Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Anticolinesterásicos – HILÁRIO OLIVEIRA T29 Fármacos estimulantes colinoceptores → estimulam receptores colinérgicos (muscarínicos e nicotínicos) → Fármacos que ativam diretamente esses receptores → alcaloides, ésteres de colina... Fármacos Anticolinesterásicos → medicamentos que bloqueiam a enzima acetilcolinesterase, que degrada a acetil-colina produzida em qualquer ponto que a mesma possa ser liberada, aumentando sua concentração na fenda sináptica; Presença maior de acetilcolina para ativar os receptores e gerar uma resposta (a acetilcolina é um agonista pleno e logo não necessariamente necessita ativar todos os receptores) O receptor nicotínico → tem nicotina como o seu ligante → é um canal iônico → curare tem o poder de bloquear esse receptor, impedindo despolarização por ele; O receptor muscarínico → tem como ligante a muscarina (alcaloide extraído de um fungo) → a atropina é um de seus principais antagonistas; Ambos os receptores são colinérgicos, mas com algumas diferenças de comportamento básico. Como a Ach é produzida: Mitocôndria disponibiliza Acetil-COA → tem seu acetil retirado pelo grupo colina-acetil-transferase, transferindo o acetil para a colina (COA descartada) → formada então a Ach → armazenada em vesículas → com a despolarização o neurônio, a ACh é fundida com a membrana plasmática, liberando o conteúdo na sinapse → Ach procura seu receptor na célula pós-sináptica, podendo ser muscarínico → ao finalizar seu papel, Ach se desliga do receptor e é metabolizada pela acetilcolinesterase em colina e acetato → acetato desgastado → colina é captada novamente para participação de um novo processo de produção da Ach. Muscarínicos → é ativado pela ACh ou fármacos colinomiméticos (tem comportamento similar ao da ach) Subclasses: M1, M3, M5 → receptores de estimulação celular → são receptores acoplados à proteína G; → a proteína g nesse caso é estimulatória, que irá ativar a enzima FOSFOLIPASE C → produz segundos mensageiros (IP3 – aumenta liberação de cálcio no citoplasma através do retículo endoplasmático; e DAG – ativa enzimas, abre canais iônicos...). M2, M4 → receptores de inibição da excitação celular → são acoplados à proteína G; a proteína g acoplada é inibitória, inibindo a atividade da Adenil ciclase → diminuição de AMPc → diminuição da produção de segundos mensageiros → diminuição da ativação de PKA → diminuição da sinalização celular. Esses receptores muscarínicos são encontrados: No sistema nervoso autonômico e no central em órgãos efetores; Todos são metamotropicos → acoplados à proteína G. Nicotínicos São receptores iônotropicos → canais iônicos; Reconhecem a ach e fármacos colinomiméticos; Encontrados no sistema nervoso central, medula adrenal, gânglios autonômicos e junção neuromuscular; Nos momentos de sinapse entre neurônio pré e pós, os gânglios autônomos com inervações simpáticas ou parassimpáticas sempre tem receptores nicotínicos. Subunidades: 2 unidades alfa → recebem o ligante (ach) Ach se liga → canal abre → entrada de sódio → despolarização da célula. Possui mais 3 subunidades. Subunidades: MM → canal iônico que permite a despolarização quando aberto; localizado na placa motora. MN → canal iônico que permite a despolarização quando aberto; localizado nos receptores ganglionares pós-sinápticos. Anticolinesterásicos indiretos: Anticolinesterásicos irão inibir a atividade da enzima acetilcolinesterase (muito ativa e intensa, cliva a acetilcolina livre e cliva também a que está ligada no receptor) → o fármaco, inibe AchE e como consequência, os níveis de Ach se elevam na fenda sináptica → Maior presença de acetilcolina para ativar os receptores e gerar uma resposta (a acetilcolina é um agonista pleno e logo não necessariamente necessita ativa todos os receptores) → como consequência, vai exacerbar os efeitos colinérgicos (pode ser benéfica em algumas situações, mas dependendo do medicamento pode acontecer modulações indesejadas dependendo da via). Usados em situações de redução nos níveis ou efeitos da Ach Atuando em 2 intensidades e apresentando um mecanismo parecido, mas com tempos de bloqueio diferente. No sítio de ligação da acetilcolinesterase, existe a presença de um sítio aniônico que vai se ligar ao quaternário de amônio e um sítio esterásico que vai se ligar ao metil éster. No grupo esterásico há presença de um -OH que cliva o grupo metil éster e forma um grupamento ácido, liberando o quaternário de amônio. Quebrando em Acetato + Colina. Anticolinesterásicos reversíveis: O grupamento éster fica ligado na acetilcolina, mas não é um processo tão rápido como acontece com a acetilcolina → Fármacos como Edrofônio (5-10min) e Carbamatos (fisiostigmina, neostigmina) são importantes para diagnosticar pacientes com deficiência de acetilcolina → Logo, ele vai diminuir a ação da acetilcolinesterase e vai aumentar a concentração de acetilcolina. Anticolinesterásicos irreversíveis: Como os Organofosforados (ecotiofato, paration) e Gases Bélicos (sarin, soman, tabun), apresenta uma ligação mais extensa e prolongada nos sítios esterásico, tendo uma ligação de muitas horas e pode colocar o paciente em risco. Não tem uso farmacológico e são de uso tóxico. A acetilcolinesterase cliva a fração aniônica do éster (isso de forma normal) mas os irreversíveis demoram muito. Propriedades Farmacológicas dos Fármacos Anti- colinesterásicos: Bexiga Atônica: Paciente não consegue fazer esvaziamento da contração da bexiga, uma perda da contração da bexiga → Frequente depois de procedimentos cirúrgicos e no pós-parto, a presença da Bexiga Atônica e isso está relacionado com atividade da acetilcolina. A bexiga é um musculo liso com presença de receptores muscarínicos do tipo M3 (via excitatória, que no caso da bexiga vai gerar contração) → se a atividade de acetilcolina está baixa no paciente, vai acontecer a ausência de contração → Acetilcolina está relacionada ao relaxamento dos esfíncter da uretra, ou seja, na ausência ela vai ficar contraída →para reverter essa retenção urinária é recomendado um fármaco anti-colinesterásico (como a Neoestigmina, que aumenta a concentração da acetilcolina fazendo o paciente urinar normalmente) → O peristaltismo do trato digestório ele é modulado pela atividade da acetilcolina, com dificuldade de evacuação. Lembrando que esses fármacos podem modular outras vias. Miastenia Gravis: Doença autoimune em que se produz anticorpos anti-receptores nicotínicos musculares, destruindo esses receptores →Logo, haverá menos sítios de ligação para acetilcolina e logo uma menor possibilidade de gerar resposta contrátil → Mesmo sendo alguns ativados, não vais ser suficiente para gerar uma contração muscular. É algo gradual e que chega a um ponto em que a acetilcolina liberada não gera uma resposta contrátil suficiente para gerar contração, gerando uma contração fraca ou uma ausência de contração (grave) → Pode causar ptose palpebral (não abre os olhos de forma eficiente) e para diagnosticar essa doença autoimune, se faz o uso de Edrofônio (meia vida curta de 5-10min) e para tratar: Uso de Piridostigmina e Neostigmina (esses fármacos diferem no tempo) Glaucoma: O controle da pressão e da lubrificação do olho é feito por músculos ciliares que vão produzir o humor aquoso, sendo drenado no canal de Schlenn e logo no caso do Glaucoma, pode acontecer um descontrole do fluxo e ele fica retido, entrando no olho e causando danos no nervo ótico (aumento da pressão) → é necessário um fármaco para contrair os músculos ciliares, gerando uma miose (contração da íris) e a perda da retenção, causando uma melhora da pressão → Por meio da via tópica (colírio), o fármaco ecotiofato (meia-vida de 100h). Ele é usado em forma local, sendo necessário menor dose e menores riscos para entrar em outrasvias sistêmicas. Inseticidas; →Exposição a ação de fármacos anticolinérgicos de ação irreversíveis como os Organofosforados (controle de pragas e insetos). Eles podem ser absorvidos por via oral. → No caso de intoxicação se deve usar um antagonista muscarínico, como Atropina e Pralidoxina (reduz a atividade da acetilcolina e bloqueia mecanismos colinérgicos). →No caso dos carbamatos, eles possuem uma ação reversível na enzima, conseguindo restaurar por meio da Pralidoxina. Esses tipos de medicamentos já foram usados em tratamento de piolhos, mas hoje em dia não se usa mais. Intoxicação por AchE/ Anticolinesterásicos Uso da Atropina (antagonista muscarínico) por intoxicação por organofosforados. E no caso de intoxicação por carbamatos, usa-se a Pralidoxina que tem como objetivo restaurar a ação da AchE; Com a exposição de Carbamatos ou Organofosforados, ocorre a inibição da enzima, e com o uso de um inibidor como a Neostigmina ocorre a liberação do bloqueia da enzima. No caso dos Organo é de difícil reversão. Quando o organofosforado fica muito tempo ligado a acetilcolinesterase ele acaba uma resposta eficiente, o envelhecimento. Sendo assim, essa enzima não é mais recuperável. Doença de Alzheimer Várias vias moduladas, sendo uma ineficiência nas vias colinérgicas da acetilcolina → assim, o uso de fármacos Anti-colinesterásicos irá melhorar a eficiência da acetilcolina no SNC. → Tacrina – Hepatotóxica, Donepesila, Rivastigmina, Galantamina e Metrifonato.
Compartilhar