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Resumo Psicopatologia - Parte II

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Psicopatologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Psicopatologia 
 
Centro Universitário Barão de Mauá 
Disciplina: Psicopatologia 
E-mail: euagustonascimento@gmail.com 
Aula: 08 de abril de 2021. 
 
 
 
II Bimestre 
 
Manuais diagnósticos: CID-10/11 e DSM-5 
 
Referências Bibliográficas: 
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos 
transtornos mentais. 2ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. 
Capítulo 24 – Do sintoma à síndrome 
Capítulo 25 – As grandes síndromes psiquiátricas 
 
De acordo com a CID 11: 
“Os distúrbios mentais, comportamentais e do 
desenvolvimento neurológico são síndromes caracterizadas 
por distúrbio clinicamente significativo na cognição, 
regulação emocional ou comportamento de um indivíduo 
que reflete uma disfunção nos processos psicológicos, 
biológicos ou de desenvolvimento subjacentes ao 
funcionamento mental e comportamental. Esses distúrbios 
geralmente estão associados a sofrimento ou prejuízo no 
funcionamento pessoal, familiar, social, educacional, 
ocupacional ou em outras áreas importantes do 
funcionamento” (WHO, 2018). 
 
Vivências psicopatológicas 
 
Transfundos: 
Espécie de palco, contexto mais geral, em que emergem os 
sintomas. 
Estáveis: pouco mutáveis (personalidade, Inteligência) 
Mutáveis: atuam na qualidade das vivências psicopatológicas 
(humor) 
 
Sintomas emergentes: 
Vivências psicopatológicas proeminentes e individualizáveis 
que se destacam (senso percepção, afetividade, 
pensamento/juízo, linguagem). 
 
Síndromes são um conjunto de sinais e sintomas que 
se agrupam de forma recorrente e são observadas na prática 
clínica. São agrupamentos estáveis. 
 
Avaliação → Escuta, observação, instrumentos → Descrição 
de sinais e sintomas → Síndromes → Hipóteses diagnósticas 
(HD) 
 
 
 
Dados estatísticos: 
 
▪ Prevalência: Quantas pessoas na população apresentam o 
transtorno? 
▪ Incidência: Quantos casos novos ocorrem em determinado 
período – ano? 
▪ No Brasil (dois estudos, nos anos 2005 e 2008, cidades SP e RJ); 
▪ Prevalência na vida: no RJ (42,1%) e em SP (44%); 
▪ Prevalência nos últimos 12 meses: no RJ (31,2%) e em SP (de 
29,6 a 32,5%); 
▪ Transtornos mais prevalentes: ansiosos e depressivos. 
 
Os quadros psicopatológicos são produzidos na interação do 
indivíduo com o ambiente 
 
Fatores de Risco 
Fatores predisponentes: Vulnerabilidade (constitucional ou 
adquirida nas vivências iniciais); 
Fatores precipitantes: Gatilhos (proximidade temporal ao 
surgimento dos sintomas); 
Fatores perpetuadores: Contribuem para a manutenção do quadro. 
 
Fatores de proteção são forças, capacidades e recursos que 
podem minimizar os riscos. 
 
Fatores envolvidos na manifestação dos 
transtornos mentais (TM) 
✓Fator patogenético (AGORA): relativo à manifestação dos 
sintomas diretamente produzidos pelo TM de base (ex: humor triste 
na depressão); 
✓Fator patoplástico (ANTES): manifestações relacionadas à 
personalidade pré-mórbida, à história e aos padrões de 
comportamento prévios ao processo patológico; 
✓Fator psicoplástico (APÓS): relativo aos eventos e às reações da 
pessoa associadas aos episódios de TM. 
 
Termos relacionados aos TM 
 
Personalidade pré-mórbida: anterior ao surgimento do transtorno 
mental; 
Sinais e sintomas prodrômicos: início do transtorno, fase precoce 
do adoecimento; 
Estado residual: surge após vários surtos, apresentando sinais e 
sintomas que são sequelas dos surtos e predominantemente 
negativos. 
 
 
 
mailto:euagustonascimento@gmail.com
 Psicopatologia 
 
Sintomas positivos são manifestações novas, floridas 
e produtivas, como por exemplo a Alucinação, ilusão; Ideias 
delirantes; Comportamento bizarro e atos impulsivos; Agitação 
psicomotora; Ideias bizarras (não necessariamente delirantes); 
Produções linguísticas: neologismo. 
 
Sintomas negativos são perda das funções psíquicas 
por empobrecimento global da vida psíquica e social como 
por exemplo o Distanciamento/Embotamento afetivo; Retração 
social; Empobrecimento da linguagem e do pensamento; 
Diminuição da fluência verbal; Diminuição da vontade e 
apragmatismo; Autoneglicência; Lentificação psicomotora 
 
Termos relacionados aos TM 
 
▪ Início 
Agudo x Insidioso; 
▪ Curso 
Crônico (mantendo ou com piora) 
Episódio (recorrente) 
Limitado 
▪ Prognóstico 
Favorável, Desfavorável, Incerto 
 
Curso Crônico 
 
Processo: transformação lenta e insidiosa da personalidade, 
decorrente de alterações psicologicamente incompreensíveis, 
configurando um processo irreversível que rompe com a 
continuidade do sentido normal do desenvolvimento histórico de 
vida de uma pessoa. 
Desenvolvimento: evolução lenta e psicologicamente 
compreensível de uma personalidade. 
 
Curso Agudo 
 
Aspecto temporal: 
Crise ou ataque: surgimento e términos abruptos, de minutos a 
poucas horas; 
Episódio: duração de alguns dias a semanas (também usado 
quando não há precisão quanto ao fenômeno mórbido 
envolvido). 
 
Forma e consequência: 
Reação vivencial anormal: ocorre diante de eventos vitais, com 
marcada reatividade e intensidade; 
Surto: Ocorre de forma aguda e repentina, eclodindo uma 
doença que não compreensível psicologicamente. Pode levar a 
sequelas na personalidade e cognição; 
Fase: período de oscilação entre depressão e mania (TB). Entre 
as fases, a personalidade do indivíduo retorna ao que era antes. 
 
 
 
 
Termos relacionados aos Transtornos Mentais 
 
Remissão: retorno ao estado habitual após u episódio agudo - 
espontaneamente ou por tratamento; 
Recuperação: retorno e manutenção do estado normal, já tendo 
passado um bom período de tempo (± 1 ano) sem que o paciente 
apresente recaída do quadro; 
Recaída ou recidiva: ressurgimento dos sintomas após melhora 
parcial - até 1 ano; 
Recorrência: um novo episódio ocorre após mais de 1 ano 
assintomático. 
 
Diagnóstico (nosografia): Descrição de entidades clínicas. 
Entendimento de singularidades e circunstâncias. 
Classificação/Ordenação das entidades em categorias: Busca 
similaridades e diferenças, agrupando em categorias. 
 
Aula: 12 de abril de 2021 
 
Transtornos do espectro da esquizofrenia e 
outros transtornos psicóticos 
 
Referência Bibliográfica: 
MOTA, L.S.; BONITO, R.B.; BELLORA, R. M. Transtorno da 
esquizofrenia e outros transtornos psicóticos. In: TISSER, L.; 
COIMBRA, N. Transtornos da personalidade. In: TISSER, L.; 
COIMBRA, N. (orgs). Psicopatologia do adulto e do 
envelhecimento: atualizações e prática clínica. Novo Hamburgo: 
Sinopsys, 2019, p-371-388. Cap. 12. 
 
Prevalência 
✓ 1% da população possui transtornos mentais; 
Etiologia 
✓Interação de fatores genéticos e neurodesenvolvimental 
✓História familiar é comum (hereditariedade) 
✓Condições físicas / psíquicas no pré-natal, parto e pós-natal 
Alterações neurofuncionais 
✓Neurotransmissão dopaminérgica 
 
Características dos grupos 
 
Grupo de patologias graves, crônicas e muitas vezes incapacitantes; 
Elevado risco para suicídio e importante impacto na qualidade de 
vida; 
Classificações atuais compreendem a esquizofrenia como um 
espectro de transtornos relacionados a alterações no(a): 
• Conteúdo e forma do pensamento 
• Sensopercepção 
• Senso de identidade 
• Motivação 
• Comportamento 
• Funcionamento interpessoal 
✓Ruptura grave com a realidade 
✓ Não são causados por comprometimento cognitivo 
✓Não são principalmente afetivos 
 Psicopatologia 
 
Sintomas psicóticos 
Disfunção do pensamento e sensopercepção 
Sintomas positivos: exageros ou distorções de pensamentos, 
emoções e comportamento (alucinações, delírios, alterações 
comportamento); 
Sintomas negativos: envolvem funcionamento abaixo do nível de 
comportamento normal (embotamento afetivo, alogia, avolia). 
 
Transtornos psicóticos 
Sintomas psicóticos preenchem critériosdiagnósticos específicos 
No DSM-5 e na CID-11, os quadros de esquizofrenia são 
marcados por 5 tipos de alterações: 
✓Delírios 
✓Alucinações 
✓Discurso desorganizado 
✓Comportamento desorganizado 
✓Sintomas negativos 
 
DSM- 5 
• Esquizofrenia; 
• Transtorno delirante; 
• Transtorno psicótico breve; 
• Transtorno esquizoafetivo; 
• Transtorno esquizofreniforme; 
• Transtorno psicótico induzido por SPA ou medicamento 
 
• Catatonia; 
• Transtorno personalidade esquizotípica (em Transtornos da 
Personalidade). 
 
CID-11 
• Esquizofrenia; 
• Transtorno delirante; 
• Transtorno psicótico agudo e transitório; 
• Transtorno esquizoafetivo; 
• Transtorno esquizotípico; 
• Transtorno psicótico induzido por SPA ou medicamento (em 
Transtornos induzidos por SPA); 
• Catatonia (em grupo específico). 
 
Características dsm-5 
✓Transtorno psicótico breve: ao menos um sintomas psicótico 
com duração de 1 dia a 1 mês, com retorno ao funcionamento pré-
mórbido; 
✓Transtornos esquizofreniforme: distúrbio com essencialmente 
os mesmos sintomas da esquizofrenia, mas que dura de 1 a 6 
meses; 
✓Esquizofrenia: ao menos dois sintomas psicóticos por pelo 
menos 1 mês, persistindo por ao menos 6 meses; 
✓Transtorno delirante: delírios persistentes 1 mês ou mais; 
✓Transtorno esquizoafetivo: esquizofrenia que acontece em 
concomitância com quadro de humor; 
✓Transtorno psicótico secundário ao uso de substância: sintomas psicóticos se desenvolvem durante ou logo após intoxicação por 
SPA/medicamento ou abstinência. 
 
Catatonia: distúrbios psicomotores extremos que podem aparecer em um distúrbio psicótico não atribuível a causas fisiológicas. Sintomas 
de catatonia (ao menos três): estupor, catalepsia, flexibilidade cerácea, mutismo, negativismo, posturas rígidas, maneirismo, estereotipia, 
agitação psicomotora/excitação violenta, caretas, ecolalia, ecopraxia. 
✓Outros transtornos do espectro da esquizofrenia: apresentações atípicas ou incompletas – zona de indefinição (quando não se conhece 
muito bem o caso). 
 
Critérios diagnósticos DSM-5 
✓ Para considerar como transtorno psicótico breve, obrigatoriamente precisa apresentar os sintomas 1, 2 ou 3, pois estes são os 
mais fortes, por exemplo, se aparecer somente o 4, não considerar! 
 
Transtorno psicótico breve 
A. Presença de um (ou mais) dos sintomas a seguir. Pelo menos um deles deve ser (1), (2) ou (3): 
1. Delírios. 2. Alucinações. 
3. Discurso desorganizado (p. ex., descarrilamento ou incoerência frequentes). 
4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico. 
B. A duração de um episódio da perturbação é de, pelo menos, um dia, mas inferior a um mês, com eventual 
retorno completo a um nível de funcionamento pré-mórbido. 
C. A perturbação não é mais bem explicada por transtorno depressivo maior ou transtorno bipolar com 
características psicóticas, por outro transtorno psicótico como esquizofrenia ou catatonia, nem se deve aos 
efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica. 
Especificar se: com estressores evidentes, sem estressores evidentes, com início no pós-parto, com catatonia. 
 Psicopatologia 
 
 
Transtorno Esquizofreniforme 
A. Dois (ou mais) dos itens, cada um presente por uma quantidade significativa de tempo durante um período de 
um mês (ou menos, se tratados com sucesso). Pelo menos um deles deve ser (1), (2) ou (3): 
1. Delírios. 2. Alucinações. 3. Discurso desorganizado 
4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico. 5. Sintomas negativos 
B. Um episódio do transtorno que dura pelo menos um mês, mas menos do que seis meses. Quando deve ser feito 
um diagnóstico sem aguardar a recuperação, ele deve ser qualificado como “provisório”. 
C. Transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar com características psicóticas foram 
descartados porque 1) nenhum episódio depressivo maior ou maníaco ocorreu concomitantemente com os 
sintomas da fase ativa ou 2) se os episódios de humor ocorreram durante os sintomas da fase ativa, estiveram 
presentes pela menor parte da duração total dos períodos ativo e residual da doença. 
D. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) 
ou a outra condição médica. 
Especificar se: com características de bom prognóstico (ao menos 2 de: 4 semanas aparecimento sintomas 
agudos, confusão/perplexidade, bom funcionamento pré-mórbido, ausência embotamento), sem 
características de bom prognóstico, com catatonia e gravidade atual. 
Esquizofrenia 
A. Dois (ou mais) dos itens, cada um presente por uma quantidade significativa de tempo durante um período 
de um mês (ou menos, se tratados com sucesso). Pelo menos um deles deve ser (1), (2) ou (3): 
1. Delírios. 2. Alucinações. 3. Discurso desorganizado 
4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico. 5. Sintomas negativos 
B. Por período significativo de tempo desde o aparecimento da perturbação, o nível de funcionamento em uma 
ou mais áreas importantes do funcionamento, como trabalho, relações interpessoais ou autocuidado, está 
acentuadamente abaixo do nível alcançado antes do início. 
C. Sinais contínuos de perturbação persistem durante, pelo menos, seis meses. Esse período de seis meses 
deve incluir no mínimo um mês de sintomas (ou menos, se tratados com sucesso) que precisam satisfazer 
ao Critério A (i.e., sintomas da fase ativa) e pode incluir períodos de sintomas prodrômicos ou residuais. Durante 
esses períodos prodrômicos ou residuais, os sinais da perturbação podem ser manifestados apenas por sintomas 
negativos ou por dois ou mais sintomas listados no Critério A presentes em uma forma atenuada (p. ex., crenças 
esquisitas, experiências perceptivas incomuns). 
D. Transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar com características psicóticas são 
descartados porque 1) não ocorreram episódios depressivos maiores ou maníacos concomitantemente com os 
sintomas da fase ativa, ou 2) se episódios de humor ocorreram durante os sintomas da fase ativa, sua duração total 
foi breve em relação aos períodos ativo e residual da doença. 
E. A perturbação não pode ser atribuída aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, 
medicamento) ou a outra condição médica. 
F. Se há história de transtorno do espectro autista ou de um transtorno da comunicação iniciado na infância, o 
diagnóstico adicional de esquizofrenia é realizado somente se delírios ou alucinações proeminentes, além dos 
demais sintomas exigidos de esquizofrenia, estão também presentes por pelo menos um mês (ou menos, se 
tratados com sucesso). 
Especificar se: 
•primeiro episódio ou episódios múltiplos 
•atualmente em episódio agudo, em remissão parcial ou em remissão completa 
•com catatonia. 
 Psicopatologia 
 
Transtorno delirante 
A. presença de um delírio (ou mais) com duração de um mês ou mais. 
B. O Critério A para esquizofrenia jamais foi atendido. Nota: Alucinações, quando presentes, não são 
proeminentes e têm relação com o tema do delírio (p. ex., a sensação de estar infestado de insetos associada a 
delírios de infestação). 
C. Exceto pelo impacto do(s) delírio(s) ou de seus desdobramentos, o funcionamento não está acentuadamente 
prejudicado, e o comportamento não é claramente bizarro ou esquisito. 
D. Se episódios maníacos ou depressivos ocorreram, eles foram breves em comparação com a duração dos 
períodos delirantes. 
E. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condiçãomédica, não 
sendo mais bem explicada por outro transtorno mental, como transtorno dismórfico corporal ou transtorno 
obsessivo-compulsivo. 
Especificar: tipo de delírio erotomaníaco, grandiosioso, ciumento, persecutório, somático, misto, não 
identificado, com conteúdo bizarro. 
Especificar: gravidade e curso do quadro (remissão, episódio atual, etc.). 
Transtorno Esquizoafetivo 
A. Um período ininterrupto de doença durante o qual há um episódio depressivo maior ou maníaco concomitante 
com o Critério A da esquizofrenia. Nota: O episódio depressivo maior deve incluir o Critério A1: humor 
deprimido. 
B. Delírios ou alucinações por duas semanas ou mais na ausência de episódio depressivo maior ou maníaco 
durante a duração da doença ao longo da vida. 
C. Os sintomas que satisfazem os critérios para um episódio de humor estão presentes na maior parte da duração 
total das fases ativa e residual da doença. 
D. A perturbação não pode ser atribuída aos efeitos de uma substância (p. ex., droga de abuso»: medicamento) ou 
a outra condição médica. 
Determinar se: tipo bipolar, tipo depressivo, com catatonia, primeiro episódio ou atual, remissão. 
Transtorno psicótico induzido por substância/medicamento 
A. Presença de pelo menos um dos sintomas: 
1. Delírios 2. Alucinações 
B. Existe evidência na história, no exame físico ou nos achados laboratoriais de (1) e (2): 
1.Os sintomas do Critério A se desenvolveram durante ou logo após intoxicação por uma substância ou 
abstinência ou após exposição a um medicamento 
2.A substância/medicamento envolvida é capaz de produzir os sintomas do Critério A. 
C. A perturbação não é mais bem explicada por um transtorno psicótico não induzido por substância/medicamento 
(ou seja, os sintomas não antecederam ao uso de SPA/medicamento, os sintomas não persistem após tempo 
substancial -1 mês, não há história de episódios anteriores recorrentes). 
D. A perturbação não ocorre somente durante o curso do delirium 
E. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional 
ou outras áreas. 
Especificar: SPA indutora, com início durante intoxicação, com início durante abstinência, gravidade 
(quantidade de sintomas psicóticos primários). 
 Psicopatologia 
 
Diagnóstico Diferencial DSM 5 
 
Diagnóstico Critérios (A.) Tempo 
Transtorno psicótico breve Um ou + itens, pelo menos um deles 
deve ser (1), (2) ou (3): 1.Alucinação. 
2.Delírio. 3.Discurso desorganizado. 
4.Comportamento 
desorganizado/catatonia 
Um dia a um mês 
Transtorno esquizofreniforme Dois ou + itens, pelo menos um deles 
deve ser (1), (2) ou (3): 1.Alucinação. 
2.Delírio. 3.Discurso desorganizado. 4. 
Comportamento 
desorganizado/catatonia. 5.Sintomas 
negativos 
Sintomas presentes (A) por 
uma quantidade 
significativa de tempo 
durante um período de um 
mês, até no máximo seis 
meses 
Esquizofrenia Dois ou + itens, pelo menos um deles 
deve ser (1), (2) ou (3): 1.Alucinação. 
2.Delírio. 3.Discurso desorganizado. 
4.Comportamento 
desorganizado/catatonia. 5.Sintomas 
negativos 
Sintomas presentes (A) por 
uma quantidade 
significativa de tempo 
durante um período de um 
mês (fase ativa). Sinais 
contínuos de perturbação 
persistem durante, pelo 
menos, seis meses 
(incluindo sintomas fase 
ativa, prodrômica, 
residual). 
Transtorno delirante Um ou + delírio(s) Alucinações, quando 
presentes, não são proeminentes e têm 
relação com o tema do delírio. 
Funcionamento não está acentuadamente 
prejudicado, comportamento não é 
bizarro 
Um mês ou mais. 
 
Diagnóstico diferencial e evolução 
 
• Transtorno Delirantes Ideia delirante única ou conjunto de ideias delirantes aparentadas persistentes. Não há 
embotamento afetivo. Não proeminência das alucinações. Pensamento menos prejudicado (#Esquizofrenia). 
Sintomas: um mês ou mais. 
• Transtornos Esquizofreniforme Com mau prognóstico (afeto mais embotado, prejudicado funcionamento pré-
mórbido, evolução mais lenta dos sintomas agudos) – maior chance de progredir para Esquizofrenia. Sintomas: de 
um até seis meses. 
 
Perguntas que não podem faltar 
 
Espectro da esquizofrenia: 
❖ Você tem sentido como se as pessoas ou as coisas ao seu redor parecessem estranhas ou que tivessem intenções 
hostis ou ameaçadoras em relação à você? 
❖Você tem percebido coisas (escutado, visto ou sentido) que as outras pessoas parecem não estar percebendo? 
 Psicopatologia 
 
❖Você tem sentido como se não controlasse seus pensamentos, como se eles estivessem sendo ditos em voz alta 
e outras pessoas pudessem ouvi-los ou interferir neles? 
❖ Você se sente desconfiado, achando, por exemplo, que as pessoas na rua o observam ou o perseguem, ou fazem 
gozação de você? 
❖Escuta vozes que comentam o que você está fazendo ou vozes que ficam falando sobre você? 
❖Será que não está enganado quando a essas coisas e sensações que está me contando? Seria possível que você 
estivesse imaginando tudo isso? Que fosse coisa da sua cabeça? 
 
ABREU, C.N. et al. Síndromes psiquiátricas: diagnóstico e entrevista para profissionais de saúde mental. Porto Alegre: Artmed, 2006, 
p.56. 
Check list anamnese 
 
Esquizofrenia 
 
Sintomas durando seis meses (entre período prodrômico, fase ativa e residual), sendo pelo menos um mês (fase 
ativa) com: delírios, alucinações, discurso desorganizado, comportamento desorganizado/catatônico e sintomas 
negativos (embotamento, alogia e avoliação). 
 
Questões Espectro da esquizofrenia e outros 
transtornos psicóticos 
 
Caso 1 - Paciente de 20 anos é levada por familiares na 
unidade de emergência. Apresenta-se desorientada auto 
e alopsiquicamente, memória imediata prejudicada, 
falava em supostos idiomas estranhos, sem alteração de 
inteligência, expressa pensamento confuso e incoerente. 
Relata vozes que a insultam e a ordenam 
comportamentos autoagressivos; relata que está sendo 
perseguida e vigiada pela polícia federal. Seus pais 
relatam que há quatro meses a filha vem se mostrando 
diferente, mais calada e desconfiada; mas há um mês e 
meio, ela vem se apresentando “realmente estranha: 
falando coisas sem sentido, em outras línguas e se 
escondendo de pessoas que ela diz que querem matá-la” 
(sic), nunca viram a filha dessa forma antes e também 
afirmam que a mesma não faz uso de substâncias 
psicoativas. 
Hipótese Diagnóstica: Transtorno Esquizofreniforme. 
 
Caso 2 - História da doença: Paciente do sexo 
feminino, com 26 anos, com duas internações anteriores. 
Aos 18 anos começou a apresentar os primeiros 
sintomas, quando cursava o primeiro ano de nutrição. 
Passou a se isolar da família e amigos, e a ter insônia. 
Foi levada a um clínico, que prescreveu ansiolítico para 
ser tomado à noite. 
A insônia melhorou, mas passou a dizer que os 
colegas da faculdade se uniram aos seus vizinhos 
para humilhá-la e insultá-la, fazendo gestos 
obscenos a ela; e que a vozes dos professores 
estavam “esquisitas”. História da doença atual: 
Segundo a mãe da paciente, a paciente parou de 
tomar banho porque diz que as pessoas podem vê-la 
nua; também desliga todos os eletrônicos e telefones 
de casa porque acredita estar grampeados. 
Exame do estado mental: Discurso incoerente e 
monossilábico, atenção dispersa, atitude 
desconfiada, inquietude psicomotora, juízo crítico 
da realidade prejudicado. 
Hipótese Diagnóstica: Esquizofrenia, episódios 
múltiplos, atualmente em episódio agudo. 
 
Caso 3 - Paciente apresenta alterações do juízo de 
realidade e da sensopercepção, somados a estado de 
mutismo, com imobilidade e rigidez; seus membros 
superiores mantêm-se na posição por muito tempo, 
repete automaticamente palavras e gestos do 
entrevistador. 
Hipótese Diagnóstica: Esquizofrenia, com 
catatonia. 
 
Caso 4 - Sidney, 28 anos. Aos 17 anos, começou 
apresentar delíriose alucinações. Meses depois, 
também surgiram sintomas de anedonia, isolamento 
social e humor disfórico. Teve dificuldades 
escolares e laborais. 
 Psicopatologia 
 
Aos 22 anos, começou a se manifestar convicto de ter 
cometido um crime bárbaro quando criança, o que dizia 
ser atestado pelas vozes que afirmam isso a ele, apesar 
de não se lembrar do crime. Desde então, passou a se 
sentir culpado e ter medo das pessoas que poderiam 
castigá-lo pelo seu suposto crime, evitando-as e se 
isolando cada vez mais. Há um mês, após receber uma 
visita, se mostrou com o humor ainda mais rebaixado e 
começou a ouvir vozes que diziam para ele se matar, 
levando-o à tentativa atual. 
Hipótese Diagnóstica: Transtorno esquizoafetivo – tipo 
depressivo, episódios múltiplos, atualmente em episódio 
agudo. 
 
Caso 5 - Luan, um jovem de 28 anos, logo após ser 
demitido de seu trabalho, repentinamente, passou a ouvir 
vozes que o insultavam, chamando de “inútil”, “vagal”, 
“burro”. As vozes foram escutadas por vinte dias 
continuamente por Luan, incomodando-o muito. Luan 
não conseguia dormir, chegando a tentar abafá-las 
colocando pedaços de algodão nos ouvidos. Não havia 
histórico de sintomas semelhantes ou qualquer outro 
transtorno ou uso de substância psicoativa anterior a esse 
episódio. No 21º dia após a demissão, após repouso, 
Luan se mostrava sem alterações psíquicas, e pode 
avaliar a situação de maneira mais crítica. 
Hipótese Diagnóstica: Transtorno psicótico breve, com 
estressor evidente. 
 
Caso 6 - Sandro, motorista de caminhão de 30 anos, 
fumante. Foi internado em um hospital psiquiátrico 
porque se sentia perseguidos por membros de uma 
quadrilha que queria matá-lo. Diz ter ouvido vozes de 
pessoas que suspeitava ser traficantes que diziam que 
iam pegá-lo. Anteriormente ele teve contato com 
traficantes, que lhe venderam metanfetamina, que usou 
três semanas antes. No Exame do estado mental 
realizado após dois dias da admissão hospitalar: Dá 
respostas curtas; refere que se sentia perseguido; nível 
de consciência preservado; orientado; tremores e 
sudorese nas mãos, inquietação e ansiedade. 
Informações da esposa: Afirma que o esposo nunca 
havia tido comportamento semelhante, era responsável e 
querido no trabalho e na família. Somente fumava 
cigarro, o qual não conseguia ficar sem. Mas nos últimos 
dias, em função de pressão no trabalho que poderia 
resultar em demissão, estava tendo que fazer muitas 
viagens longas sem intervalo para repouso. 
H.D. (comorbidade): Transtorno psicótico induzido por 
metanfetamina (comórbido com abstinência a nicotina). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Psicopatologia 
 
Aula: 15 de abril de 2021. 
 
Transtorno depressivo e Transtorno bipolar 
 
Objetivos de aprendizagem 
✓Construir hipóteses diagnósticas para casos de transtornos depressivos e transtorno bipolar 
Referências Bibliográficas: 
▪ REFERÊNCIA TISSER, L.; COIMBRA, N. Transtornos depressivos. In: TISSER, L.; COIMBRA, N. (orgs). 
Psicopatologia do adulto e do envelhecimento: atualizações e prática clínica. Novo Hamburgo: Sinopsys, 2019, 
p-389-433. Cap. 4 
▪ CARDOSO, T.A. et al. Transtorno bipolar e transtornos relacionados. In: TISSER, L.; COIMBRA, N. (orgs). 
Psicopatologia do adulto e do envelhecimento: atualizações e prática clínica. Novo Hamburgo: Sinopsys, 2019, 
p-269-285. Cap. 3 
 
Prevalência e Etiologia 
 
 Transtorno depressivo Transtorno Bipolar 
Prevalência ✓Mais prevalente entre os transtornos 
mentais – 20% 
✓Mais comum em mulheres 
✓Elevado risco para suicídio 
✓TB I – 0,6% a 2% 
✓TB II – 0,4 a 2% 
Etiologia ✓Interação entre fatores biológicos e 
ambientais 
✓Aspectos pessoais 
✓Eventos estressores como 
precipitantes/gatilhos 
✓História familiar 
✓Fatores genéticos e ambientais 
✓Importante história familiar 
✓Eventos estressores 
✓Traumas na infância 
Alterações neurofuncionais Estruturas ligadas à regulação das 
emoções 
Áreas cerebrais afetadas: envolvidas no 
mecanismo de dor, sistema de 
recompensa e punição e no 
processamento emocional. 
 
Alterações de humor 
Alterações neurovegetativas afetiva cognitivas comportamentais linguagem ideativas/pensamento sintomas 
psicóticos. 
 
Hipertimia 
Quadros hipomaníacos/maníacos 
•Afeto HIPERTÍMICO - pode ir da euforia simples à elação do eu 
•Taquipsiquismo 
•Em formas graves, pode haver sintomas psicóticos 
 
Hipotimia 
Quadros depressivos 
•Afeto HIPOTÍMICO - pode ir do simples mal-estar até o estupor depressivo 
 Psicopatologia 
 
•Bradipsiquismo 
•Em formas graves, pode haver sintomas psicóticos 
 
Transtornos depressivos nos manuais diagnósticos 
 
DSM – 5 
✓Transtorno disruptivo de desregulação do humor (TDDH) 
✓Transtorno Depressivo Maior (TDM) 
✓Transtorno depressivo persistente (Distimia) 
✓Transtorno disfórico pré-menstrual 
✓Outros transtornos depressivos (induzido por substância/medicamento; condição médica; especificado e não 
especificado. 
 
CID – 11 
✓Transtorno depressivo episódio único 
✓Transtorno depressivo recorrente 
✓Transtorno distímico 
✓Transtorno depressivo e ansioso misto 
✓Outros transtornos depressivos (especificado e não especificado) 
 
✓Importante problema de saúde pública, associado a perda de dias saudáveis/produtivos. 
✓Duas alterações marcantes: humor deprimido e perda de interesse ou prazer, não explicadas por condições 
médicas ou uso de SPA. 
 
Critérios diagnósticos DSM – 5 
 
Transtorno Depressivo Maior (TDM) 
A. Cinco ou mais dos sintomas, por pelo menos 2 semanas, a maior parte do tempo. Necessariamente, presença 
de 1 ou 2; 
1. Humor deprimido 2. Perda de interesse ou prazer 
3. Alterações no peso 4. Alterações no sono 
5. Alterações na concentração 6. Fadiga ou perda de energia 
7. Sentimento de culpa ou inutilidade 8. Agitação ou retardo psicomotor 
9. Pensamentos de morte ou suicídio 
B. Sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento 
C. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica 
Se o episódio depressivo for atribuível a outras condições (medicações, SPA, médicas), é possível especificar o 
diagnóstico. 
Especificadores de TDM 
✓Com características psicóticas 
✓Com sintomas ansiosos 
✓Com início no periparto 
✓Com catatonia 
✓Com características mistas (3 ou mais) 
 Psicopatologia 
 
✓Com características melancólicas 
✓Com características atípicas 
✓Com padrão sazonal 
✓Ataques de pânico em episódio de humor (CID -11) 
✓Remissão 
Parcial 
Completa (pelo menos 2 meses sem sintomas) 
✓Gravidade 
Leve (sintomas mínimos, sofrimento manejável, pouco prejuízo) 
Moderada (sofrimento e prejuízo) 
Grave (sofrimento e prejuízo maiores e risco), a depender da intensidade do sofrimento e áreas da vida 
prejudicadas). 
 
Transtorno Depressivo Persistente (Distimia) 
A. Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias pelo período mínimo de dois anos. 
B. Presença, enquanto deprimido, de duas (ou mais) das seguintes características: 
1. Apetite diminuído ou alimentação em excesso. 2. Insônia ou hipersonia. 
3. Baixa energia ou fadiga. 4. Baixa autoestima 
5. Concentração pobre ou dificuldade em tomar decisões 6. Sentimentos de desesperança. 
C. Duranteo período de dois anos de perturbação, o indivíduo jamais esteve sem os sintomas dos Critérios A e 
B por mais de dois meses. 
D. Os critérios para um TDM podem estar continuamente presentes por dois anos. 
E. Jamais houve um episódio maníaco ou hipomaníaco ou transtorno ciclotímico. 
F. A perturbação não é mais bem explicada por um transtorno do espectro da esquizofrenia 
G. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou 
a outra condição médica (p. ex., hipotireoidismo). 
H. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo funcional. 
 
Transtorno disfórico pré-menstrual 
Alterações específicas do humor, relacionadas ao ciclo menstrual: Sofrimento e prejuízo funcional 
 
Critério B (um ou mais) 
1. Labilidade afetiva acentuada 
2. Irritabilidade ou raiva acentuadas ou aumento nos conflitos interpessoais. 
3. Humor deprimido acentuado, sentimentos de desesperança ou pensamentos autodepreciativos. 
4. Ansiedade acentuada, tensão e/ou sentimentos de estar nervosa ou no limite. 
 
Critério C (dois ou mais) 
1. Interesse diminuído pelas atividades habituais (p. ex., trabalho, escola, amigos, passatempos). 
2. Sentimento subjetivo de dificuldade em se concentrar. 
3. Letargia, fadiga fácil ou falta de energia acentuada. 
4. Alteração acentuada do apetite; comer em demasia; ou avidez por alimentos específicos. 
5. Hipersonia ou insônia. 
6. Sentir-se sobrecarregada ou fora de controle. 
 
 
 
 Psicopatologia 
 
Transtorno Bipolar 
 
Humor anormal e persistentemente elevado, 
expansivo ou irritável e aumento anormal e 
persistente da atividade ou energia. Ao menos três 
sintomas, alterando comportamento habitual: 
1. Autoestima inflada ou grandiosidade; 
2. Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar 
falando; 
3. Envolvimento excessivo em atividades com elevado 
potencial para consequências dolorosas 
4. Distraibilidade; 
5. Redução da necessidade de sono; 
6. Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os 
pensamentos estão acelerados; 
7. Aumento da atividade dirigida a objetivos ou agitação 
psicomotora. 
 
 Episódio Maníaco 
▪ 1 semana; 
▪ acentuado prejuízo funcional; 
▪ sem/com sintomas psicóticos; 
▪ possível necessidade hospitalização. 
 
Episódio Hipomaníaco 
▪ 4 dias seguidos 
▪ menor prejuízo funcional 
▪ sem sintomas psicótico 
▪ sem necessidade hospitalização 
 
Episódio Maníaco 
(+) Com ou Sem Episódio Depressivo maior = 
Transtorno Bipolar I 
 
Episódio Hipomaníaco 
(+) Com Episódio Depressivo maior = Transtorno 
Bipolar II 
 
Transtorno bipolar nos manuais diagnósticos 
✓Transtorno mental crônico, com oscilações de humor 
frequentes, com períodos de elevação do humor e 
aumento de energia ou atividade e outros de 
rebaixamento do humor e energia; 
✓Pacientes que sofrem somente de episódios repetidos 
de mania recebem o diagnóstico de transtorno bipolar 
(provável que manifestem depressão ao longo da vida). 
 
 
 
Mania → Transtorno Bipolar I 
Mania + Mania → Transtorno Bipolar I 
Mania + Transtorno Depressivo Maior → 
Transtorno Bipolar I 
 
Hipomania + Transtorno Depressivo Maior 
= Transtorno Bipolar II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Psicopatologia 
 
Transtorno Bipolar Tipo I 
A. Pelo menos um episódio maníaco foi identificado 
B. Esse episódio não é mais bem explicado por transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno 
esquizofreniforme, transtorno delirante ou transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico com 
outras especificações ou não especificado. 
C. A alteração do humor é grave (causa prejuízo significativo no funcionamento, requer hospitalização ou há 
sintomas psicóticos) 
Transtorno Bipolar Tipo II 
A. Pelo menos um episódio hipomaníaco e um episódio depressivo foram identificados 
B. Jamais houve episódio maníaco 
C. Esse episódio não é melhor explicado por transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno 
esquizofreniforme, transtorno delirante ou transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico com 
outras especificações ou não especificado. 
D. A alteração do humor causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no funcionamento 
 
Especificadores de diagnósticos TB 
✓Tipo do episódio atual ou mais recente (hipomaníaco, maníaco, depressivo) 
✓Com ou sem sintomas psicóticos 
✓Episódio único (primeiro) ou recorrente. 
Se episódio depressivo, usar especificadores dos transtornos depressivos – incluindo gravidade. 
 
Transtorno Ciclotímico 
A. Por pelo menos dois anos, vários períodos com sintomas hipomaníacos e depressivos que não satisfazem os 
critérios diagnósticos para o episódio completo. 
B. Períodos hipomaníaco e depressivo ocorreram pelo menos metade do tempo e o indivíduo não permaneceu 
sem os sintomas por mais que dois meses consecutivos 
C. Os critérios para um episódio depressivo maior, maníaco ou hipomaníaco nunca foram satisfeitos. 
D. Os sintomas do Critério A não são mais bem explicados pelo espectro da esquizofrenia ou outro transtorno 
fisiológico não especificado. 
E. Os sintomas não são atribuíveis aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica. 
F. Os sintomas causam sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo. 
 
Diagnóstico diferencial e principais comorbidades 
 
Transtorno depressivo 
✓Maior risco de comportamentos nocivos à saúde (sedentarismo, consumo de SPA, má alimentação). 
✓Transtornos ansiosos (especialmente transtorno de ansiedade social) 
✓Transtornos de personalidade 
✓Transtornos por uso de substâncias 
✓Transtorno de adaptação 
✓Transtorno bipolar 
 
 
 Psicopatologia 
 
Transtorno bipolar 
✓Transtornos ansiosos 
✓Transtornos disruptivos, do controle do impulso e da conduta 
✓Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade 
✓Transtornos por uso de substâncias 
✓Transtornos da personalidade 
 
Perguntas que não podem faltar na avaliação 
 
Transtornos depressivos: 
 
• Você vem tendo perda de interesses? 
•Você tem tendo pouca energia? 
•Você vem tendo perde de confiança em si mesmo? 
•Você vem tendo dificuldade para concentrar-se? 
•Você vem se sentindo mais devagar? 
•Você vem tendo pensamentos pessimistas em relação 
à sua vida? 
Investigar presença de pensamento de morte, ideação 
suicida, planejamento 
Atenção aos momentos de melhora do quadro: risco 
suicida. 
 
Transtorno Bipolar: 
 
• Você já teve alguma alteração brusca de 
temperamento ou humor? 
•Você alguma vez se sentiu muito alegre (acima do 
considerado normal), cheio de energia e até agitado? 
•Já chamaram a sua atenção por estar muito falante e 
eufórico, com a sensação de ter mil ideias ao mesmo 
tempo? 
•Você já se sentiu muito desanimado e sem ânimo para 
atividades corriqueiras? 
• Você já teve períodos de insônia por estar muito 
agitado ou muito triste? 
•Você já teve descontrole em relação às suas contas, 
gastando muito e comprando coisas sem necessidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Check list anamnese 
Transtornos Depressivos 
 
Check list anamnese 
Transtorno Bipolar 
 
Fase maníaca: 
Alteração do humor, paciente eufórico, verborreico, com 
agitação psicomotora, ideias de grandeza e fácil 
irritabilidade. 
 
Fase depressiva: 
Alteração do humor, paciente apático, fatigabilidade 
constante, perda do interesse geral, lentificado, baixa 
autoestima e possíveis ideias de suicídio. 
 
Questões Transtornos depressivos 
Caso M: 
21/12/2008 (UE). Enfermagem: M. chega à unidade de 
emergência trazida por policiais, que receberam a 
denúncia que uma mulher estava nua, andando pelo 
bairro, dançando e cantando alto. 
Estado mental atual: Paciente apresenta-se com 
maquiagem em excesso, linguagem em progressão 
aumentadae acelerada, irritada e hostil ao ser 
interrogada, dificuldade de permanecer sentada durante 
a consulta, diz ser musa do verão de sua cidade e 
esposa do filho do Sergio Reis; 
 
- Transtorno 
distímico 
Transtorno 
depressivo maior 
Duração 2 anos 2 semanas 
 
Característica 
Humor deprimido 
Mais sintomas 
cognitivos 
Humor deprimido 
Mais sintomas 
cognitivos 
Sintomas 
adicionais 
Dois Dois 
 
Curso 
Início leve (pode ser 
seguido por TDM 
após 2 anos 
Início por ser 
acompanhado por 
sintomas mais graves 
 Psicopatologia 
 
Sem condições de obter maiores informações, não porta 
documentos de identidade e se recusa a prestar 
informações sociodemográficas. 
Pais localizados, em breve conversa, quando 
questionados, relatam que M. estava há duas semanas 
com esses sintomas e afirmam que a mesma nunca 
teve alterações emocionais. 
Hipótese Diagnóstica: Transtorno Bipolar tipo I, 
episódio atual maníaco com sintomas psicóticos, 
episódio único. 
 
22/12/2008 (UE). Psicologia: No dia seguinte, após 
administração da medicação prescrita, encontro a paciente 
M. um pouco menos agitada e prestando maiores 
informações. Em entrevista com os pais, estes admitem 
que, por vergonha, esconderam informação. Então, 
afirmam que a filha já teve outros episódios 
semelhantes àquele, nos quais ela comprava muito e 
apresentava comportamento desinibido socialmente, 
abordando homens e falando de maneira excessiva 
sobre “assuntos sexuais” (sic), o que não é seu 
comportamento habitual. Pais relatam que M. tem 28 
anos, trabalhava como caixa em um supermercado, 
quando teve que interromper porque “ficou muito 
agitada a ponto de não conseguir parar sentada, falava 
sem parar e fazia de tudo para que todos olhassem para 
ela” (sic). 
Estado mental atual: Paciente encontra-se com menor 
agitação psicomotora, porém ainda logorreica e com 
atenção diminuída; não entende por que se encontra no 
serviço, uma vez que se sente “super bem”, apenas 
“ansiosa para cuidar do filho que tem com o filho do 
Sergio Reis”. 
Hipótese Diagnóstica: Transtorno Bipolar tipo I, 
episódio atual maníaco com sintomas psicóticos, 
episódios múltiplos. 
 
26/12/2008 (UE). Serviço social: Paciente se encontra 
com os mesmos sintomas. Fomos informados pelos pais 
de M. que a mesma faz seguimento no ASM de seu 
município. Entramos em contato com a psicóloga de lá 
que nos esclareceu sobre o caso. Segundo a informante, a 
paciente já teve, além dos episódios relatados pelos 
pais, outros episódios nos quais ela se apresentava 
entristecida, desanimada, recusando-se sair de casa e 
alheia às pessoas e seus afazeres. A paciente, nessas 
ocasiões, expressava sua vergonha e culpa por ter se 
exposto tanto nos episódios em que ficava 
“descontrolada”, chegando a relatar pensamentos de 
morte. 
Hipótese Diagnóstica: Transtorno Bipolar tipo I, 
episódio atual maníaco, com sintomas psicóticos, 
episódios múltiplos. 
 
09/03/2012 (CAPS). Psicologia: Fizemos contato com 
os pais de M. pois esta deixou de comparecer aos 
últimos retornos médicos. Os pais solicitam uma visita 
domiciliar, uma vez que a filha se recusa a ir ao serviço; 
informam que a mesma há 3 semanas encontra-se 
praticamente isolada em seu quarto. Agendamos 
visita domiciliar. 
15/03/2012 (CAPS). Psicologia: Em visita domiciliar: 
A paciente encontra-se no quarto, com porta e janelas 
fechadas e luz apagada, situação que, segundo os 
pais, tem sido comum. Não oferece resistência quando 
aviso que vou entrar. Encontra-se emagrecida, 
descuidada e roupas sujas; verbaliza somente com 
estímulo; não faz contato visual. Queixa-se de 
sensação de tristeza, autodesvalorização e 
sentimentos de culpa, se cansa com mínimos 
esforços, está com dificuldade de pensar, 
concentrar-se, ter iniciativa, relata insônia e falta de 
apetite, revela pensamentos de morte. Não detectado 
alternação da senso percepção e pensamento. 
Recomendação: medicação supervisionada. 
Hipótese Diagnóstica: Transtorno bipolar tipo I 
com sintomas depressivo grave. 
 
19/03/2012 (UE). Psiquiatria: M. é levada pelos pais 
à unidade de emergência após ingerir veneno de 
rato. 
Exame do estado mental: M. apresenta linguagem 
diminuída, demora a responder às perguntas, 
demonstra desinteresse no contato, andar lento, 
expressão entristecida. Sobre a tentativa de suicídio, 
diz “os anjos me disseram que eu tinha que morrer, 
que eu não mereço estar viva” (sic), “os repórteres 
da TV também falam que é melhor eu sumir... eles 
me mandaram tomar veneno de rato porque é isso 
que eu sou. um rato” (sic), refere se sentir “um animal 
asqueroso, que todos têm nojo”. 
Hipótese Diagnóstica: Transtorno Bipolar do tipo I, 
episódio atual depressivo grave com sintomas 
psicóticos. 
 
 
 
 
 
 
 Psicopatologia 
 
 
Caso G: 
 
10/03/2012 (CAPS III). Psicologia: G, uma mulher de 
36 anos, é conduzida ao serviço por vizinhos, os quais 
relatam que há três meses G. se apresenta “diferente de 
antes”. G. refere se sentir triste e desinteressada em 
fazer coisas que antes gostava. Refere despertar 
matinal precoce, energia diminuída, distratibilidade, 
pouco apetite e perda de peso nos últimos três meses. 
Menciona que tem pensado muito que preferia não 
estar viva, “a vida pra mim não faz mais sentido”. Em 
exame, apresenta-se com fluxo verbal diminuído e 
lentificação psicomotora, não colabora com outras 
informações. Nega outros episódios de sintomas 
psiquiátricos. 
Hipótese Diagnóstica: Transtorno Depressivo Maior, 
episódio atual grave. Episódio único. 
 
11/03/2012 (CAPS III). Psicologia: No dia seguinte, 
com os mesmos sintomas, a paciente admite que já 
apresentou quadro semelhante outras duas vezes 
aproximadamente 3 e 4 anos atrás, sendo que em um 
deles, tentou se matar ingerindo veneno. Recusa-se a 
passar o contato de seus familiares, referindo que eles 
“não merecem mais esse problema na vida”. 
Hipótese Diagnóstica: Transtorno Depressivo Maior, 
episódio atual grave. Episódios múltiplos. 
 
15/03/2012 (CAPS III). Psicologia: Em entrevista, 
paciente relata que seu corpo está literalmente se 
decompondo, gesticulando passar a mão pela pele e 
pegar pedaços. Refere que ouve a voz de seu avô 
falecido, e que ele a “chama junto dele”. Mantém 
humor rebaixado, pouco comunicativa e 
apragmática. Sai pouco do leito, onde permanece por 
quase todo o dia. Relata dificuldade para dormir. 
Hipótese Diagnóstica: Transtorno Depressivo Maior, 
episódio atual recorrente e grave com sintomas 
psicóticos. 
 
22/03/2012 (CAPS III). Psicologia: Paciente se 
encontra com os mesmos sintomas da última avaliação 
(15/03). Os familiares da paciente são localizados e 
informam que a paciente, além dos sintomas 
relatados, também já teve dois episódios nos quais 
ficou muito agitada, comprando muitos objetos 
desnecessários. 
Sem dinheiro para pagá-los, sem dormir e fazendo 
caminhadas e corridas sem descanso, o que não é de seu 
hábito. Em uma dessas ocasiões, dizia ser rica e famosa. 
Hipótese Diagnóstica: Transtorno Bipolar do tipo I, 
episódio atual depressivo grave, com sintomas 
psicóticos, episódio recorrente. 
 
Caso Cecília 
Há uma semana, encontra-se ligeiramente mais 
acelerada, estando mais falante, inquieta e com maior 
energia do que o habitual. Tem realizado seu trabalho 
(contratos de novos clientes) por mais horas que o 
rotineiro, com diminuição da necessidade de sono e de 
se alimentar. Anos atrás, por aproximadamente quatro 
meses, apresentou humor rebaixado, perda de 
interesse nas suas atividades e trabalho, perda do 
apetite e hipersonia. 
Hipótese Diagnóstica: Transtorno Bipolar do tipo II, 
episódio atual hipomaníaco, sem sintomas psicóticos, 
episódio recorrente. 
 
Caso Ana 
30 anos, buscou tratamento por insistência dos pais, 
devido as suas variações de humor,que começaram 
quando ela tinha 22 anos. Seus familiares e amigos 
dizem que ela é “instável”. Existem alguns períodos que 
ela fica bem e tranquila, mas isso dura somente 
algumas semanas, terminando de modo repentino. 
Sem aviso, fica mais depressiva ou mais animada. 
Quando fica mais triste, sua autoconfiança, disposição e 
motivação diminuem. E, quando fica mais animada, 
sente-se mais disposta para estender seu dia de 
trabalho e ainda tem “pique” de sair e se divertir de 
maneira desinibida e inconsequente; ainda, fica mais 
“gastadeira”. 
Hipótese Diagnóstica: Transtorno Ciclotímico 
 
Caso 3 
Paciente comparece para atendimento relatando "Não 
tenho mais vontade de viver‘’ (sic). Ao Exame do 
estado mental, observaram-se: 
Aparência: cuidada; no entanto, com barba por fazer 
e roupa com tonalidade escura; 
Atitude psicológica: apática, indiferente; · 
Consciência: vígil 
Orientação: orientado globalmente; 
Atenção: hipotenaz; 
 Psicopatologia 
 
Sensopercepção: paciente nega, e não se observam 
alterações; 
Memória: sem alterações significativas; 
Inteligência: dentro dos parâmetros de normalidade; 
Pensamento: Organizado. Curso lentificado, com 
aumento do período de latência entre perguntas e 
respostas. Com conteúdo autodepreciativo, com 
predomínio do tema morte relacionado à esposa e 
ideias de menos valia e suicídio (há duas semanas); 
Linguagem: normal; 
Humor: rebaixado, relata tristeza; 
Psicomotricidade: inibição psicomotora, 
comprometendo atividades laborativas; Vontade: 
hipobúlico; hipopragmático; 
Crítica: Presente; 
Vida Instintiva/equivalentes orgânicos: diminuição 
significativa da libido e apetite, insônia terminal. 
Hipótese Diagnóstica: Transtorno Depressivo 
Maior, episódio atual grave sem sintomas 
psicóticos, não há informações se é episódio único 
ou recorrente. 
 
Aula: 19 de abril de 2021 
 
Transtorno relacionados a traumas e 
estressores 
 
Objetivos de aprendizagem 
✓Construir hipóteses diagnósticas para casos de 
transtornos relacionados a traumas e estressores 
Referência Bibliográfica 
LEITE, L.; MARTINS, H.K.; ARMELIN, B. 
Transtornos relacionados a traumas e estressores. In: 
TISSER, L.; 
COIMBRA, N. (orgs). Psicopatologia do adulto e do 
envelhecimento: atualizações e prática clínica. Novo 
Hamburgo: Sinopsys, 2019, p. 241-268. 
 
Prevalência 
Variável, a depender do tipo de evento estressor 
associado. 
Etiologia 
✓Vivência de um evento estressor ou traumático 
✓Eventos estressores são considerados fatores de risco 
para o desenvolvimento de alterações da personalidade 
e precipitantes para transtornos de humor e ansiosos. 
✓Maus tratos na infância → risco para problemas de 
saúde 
Alterações neurofuncionais 
Circuitos neurais envolvidos na regulação emocional 
saudável ficam prejudicados após exposição traumática. 
 
Características 
✓Estresse: reações à experiências emocionais 
fisiologicamente desafiadoras (estressor) 
✓Estressor: qualquer agente que desencadeie a resposta 
de estresse (intensidade e frequência variada) 
✓Diante do evento estressor, o indivíduo pode ou não 
usar de estratégias de enfrentamento eficazes (vivências 
positivas e vivências mal-adaptativas) 
✓Estresse com vivência mal-adaptativas, intenso e/ou 
frequente → torna-se evento potencialmente traumático 
✓Episódico x Crônico 
✓Categoria criada a partir do DSM-5 e constante na 
CID-11 
✓Abarca transtornos que tem um EVENTO 
ESTRESSOR / TRAUMÁTICO como fator etiológico 
comum (episódio concreto ou ameaça de morte, lesão 
grave ou violência sexual – DSM-5) 
 
Transtornos relacionados à trauma e estressores 
quadros de sintomas desencadeados após exposição, de 
forma isolada ou repetitiva, a eventos que envolvam 
sentimento de completo desamparo diante de uma ameaça 
real ou subjetiva à vida/integridade física de si mesmo ou 
de pessoas amadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Viver
Testemunhar
Lidar com
Ocorrência Familiar
.
• Sintomas Intrusivos
.
• Esquiva
.
• Alterações negativas no 
humor e cognição
• Exitabilidade aumentada
Exposição à 
eventos 
traumáticos 
 Psicopatologia 
 
Sintomas Intrusivos 
Lembranças intrusivas angustiantes, recorrentes e 
involuntárias do evento traumático. 
Sonhos angustiantes recorrentes nos quais o conteúdo 
e/ou o sentimento do sonho estão relacionados ao 
evento traumático. 
Reações dissociativas (p. ex., flashbacks) nas quais o 
indivíduo sente ou age como se o evento traumático 
estivesse ocorrendo novamente. 
Sofrimento psicológico intenso ou prolongado ante a 
exposição a sinais internos ou externos que simbolizem 
ou se assemelhem a algum aspecto do evento 
traumático 
Reações fisiológicas intensas a sinais internos ou 
externos que simbolizem ou se assemelhem a algum 
aspecto do evento traumático 
 
 
Esquiva / Evitação 
Evitação ou esforços para evitar recordações, 
pensamentos ou sentimentos angustiantes acerca de ou 
associados de perto ao evento traumático. 
Evitação ou esforços para evitar lembranças externas 
(pessoas, lugares, conversas, atividades, objetos, 
situações) que despertem recordações, pensamentos ou 
sentimentos angustiantes acerca de ou associados de 
perto ao evento traumático. 
 
Alterações negativas na cognição e humor 
Incapacidade de recordar algum aspecto importante do 
evento traumático (geralmente devido a amnésia 
dissociativa). 
Crenças ou expectativas negativas persistentes e 
exageradas a respeito de si mesmo, dos outros e do 
mundo (p. ex., “Sou mau”, “Não se deve confiar em 
ninguém”, “O mundo é perigoso”, “Todo o meu 
sistema nervoso está arruinado para sempre”) 
Cognições distorcidas persistentes a respeito da causa ou 
das conseqüências do evento traumático que levam o 
indivíduo a culpar a si mesmo ou os outros 
Incapacidade persistente de sentir emoções positivas 
(p. ex., incapacidade de vivenciar sentimentos de 
felicidade, satisfação ou amor). 
Interesse ou participação bastante diminuída em 
atividades significativas. 
Sentimentos de distanciamento e alienação em relação 
aos outros. 
Estado emocional negativo persistente (p. ex., medo, 
pavor, raiva, culpa ou vergonha). 
 
 
Excitabilidade Aumentada 
Comportamento irritadiço e surtos de raiva (com pouca 
ou nenhuma provocação) geralmente expressos sob a 
forma de agressão verbal ou física em relação a pessoas 
e objetos. 
Comportamento imprudente ou autodestrutivo. 
Hipervigilância. Resposta de sobressalto exagerada. 
Problemas de concentração. Perturbação do sono (p. ex., dificuldade para iniciar ou 
manter o sono, ou sono agitado). 
 
 
 
 
 Psicopatologia 
 
Obs: No TEPT, sintomas dissociativos como 
desrealização e despersonalização podem estar 
presentes. 
 
Critérios diagnósticos 
Transtorno de Estresse Agudo (TEA) Sintomas 
duram de 3 dias a 1 mês após evento estressor. 
 
➔ Se sintomas persistirem 
 
Transtorno de Estresse pós-traumático (TEPT) 
Sintomas duram mais de 1 mês e surgem em até 3 
meses da vivência traumática. 
A classificação do TEPT divide-se em: 
Aguda: sintomas duram de 1 a três meses. 
Crônica: mais de três meses de sintomas de duração 
Tardia: manifestação dos sintomas a partir de 6 meses 
após o trauma. 
 
Sintomas 
✓intrusivos 
✓evitação 
✓alteração negativa humor/cognição 
✓excitabilidade aumentada 
Frequente 
Resposta de ansiedade: 
✓Revivência (com componentes visuais, sensoriais 
e/ou fisiológicos) como sonhos ou flashbacks 
✓Reatividade ao evento (raiva, distanciamento, 
dissociação - derpersonalização e desrealização). 
 
Transtorno de estresse pós-traumático 
complexo 
Classificação exclusiva da CID 11 → relaciona-se à 
exposição crônica e algumas vezes precoce a eventos 
estressores complexos (maus tratos infantis) 
“É um transtorno que pode se desenvolver após a 
exposição a um eventoou série de eventos de natureza 
extremamente ameaçadora, normalmente prolongados 
e repetitivos, em que a fuga é atribuída como difícil ou 
impossível de ocorrer – como, por exemplo, tortura, 
escravidão, campanhas de genocídio, violência 
doméstica prolongada, abuso sexual ou físico repetido 
na infância (WHO, 2018, apud LEITE; MARTINS, 
ARMELIN, 2019, p.260). 
Sintomas: 
Além dos requisitos para TEPT: 
✓Problemas graves e generalizados na regulação do afeto 
✓Crenças persistentes sobre si mesmo como derrotado ou 
sem valor, acompanhados de sentimento de vergonha, 
culpa ou fracasso relacionados ao evento traumático 
✓Dificuldades persistentes em manter relacionamentos e 
sentir-se próximo aos outros. 
 
Transtorno de adaptação (TA) 
Dentro de 3 meses após a vivência/exposição a um evento 
estressor identificável 
•um ou vários (contínuos ou recorrentes) estressores 
•que afetem família/comunidade (desastre natural) ou o 
indivíduo (incluindo eventos do ciclo vital, como 
casamento, gravidez, aposentadoria, separação). 
Desenvolvimento de alterações emocionais e 
comportamentais, persistindo por até 6 meses. 
 
Sintomas 
✓Preocupação excessiva e consequências do estressor 
✓Pensamentos recorrentes e angustiantes sobre o 
estressor 
✓Sofrimento acentuado e desproporcional à gravidade ou 
à intensidade do estressor 
✓Prejuízo significativo no desempenho funcional 
Obs: Os critérios diagnósticos para outros transtornos 
mentais não são preenchidos. Subtipos: com humor 
deprimido; com ansiedade; com misto ansiedade e humor 
deprimido; com perturbação emoção e conduta. Fator de 
risco para tentativa/ato suicida. 
 
Diagnóstico diferencial e principais comorbidades 
 
✓Transtornos ansiosos 
✓Transtorno depressivo 
✓Transtorno por uso de substâncias 
✓Transtorno afetivo bipolar 
✓Transtornos dissociativos 
✓Transtorno de personalidade borderline 
 
 
 
 
 
 
 Psicopatologia 
 
Perguntas que não podem faltar na avaliação 
 
Transtorno de Estresse pós-traumático (TEPT) 
❖ Você passou por algum evento (violência, desastre 
etc.) que seria traumático para qualquer pessoa? 
❖Você tem tido pesadelos desde então? 
❖Você tem tido a sensação de reviver esse evento, 
mesmo ao longo do dia, na forma de flashbacks? 
❖Você tem evitado objetos, pessoas ou situações que 
lembram o evento? 
❖Você está mais desanimado desde o ocorrido? 
❖Você tem tido o sono perturbado, tem estado mais 
alerta do que de hábito e reagido com sobressaltos 
frequentemente? 
 
Check list anamnese 
 
Transtorno de estresse pós-traumático 
 
❖Presença de sintomas de revivência do evento, 
associados a perda do interesse e desânimo, esquiva de 
situações relacionadas ao evento e aumento da 
excitabilidade; 
❖Os sintomas tiveram início após um evento traumático 
(que foge da esfera da experiência humana) e duram por 
três meses ou mais. 
 
Questões Transtornos traumas e estressores 
 
Gabriela 
65 anos, dona de casa, dois filhos crescidos, vem 
tratando um câncer de pulmão de forma recorrente. 
Está internada há 1 semana na enfermaria de oncologia 
de um hospital geral e recentemente, após os resultados 
do seu último exame e mudanças no seu tratamento, 
passou a exibir afeto entristecido e propensão ao 
choro. Os filhos estavam preocupados pois, até está 
internação, ela nunca esteve deprimida ou ansiosa, 
pelo contrário, sempre foi a fortaleza da família. Durante 
o atendimento, a aparência de Gabriela era de uma 
mulher bem cuidada, sentada na cama com uma 
cânula nasal de O2 instalada, torcendo as mãos e 
secando os olhos com um lenço úmido. Estava 
coorperativa e coerente, mas visivelmente disfórica, 
com afeto constricto e preocupado. Sua cognição 
parecia preservada. 
Ela relatou estar muito preocupada com os 
resultados dos exames, pois sabia que metástases 
poderiam significar “uma sentença de morte” e 
afirmou “já passei por tantas coisas com a doença. 
Quando isso vai terminar? 
Hipótese diagnóstica: Transtorno de Adaptação com 
misto humor deprimido e ansioso. 
 
Sra. Helda 
Chegou à Unidade de Emergência acompanhada do 
marido que explicou que ambos tinham sofrido um 
assalto a mão armada três dias antes. Na ocasião, a 
esposa ficou subitamente desorientada, sem saber 
onde estava. Meia hora após, passou a ficar insone, 
inquieta e irritável, permanecendo assim e motivando 
a consulta. Em exame, Sra. Helda não conseguia 
definir a fonte de seus sintomas, parecendo não se 
recordar dos detalhes do assalto. Apresentava 
dificuldade para se concentrar na entrevista, 
mostrando-se agitada, hostil, com sobressaltos, 
perplexa, suando nas mãos e respirando 
rapidamente. Em alguns dias, os sintomas 
desapareceram completamente. 
Hipótese Diagnóstica: Transtorno de Estresse 
Agudo. 
 
Ayoub 
Egípcio de 32 anos, trazido ao ambulatório em alteração 
psíquica marcante. Sua esposa conta que, há seis meses 
Ayoub retornou no Kuwait, onde trabalhou por cinco 
anos. Lá sofreu gravemente, sendo que viu sua irmã ser 
estuprada em sua frente e foi feito prisioneiro e 
submetido a graves torturas. Recentemente, tem 
apresentado pesadelos e flashbacks vívidos de suas 
experiências traumáticas; além disso, tem tido crises 
de ansiedade intensa e comportamento agressivo. Em 
exame, as vezes estava intensamente ansioso, com 
sudorese. Hostil, dando socos na parede. Outras vezes 
com expressão vazia e aparente indiferença. Relata 
que sempre alguma coisa (música, quadro, situação) 
o faz lembrar do que passou. 
Hipótese diagnóstica: Transtorno de Estresse pós-
traumático. 
 
Franklin 
Era uma homem solteiro de 21 anos que buscou 
tratamento em uma clínica pois se sentia estressado, 
distante dos amigos e preocupado com dinheiro. 
 Psicopatologia 
 
Relata que percebeu que seu humor mudou há 3 
meses depois que vivenciou uma “queda livre” (sic): 
o final de um relacionamento amoroso de três anos e 
a descoberta da identidade do seu pai. Ele sempre se 
sustentou e por isso se sentia preocupado quanto a 
conseguir dinheiro para pagar suas contas. 
Depois do rompimento com a namorada, ficou mais 
preocupado e pediu um empréstimo a um “amigo 
da família”, que negou o empréstimo. Ele acabou 
descobrindo que esse homem era seu pai biológico. 
Atualmente, suas notas caíram e ele se sentia cada 
vez mais desanimado com a falta de dinheiro e com 
o fato de estar solteiro. Na consulta, ele foi pontual, 
cooperativo, agradável, atencioso. Estava vestido de 
forma adequada, parecia bem cuidado. Falava 
coerentemente, parecia preocupado de um modo geral 
e contido, mas sorriu em momentos adequados várias 
vezes. Sua cognição estava preservada e seu insight e 
julgamento foram considerados bons. 
Hipótese diagnóstica: Transtorno de Adaptação 
com humor ansioso. 
 
Aula: 22 de abril de 2021 
 
Transtorno obsessivo compulsivo e outros 
transtornos relacionados 
 
Objetivos de aprendizagem 
✓Construir hipóteses diagnósticas para casos de 
transtorno obsessivo-compulsivo e outros relacionados 
Referências Bibliográficas: 
BRAGA, D.T.; VIAN, A.S. Transtorno obsessivo 
compulsivo. In: TISSER, L.; COIMBRA, N. (orgs). 
Psicopatologia do adulto e do envelhecimento: 
atualizações e prática clínica. Novo Hamburgo: 
Sinopsys, 2019, p-159-200. Cap. 6 BORTONCELLO, 
C.F.; 
XAVIER, A.C.M.; FERRÃO, Y.A. Outros transtornos 
relacionados ao transtorno obsessivo compulsivo. In: 
TISSER, L.; COIMBRA, N. (orgs). Psicopatologia do 
adulto e do envelhecimento: atualizações e prática 
clínica. Novo Hamburgo: Sinopsys, 2019, p.201-241. 
Cap. 7 
 
 
 
 
Prevalência 
TOC – 3,6% 
T. Acumulação: 2 a 5% 
T. Escoriação: 3,5 a 7,5% 
Tricotilomania – 2,5 a 4% da população 
 
Etiologia 
✓Neurobiológica 
✓História familiar é comum Alterações neurobiológicas 
✓Atenção, funções executivas e memória 
 
Características: 
 
✓Nasclassificações atuais, formou-se uma nova categoria 
diagnóstica agrupando transtornos que tem em comum: 
expressão fenotípica, bases neurobiológicas, preocupação 
obsessiva e comportamentos ou atos mentais repetitivos. 
✓Transtorno obsessivo compulsivo (TOC) 
✓Tricotilomania 
✓Transtorno de escoriação (skin-picking) 
✓Transtorno dismórfico corporal (TDC) 
✓Transtorno de acumulação 
✓Para todos os transtornos do espectro, a história familiar 
de TOC é comum 
✓Quadros com início na infância e adolescência e curso 
crônico 
 
Transtorno Obsessivo Compulsivo 
 
Obsessão: ideias, pensamentos, impulsos ou imagens 
persistentes, intrusivas e indesejados, que causam 
sofrimento; 
Compulsão (rituais): comportamento repetitivo (lavar, 
ordenar) ou atos mentais (contar, orar, repetir palavras em 
silêncio) que o sujeito se sente compelido a executar em 
resposta a: uma obsessão ou de acordo com um conjunto de 
regras ritualísticas ou estereotipadas. 
Comum também: evitações voluntárias de objeto, locais, 
situações, pensamentos indesejáveis (mesma função das 
compulsões); 
✓No TOC, as obsessões e compulsões são recorrentes, 
tomam muito tempo e causam sofrimento e prejuízo 
significativo. 
Sintomas obsessivos compulsivos (SOC) 
Transtorno obsessivo compulsivo (TOC) 
 Psicopatologia 
 
Manifestações heterogêneas, com 4 dimensões 
principais: 
✓Obsessões sobre responsabilidade por causar prejuízos 
ou erros e compulsão por checagem/conferência 
✓ Obsessões de ordem e simetria e compulsões de 
ordenamento e arranjo/simetria 
✓Obsessões sobre contaminação associadas a 
compulsões por lavagem/limpeza 
✓Pensamentos obsessivos repugnantes sobre sexo, 
religião e violência, com rituais mentais de neutralização 
e, colecionismo. 
 
Critérios diagnósticos 
 
Transtorno obsessivo compulsivo (TOC) 
A. Presença de obsessões, compulsões ou ambas: 
Obsessões são definidas por (1) e 
(2): 1. Pensamentos, impulsos ou 
imagens recorrentes e persistentes 
experimentados como intrusivos e 
indesejados e que causam 
acentuada ansiedade/sofrimento 
2. O indivíduo tenta ignorar ou 
suprimir tais pensamentos, 
impulsos ou imagens ou 
neutraliza- lós com algum 
outro pensamento ou ação 
As compulsões são definidas por 
(1) e (2): 1. Comportamentos 
repetitivos ou atos mentais que o 
indivíduo se sente compelido a 
executar em resposta a uma 
obsessão ou de acordo com regras 
que devem ser rigidamente 
aplicadas. 
2. Os comportamentos/atos 
mentais visam 
prevenir/reduzir a 
ansiedade/sofrimento ou 
evitar algum evento/situação 
temida; entretanto, esses 
comportamentos/atos mentais 
não têm uma conexão realista 
com o que visam 
neutralizar/evitar ou são 
claramente excessivos. 
B. As obsessões ou compulsões tomam tempo ou causam sofrimento 
clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, 
profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
C. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos de uma 
substância ou a outra condição médica 
D. A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro 
transtorno mental 
 
Especificadores do TOC: 
Com insight bom ou razoável: O indivíduo reconhece 
que as crenças do transtorno obsessivo-compulsivo são 
definitiva ou provavelmente não verdadeiras ou que 
podem ou não ser verdadeiras. (maioria) 
Com insight pobre: O indivíduo acredita que as crenças 
do transtorno obsessivo-compulsivo são provavelmente 
verdadeiras. (alguns) 
 
Com insight ausente/crenças delirantes: O indivíduo 
está completamente convencido de que as crenças do 
transtorno obsessivo-compulsivo são verdadeiras. 
(menos de 4%) 
Relacionado a tique: O indivíduo tem história atual ou 
passada de um transtorno de tique. (mais comum sexo 
masculino com início do TOC na infância). 
 
Perguntas que não podem faltar 
 
Transtorno obsessivo-compulsivo 
❖ Você tem alguma “mania” que o incomoda? 
❖Às vezes, você percebe que pensamentos e imagens 
sobre determinada coisa ficam se repetindo na sua 
cabeça, mesmo contra sua vontade? Descreva as 
características desses pensamentos. 
❖Você costuma ficar muito preocupado com a sujeira? 
Costuma, em função disso, lavar as mãos várias vezes ou 
tomar muitos banhos? 
❖Você fica por muito tempo checando coisas para ver 
se elas estão fechadas corretamente? Por exemplo, a 
porta de casa, o carro, o botijão de gás? 
❖Você chega muito atrasado aos seus compromissos 
por ter de ficar verificando detalhes de tudo o que faz? 
❖Deixar de seguir uma rotina ou uma programação em 
sua vida o deixa muito nervoso? Descreva. 
 
Check list anamnese 
 
Transtorno obsessivo-compulsivo 
❖Pensamentos, impulsos ou imagens obsessivas 
intrusivas. 
❖Comportamentos repetitivos para diminuir ou evitar o 
sofrimento advindo de pensamentos, impulsos ou 
imagens obsessivas. 
 
Diagnóstico diferencial e principais 
comorbidades TOC 
 
Diagnóstico diferencial 
Transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva 
Transtornos ansiosos 
Transtorno de ansiedade de doenças 
Transtorno dismórfico corporal 
 
 
 Psicopatologia 
 
Comorbidades (é comum) 
Transtorno depressivo maior 
Transtornos ansiosos 
Transtornos de tiques 
Transtorno por uso de substância 
Esquizofrenia 
Transtorno de acumulação 
 
Transtorno de escoriação (skin picking) 
Tricotilomania (TTM) 
 
Tédio → Tensão → Ansiedade → Escoriar pele / 
Arrancar cabelo → Automática ou Focado/Consciente 
→ Alívio da tensão → Lesões cutâneas Perda cabelos 
 
Transtornos crônicos, com piora sintomática em 
períodos de maior estresse/ansiedade 
 
Transtorno de escoriação (skin picking) 
 
✓Dermatotilexomania é seu nome na dermatologia; 
✓Caracterizado pelo hábito de causar feridas na própria 
pele de forma recorrente e falha em tentativas de 
interromper o hábito 
✓Locais mais afetados: rosto, braços e mãos (mais fácil 
acesso) 
✓Prejuízo individual significativo; 
✓Comorbidade comum com tricotilomania, TDM, 
transtornos ansiosos e TUS. 
 
Transtorno de escoriação 
A. Beliscar a pele de forma recorrente, resultando em lesões. 
B. Tentativas repetidas de reduzir ou parar o comportamento de 
beliscar a pele. 
C. O ato de beliscar a pele causa sofrimento clinicamente 
significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional 
ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
D. O ato de beliscar a pele não se deve aos efeitos fisiológicos 
de uma substância (p. ex., cocaína) ou a outra condição médica 
(p. ex., escabiose). 
E. O ato de beliscar a pele não é mais bem explicado pelos 
sintomas de outro transtorno mental (p. ex., delírios ou 
alucinações táteis em um transtorno psicótico, tentativas de 
melhorar um defeito ou falha percebida na aparência no 
transtorno dismórfico corporal. 
 
 
 
Estereotipias no transtorno de movimento estereotipado 
ou intenção de causar danos a si mesmo na autolesão não 
suicida). 
 
Tricotilomania 
✓Comportamento recorrente de arrancar cabelos ou 
pelos do corpo, com falhas repetitivas nas tentativas de 
cessá-lo. 
✓Sofrimento clinicamente significativo. Impacto na 
qualidade de vida. 
✓Locais do corpo mais afetados: escalpo, sobrancelhas, 
cílios, região pubiana 
✓Pode ocorrer de modo intencional ou automático; 
espontâneo ou precedido por rituais. Não são 
antecedidos por obsessões e sim por ansiedade e tédio. 
✓Tricotilofagia → comer cabelos após arrancá-los 
✓Gatilhos comuns: momentos de distração, 
sedentarismo, ansiedade, tensão. 
 
Tricotilomania 
A. Arrancar o próprio cabelo de forma recorrente, 
resultando em perda de cabelo. 
B. Tentativas repetidas de reduzir ou parar o 
comportamento de arrancar o cabelo. 
C. O ato de arrancar cabelo causa sofrimento 
clinicamente significativo ou prejuízo no 
funcionamento social, profissional ou em outras áreas 
importantes da vida do indivíduo. 
D. O atode arrancar cabelo ou a perda de cabelo não 
se deve a outra condição médica (p. ex., uma condição 
dermatológica). 
E. O ato de arrancar cabelo não é mais bem explicado 
pelos sintomas de outro transtorno mental. 
 
Transtorno dismórfico corporal (TDC) 
✓Preocupação com um ou mais defeitos/falhas na 
aparência física. Acreditam ser feios, sem atrativos, 
anormais, deformados. Falhas não são percebidas 
por outros indivíduos. 
✓Preocupações são intrusivas, indesejadas, tomam 
tempo e são difíceis de resistir ou controlar. Prejuízos 
variados (moderado à incapacitante). 
Comum: Esquiva social e evitação. 
 
 
 
 Psicopatologia 
 
Dismorfia muscular é um tipo de TDC (homens: ideia 
de corpo pequeno) 
✓ Comportamentos repetitivos (maquiagem/roupas 
que camuflem, tratamentos/cirurgias estéticas) ou 
atos mentais excessivos (comparações) para neutralizar 
a preocupação. 
✓ Principais áreas preocupação (podem mudar): 
pele, cabelo/pelos, nariz, assimetria corporal. 
✓Graus variados de insight. Pode ter delírios de 
referência. Quadro associado a altos níveis de 
ansiedade social, humor deprimido, perfeccionismo, 
baixa extroversão e autoestima. 
 
Transtorno dismórfico corporal (TDC) 
A. Preocupação com um ou mais defeitos ou falhas 
percebidas na aparência física que não são 
observáveis ou que parecem leves para os outros. 
B. Em algum momento durante o curso do transtorno, o 
indivíduo executou comportamentos repetitivos (p. ex., 
verificar-se no espelho, arrumar-se excessivamente, 
beliscar a pele, buscar tranquilização, 
maquiagem/roupas para camuflar ‘defeito’, 
tratamentos/cirurgias estéticas) ou atos mentais (p. 
ex., comparando sua aparência com a de outros) em 
resposta às preocupações com a aparência. 
C. A preocupação causa sofrimento clinicamente 
significativo ou prejuízo no funcionamento social, 
profissional ou em outras áreas importantes da vida do 
indivíduo. 
D. A preocupação com a aparência não é mais bem 
explicada por preocupações com a gordura ou o peso 
corporal em um indivíduo cujos sintomas satisfazem 
os critérios diagnósticos para um transtorno 
alimentar. 
Especificar se: 
Com dismorfia muscular 
Grau de insight: bom ou razoável, pobre, 
ausente/crenças delirantes 
 
Transtorno de acumulação 
✓Dificuldade persistente em descartar ou se desfazer dos 
seus pertences 
✓Pacientes justificam acumulação pela utilidade dos 
itens, valor estético, apego sentimental ou medo de 
perder informações importantes 
✓Sofrimento significativo diante da possibilidade de 
descartar ou desfazer-se dos seus pertences. 
✓Acumulação impacta no dia a dia, obstruindo locais da 
casa, juntando sujeira e atraindo animais. Graus variados 
de insight 
✓Podem se engajar em compras excessivas e dificuldade 
posterior de descarte 
✓Características comuns de pessoas com T.A: 
indecisão, perfeccionismo, esquivas, procrastinação, 
dificuldade de planejar e organizar tarefas, distraibilidade. 
✓Eventos estressores traumáticos podem exacerbar o 
comportamento acumulador ; 
✓75% dos pacientes com TA têm transtorno de humor ou 
ansioso comórbido. 
 
Transtorno de acumulação 
A. Dificuldade persistente de descartar ou de se desfazer 
de pertences, independentemente do seu valor real. 
B. Esta dificuldade se deve a uma necessidade percebida 
de guardar os itens e ao sofrimento associado a 
descartá-los. 
C. A dificuldade de descartar os pertences resulta na 
acumulação de itens que congestionam e obstruem as 
áreas em uso e compromete substancialmente o uso 
pretendido. 
D. A acumulação causa sofrimento significativo ou 
prejuízo no funcionamento. 
E. A acumulação não é devida a outra condição médica. 
F. A acumulação não é mais bem explicada pelos 
sintomas de outro transtorno mental (p. ex., obsessões 
no transtorno obsessivo-compulsivo, energia reduzida no 
transtorno depressivo maior, delírios na esquizofrenia ou 
outro transtorno psicótico, déficits cognitivos no 
transtorno neurocognitivo maior, interesses restritos no 
transtorno do espectro autista) 
Especificar se: 
Com aquisição excessiva 
Grau de insight: bom ou razoável, pobre, 
ausente/crenças delirantes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Psicopatologia 
 
Questões Transtorno obsessivo-compulsivo e 
outros transtornos relacionados 
 
Caso 1 
Identificação: Paciente do sexo feminino, com 60 anos, 
há 28 anos fazendo tratamento psiquiátrico, com 
períodos de agudização dos sintomas. 
Queixa principal: Queixa-se da insistência dos 
pensamentos, que, embora soem absurdos, se 
impõem em sua mente, apesar dos esforços em afastá-
los. São idéias de culpa ou que mobilizam impulso em 
agir. Relata medo de que as coisas que pensa se 
tornem realidade. Tem “mania de limpeza e de 
organização”, sendo que sua capacidade de trabalho 
e cuidado pessoal fica prejudicada pois não consegue 
“sair do lugar”. 
Exame estado mental: paciente se apresenta com 
humor instável, facilmente irritável, desesperançosa e 
com idéias pessimista. Apetite e sono alterados 
(diminuídos). 
Hipótese Diagnóstica: TOC, com insight 
bom/razoável. 
 
Caso 2 
Cintia, paciente do sexo feminino, com 12 anos de 
idade. A mãe refere que a filha estava arrancando 
os cabelos há alguns meses, estando com extensas 
falhas no couro cabeludo. Não havia nenhum 
pensamento precedendo o ato de arrancar os cabelos, 
dizia sentir uma necessidade incontrolável de fazê-
lo repetidamente e um alívio passageiro após o ato. 
Abandonara a escola pela vergonha das áreas de 
alopecia. Porém, demorou quase um ano para ser 
encaminhada a um serviço de saúde mental. Mãe e filha 
negavam ingestão dos fios de cabelo. 
Hipótese Diagnóstica: Tricotilomania. 
 
Caso 3 
Wanda, 47 anos, solteira. Relata que nunca havia 
tomado medicamentos psiquiátricos, mas fez terapia 
no passado devido a um episódio depressivo. Morava 
sozinha em um apartamento de dois quartos, sem 
família nem amigos nas proximidades. Trabalhava 
durante meio expediente como auxiliar de vendas em 
uma loja de miudezas de caridade. Afirmou que havia 
tido namorados na faculdade, mas que, nos últimos 
anos, “andava ocupada demais”. 
Durante o exame inicial, tinha a aparência de uma 
mulher bem-vestida, expressiva, coerente e 
cooperativa. Queixou-se de má concentração e 
dificuldade em se organizar. Negou uso inadequado de 
substâncias. Observou-se que a bolsa de Wanda estava 
cheia de contas e de outros documentos. 
Ao ser indagada a respeito, ela inicialmente deu de 
ombros, afirmando que “carregava o escritório com 
ela”. 
Quando o entrevistador insistiu, veio à tona que ela havia 
tido dificuldades em descartar documentos de 
negócios, jornais e revistas desde que podia se lembrar. 
Achava que tudo havia começado quando a mãe se 
livrou de todos os brinquedos velhos quando ela tinha 
12 anos. Agora, muitos anos depois, o apartamento dela 
estava repleto de livros, objetos de escritório, trabalhos 
manuais, embalagens plásticas, caixas de papelão e 
todo o tipo de coisas. Disse que sabia que era um pouco 
incomum, mas esses itens poderiam ser úteis algum dia. 
Afirmou: “quem guarda, tem”. Ela também relatou 
que muitas de suas possessões eram lindas, singulares 
e insubstituíveis ou tinham um forte valor sentimental. 
A ideia de descartar qualquer um desses pertences lhe 
causava muito sofrimento. 
Hipótese Diagnóstica: Transtorno de acumulação, com 
aquisição excessiva, insight razoável/pobre. 
 
Caso 4 
Clara, 39 anos, solteira, de nível universitário. Havia cerca 
de dois meses, ao achar que a musculatura da face se 
tornara flácida, iniciou uma sequência de exercícios 
físicos para reforça-la. Colocava na boca um dispositivo 
metálico, como se fosse uma mola que distendia suas 
bochechas e fazia diariamente uma série de exercícios 
durante mais ou menos 15 minutos. Passou a se olhar 
constantemente ao espelho

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