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1 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 mordeduras e picadas de animais – clín. cirúrgica - O atendimento ambulatorial dos pacientes que sofrem mordedura ou picadas de animais constitui ponto fundamental para a prevenção das graves complicações, inclusive morte, que podem ocorrer. Nos últimos anos, apesar do desmatamento irracional, os animais venenosos ainda podem ser encontrados na zona rural, e mesmo nas grandes cidades. - A diminuição dos acidentes provocados por esses animais trouxe displicência por parte dos médicos que, ao atenderem as vítimas, inicialmente no nível ambulatorial, podem perder a melhor oportunidade de tratá-las adequadamente e de prevenir as complicações passíveis de ocorrer, tais como insuficiência renal aguda, arritmias cardíacas e respiratórias, distúrbios de coagulação, infecções graves e morte. MORDEDURA DE MAMÍFEROS - Animais como cão, gato, algumas vezes rato, e até mesmo o próprio homem, podem atacar humanos, produzindo ferimentos que, pela possibilidade de contaminação e de transmissão de doenças infecciosas, devem ser tratados corretamente. Embora as feridas decorrentes de mordeduras de mamíferos possam parecer inicialmente inócuas, elas podem apresentar efeitos devastadores, se ocorrerem complicações. HOMEM - Além da lesão de pele e tecidos moles, a infecção deve sempre ser considerada presente após mordida de humanos. A flora microbiana da cavidade oral pode conter até 100 bilhões de bactérias/g de tecido. Esse número é 100 mil vezes maior do que o necessário para produzir infecção. - Os locais mais comuns de mordeduras humanas são o dorso da mão e o couro cabeludo. Outras localizações frequentes incluem pênis, escroto, vulva, mama, orelha, nariz e braço. Na maioria das vezes, as lesões não são relatadas como decorrentes de mordeduras pelos pacientes, que se sentem embaraçados. - Por esse motivo, deve-se sempre considerar a possibilidade de mordedura humana ao se tratar lesões localizadas no dorso das mãos, couro cabeludo e genitália. As lesões do dorso da mão são muitas vezes decorrentes de brigas em que o paciente esmurra o adversário. Os dentes ganham acesso fácil aos espaços articulares, que são 10 vezes mais suscetíveis à infecção do que os tecidos moles em geral. - Devido à anatomia da região, a laceração do dorso pode disseminar-se proximal e distalmente e mesmo atingir a região palmar. - As vítimas de mordeduras humanas demoram a procurar assistência médica devido às circunstâncias em que estas ocorrem, o que agrava o prognóstico. Tratamento - Algumas condutas são orientadas pela topografia da lesão. Nas mordidas do punho, deve-se solicitar uma radiografia para detectar fratura, corpo estranho ou mesmo osteomielite nos casos atendidos tardiamente. Essas lesões devem ser exploradas após anestesia regional. Feita a limpeza, mão e antebraço são imobilizados e mantidos em tipoia. Se parte do dedo, nariz ou orelha foi arrancada pela mordida, deve-se tentar o reimplante. Nas lesões da orelha com exposição de cartilagem, esta pode ser implantada no subcutâneo da região abdominal até que a ferida ofereça condições satisfatórias para o reimplante. - É importante determinar o esquema de vacinação contra tétano em paciente vítima da mordedura e realizar a conduta pertinente. A vacina antitetânica deve ser conservada entre 2° e 8°C. O seu congelamento provoca a desnaturação protei-ca e a desagregação do adjuvante, com perda de potência e aumento dos eventos adversos. A dose é de 0,5 mL IM, com intervalo entre as doses de 60 dias, sendo o intervalo mínimo de 30 dias. - O soro antitetânico (SAT) é obtido de soro de equi-nos hiperimunizados com toxoide tetânico. A apresenta-ção é de ampolas de 5 mL contendo 5.000 UI de SAT. A dose profilática é de 5.000 UI (para crianças e adultos). A administração do SAT é realizada por via intramuscular, podendo ser na região deltoide, na face externa superior do braço, no vasto lateral da coxa ou no quadrante supe-rior do glúteo. Quando o volume a ser administrado for grande, a dose deve ser dividida entre os membros supe- riores e a região glútea. - Ao administrar o SAT juntamente com a vacina contra o tétano, utilizar regiões musculares diferentes. Imunoglobulina humana hiperimune antitetânica (IGHAT) é constituída por imunoglobulinas da classe IgG obtida do plasma humano, e é indicada em casos de hi-persensibilidade ao SAT, história pregressa de alergia ou hipersensibilidade ao uso de outros soros heterólogos. - A IGHAT apresenta-se sob forma líquida ou liofilizada em frasco-ampola de 1 mL ou 2 mL contendo 250 UI, e sua conservação deverá ser feita entre 2° e 8oC, não podendo ser congelada. A dose, em casos de acidentes, é de 250 UI por via intramuscular, podendo ser aplicada na região del-toide ou na face externa superior do braço. Em menores de 2 anos, utilizar o músculo vastolateral da coxa. - Deve-se no máximo realizar uma aproximação quando a área afetada for muito grande para ajudar na cicatrização, para evitar evoluir com um abscesso local. 2 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 ANIMAIS - Nas mordeduras de animais, vários fatores predispõem à evolução favorável. As lesões são mais lineares, usualmente superficiais, e os pacientes procuram assistência médica muito mais precocemente do que aqueles mordidos por humanos. - A mordedura mais comum é a de cão. Dependendo do tamanho do cão, podem ocorrer lesões graves da face, cabeça e membros, principalmente em crianças. - Gatos podem, eventualmente, morder, mas em regra as lesões causadas por esses animais decorrem de unhadas. Quando mordem, podem provocar contaminação semelhante àquela provocada pela mordedura de outros carnívoros. A lesão produzida pela unha do gato pode provocar a “febre da arranhadura do gato”, doença ainda pouco conhecida, mas possivelmente devida à Bartonella henselae. - É caracterizada por febre e por linfadenite regio-nal crônica. Biópsia linfonodal pode ser indicada para diagnóstico diferencial com linfoma. Lesões semelhantes podem ser observadas em ferimentos provocados por fragmentos de ossos de animais. - A mordedura do rato é condição rara, no entanto passível de ocorrer em laboratórios de pesquisa científica ou em aulas práticas de cursos da área biológica. A mordedura do rato pode causar febre pela transmissão de duas enfermidades: o sodoku, produzido pelo Spirillum minus, e a febre de Haverhill (eritema articular epidêmico), causada pelo Streptobacillus moniliformis. - Em regra, os sintomas iniciam-se quando pouca ou nenhuma reação ocorre na ferida, a qual já se apresenta cicatrizada. Animais de grande porte, como leões, onças, tigres, ursos, podem, raramente, ser responsáveis por mordedura em humanos, principalmente em zoológicos. - Ainda com relação à mordedura de animais, tem destaque a transmissão da raiva. Trata-se de uma antropozoonose transmitida ao homem pela inoculação do vírus presente na saliva e secreções do animal infectado, principalmente pela mordedura. Apresenta letalidade de aproximadamente 100% e, apesar de ser conhecida desde a Antiguidade, continua sendo problema de saúde pública. - O vírus da raiva é neurotrópico, e sua ação no sistema nervoso central (SNC) causa quadro clínico característico de encefalomielite aguda, decorrente da sua replicação viral nos neurônios. Pertence à família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus e espécie Rabies virus. Seu genoma é constituído por ácido ribonucleico – RNA. Apenas os mamíferos transmitem o vírus da raiva e adoecem por esse vírus. - A partir de 2004, o morcego passou a ser o principal transmissor no Brasil.3 Esse fato se relaciona com os surtos de raiva causados pelos morcegos hematófagos, principalmente na Região Amazônica. O cão, em alguns municípios, continua sendo fonte de infecção