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Durante o império existia muitas doenças infecciosas por conta da falta de saneamento, a medicina empregada na época era o curandeirismo empregado por indígenas e jesuítas, apenas os ricos tinham dinheiro para pagar por médicos, e a quantidade de médicos que viviam no Brasil era muito pequena, e os remédios eram importados, logo, o acesso a saúde era muito difícil e cara. Já na república velha ainda existia a predominância de doenças infecciosas, febre amarela, tuberculose e varíola. Oswaldo Cruz obrigou a população a se vacinar contra a febre amarela, de forma muito violenta, o que gerou a revolta da vacina, com o aumento da urbanização, aparecimento das indústrias foi formada uma aglomeração urbana (exôdo rural) e o trabalho se caracteriza pelas suas condições precárias e baixa remuneração, o que marca o início das greves e dos movimentos trabalhistas. Dentro desse contexto surgem as CAPs, parte do salário do trabalhador era depositado nessas caixas e caso eles precisassem para pagamento de serviços funerários, urgências e medicamentos, aposentadorias e pensões, assistência por acidente de trabalho e assistência médica ao trabalhador, os CAPs eram por empresa e surgiram não por uma questão social ou preocupação com a saúde da população, e sim, por interesse econômico, uma população saudável é uma população que trabalha e gera renda. Quem não trabalhava em uma empresa que tinha o CAPs tinha acesso a saúde de duas formas, pela medicina liberal ou pela Santa Casa. O Estado fazia a vacinação e o saneamento do Porto do Santos. Durante a Era Vargas o regime de estado era mais centralizador e controlador, então as CAPs se transformaram em IAPs, autarquias federais, que não eram de empresas específicas, e sim com categorias de trabalho, quem não tinha acesso aos hospitais tinha acesso aos hospitais filantrópicos. As medidas de saúde nesse período ainda eram voltadas para o combate a doenças transmissíveis e em 1953 foi criado o Ministério da Saúde. Já na ditadura militar os IAPs se tornaram o INPS, criado com a reforma previdenciária nessa época, os trabalhadores formais das categorias que cobriam o INPS colaboravam com uma porcentagem do salário, trabalhadores que não tinham essa cobertura e queriam contribuir tinham que repassar o dobro da porcentagem dos trabalhadores formais. A rede de assistência era insuficiente e o acesso a saúde era excludente. O INPS financiava a expansão do setor privado e ainda pagava pelo uso, surgiram HISTÓRIA DA SAÚDE NO BRASIL muitas fraudes e a dinâmica de contribuição era muito cara, o que quebrou o INPS e surgiu o INAMPS em 1977, com uma dinâmica diferente, porém ainda com investimento do setor privado, o INAMPS fazia “pacotes” de serviços, ainda surgiram fraudes. O modelo assistencial de 1977 era uma medicina excludente, privatista, hospitalocêntrica e centralizada. Na década de 70 surge a reforma sanitária, movimento de ampla participação popular que defendia uma medicina universal que visava a cura e a prevenção, descentralizada e com participação popular. Nesse contexto surge a 8° conferência nacional de saúde, com intensa participação de usuários e faz a formulação de um novo sistema de saúde, defendendo saúde como dever do Estado e direito do cidadão, formulação do Sistema Nacional de Saúde e o financiamento setorial, além disso a 8° conferência nacional de saúde viu a necessidade de reformar o conceito de saúde e legislação. Nesse momento que surge a constituição de 88, definindo saúde como direito social, direito de todos e dever do Estado, implementa um sistema único e organizado, formula seus princípios, financiamento e gestão. O SUS é um conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgão públicos, que objetivam identificar fatores determinantes e condicionantes, formulação de políticas de saúde e prestar assistência (promoção, proteção e recuperação). As atribuições do SUS são: vigilância sanitária, epidemiológica e saúde do trabalhador, assistência terapêutica, orientação alimentar, proteção do meio ambiente e incentivo a pesquisas científicas. A lei 8.080 reforça a ideia de saúde como direito de todos e dever do Estado, dispõe sobra as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e os funcionamento dos serviços correspondentes, além de ter discussão sobre as determinantes e condicionantes de saúde (alimentação, moradia, saneamento, trabalho, educação etc.). Os princípios do sus segundo a lei n. 8.080 são: universalidade (acesso a saúde para todos), integralidade (entender o indivíduo dentro do ambiente que ele está inserido), autonomia do paciente, igualdade, direito à informação, divulgação de informações, epidemiologia para estabelecer as prioridades, participação da comunidade, descentralização, integração saúde-ambiente-saneamento, conjugação de recursos, resolubilidade, evitar duplicidade de meios, atendimento específico para mulheres e vítimas de violência. A divisão dos princípios em doutrinários e organizativos apareceram depois da lei 8.080 em discussões nas conferências de saúde. Os princípios doutrinários são: universalidade, integralidade e equidade, já os organizativos são: participação social, resolubilidade, complementaridade do setor privado, descentralização, regionalização e hierarquização (níveis de atenção). A lei n. 8.080 determinou os responsáveis em cada esfera de gestão, os consórcios entre municípios (divisão de serviços entre os municípios) e a existência de comissões e conselhos. As competências e atribuições comuns a todas as esferas de gestão: controle e avaliação dos serviços, gestão de recursos, saúde do trabalhador, controle do meio ambiente, ensino e pesquisa, padrões éticos, Sistema Nacional de Sangue. Já as competências só da União são: formular políticas de ambiente, saneamento etc., definir e coordenar sistemas de saúde, definir normas, estabelece critérios de avaliação de qualidade, promove a descentralização, elaborar planejamentos e executar vigilância de portos, aeroportos e fronteiras, além de executar ações de vigilância em circunstâncias especiais. Os estados fazem a descentralização para os municípios, dão apoio técnico e financeiro aos municípios, coordenar e executar ações de vigilância epidemiológica e sanitária, alimentação e saúde do trabalhador, fazem a gestão dos sistemas públicos de alta complexidade e coordenar a rede de laboratórios e hemocentros e formula e estabelece normas em caráter suplementar. Já os municípios são quem realmente executam ações de saúde, principalmente na atenção primária, participam do planejamento de ações e executam serviços e políticas de insumos, além de controlar e fiscalizar o serviço privado.
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