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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS – FCA PLANO DE ARBORIZAÇÃO Manaus 2018 2 WALLACE NUNES SANTOS 21600313 PLANO DE ARBORIZAÇÃO Atividade para obtenção de nota parcial na disciplina de Arborização Urbana e Paisagismo (FGD318), ministrada pelo Professor André Luiz Alencar De Mendonca, do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Amazonas. Manaus 2018 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4 FINALIDADE ...................................................................................................... 5 CONTEXTUALIZAÇÃO ...................................................................................... 5 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA .......................................................................... 6 DIAGNÓSTICO DA ARBORIZAÇÃO URBANA DA ÁREA ................................. 7 PLANEJAMENTO DA ARBORIZAÇÃO URBANA .............................................. 8 IMPLANTAÇÃO DA ARBORIZAÇÃO URBANA ................................................. 9 Passos para um transplante bem-sucedido .................................................... 9 Manutenção Inicial (4 meses iniciais) ........................................................... 12 Manutenção Periódica (período mínimo de 18 meses) ................................ 12 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 13 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 14 4 INTRODUÇÃO Planejar a arborização é indispensável para o desenvolvimento urbano, para não trazer prejuízos para o meio ambiente. Considerando que a arborização é fator determinante da salubridade ambiental, por ter influência direta sobre o bem estar do homem, em virtude dos múltiplos benefícios que proporciona ao meio, em que além de contribuir à estabilização climática, embeleza pelo variado colorido que exibe, fornece abrigo e alimento à fauna e proporciona sombra e lazer nas praças, parques e jardins, ruas e avenidas de nossas cidades. (Dantas, 2004) Plantar em uma cidade como Manaus, que cresceu de costas para Floresta, negando sua identidade, com inúmeros bairros oriundos de ocupações irregulares é um desafio constante, que perpassa pela necessidade de romper com paradigmas estabelecidos pela cultura de nossos colonizadores, bem como superar hábitos e valores arraigados (Plano Diretor de Arborização Urbana da cidade de Manaus). A arborização urbana vem merecendo uma atenção cada vez maior em função dos benefícios e até mesmo dos problemas que se apresentam em função da presença da árvore no contexto da cidade. O Desenho Urbano, ao estruturar a cidade e suas parcelas, maneja os componentes da paisagem construída e entre eles o elemento vegetal. (Dantas, 2004) Um dos problemas referentes à arborização de vias públicas sem a realização de um prévio planejamento é o plantio de espécies de grande porte em lugares inadequados. Este procedimento é muito comum nas cidades brasileiras, causando, muitas vezes, sérios prejuízos, como rompimento de fios de alta-tensão, interrupções no fornecimento de energia elétrica, entupimento em redes de esgoto, obstáculos para circulação e acidentes envolvendo pedestres, veículos ou edificações (TAKAHASHI, 1992). A arborização deve ser muito bem planejada, pois vários problemas sociais e econômicos podem vir a partir disso, o planejamento de arborização deve constar com uma lista de espécies adequadas para a arborização de determinado local, com seus dados sobre mudas, manutenção, desenvolvimento da planta, caracterizada quando adulta além de dados geográficos, topográficos, geogracis, sociais arquitetônicos e econômicos 5 FINALIDADE O Plano de Arborização a seguir trata-se de uma tentativa de melhorar a qualidade de vida da população do Bairro Coroado que conta com áreas como a APA UFAM, mata ciliares, praças e canteiros que irão receber mudas de indivíduos arbóreos para sua melhoria e restauração resultando em mais áreas preservadas e saudáveis para a melhoria de vida da população e do meio ambiente. CONTEXTUALIZAÇÃO O bairro Coroado surgiu quando a TV Ajuricaba, de propriedade da família Hauache, começou a exibir programas da Rede Globo de Televisão, na condição de repetidora. Uma das primeiras novelas a ser exibida tinha como cenário a cidade de Coroado. Sucesso em 1971, a obra foi inspirada no romance escrito pela novelista Janete Clair, esposa do acadêmico e escritor Dias Gomes. A data do aniversário do bairro é o dia 12 de outubro de 1971, quando o governador do Estado do Amazonas, coronel João Walter de Andrade, sem desapropriar toda a área, fez doação de alguns lotes de terras para os invasores. As terras eram de propriedade da Universidade Federal do Amazonas. (No Amazonas é assim, 2014) A arborização nessa região seria muito benéfica pois iria recuperar a mata ciliar dos córregos que cortam o bairro, tornando o seu entorno mais agradável para a prática de esportes e lazer além de educação ambiental, fatores esses que inferem na qualidade de vida da população. 6 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA Coroado está localizado na Zona Leste de Manaus, limitando-se com os bairros do Aleixo, Petrópolis, Japiim, Distrito Industrial, Armando Mendes, Zumbi dos Palmares e São José Operário, começando na avenida André Araújo em direção ao Campus da Universidade Federal do Amazonas, ingressa na alameda Cosme Ferreira e conclui seu perímetro na avenida Grande Circular, ao todo uma região que ocupa uma superfície de 1.142,21 hectares e uma população de 49.123 habitantes (IBG de 2000) e é cortada pelos igarapés do Quarenta e Atílio Andeazza. A área se localiza na zona central de Manaus, com latitude 3° 5'29.42"S e longitude 59°58'1.82"O (Google Earth, 2018) O clima da região é tropical úmido com umidade relativa do ar bem elevada, chegando a quase 90%. A região teve um grande histórico de ocupação irregular o que resultou em desrespeito ao meio ambiente. Altitude não ultrapassando 100m. O município é regido por um plano diretor urbano e ambiental (Lei Complementar Nº002, de janeiro de 2014) além de um plano de arborização urbana. Figura 1 e 2: Delimitação Coroado – Google Maps 2018 7 DIAGNÓSTICO DA ARBORIZAÇÃO URBANA DA ÁREA O bairro Coroado até pode ser considerado verde porque boa parte do seu território é ocupado por um importante APA (UFAM), responsável por salvaguardar tanto fauna e flora nativa da região, nem sempre foi assim, pois no início do bairro este ia crescendo de forma irregular sobre terreno pertencente a UFAM. Apesar da grande APA da UFAM quando visto com mais profundidade o bairro coroado tem carência em praças, parques, o pior são os córregos que fluem pelo bairro totalmente contaminados com esgoto e lixo como ocorre com o córrego do Quarenta que é cercado pela avenida Beira Rio e apresenta uma boa área para o replantio de espécies nativas em abundancia, pois propiciara uma recuperação do solo, do curso da agua e da fauna que lá vive. Figura 3 e 4: As áreas a serem arborizadas para a melhoria de vida das pessoas – Google Maps 2018 8 PLANEJAMENTO DA ARBORIZAÇÃO URBANA O planejamento de arborização em qualquer situação deve levar em conta diversos fatores como: o tipo de solo, a finalidade da arborização, o clima da região, as espécies a serem usadas, os tratos e manutenção dos indivíduos ao longo do tempo. Pensando nisso a Cartilha Plano Diretor de Arborização Urbana sugere algumas espécies a serem usadas no plantio,algumas não atendem aos pré-requisitos da área, como por exemplo a altura total da arvore, o que afetaria a fiação elétrica acima, ou plantas com raízes muito violentas que iriam causar danos a tubulação, a calcada e a rua. Problemas podem ser facilmente percebidos devido ao acumulo de lixo nas calcadas, entulho nas ruas e nas encostas no córrego, que na maioria das vezes são despejados pelos moradores próximos, então além de um plano de arborização é necessário gerar uma conscientização ambiental na população principalmente nas crianças. Abaixo esta as tabelas das árvores com porte médio e pequeno que são as mais recomendadas para essa situação. Figura 5: Tabela com espécies a serem usadas na arborização – Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU). 2016 9 IMPLANTAÇÃO DA ARBORIZAÇÃO URBANA Após o planejamento de como deve ser feito a Implantação, vem a parte prática, onde você irá iniciar o plantio das mudas, como dito anterior, um dos problemas que se enfrenta é o fator humano, por isso agregue quanto mais pessoas, faça essas pessoas saírem da caverna e ir em direção a liberdade, principalmente os jovens que representam o dia de amanhã. A Cartilha Plano Diretor de Arborização Urbana também da um passo a passo que deve ser seguido para se obter melhor resultado no plantio das mudas. Passos para um transplante bem-sucedido 1. Vistoria, seleção e marcação dos espécimes aptos para transplante; 2. Identificação dos indivíduos a serem transplantados pelo nome científico, vulgar e descrição das principais características botânicas, e grau de persistência a transplante; 3. A programação do transplante deverá obedecer à época mais propícia para cada espécie. Caso a informação seja desconhecida a programação do transplante deve ocorrer no período de menos circulação da seiva e menos taxa de transpiração das folhas; 4. Deve-se efetuar a numeração dos indivíduos e a marcação do norte magnético em seu tronco, facilitando o monitoramento e a adoção de condições similares ao local de origem; 5. Caso haja a necessidade de poda, será realizado processo somente em galhos secos, malformados ou com injúrias severas, preservando a forma natural da copa e o balanço hormonal entre copa e sistema radicular; 6. Caso haja poda e o transplante não seja imediato, será feita aplicação de fungicidas para se evitar a instalação de fungos nas inserções dos galhos podados; 10 7. Os procedimentos relativos a poda consta nesta resolução; 8. Proceder ao escoramento dos indivíduos a serem transplantados; 9. Providenciar de amarrar os galhos mais baixos durante a escavação; 10. O corte das raízes e formação do torrão deverá ser efetuado com ferramentas bem amoladas evitando um menor dano as raízes e precedido pela escavação tipo trincheira; 11. No ato da abertura de cada parte da trincheira o torrão deve ser trabalhado manualmente de modo a apresentar-se em forma de funil, estreitando-se o diâmetro de acordo com sua profundidade; 12. Preferencialmente cada ¼ da trincheira deverá ser aberto a cada 07 (sete) dias; 13. A escavação deverá ser feita a pelo menos a distância de 8 vezes o diâmetro do tronco (D.A.P.), e a uma profundidade de 04 vezes o diâmetro do tronco (D.A.P.). A profundidade nunca poderá ser inferior a 40 centímetros; 14. Após a abertura de cada ¼ da trincheira a parte recém aberta deverá ser recoberta com restos vegetais ou serragem curtida; 15. Caso necessário, amarrar para evitar o tombamento da árvore; 16. As covas que receberão os exemplares devem ser preparadas com pelo menos vinte dias de antecedência ao plantio, observando-se o seguinte: a) Apresentar dimensões compatíveis com o tamanho do torrão; b) O solo utilizado deve ser corrigido com calcário dolomítico; c) Receber adubação, no fundo da cova, com composto orgânico ou esterco animal curtido; 11 d) Receber adubação de trezentos gramas de superfosfato simples incorporados à terra vegetal de boa qualidade com a qual será preenchida a cova. 17. Antes do içamento e transporte o torrão deve ser envolvido com sacos de aniagem ou similar, devidamente amarrados, de modo mantê-lo firme durante os outros processos; 18. A árvore só deverá ser içada quando não houver mais raízes prendendo-a ao solo, utilizando-se cintas apropriadas feitas de lona ou material similar para não provocar ferimentos ou descascamentos no tronco; 19. A árvore deverá ser suspensa transportada por processos e equipamentos que levem em conta o porte da arvore buscando causar menor dano ao tronco e ao torrão formado; 20. Não permitir que o torrão e as raízes sequem durante o processo de transplante; 21. A disposição do indivíduo na cova deverá obedecer ao norte magnético, a perpendicularidade do tronco e o nivelamento do colo da planta com o solo; 22. O substrato deve ser compactado, evitando deixar vazios e a árvore deverá ficar bem firme; 23. Após a compactação do substrato, as árvores deverão ser amarradas com cintas resistentes (feita de tiras de borracha ou similar) ligadas a cabos igualmente resistentes fixados no solo em três pontos, no mínimo; no caso de árvores de grande porte, amarrar com cabos de aço; 24. Formar uma bacia para captação de água, com terra, na projeção da copa; 25. Utilizar cobertura morta na bacia de captação; 26. Efetuar a irrigação após o plantio. 12 A implantação e manutenção das mudas são momentos críticos em suas vidas pois é nesse momento que elas passaram por sérios problemas como pragas, seca, doenças, planta tanto por isso deve se fazer manutenção e ter certos cuidados como: Manutenção Inicial (4 meses iniciais) 1. Efetuar a irrigação 03 (três) vezes por semana; 2. Controle de pragas e doenças; 3. Revisão das escoras. Manutenção Periódica (período mínimo de 18 meses) 1. Irrigação semanal; 2. Tratos culturais (adubação, poda, controle fitossanitário e demais tratos culturais necessários) Figuras 6 e 7 – Exemplificação de muda ideal e técnica de plantio – Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU). 2016 13 CONSIDERAÇÕES FINAIS A arborização urbana é um quesito importante para proporcionar um ambiente físico saudável e está relacionada com a presença de espécies vegetais em espaços públicos como parques, ruas, avenidas, jardins e praças. Atua sobre o conforto humano no ambiente por meio das características naturais das espécies (Westphal, 2000) Para se ter sucesso na arborização de uma área é necessário envolver a população local para que a mesma crie afeto pela área que está sendo revitalizada, e desse modo cuide, preserve e proteja este espaço que tanto lhe retribui em qualidade de vida. 14 REFERÊNCIAS DANTAS, I. C; SOUZA, C. M. C. Arborização urbana na cidade de Campina Grande - PB: Inventário e suas espécies. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA. Universidade Estadual da Paraíba. Volume 4 - Número 2 - 2º Semestre 2004 Prefeitura de Manaus. Meio Ambiente e sustentabilidade. Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU). 2016. TAKAHASHI, L. Y. Monitoramento e informatização da administração e manejo da arborização urbana. In: CONGRESSO BRASILEIRO SOBRE ARBORIZAÇÃO URBANA, 1., 1992, Vitória. Anais... Vitória: PMV/SMMA, 1992. p. 119-124. História do Bairro: Coroado Por No Amazonas é Assim - 30 de jul de 2014. Acessado em 16/12/2018: https://noamazonaseassim.com.br/historia-do-bairro- coroado/ WESTPHAL, M. F. O Movimento Cidades/Municípios Saudáveis: um compromisso com a qualidade de vida. Ciência e saúde coletiva, v.5, n.1, p.39-51, 2000.
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