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Gabriela Pereira da Silva Nutrição-UFGD Metabolismo dos carboidratos Carboidratos Carboidratos = glicídios = sacarídeos = açúcares = hidratos de carbono. Biomoléculas mais abundantes com função: Energia (combustível celular); Armazenamento (glicogênio); Estrutural (glicanos); Reconhecimento e sinalização celular. CLASSIFICAÇÃO Monossacarídeos: açúcares simples (glicose = C6H1206). Oligossacarídeos – até 10 (ex.: dissacarídeos: sacarose → glicose + frutose). Polissacarídeos (amido → n glicose). DIGESTÃO Glicólise Glicose (hexose (6 carbonos) é aldose): possui papel central no metabolismo energético e dos carboidratos. Matriz extracelular e polissacarídeos de parede celular: síntese de polímeros estruturais; Glicogênio, amido, sacarose: armazenamento (depende da demanda da energia); Ribose-5-fosfato: oxidação pela via da pentose- fosfato; Piruvato: oxidação por glicólise (quando necessita energia (ATP). Oxi-redução: transferência de elétrons (ocorre na membrana interna). Processo no qual a molécula de glicose é degrada por uma sequência de 10 reações a 2 moléculas de piruvato. Via central quase universal do catabolismo da glicose Via com maior fluxo de carbono na maioria das células A quebra glicolítica da glicose é a única fonte de energia metabólica em alguns tecidos e células de mamíferos (enterócitos, medula, renal, cérebro e esperma) Citosol: onde ocorre todas as reações de glicólise Fase preparatória: investimento (gasto de 2 ATPs). Fase de Pagamento: produção de 4 ATPs e 2 moléculas de NADH Piruvato pode seguir 3 caminhos: Hipóxia ou condições anaeróbias: ser reduzido a etanol → Fermentação alcoólica (fermentação até etanol na levedura) Hipóxia ou condições anaeróbias: ser reduzido a lactato → Fermentação lática (fermentação até lactato no músculo em contração vigorosa, nos eritrócitos, em algumas outras células e em alguns microrganismos) Gabriela Pereira da Silva Nutrição-UFGD Condições aeróbicas: ser completamente oxidado a CO2 e H2O → Ciclo do ácido cítrico (animais, vegetais e muitas células microbianas sob condições aeróbias) ESTÁGIO 1: PRODUÇÃO DE ACETIL-COA ESTÁGIO 2: OXIDAÇÃO DE ACETIL-COA No ciclo do ácido cítrico ou ciclo de Krebs: Transferência de elétrons para as co-enzimas redutoras NADH e FADH2 NADH e FADH2 são transportadores de elétrons reduzidos Respiração celular: metabolismo aeróbico (precisa de O2 para produzir ATP) ESTÁGIO 3: TRANSFERÊNCIA DE ELÉTRONS E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA Transferência de elétrons na cadeia transportadora de elétrons que permite a síntese de ATP. FASE PREPARATÓRIA A glicose entra nas células por difusão facilitada (GLUT – proteína (polímeros de vários aminoácidos)). Este processo não permite a acumulação de concentrações de glicose superiores às existentes no sangue. Glicose – hexocinase → glicose-6-fosfato Concentração de glicose na corrente sanguínea: 4-5 mM (70-99 md/dL) A célula tem um processo para acumular glicose no seu interior. Isto é feito por modificação química da glicose pela enzima hexocinase: 1. A fosforilação da glicose: feita pela hexocinase Feita pela adição de fosfato no carbono 6 vindo do ATP (um fosfato sai do ATP e vai para o carbono 6 formando o ADP e glicose- 6-fosfato); Quanto mais negativo o △G, mais favorável é de acontecer a reação; Exergônica = libera energia. 2. Conversão de glicose-6-fosfato: Isomerização da G-6P em F-6P: aldose → Cetose: fosfohexose isomerase (n2); Reação próxima ao equilíbrio químico; Reversível; Controlada pela concentração de substratos-produtos: determina o sentido para a reação ocorrer. 3. Fosforilação da frutose-6-fosfato a frutose-1,6- bifosfato Formação de Frutose-1,6-bifosfato; Fosforilação fosfofrutocinase-1 (PFK-1) (n3); A PFK-1 é uma enzima alostérica e catalisa uma reação exergônica; Importante ponto de regulação da glicólise; Gabriela Pereira da Silva Nutrição-UFGD Controla a velocidade da Glicólise. 4. A clivagem da frutose-1,6-bifosfato Quebra de 1 carboidrato de 6 carbonos em 2 de 3 carbonos: quebra dividir a frutose-1,6-bifosfato em dois compostos de 3 carbonos; Aldolase (n4): envolve a abertura do anel; Reação reversível em condições fisiológicas apesar do △G >>> 0; Somente o GAP entra na rota do Estágio 3 da Glicólise; O consumo do GAP desloca o equilíbrio no sentido direto da reação; O consumo de DAHO também desloca o equilíbrio no sentido direto da reação. 5. A interconversão das trioses-fosfato Reaproveitamento da DAHO em GAP A Triose isomerase (n5): converte DAHP em GAP Reação rápida e reversível No equilíbrio: 96% da Triose fosfato está na forma de DAHP A remoção da GAP pelas reações subsequentes desloca o equilíbrio no sentido direto FASE DE PAGAMENTO 6. Oxidação do gliceraldeído-3-fosfato a 1,3- bifosfatoglicerato 2 moléculas de GAP entram nesta fase: Gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase; Oxidação da GAP em 1,3-Bifosfoglicerato (1,3- BPG); Etapa de preparação da Gap – baixo potencial fosforila - em um produto com alto potencial fosforila: Acil-fosfato; Formação do primeiro intermediário de alta energia; Reação exergônica em condições fisiológicas: ↑[GAP] e consumo do 1,3-BPG. 7. A transferência do grupo fosforil de 1,3-bifosfoglicerato a ADP: estágio 1 de pagamento Fosfoglicerato cinase (n7) 1,3-Bifosfoglicerato: Anidrito misto de ácido fosfórico Possui alto potencial doador de Pi Fosforilação de ATP ao nível de substrato: transferência do fosfato para o ADP para formar 2 ATP Acoplada termodinamicamente com a reação da GAPDH → guia o processo 8. A conversão de 3-fosfoglicerato a 2-fosfoglicerato 2x 3-fosfoglicerato é convertido a Piruvato com “formação” de mais 2 ATP Envolve 3 reações: o Rearranjo do grupo PI: preparação VIA DE REGRA: fosforilação a partir do ATP sempre terá Mg+2 fazendo parte da reação, que se liga ao ATP para o complexo se ligar ao sítio ativo da enzima. Gabriela Pereira da Silva Nutrição-UFGD o Desidratação: preparação o Fosforilação de ADP ao nível do substrato Fosfoglicerato mutase (n8) Rearranjo do grupo PI: isomerização Essa reação é uma preparação para a próxima etapa da via 9. A desidratação de 2-fosfoglicerato a fosfoenolpiruvato: Enolase (9n) Reação de rearranjo molecular: desidratação; A desidratação aumenta o potencial doador de fosforila; Formação do 2° intermediário de alta energia: Fosfoenolpiruvato – PEP. 10. A transferência de um grupo fosforil do fosfoenolpiruvato para ADP: estágio 2 do Pagamento Piruvato cinase (n10) Fosforilação PEP doa 1 Pi para o ADP: fosforilação ao nível do substrato Piruvato Quinase é importante ponto de regulação Reação depende de K+ e Mg2+ ou Mn 2+ O piruvato é o mais estável do que o PEP: apresenta ressonância A reação catalisada pelo Piruvato cinase também é um ponto chave de regulação (após certo é irreversível, só se ocorrer outra reação). BALANÇO GERAL DA GLICÓLISE ATP: utilizado como moeda energética NADH: em condições aeróbicas → sofre oxidação pelo O2 → produção de ATP e H20 na mitocôndria em condições anaeróbicas → Glicólise cessa devido à ausência de NAD+ Carreador temporário de elétrons: precisa haver a reoxidação a NAD+ para ocorrer a glicólise Quantidade limitada de NAD+ nas células (derivado da vitamina niacina) VIAS ALIMENTADORAS DE GLICÓLISE O glicogênio endógeno entra na glicólise em um processo de duas etapas Os polissacarídeos e os dissacarídeos ingeridos são convertidos a monossacarídeos por enzimas, os quais entram nas células intestinais e são transportados para o fígado ou outros tecidos. A hexoses frutose, galactose e a manose são convertidaspara entrar na glicólise. GALACTOSEMIA Doença metabólica devido à incapacidade de metabolizar galactose Deficiência da Galactose 1-fosfato Uridil Transferase → mais comum Provoca retardo mental, hepatomegalia, icterícia, cirrose, atraso no crescimento e catarata → formação do Galctitol Tratamento → evitar produtos lácteos INTOLERÂNCIA À LACTOSE Alguns adultos não produzem a Lactase Lactose: metabolizada lactato liberando a CH4 e H2 por bactérias intestinais anaeróbicas → Flatulência Lactato provoca diarréia por questão osmótica Câimbras abdominais Gabriela Pereira da Silva Nutrição-UFGD OXIDAÇÃO DA GLICOSE PELA VIA DAS PENTOSES-FOSFATO Outro destino catabólica da glicose-6-fosfato Via de oxidação gera NADPH Células que se dividem rapidamente (medula, óssea, pele......) Gliconeogênese Alguns tecidos (cérebro, eritrócitos) dependem constantemente do fornecimento de glicose Cérebro requer 120g de glicose/dia Nível de glicose do sangue é mantido via carboidratos dos alimentos e degradação do glicogênio hepático Reservas esgotadas inicia-se o processo de gliconeogênese: processo para sintetizar glicose a partir de precursores que não são carboidratos Síntese de novo de glicose (“nova formação de açúcar”) Precursores: Aminoácidos glicogênicos: a partir dele é possível formar glicose e triacilgliceróis Lactato Glicerol Não é a simples reversão da glicólise: 7 reações enzimáticas são compartilhadas Os 3 passos “irreversíveis” da glicólise precisam ser contornados Formação do PEP: contornada em 2 etapas Formação da F6-P: contornada em 1 etapa Formação de glicose: contornada em 1 etapa GLICÓLISE E GLICOGÊNIO Glicólise e gliconeogênese são processos irreversíveis nas células. Ocorrem principalmente no citosol, regulação recíproca e coordenada. Regulação separada das duas vias é atingida por meio de controles exercidos nas etapas enzimáticas que existem em apenas umas das vias. São reciprocamente reguladas via hormonal. Glucagon estimula a PKA quando a glicose sanguínea é escassa. A glicólise PE inibida e a gliconeogênese, estimulada. Altos níveis de frutose 6-fosfato estimulam a fosfoproteína fosfatase. A PFK2 é ativada. A glicólise é estimulada e a gliconeogênese, inibida. CONVERSÃO DE PIRUVATO E FOSFOENOLPIRUVATO (PEP) Formação de PEP a partir de piruvato: Reação direta irreversível contornada por 2 passos enzimáticos Gabriela Pereira da Silva Nutrição-UFGD Forma-se PEP a partir de piruvato com oxalacetato como intermediário Oxalacetato é intermediário do ciclo do ácido cítrico e porta de entrada para alguns aminoácidos glicogênicos 1. A FORMAÇÃO DE PEP A PARTIR DE PIRUVATO Piruvato carboxilase: enzima mitocondrial Sofre ativação alostérica pela Acetil-coA: sinaliza uso de ácidos graxos como combustível. O piruvato precisa entrar na mitocôndria. Alternativamente piruvato deriva de alanina. O oxalacetato precisa sair da mitocôndria via malato Lançadeira de Malato: encaminha força redutora para o citoplasma para uso pela GAPDH Via alternativa: PEP é formado entro da mitocôndria. Tem lactato no citoplasma (eritrócitos e exercício vigoroso). Depende da disponibilidade de elétrons no citoplasma 2° Reação: catalisada pela PEP carboxiquinase Catalisa a fosforilação e descarboxilação concomitante do oxalacetato Doador de fosforila: GTP Duas ligações “ricas em energia” são consumidas para converter Piruvato em PEP na gliconeogênese PEP PIRUVATO △G= -7,5 kcal/mol PIRUVATO OXALACETATO PEP △G= +0,2 kcal/mol A descarboxilação do oxalacetato e a rápida retirada de PEP dirigem a termodinâmica da conversão: △G= -6,0 kcal/mol em condições celulares irreversível 2. A FORMAÇÃO DE FRUTOSE 6-FOSFATO A PARTIR DE FRUTOSE 1,6-BIFOSFATO 9° Reação: catalisada pela frutose 1,6-bifosfatase Importante ponto de regulação alostérica 3. FORMAÇÃO DE GLICOSE A PARTIR DE GLICOSE 6-FOSFATO 11° Reação: catalisada pela glicose 6-fosfatase Importante ponto de regulação alostérica Em muitos tecidos a Gliconeogênese para a Glicose 6- Fosfato Somente nos tecidos importantes para a homeostase de glicose: fiado, rins e intestino (existe a glicose 6-fosfatase no ER) Cérebro e músculo não a possuem: não liberam glicose O balanço energético da produção de 1glicose a partir de 2 piruvatos: a simples reversão da glicólise é um processo desfavorável termodinamicamente A gliconeogênese necessita de acoplamento de reações favoráveis para contornar as etapas desfavoráveis Gabriela Pereira da Silva Nutrição-UFGD Energia livre é fornecida na forma de 4 moléculas de ATP por glicose produzida METABOLISMO DO GLICOGÊNIO GLICOGENÓLISE O excesso de glicose é convertido em formas de armazenamento (glicogênio e amido) Nos vertebrados o glicogênio é encontrado principalmente no fígado (10%) e músculo esquelético (2%) Armazenado na forma de grânulos citosólicos (55 000 resíduos de glicose) GLICOGÊNIO MUSCULAR E HEPÁTICO Glicogênio muscular: Fonte de energia rápida para o metabolismo aeróbico e anaeróbico Atividade intensa pode ser gasto em menos de uma hora Glicogênio hepático: Reservatório de glicose para outros tecidos (entre as refeições e no jejum) 12-24 horas DEGRADAÇÃO A primeira enzima a agir é a glicogênio fosforilase, adicionando a molécula de fosfato nas moléculas ligadas que formam o glicogênio (glicose) Após teremos ação da fosfoglicomutase, colocando o fosfato do carbono 1 para o carbono 6 da glicose gerando a glicose-6-fosfato Fígado: glicose 1-fosfato sofrerá ação da glicose-6- fosfatase, liberando então a glicose livre no sangue No músculo por sua vez, a glicose6-fosfatase, não existe, então, a glicose-6-fosfato entra já na glicólise Degradação do glicogênio próximo a u ponto de ramificação 1° Enzima de desramificação (transferase) remove um bloco de 3 resíduos de glicose da ramificação para uma extremidade não redutora 2° Resíduo remanescente é liberado pela glicosidase 16 Polímero não ramificado substrato para nova ação da fosforilase GLICOGÊNESE Gabriela Pereira da Silva Nutrição-UFGD Processo bioquímico que transforma a glicose em glicogênio Ocorre virtualmente em todos os tecidos animais, mas é proeminente no fígado e músculos esqueléticos. O músculo armazena apenas para o consumo próprio e só utiliza durante o exercício, quando há necessidade de energia rápida O glicogênio é uma fonte imediata de glicose para os músculos quando há a diminuição da glicose sanguínea (hipoglicemia). O glicogênio fica disponível no fígado e músculos, sendo consumido totalmente cerca de 24 horas após a última refeição SÍNTESE 1. Glicose-6-fosfato é convertida em glicose-1-fosfato pela fosfoglicomutase 2. Formação de UDP-glicose pela ação da UDP-glicose- pirofosforilase 3° Reação catalisada pela glicogênio-sintase de transferência de UDP-glicose para uma extremidade não redutora de uma molécula de ramificada de glicogênio 4° Enzima de ramificação produz ligações (16) SÍNTESE DE GLICOGÊNIO Glicogênese: o glicogênio é sintetizado a partir de uma UDP-glicose (forma ativa de glicose) Enzima de ramificação: amilo (1 → 4) a (1 → 6) transglicosilase ou glicosil-(4 → 6)-transferase Catalisa a transferência de um fragmento terminal de 6 a 7 resíduos de glicose da extremidade não redutora de uma ramificação de glicogênio (pelo menos 11 resíduos) para grupo hidroxil C-6 de um resíduo de glicose mais interna Molécula ramificada mais solúvel e aumenta o número de sítio de ligação de glicose A glicogenia é o “primer” para o início da síntese de glicogênio É uma glicosil transferase dimérica Novas partículas de glicogênio inicam com a formação autocatalítica de uma ligação glicosídica entre a glicose da UDP-glicose e um resíduo de Tyr na proteínaglicogenina Adição de vários resíduos de glicose para formar um iniciador que pode sofrer a ação a glicogênio-sintase. Catalisa a adição de 8 unidades de glicose unidas por ligações (� 1 → 4) Gabriela Pereira da Silva Nutrição-UFGD Ciclo do ácido cítrico CONDIÇÕES ANAERÓBICAS Condições anaeróbicas – mamíferos: respiração celular: excreta CO2 Condições anaeróbicas – leveduras: produz álcool CONDIÇÕES AERÓBICAS Ciclo de Krebs: acontece na membrana mitocondrial Tem papel central no metabolismo Destino do piruvato, aminoácidos e ácidos graxos no metabolismo aeróbico Oxidação de combustíveis à CO2 e H2O Necessita de O2 molecular para ocorrer Porta de entrada do piruvato: Acetil-CoA O ACETIL-COA Entrada da maioria dos combustíveis do ciclo Esqueletos de C dos açúcares e ácidos graxos: convertidos ao grupo acetil da acetil-CoA SÍNTESE DE ACETIL-COA Complexo enzimático da Piruvato Desidrogenase Complexo multienzimático: Piruvato desidrogenase (E1) Diidrolipoil-transacetilase (E2) Dihidrolipoil-desidrogenase (E3): aumenta a velocidade de reações (evita a difusão do substrato); minimiza reações secundárias; controle coordenado Complexo enzimático da Piruvato desidrogenase necessita de 5 coenzimas: pirofosfato de tiamina, CoA, lipoamida, FAD, NAD+ Forma Acetil-CoA pela descarboxilação oxidativa do Piruvato: reação irreversível Braço da lipoamida canaliza a reação entre os sítios catalíticos do complexo catalítico 1. Reação: descarboxilação do piruvato: dependente de TPP 2. Reação: grupo hidroxietil transferido do TPP para Lipoamida: transacetilase; envolve a oxidação da carboxila e redução da lipoamida S-S → H-S + S-Acetil 3. Reação: transesterificação dependente de CoA – liberação de Acetil-CoA 4. Reação: regeneração da Lipoamida oxidada → troca dissulfidica → duas Cys – envolve FAD fortemente ligado a E3 5. Reação: oxidação da E3 – envolve a FADH como intermediário e NADH como aceptor final da reação PRODUÇÃO DE ACETIL-COA Piruvato é convertido em acetil-CoA pelo complexo da PDH (3 enzimas, 5 coenzimas) Gabriela Pereira da Silva Nutrição-UFGD 1° Descarboxilação do piruvato: piruvato reage com o TPP (E1) forma hidroxietil - TPP) 2° Oxidação do grupo hidroxietil a um grupo acetil, redução do dissulfeto do lipoato ligado a E2 e o grupo acetil é transferido em uma ligação tioéster a um grupo –SH do lipoato reduzido 3° E2 catalisa a transferência do grupo acetil para CoA formando acetil-CoA 4° E3 catalisa a regeneração da forma dissulfeto (oxidada) do lipoato, os elétrons passam primeiramente ao FAD e então ao NAD+ 5° FADH transfere o íon H ao NAD+ CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO: OU ÁCIDO TRICARBOXÍLICO Principal sítio de óxido-redução de moléculas Sítio de oxidação final de carboidratos, aminoácidos e ácidos graxos Local: mitocôndria O equivalente a 1 grupo Acetil é completamente oxidado a 2 CO2 Entra Acetil-CoA (e outros metabólicos) e sai 1 GTP e 8 e’ (3 NADH e 1 FADH2) 1° NADH: isocitrato desidrogenase → sítio de evolução de CO2 2° NADH: α-cetoglutarato desidrogenase → sítio de evolução de CO2 1° FADH2: succinato desidrogenase 3° NADH: malato desidrogenase O oxalacetato é regenerado no final do ciclo: → sistema oxidante de grupos acetil 4 pares de elétrons são transportados pela cadeia de transporte de elétrons para a oxidação de O2 CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO É a fornalha de oxidação celular: grande extração de energia a partir de 1 Acetil-CoA 8 reações enzimáticas: Citrato Sinta se 2. Aconitase 3. Isocitrato desidrogenase 4. α-cetoglutarato desidrogenase 5. Succinil-CoA Sintetase 6. Succinato desidrogenase 7. Fumarase 8. Malato 1. CITRATO SINASE Alimenta a fornalha: catalisa a condensação de oxalacetato com Acetil-CoA 1° substrato: oxalacetato Induz mudanças conformacionais no domínio flexível criando um sítio de ligação para o 2° substrato: acetil-CoA Ocorre formação do intermediário: citroil-CoA → alteração conformacional → leva a hidrólise do tioéster, liberando CoA Modificação conformacional fecha o Acetil-CoA sobre o oxalacetato Mecanismo ácido-base forma um intermediário enol Enol ataca por SN2 o oxalacetato: forma o citroil- CoA Hidrólise libera a CoA mais Citrato: exergônica 2. ACONITASE Forma isocitrato via cis-aconitato Gabriela Pereira da Silva Nutrição-UFGD Envolve desidratação facilitada por um complexo Fe-4s 3. ISOCITRATO DESIDROGENASE Descarboxilação oxidativa: produz NADH e CO2 Necessita de Mn+2 ou Mg+2 como cofator Reação em 3 etapas: 1°: reação de NAD+ 2°: descarboxilação → intermediário enol 3° rearranjo em ceto-enol 4. ALFA-CETOGLUTARATO-DESIGROGENASE Forma um complexo multi-enzimático Descarboxilação oxidativa: produz NADH e CO2 Funciona de maneira similar ao complexo da piruvato- desidrogenase Acopla um CoA ao α-cetooglutarato NAD+ é o aceptor de elétrons CoA é o transportador do grupo succinil 5. SUCCINIL-COA-SINTETASE Acopla a síntese de GTP com a quebra da ligação de CoA do Succinil Envolve a enzima fosforilada para o estado intermediário 1.° Formação do Succinil-Pi 2° Enzima fosforilada e liberação do Succinato 3° Atividade cinase: fosforilação nível de substrato 6. SUCCINATO-DESIDROGENASE Conta com um FAD covalentemente ligado à enzima Faz parte do complexo II da cadeia transportadora de elétrons: sítio de oxidação do FADH2 formado Forma fumarato: Alcino a alceno 7. FUMARASE Hidratação da ligação dupla do fumarato: forma malato Envolve um íon OH- para atacar a ligação dupla do fumarato 8. MALATO-DESIDROGENASE Oxidação da OH do Malato: regenera oxalacetato Gabriela Pereira da Silva Nutrição-UFGD Dependente de NAD+: similar à lactato desidrogenase Reação endergônica: reação dirigida pela retirado do produto [Oxalacetato] é mínima: retirado pela citrato síntase e outros: △G < 0 (exergônica) Fosforilação Oxidativa INTRODUÇÃO É a culminação do metabolismo produtor de energia em organismos aeróbicos Estágio final do metabolismo Degradação de carboidratos, gorduras e proteínas convergem para este estágio final da respiração celular Energia de oxidação governa a síntese de ATP Ocorre nas mitocôndrias (eucariotos) Acoplamento da oxidação de NADH e FADH2 e síntese de ATP Envolve o consumo de O2 e formação de H2O TEORIA QUIMIOSMÓTICA Fluxo de elétrons por carreadores criam um gradiente de concentração de prótons na membrana mitocondrial A quebra deste gradiente está acoplada com a síntese de ATP São necessários 4 elétrons provenientes de 2 moléculas de NADH para converter O2 em 2 moléculas de H2O Prótons são bombeados através da membrana mitocondrial interna. Somente o estágio 1 do acoplamento quimiosmótico é demonstrado FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA Local: mitocôndria ↪Organela de eucariotos Membrana Mitocondrial Externa (MME): permeável a pequenas moléculas Membrana Mitocondrial Interna (MMI): impermeável a maioria das moléculas Inclusive H+ Necessidade de transportadores de membrana Espaço intermembranal: cristas membranais Matriz mitocondrial: Local de oxidações Ciclo de Krebs β-oxidação de lipídeos Oxidação de aminoácidos MEMBRANA MITOCONDRIAL INTERNA: MITOCÔNDRIA 75% de proteínas: mais rica em proteínas do que a MME Gabriela Pereira da Silva Nutrição-UFGD É permeável a O2, CO2 e H2O Contém proteínas de transporte que controlam a passagem de metabólitos, como ATP, ADP, o piruvato, o Ca+2 e o fosfato A impermeabilidade da MMI para a maioria dos íons e metabólitos permite a formação de um gradiente de íons através dessa barreira Resulta na compartimentalização das funções metabólicas entre o citosol e a mitocôndria A MMI contémproteínas que acoplam processos: Fluxo de elétrons (favorável) com o fluxo de prótons (desfavorável) Fluxo de prótons (favorável) a fosforilação oxidativa (desfavorável) Os elétrons possam por uma série de carreadores CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS: CADEIA RESPIRATÓRIA Os carreadores que transportam os elétrons do NADH e FADH2 até O2 estão na MMI: A oxidação de NADH E FADH2 é promovida pela cadeia de transporte de elétrons Alguns desses centros redox são móveis ou proteínas integrais de membrana Dependem dos grupos protéticos associados A sequência de carreadores de elétrons reflete seus potenciais de redução relativos O processo é exergônico Transporte de elétrons: 1 e- → Fe+3 para Fe +2 1 e- + 1 H+ 2 e- na forma de :H- Potencial de transferência de elétrons Potencial de redução < 0: a forma oxidada tem menor afinidade por elétrons que o H2 Potencial de redução > 0: a forma oxidada tem maior afinidade por elétrons que o H2 Um agente redutor forte (como o NADH) tem a tendência de doar elétrons (E’ < 0); Um agente oxidante forte (como o O2) está pronto para aceitar elétrons (E’ > 0) A força impulsora da fosforilação oxidativa é o potencial de transferência de elétrons de NADH e FADH2 em relação ao do O2 Carreadores de elétrons NAD(P)H (Desidrogenases ligadas a nucleotídeos de nicotinamida): são carreadores de elétrons solúveis em água, que se associam reversivelmente a desidrogenases Flavoproteínas: contém um nucleotídeo de flavina (FMN ou FAD) → parte do sítio ativo da flavoproteína Pode aceitar 1 elétron → semiquinona ou 2 elétrons → FADH2 FMNH2 Podem participar da transferência de 1 ou 2 e- → intermediários entre reações onde 2e- são doados (desidrogenações) e onde 1e- é doado (redução de uma quinona a hidroquinona) Carreadores não podem atravessar a MMI, mas os equivalentes redutores podem ser lançados através da membrana indiretamente Equivalentes redutores: termo geral para um elétron ou equivalente de elétron na forma de um átomo de hidrogênio ou de um íon hidreto Ocorrem 3 tipos de transferência de elétrons na CTE: Transferência direta como na redução de Fe3+ a Fe2+ Transferência na forma de um átomo de hidrogênio (H+ + e-) Transferência como íon hidreto (: H+) que tem 2 elétrons Gabriela Pereira da Silva Nutrição-UFGD 3 tipos de moléculas carreadoras de elétrons atuam na CTE: Ubiquinona (quinona hidrofóbica) Citocromos Protínas ferro-enxofre Os carreadores de elétrons na mitocôndria: Coenzima ubiquinona (Q): pequena e lipossolúvel Quininona: composto benzênico com duas funções cetona Constituída de unidades isoprenóides: cada uma com 5C A coenzima Q10 é a mais comum em mamíferos (10 unidades de exócrino) Lipossolúvel: se difunde livremente no espaço intermembranas; Capaz de fazer junção ente o doador de 2e- e um aceptor de 1e (́como as flavoproteínas); Carrega tanto elétrons como prótons (acopla fluxo de e- com o movimento de prótons) Proteínas com centros de ferro-enxofre de Rieske: 1 Fe está associado com dois resíduos de His ao invés de Cys Citocromos a, b e c: seus grupos prostéticos – grupo Heme. Citocromo c → solúvel no espaço intermembrana. Podem interagir com a MMI O fluxo de elétrons pelos carreadores vai daquele com menor potencial para o maior potencial Potencial redox diferentes aos das moléculas livres devido a interação com proteínas Complexo I: é do NADH para formar Ubiquinol NADH: Ubiquininona-oxidoreductase ou NADH- desidrogenase Complexo II: é do FADH2 para formar Ubiquinol Succinato-desidrogenase Complexo III: é do Ubiquinol para o Citocromo c Ubiquinona: citocromo c-oxireductase Complexo IV: é do citocromo c para o O2 Citocromo c-oxidase COMPLEXO I: NADH-DESIDROGENASE Porta de entrada dos e- do NADH produzidos dentro da mitocôndria O complexo catalisa 2 processos simultâneos e acoplados: Exergônico: NADH + H+ + Q → NAD+ + QH2 Endergônica: transferência de 4 H+ para o espaço intermembrana COMPLEXO II: SUCCINATO-DESIDROGENASE Porta de entrada dos e- do FADH2 produzidos no ciclo do ácido cítrico Canaliza diretamente os e- do succinato para a cadeia transportadora de e- Exergônico: FADH2 + Q → FAD + QH2 Sem transferência de H+ para o espaço intermembrana QH2: porta de entrada de parte dos e- do NADH produzidos no citoplasma Porta de entrada de parte de e- de outras vias oxidativas β-oxidação de ácidos graxos COMPLEXOS I E II Vias de entrada de e- para a ubiquinona: NADH mitocondrial Succinato do ciclo do ácido cítrico e- da de ácidos graxos via Acil-CoA- desidrogenase e do glicerol dos triacilglicerois NADH citosólico via glicerol 3-fosfato A ubiquinona é o ponto de convergência dos e- (fontes 1 a 4) O ubiquinol de todas essas reações (pool de QH2) é oxidado no Complexo III COMPLEXO III: UBIQUINONA Canaliza os 2e- do Ubiquinol (QH2) para o citocromo C com a transferência de H+ da matriz mitocondrial para o espaço intermembrana Gabriela Pereira da Silva Nutrição-UFGD Possui duas unidades de Citocromo b enterrados em 1 fenda na membrana QH2 + 2 Citc (oxi) + 2H+ Q + 2 Citic (red) + 4 H+ COMPLEXO IV: CITOCROMO-OXIDASE Os e- do citocromo c são entregues ao O2 4 Citc (red) + 8 H+ + O2 4 Citc (oxi) + 4 H+ + 2H2O Os e- do citocromo c são entregues ao O2 (reduzindo-o a H2O): composto por 13 unidades (aparentemente 3 são essenciais) Sub. II: 2 Cu ligados a resíduos de Cys (centro binuclear Cu ) Sub. I: 2 grupos heme (a e a ) e outro íon Cu (Cu ) Heme a e Cu forma outro centro binuclear Envolve a participação de Íon Cu , Citocromo a, citocromo a3-Cu (centro Fe-Cu). O2 Cu → heme a → heme a → Cu → O2 4 ciclos são necessários para reduzir 1 O2 a 2H2O 4 H+ transportados para o Espaço intermembranas 4 outros H+ são retirados da matriz para formar as 2H2O 2 H+ por par de e- RESPIRASSOMO Canalização de substratos na membrana mitocondrial interna Dados cinéticos e estruturais indicam a associam dos complexos da CTE na MMI SISTEMAS DE TRANSPORTE MITOCONDRIAL Espaço intermembrana: entre a MME e MMI Equivale ao citosol no que se refere às concentrações em metabólitos e íons A MMI é composta por cerca de 75% de proteínas mais rica em proteínas MME A MMI é permeável a O2, CO2 e H2O Contém proteínas de transporte que controlam a passagem de metabólitos, como ATP, ADP, o piruvato, o Ca2+ e o fosfato A impermeabilidade da MMI para a maioria dos íons e metabólitos permite a formação de uma gradiente de íons através dessa barreira Resulta na compartimentalização das funções metabólicas entre o citosol e a mitocôndria Transporte seletivo de elétrons produzidos no citoplasma para a mitocôndria O NADH produzido no citosol pela glicólise deve ter acesso à cadeia transportadora de elétrons para a oxidação aeróbica: fígado, rim e coração Não há uma proteína transportadora de NADH na MMI Somente os elétrons do NADH citosólico são transportados para a mitocôndria por um dos vários sistemas de transporte LANÇADEIRA DE MALATO-ASPARTATO Lançadeira de Glicerol-3P: músculo esquelético e encéfalo A glicerol-3-fosfato desidrogenase catalisa a oxidação do NADH citosólico pela DHAP para produzir NAD+, o qual retorna à glicólise Os elétrons do glicerol-3-fosfato são transferidos para a flavoproteína-desidorgenase da MMI, formando FADH2 O FADH2 fornece elétrons diretamente para cadeira transportadora de elétrons → QH2 SÍNTESE DE ATP: FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA Modelo quimiosmótico: fluxo de elétrons por carreadores criam um gradiente de concentração de prótons na Gabriela Pereira da Silva Nutrição-UFGD membrana mitocondrial → △G = ~190 kJ/mol de par de e- Força Próton-Motriz: a quebra deste gradiente está acoplada com a síntese de ATP → △G = ~50kJ/mol de ATP É a síntese de ATP pela enzima ATP sintase É o ponto final do processo aeróbico de geração de energia Difere da síntese de ATP por fosforilação ao nível de substrato , pois é dirigida pelo transporte de elétrons Acoplamento quimiosmótico: conexão obrigatória da síntese de ATP a CTE ESTRUTURA DA ATP-SINTASE Estrutura de periferia da superfície interna a MMI Complexo F1 isolada da MMI tem atividade de hidrólise de ATP: “F1 - ATPase” Complexo F1: heteroheptâmero α3β3γ Hexâmero α3β3 Trímero de dímeros αβ Cada dímero αβ assume um estado na presença de ATP, ADP + Pi e vazio Reflete diferentes estados conformacionais com diferentes afinidades por ATP 9 proteínas de 5 tipos diferentes A cadeia γ interage principalmente com a cadeia β vazia Complexo F0: Integral de membrana: subunidades ab2c(10-12) Canal de H+ Vesículas “mitocondriais” desprovidas da F1 carreiam e- mas não criam o gradiente de H+ Adição da F1 a estas vesículas permite a síntese de ATP CATÁLISE ROTACIONAL DIRECIONADA PELO FLUXO DE H+ É O MECANISMO DA ATP-SINTASE 3 sítios catalíticos na subunidade se revezam na síntese de ATP 1° → β-ADP-Pi: mudança conformacional para a conformação em alta afinidade por ATP: síntese de ATP 2°→ β-ATP: mudança conformacional para o estado de baixa afinidade e saída de ATP. A cadeia γ estabiliza a cadeia β na conformação “vazia” reduzindo a afinidade por ATP e induzindo mudanças conformacionais adicionais nas cadeias vizinhas 3° → β-vazio: o fluxo de H+ pelo complexo dirige as mudanças conformacionais em um único sentido A catálise rotacional direcionada pelo fluxo de H+ depende de catálise ácido-base TRANSLOCADOR DE ATP / ADP-PI A maior parte do ATP gerado na matriz mitocondrial pela fosforilação oxidativa é utilizado no citosol A MMI contém um translocador de ADP-ATP (ou adenina- nucleotídeo translocase) Transporta o ATP para fora da matriz mitocondrial acoplado à importação de ADP e Pi produzidos no citoplasma a partir de ATP Sistema antiporte Mantém balanço eletrolítico pelo gasto de energia quimiosmótica Regulação das Vias REGULAÇÃO DAS VIAS METABÓLICAS As vias metabólicas devem ser coordenadas de acordo com as necessidades energéticas da célula Situações fisiológicas: ajuste do organismo a diferentes situações fisiológicas é a regulação metabólica Sinais regulatórios (hormônios, neurotransmissores e a disponibilidade de nutrientes) que informam determinada célula sobre o estado metabólico do organismo como um todo Comunicação entre as células: intercelular Sinais de dentro da célula: intracelulares Gabriela Pereira da Silva Nutrição-UFGD FLUXO METABÓLICO DA CÉLULA Interferência direta ou indireta nas reações químicas que compõe o organismo. Aumentando ou diminuindo a velocidade das reações (aumento de substratos ou de metabólitos) Efeito propagado por todas as vias metabólicas Controlar a atividade enzimática das vias Altera-se a concentração de enzimas, substratos ou produtos Altera-se a eficiência da enzima CONTROLE DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA 1. Alterando-se a concentração de enzimas, substratos ou produtos Regulação da expressão gênica Regulação da degradação de proteínas Alteração das vias de síntese de substrato ou de degradação do produto Alteração no transporte celular do substrato ou do produto 2. Acelerando-se a eficiência da enzima Aumentando-se a afinidade pelo substrato Diminuindo-se a afinidade pelo produto Mudando-se a disponibilidade de cofatores Mudando-se a velocidade com que a enzima muda de conformação REGULAÇÃO ALOSTÉRICA Enzimas reguladas por modificações não covalentes Encontradas em quase todas as vias geralmente no início das vias catalisando frequentemente reações irreversíveis Proteínas oligoméricas compostas de várias cadeias polipeptídicas, cada uma com um sítio ativo A ligação do substrato a um sítio ativo afeta a conformação das demais facilitando a ligação do substrato a outros sítios ativos Efeito cooperativo entre as subunidades ENZIMAS ALOSTÉRICAS Sensíveis a reguladores do metabolismo graças à possibilidade de se ligarem a determinados metabólitos, provocando alterações na sua atividade Metabólitos: efetores ou moduladores alostéricos Positivos: ativadores alostéricos Negativos: inibidores alostéricos Ligam-se a centros ou sítios alostéricos Nas vias metabólicas frequentemente o produto final atua como efetuador alostérico negativo de uma enzima alostérica que catalisa uma das primeiras reações da via, restringindo sua própria produção Inibição por feedback ou retroinibição Um mesmo composto pode ser um efetor alostérico negativo de uma via e positivo de outra As enzimas mais propensas a serem locais de controle são as que catalisam as reações irreversíveis: regulação alostérica destas enzimas A coenzimas são indicadores sensíveis da fisiologia celular e pequenas alterações são percebidas Ex.: fibra muscular exercita contração intensa com um aporte insuficiente de oxigênio, o aumento de NADH na mitocôndria de reflete no citosol desviando a reação da lactato desidrogenase para a formação de lactato regenerando o NAD+ Gabriela Pereira da Silva Nutrição-UFGD REGULAÇÃO POR MODIFICAÇÃO COVALENTE Ligação covalente de grupos às cadeias polipeptídicas causando modificações na conformação da proteína Alteração na atividade da enzima devido à mudança na afinidade pelo substrato ou na sensibilidade a efetores alostéricos Reação química catalisada por enzimas Mudanças reversíveis Modificação mais comum é a fosforilação Fosforilação e desfosforilação de proteínas: as proteína-cinases transferem um grupo fosforil do ATP para resíduos de Ser, Thr ou Tyr em uma enzima ou outro substrato protéico. As proteína- fosfatases removem o grupo fosforil como Pi SINALIZAÇÃO CELULAR: PRINCÍPIOS Sinais celulares alteram o funcionamento de vias metabólicas via modificações covalentes sinais celulares podem ser produzidos em locais distantes nas células-alvo: hormônios Células-alvo possuem receptores capazes de detectar os sinais celulares O receptor geralmente é bastante específico para o sinal e muitas vezes somente algumas células possuem o receptor O sinal é amplificado pela ação de uma via de transdução de sinal via a cão de segundo-mensageiros AÇÃO HORMONAL Mamíferos tem seu metabolismo regulado de forma global e integrada Especialização de órgãos e tecidos devido à diferenciação celular Conjunto de enzimas sintetizadas em um órgão confere a ele características metabólicas específicas Ex.: hepatócito sintetiza e degrada lipídios; hemácias nem sintetizam nem degradam lipídios Embora os tecidos tenham funções distintas não são autônomos devendo agir de forma concentrada Coordenação de órgãos e tecidos a um mesmo sinal permite a resposta adequada do organismo como um todo. Isso se dá através dos hormônios Os hormônios são os primeiros mensageiros do sistema endócrino Sintetizados pelo sistema endócrino alvos causam modificações no metabolismo destas Expressão gênica Atividade enzimática Transporte através das membranas Integração das funções vitais: sistema endócrino e nervoso HORMÔNIOS Esteróides: cortisol, aldosterona, estradiol, progesterona, testosterona Tireoidianos: tiroxina, triiodotironina Peptídicos: insulina, glucagon Catecolaminas: epinefrina, norepinefrina Sinais: hormônios Gabriela Pereira da Silva Nutrição-UFGD REGULAÇÃO COORDENADA DA GLICÓLISE E DA GLICONEOGÊNESE Sete reações reversíveis 3 etapas com enzimas diferentes: pontos de regulação São reciprocamente reguladas Em condições normais, uma via está relativamente inativa enquanto a outra está ativa. Se ambas as vias estiverem ativas → consumo de 4 ATP por ciclode reação Ambas as vias são exergônicas Se a carga energética é: Baixa: glicólise Alta: gliconeogênese Depende da presença de glicose, ATP/AMP e blocos de construção ISOENZIMAS DA HEXOCINASE Hexocinase I: Miócito Baixo Km / alta afinidade pela glicose Metade da saturação em 0,1 mM, age na sua velocidade máxima 4 a 5 mM glicose Inibida alostericamente pela glicose-6-fosfato (produto) Hexocinase IV: Hepatócito Alto Km / baixa afinidade Metade da saturação em 10 mM Não é inibida pela G-6-P pode continuar agindo quando o acúmulo do substrato inibe completamente a hexocinase I Propriedades cinéticas da hexocinase IV: papel do fígado é liberar glicose para o sangue quando a glicose sanguínea está baixa, além de captar e metabolizar a glicose quando estiver alta no sangue Glicose alta: glicose é transportada para o hepatócito (GLUT2), alto Km permite regulação direta pela glicemia, atividade aumenta com o aumento da concentração de glicose Glicose baixa: a concentração de glicose no hepatócito é baixa em relação ao Km da enzima e a glicose gerada pela gliconeogênese deixa a célula antes de ficar retida pela fosforilação Regulação por transcrição Baixa [ÃTP]: contração muscular vigorosa, maior consumo de glicose aumentam transcrição do gene da hexocinase IV Aumento na produção de glicose (Baixa [glicose], sinalização por glucagon) ativam a transcrição da glicose-6-fosfatase FOSFOFRUTOCINASE-1 (PFK-1) E FRUTOSE-1,6- BIFOSFATASE (FBPASE-1) São reciprocamente reguladas Sítios reguladores: ativadores ou inibidores alostéricos Gabriela Pereira da Silva Nutrição-UFGD *Citrato serve como um sinal intracelular de que a célula está satisfazendo suas necessidades energéticas pela oxidação de ácidos graxos e proteínas Frutose-2,6-bifosfato é um regulador alostérico Fígado tem mecanismo reguladores adicionais para coordenar a produção e o consumo de glicose Glicose baixa: glucagon sinaliza para o fígado produzir e liberar mais glicose (glicogenólise e gliconeogênese) Glicose alta: insulina sinaliza ara o fígado usar a glicose como combustível e como precursora na síntese de glicogênio e triacilglicerol Essa regulação rápida da glicólise e gliconeogênese é mediada pela frutose-2,6-bifosfato um efetor das enzimas PFK-1 e FBPase-1 PFK-1: aumenta afinidade pelo substrato, reduz a afinidade pelos inibidores alostéricos ATP e citrato FBPase-1: reduz afinidade pelo substrato, reduz a gliconeogênese Frutose-2,6-bifosfato é formada e degradada por uma proteína bifuncional Fosfofrutocinase-2 (PFK-2) atua como cinase sobre a frutose 6-fosfato e forma F-2,6-BP Frutose-2,6-Bifosfatase (FBPase-2) atua como fosfatase sobre a frutose-2,6-bifosfato e forma F-6- São reciprocamente reguladas via hormonal PIRUVATO CINASE Também sobre regulação alostérica anterógrada por F1,6-BP e inibição por ATP e Alanina Isoenzima L é sujeita a regulação hormonal via modificação covalente reversível via glucagon e insulina PIRUVATO CARBOXILASE A conversão gliconeogênica do piruvato a fosfoenolpiruvato está sob múltiplos tipos de regulação Ácidos graxos como combustíveis no fígado geram acetil- CoA (sinais para não oxidar glicose) Acetil-CoA modulador alostérico: + piruvato-carboxilase - piruvato-desidrogenase Necessidades energéticas satisfeitas → fosforilação oxidativa é reduzida → aumenta NADH e inibe o clico do ácido cítrico → acumula acetil-CoA ↑[acetil-CoA] a gliconeogênese CONTROLE DO CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO A entrada é regulada: Piruvato desidrogenase Citrato sintase O ciclo de Krebs também é regulado: Reação da isocitrato-desidrogenase Reação da α–cetoglutarato-desidrogenase Pontos de controle Relacionados aos principais metabólitos: Gabriela Pereira da Silva Nutrição-UFGD Acetil-CoA, oxalacetato e NADH 3 fatores controlam a velocidade do ciclo: Disponibilidade de substrato Inibição pelos produtos acumulados Inibição alostérica por retroalimentação das enzimas de catalisam as etapas inicias do ciclo Vários pontos de controle Acetil-CoA e oxalacetato não saturam a Citrato sintase Falta de NADH aumenta a formação do oxalacetato e Acetil-CoA NADH e FADH2 são oxidados somente se ADP é simultaneamente fosforilado a ATP ATP: inibe a citrato sintase, isocitrato desidrogenase e α- cetoglutarato desidrogenase Resulta em acumulo de Citrato Logo, a necessidade/disponibilidade de ATP garante o funcionamento do ciclo de Krebs NADH: inibe a Piruvato-desidrogenase, citrato sintase, isocitrato desidrogenase e α-cetoglutarato desidrogenase Succinil CoA: inibe a citrato sintase → ocupa sítio da Acetil-CoA ADP e Ca+ ativam a isocitrato desidrogenase Ca+ ativa a fosfatase da Piruvato-desidrogenase ativando-a REGULAÇÃO DO CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO ATP, NADH, acetil-CoA e ácidos graxos são inibidores (suficiência de energia) NAD+ e ADP são ativadores (suprimento de energia reduzido) A velocidade global do ciclo é controlada pela taxa de conversão do piruvato a acetil-CoA e pelo fluxo das enzimas citrato-sintase, isocitrato-desidrogenase e α- cetoglutarato-desidrogenase REGULAÇÃO DA FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA: SÍNTESE DE ATP Regulação: depende da concentração do aceptor de Pi → ADP Depende do Status energético Situação 1: alta [ATP] → inibida →alto teor energético → ATP sintase para → acumula H+ no espaço intermembranas → para a CTE devido ao alto gradiente eletroquímico → acoplamento → acúmulo de ATP, NADH e FADH2 → para o ciclo de Krebs Situação 2: alta [ADP] → ativada → baixo teor energético → ATP sintase ativa → consumo de H+ no espaço intermembranas → CTE ativa devido ao baixo gradiente eletroquímico → acoplamento → acúmulo de AMP / ADP, NAD+ e FAD → ativa o ciclo de Krebs A fosforilação oxidativa é regulada pelas demandas energéticas celulares As concentrações de ATP e ADP estabelecem a velocidade de transporte de elétrons da cadeia respiratória por uma série de controles interconectados sobre a respiração, a glicólise e o ciclo do ácido cítrico Ação coordenada das vias produtoras de ATP: controle interconectado com a via glicolítica e ciclo de Krebs
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