensagens proféticas precisamos estudar o contexto 
histórico e gramatical de cada profeta, para que, com a luz do Espírito possamos 
interpretar sua mensagem para os dias de hoje. 
PREVISÃO E CUMPRIMENTO 
 
“Previsão e “cumprimento” são os dois termos mais associados à literatura 
profética, mas ambos podem levar a uma interpretação equivocada da natureza 
profética. 
Previsão: Os próprios profetas não previam nada, apenas transmitiam a Palavra 
do Senhor. Em vez de considerar a profecia como uma previsão, julgamos mais 
útil considerá-la uma “ementa divina”. 
Cumprimento: Também pode ser um termo enganoso. Tendemos a desprezar 
a mensagem do profeta na esperança de encontrar cumprimentos através de 
especulações que nos afastam do texto. 
 
 
OS PRIMEIROS PROFETAS DE ISRAEL 
JONAS 
Profetizou entre o reinado de Jeroboão II (793 – 753 a.C.) 
 
è Composição: Há controvérsias sobre a datação do livro, pois não existe 
confirmação do autor. 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
45 
è Contexto: Situados da primeira metade do século VIII, os fatos desse livro 
ocorreram em um período de grande otimismo no Reino do Norte com o 
declínio do império Assírio. 
è Propósito e mensagem: A mensagem do livro está relacionada ao direito 
divino soberano de ter compaixão de quem desejar. 
è Temas Principais: Compaixão, Ira e Teodicéia 
 
 
AMÓS 
 
Profetizou durante o reinado de Jeroboão II (793 – 753 a.C.) 
 
O nome Amós significa “carregador de fardos”, ele era um pastor e produtor de 
figos de Tecoa, cerca de 16 km de Jerusalém. 
è Deus responsabiliza as nações por sua política social 
è A verdadeira adoração gera justiça social 
è Israel não escapará do julgamento do dia do Senhor 
è Deus restaurará um remanescente de Israel 
 
Propósito e Mensagem 
 
A apostasia religiosa, a decadência moral e social e a corrupção política do 
Reino do Norte. 
Tema principal: 
 
Uma mensagem pela Justiça Social, o desprezo de Deus por quem adquiriu 
riquezas por meio da opressão, na zombaria contra quem adorava a Deus de 
maneira sincera em seus lamentos. Todos os povos, judeus e gentios, terão de 
prestar contas por seus pecados. Deus odeia a violência e a opressão dos 
fracos. 
 
OSÉIAS 
 
Contexto: Profetizou para o reino do Norte durante a era de ouro do reinado de 
Jeroboão II (793 – 753 a.C.) 
Propósito e Mensagem 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
46 
O relacionamento de Oséias com sua esposa adúltera Gômer, representava a 
ligação de Javé com Israel desleal. Misericórdia e juízo também são temas 
importantes. 
Temas principais: O Casamento de Oséias e o Baalismo 
 
A principal mensagem de Oséias é a respeito da ausência de conhecimento de 
Deus, ausência de amor e ausência de verdade. O livro trata de temas como 
adultério espiritual, a falta de conhecimento de Deus e o Amor frustrado de Deus. 
O pecado não é algo sem importância para Deus; consiste na traição de um 
compromisso amoroso, uma relação promíscua com algo que não é Deus. 
 
 
OS PRIMEIROS PROFETAS DE JUDÁ 
ISAÍAS 
Isaias começou suas profecias no final do reinado de Uzias (750 a.C.) até o início 
do reinado de Manassés na segunda metade do século VIII, Deve-se lembrar 
que, messe período, o Império Neo-Assírio assumia seu lugar de primeira 
potência mundial da história. Boa parte do seu ministério coincidiu com o de 
Miquéias. Proferiu profecias de juízo e salvação a respeito de Judá, bem como 
de muitas nações estrangeiras. Também é conhecido por suas profecias 
messiânicas. O principal destaque de sua mensagem é na integridade de Javé, 
o Deus da aliança. 
O Livro possui diversas mensagens: 
 
è A exaltação de Deus quebra o orgulho humano 
è O príncipe da Paz porá fim às guerras de Judá 
è O plano soberano de Deus para as nações. 
è Confiar em Deus ou no poderio Militar 
è O Deus incomparável trará libertação 
 
A unidade de Isaías é tema de grande controvérsia. Pelo fato de o profeta ter 
vivido no século VIII, alguns estudiosos têm dificuldade em aceitar que ele tenha 
identificado Ciro, o persa, nominalmente. 
Atualmente temos 3 posições: 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
47 
è Unidade Autoral 
è Dois Isaías (cap. 40) 
è Três Isaías (cap. 40 e Cap. 47) 
 
 
MIQUÉIAS 
 
Começou a profetizar em Jerusalém por volta de 722 a.C. Contemporâneo de 
Isaías, foi um profeta a pequena cidade de Moresete. Profetizou no período dos 
reis Jotão, Acaz e Ezequias, na segunda metade do século VIII. Ministrou 
durante a crise assíria. O tema principal de sua mensagem: “Mas, quanto a mim, 
graças ao poder do Espírito do Senhor, estou cheio de força e de justiça, para 
declarar a Jacó a sua transgressão, e a Israel o seu pecado.” (3.8) 
Deus virá com grande poder julgar epurificar o seu povo. Removerá os líderes 
perversos e injustos de Jerusalém. Miqueias alerta que o povo deve se 
arrepender e voltar-se para Deus, pois ele trará julgamento sobre quem não 
governa com justiça. 
OS ULTIMOS PROFETAS PRÉ-EXILICOS 
NAUM 
è Contexto: A principal mensagem de Naum é a respeito da ira de Deus 
sobre a cidade de Nínive. Mesmo após se arrependeram com a 
mensagem de Jonas o povo voltou a pecar e Naum profetiza sua 
destruição. Profetizou entre 663 e 612 a.C.. 
è Propósito e Mensagem: Anunciar a destruição de Ninive. 
è Temas: A assíria e o Antigo Oriente 
 
HABACUQUE 
 
è Contexto: Situado entre 626 a 612 a.C. Durante a decadência da Assíria 
e o futuro surgimento do império Babilônico. 
è Propósito e Mensagem: Com a decadência da Assíria e as grandes 
mudanças mundiais o profeta traz a mensagem que a Babilônia seria o 
canal de castigo de Deus para Judá. O tema do livro é analisar a questão 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
48 
da justiça divina na esfera nacional. Como pode um Deus Justo usar a 
nação perversa como a Babilônia como instrumento de castigo? 
è Tema principal: A política de Deus vai lidar com as nações. 
 
 
SOFONIAS 
 
è Contexto: Membro da corte, contemporâneo de Jeremias, profetizou 
antes da reforma do rei Josias em 621 a.C. 
è Propósito e Mensagem: Iniciar uma mudança em Judá ao anunciar o 
juízo divino sobre a iniquidade. Aliado à intenção de divina de castigar 
veio o anúncio de sua intenção de restaurar Judá. 
è Tema principal: O dia do Senhor. A expressão foi usada pelos profetas 
para indicar o tempo em que a situação atual será substituída pela ordem 
determinada por Deus. 
 
JOEL 
 
è Contexto: É provável que tenha profetizado pouco antes da queda de 
Jerusalém em 587-588 a.C. Apesar de existir muitas dificuldades de datar 
o livro, podenso ser também do período pós-exílico. 
è Propósito e Mensagem: Buscar o arrependimento do povo por causa da 
vinda do Dia do Senhor através da praga de gafanhotos. 
è Tema Principal: A praga de gafanhotos. 
 
 
JEREMIAS 
 
O livro de Jeremias ocupa mais espaço na Bíblia que qualquer outra obra, e a 
estrutura do profeta Jeremias é compatível à de qualquer outro no AT. Ele foi 
enviado por Deus no momento mais sombrio de Israel e proclamava a palavra 
de Deus com muito sacrifício durante quarenta anos. Mais que qualquer outra 
pessoa, ele oferece vislumbres de um profeta em conflito com o Deus a quem 
servia fielmente e com a mensagem que devia transmitir. Sua devoção e 
integridade resplandecem em meio à geração prestes a sentir o fogo ardente da 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
49 
ira de Deus. Jeremias era a última chance desse povo, e ele se sentia esmagado 
sob o peso de tal responsabilidade. 
Por causa das grandes lutas pessoais de Jeremias, aprendemos mais sobre sua 
personalidade que de todos os outros profetas. Essa informação nos dá a 
impressão de o conhecermos pessoalmente. 
è Composição: Jeremias profetizou durante os últimos 40 anos de Judá 
(627 – 587 a.C.) 
è Proposito e mensagem: A principal mensagem de Jeremias é um 
chamado ao arrependimento; Jerusalém estava perto de sua queda e era 
necessário que o povo se voltasse para Deus. Suas orações revelam seu 
desapontamento com o fato de a nação não desejar se arrepender e sua 
agonia diante do engano que se alastrava entre o povo. 
 
LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS 
 
è Contexto: O livro é uma resposta à destruição de Jerusalém, apesar se 
ser atribuído popularmente à Jeremias não podemos saber ao certo sobre 
a autoria, mas isso não tira a ação do espirito santo e a autoridade do 
texto. 
è Propósito e Mensagem: Lamentações registra o Dia do Senhor que veio 
sobre Judá com toda a fúria. Os poemas fúnebres foram criados para 
oferecer uma purificação aos sobreviventes de Judá 
è Temas principais: Sofrimento Humano e Abandono Divino. 
 
O livro de lamentações contém cinco cantos fúnebres que expressam a tristeza 
do povo de Judá diante da destruição de sua tão amada cidade de Jerusalém. 
Muitos acreditam que Jeremias tenha escrito essas canções de lamento em 586 
a.C., pouco depois de o exército babilônio ter assolado e incendiado Jerusalém. 
Ele reconhece que foi o pecado que trouxe o julgamento de Deus e olha além 
dessa agonia para vislumbrar um Deus de fidelidade e misericórdia, capaz de 
restaurar a nação. 
 
OBADIAS 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
50 
è Contexto: Obadias viveu durante a devastação final da guerra dos 
babilônios contra Judá (587 – 586 a.C.) e viu como os Edomitas tiravam 
vantagem do povo judeu. 
è Propósito e Mensagem: Condenar o orgulho e crueldade de Adom, 
Assegurar o triunfo final dos remanescentes de Judá e proclamar o 
domínio de Javé. 
è Temas principais: Orgulho, Lei de talião, Julgamento Universal, 
Restauração. 
è Suas profecias tinham o objetivo de incentivar aqueles que haviam perdido 
as esperanças, aqueles que se perguntavam por que Deus não punia os 
Edomitas por suas atitudes perversas. 
 
 
PARA REFLEXÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA 
 
è Como é possível que Deus aja tanto com ira como com bondade? 
è É certo o crente questionar a justiça de Deus? Como podemos superar a 
dúvida em períodos de dificuldade? 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
51 
• 
• 
• 
• 
• 
Soberania de Javé sobre as nações e Israel 
Exílio Babilônico como castigo pela idolatria de Judá 
Relação dinâmica entre o indivíduo e o grupo 
Fidelidade de Javé às promessas da aliança 
Interação misteriosa entre responsabilidade individual e Julgamento divino 
 
 
Introdução 
AULA 05 – OS PROFETAS – PARTE II 
 
Estamos estudando sobre a grande importância dos profetas para o povo de 
Israel e para nossas vidas hoje. Já vimos sobre os profetas que proclamaram 
suas mensagens no reino do Norte e também no reino do Sul até pouco antes 
de Jerusalém ser destruída pelos babilônios. 
Na aula de hoje estudaremos os profetas que pregaram durante o exílio na 
Babilônia e também os que profetizaram após o retorno a Jerusalém. Estes 
foram os últimos profetas que Deus usou para transmitir sua mensagem antes 
do silêncio de quatrocentos anos e a vinda de Cristo. 
Nosso objetivo é que ao final desta aula você possa identificar quais foram os 
profetas que pregaram durante o exílio na babilônia, o contexto em que estavam 
inseridos e os principais temas de suas mensagens. Você também poderá 
identificar quais são os profetas que Deus usou após o cativeiro, quando o povo 
voltou para Jerusalém e começou a reconstruir a cidade. 
PROFETAS DO EXÍLIO 
EZEQUIEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ezequiel estava entre os dez mil levados ao cativeiro pelo rei Nabucodonosor da 
Babilônia em 597 a.C. Seu nome significa “Deus fortalece”, o que lembra sua 
obra de consolo e incentivo entre os exilados. Foi um livro muito controverso 
entre os judeus. Ele profetizou aos Judeus na Babilônia no mesmo tempo em 
que Jeremias proclamava aos que ainda estavam em Jerusalém. 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
52 
Composição e Contexto: O estilo autobiográfico leva a crer que o próprio 
Ezequiel escreveu as profecias por volta 571 a 562 a.C. 
Propósito e Mensagem: Convocação ao arrependimento antes da queda. 
Profecias as nações vizinhas e a esperança da promessa de uma nova aliança. 
Temas principais: Filho do Homem, Visão das rodas, Responsabilidade 
individual e literatura apocalíptica. 
Aplicações práticas de Ezequiel 
 
è Uma visão renovada do esplendor de Deus leva o homem a se prostrar, 
adorar e obedecer espontaneamente à sua Palavra. 
è Os crentes são atalaias de Deus, chamados para advertir os pecadores 
acerca do julgamento divino que lhes sobrevirá, caso não se arrependam. 
O Atalaia que deixarde advertir seus semelhantes será responsabilizado 
pelo Senhor. 
è Deus é justo, e as pessoas serão responsabilizadas apenas pelos seus 
próprios pecados. 
è Deus cumprirá suas promessas, purificará os pecados de seu povo, irá 
restaurar a terra, dar um novo coração e uma nova aliança, renovará a 
adoração genuína e glorificará o messias. 
 
 
DANIEL 
 
 
 
Daniel foi levado para a babilônia na primeira leva de escravos em 605 a.C. e 
profetizou no exílio até que a Pérsia tomasse o poder e liberasse o povo para 
retornar. Mas como Daniel já estava velho permaneceu na Babilônia. 
Daniel e seus três amigos eram hebreus da alta classe. Eram cultos e pertenciam 
a famílias reais de Judá. Deus preservou seu povo no cativeiro por intermédio 
• 
• 
• 
Levar a vida de fé em um mundo cada vez mais hostil 
Soberania de Deus nos assuntos políticos internacionais 
Soberania de Deus em livrar e tornar prósperos os fiéis. 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
53 
da influência de Daniel, que, por setenta anos, atuou como um dos principais 
oficiais do governo. Embora tenha enfrentado severas provações ao longo da 
vida, tais como ser lançado na cova dos leões, Daniel tinha uma excelente 
reputação e manteve sua posição de destaque mesmo depois que os persas 
derrotaram os babilônios. 
Propósito e mensagem: A soberania de Deus é o centro deste livro e pode ser 
vista em ação nos âmbitos espiritual e político. No relato dos acontecimentos da 
vida de Daniel e de seus amigos, a ênfase está na vida de fé em mundo cada 
vez mais hostil. A soberania de Deus é vista pela ótica da capacidade de fazer 
prosperar ou livrar os fiéis. 
Temas principais: O reino de Deus e Orgulho e rebelião. 
 
Valor prático de Daniel 
 
è Toda sabedoria vem de Deus. Ele a revela para seus servos fiéis para 
glorificar a si mesmo. 
è Deus tem todo poder para controlar indivíduos e nações. Ele levanta quem 
deseja e humilha os orgulhosos, para demonstrar seu poder e subjugar 
as pessoas. 
è Embora os santos de Deus tenham de sofrer grande perseguição, no final 
o Senhor os livrará e lhes dará seu reino eterno, que será governado pelo 
filho do Homem. 
 
 
OS PROFETAS PÓS-EXÍLICOS 
 
Reconstruindo um Povo 
 
AGEU 
 
Contemporâneo de Zacarias, profetizou no retorno da babilônia em Jerusalém 
por volta de 520 a.C. No segundo grupo que retornou a Jerusalém sob a 
liderança de Zorobabel, o profeta Ageu incentiva a reconstrução do templo. 
Quando os Judeus retornaram para Jerusalém pela primeira vez, a reconstrução 
do templo foi uma de suas principais preocupações. Entretanto, eram frustrados 
continuamente tanto pelas autoridades locais como pelos oficiais persas, e o
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
54 
projeto de reconstrução fracassou. A mensagem de Ageu indica ainda que o povo não 
estava sabendo definir corretamente as prioridades nas questões espirituais. 
Propósito e mensagem: Sua mensagem tinha o propósito de levantar o povo 
para reconstrução do templo e o despertar para as responsabilidades e 
obrigações da aliança. 
Tema Principal: O Templo. 
 
Valor prático de Ageu 
 
è Apesar da oposição e das circunstâncias negativas, o crente deve sempre 
dar prioridade ao que agrada e glorifica a Deus. 
è Comparações geralmente tiram nossa motivação, mas as promessas de 
Deus e seu poder nos dão forças para superar todos os problemas. 
è Deus está mais preocupado com a santidade de nosso coração do que 
com rituais externos. 
 
 
ZACARIAS 
 
Provavelmente, o profeta Zacarias vinha de uma família sacerdotal e, ao lado de 
Ageu, teve um papel importante ao incentivar aos judeus que haviam retornado 
do cativeiro babilônico a reconstruir o templo. É provável que os primeiros oito 
capítulos, em que lemos sobre o incentivo para a reconstrução do edifício, 
tenham sido registrados entre 520 a 518 a.C. Já os capítulos 9 a 14 não estão 
datados e relacionam-se mais com o período em que Deus estabelecerá seu 
reino messiânico na terra. Por causa dessas diferenças supõe-se que Zacarias 
tenha recebido as mensagens apocalípticas de 9 a 14 muitos anos depois de o 
templo estar concluído. 
Propósito e mensagem: A mensagem de Zacarias foi de repreensão, exortação 
e incentivo – um tratado para tempos difíceis. 
Temas Principais: Messias, Escatologia do Antigo Testamento 
 
Valor prático de Zacarias 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
55 
è A única maneira de evitar a ira de Deus é nos arrependermos de nossos 
pecados. 
è Um dia Deus julgará os ímpios de todas as nações, trará os justos dentre 
todos os povos para se unirem ao seu povo e habitará com júbilo no meio 
dele. 
è A obra de Deus não será realizada por força humana, sabedoria terrena 
ou poderio militar, mas pelo seu Espírito. 
è O ritual do jejum é inútil se não for observado para Deus. 
è Embora muitos tenham rejeitado o Bom Pastor, por uma demonstração 
estupenda de seu poder e de sua graça, um dia uma multidão de judeus 
e gentios reconhecerá o Senhor como Rei dos reis e o adorará. 
 
 
MALAQUIAS 
 
 
O profeta Malaquias proclamou a palavra de Deus cerca de cem anos depois de 
Ageu e de Zacarias. Os muros de Jerusalém já haviam sido erguidos; portanto, 
a cidade estava segura. Como a reconstrução do templo fora terminada havia 
muito tempo, a maioria das pessoas já não tinham ânimo para comparecer ali 
para adorar. Os sacerdotes não mais ensinavam sobre as normas de sacrifícios. 
Alguns chegavam ao ponto de perguntar se valia a pena servir a Deus. 
Malaquias abordou esses assuntos por meio de diálogos em incluem uma série 
de perguntas e respostas. 
Valor prático de Malaquias: 
 
è O amor de Deus e sua justiça não mudam. A eleição e o julgamento final 
do dia do Senhor dão provas do seu caráter. 
• 
• 
• 
• 
• 
Deus deseja adoração sincera. 
O dia do Senhor afeta justos e ímpios 
Deus espera fidelidade no casamento 
Alguém igual a Elias anunciará o dia do Senhor 
Deus odeia o divórcio. 
 
 Curso Básico de Teologia 
 
“Procura apresentar a Deus aprovado...” 2Tm 2.15 
 
 
56 
è Não podemos honrar a Deus pela adoração hipócrita. Ele merece que 
façamos o máximo que pudermos. 
è Deus odeia o divórcio e o casamento com os pagãos. Isso destrói a família 
e torna a adoração inaceitável. 
è O mestre ou pregador que não teme a Deus, não transmite as instruções 
corretas sobre sua palavra, não se porta de maneira correta e não 
incentiva as pessoas a se desviar do mal não receberá as bênçãos de 
Deus. 
è Deus faz distinção entre o justo e o ímpio; portanto, vale a pena temê-lo e 
servi-lo. 
 
 
 
O QUE APRENDEMOS 
 
Os esboços são esquecidos e os nomes dos reis ficam relegados ao mais 
profundo recôndito da memória, mas mesmo não assimilando mais nada, a 
pessoa que estuda o AT deve reter uma ampla compreensão de Deus. Em 
Êxodo 3.14, quando Deus fala a Moisés no meio da sarça ardente, ele apresenta 
o nome “Eu Sou”, do qual é derivado de “Javé”. A forma verbal enfatiza a 
natureza de Javé como “o que dá a existência”. Embora isso tenha implicações 
para a criação e soberania, pode-se aplicar também à eleição de Israel e à 
natureza do Deus que estabeleceu a aliança. Seu nome é a apresentação de 
seus atributos. Os principais atributos de Deus enfatizados no AT são resumidos 
aqui em algumas passagens que os apresentam com mais clareza. Estas estão 
entre as maiores afirmações teológicas do AT. 
Criador 
 
“Aquele que forma os montes, cria o vento e revela os seus pensamentos ao 
homem, aquele que transforma a alvorada em trevas, e pisa sobre as montanhas 
da terra; o SENHOR, o Deus dos Exércitos, é o seu nome.” Amós 4:13 
Sábio 
 
"O Senhor me criou como o princípio de seu caminho, antes das suas obras mais 
antigas; fui formada desde a eternidade, desde o princípio, antes de existir a 
terra.

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