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Importância da Biópsia na Medicina

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1 SANNDY EMANNUELLY – 6° PERÍODO 2021.1 
biópsias – clínica cirúrgica 
- Biópsia é a retirada e exame de células, fluidos ou tecido do 
organismo vivo. 
- A biópsia constitui etapa fundamental para o diagnóstico e 
tratamento de diversas doenças. Embora, na maioria das vezes, 
consista em pequeno procedimento, sua importância ultrapassa 
sua magnitude como procedimento cirúrgico, pois, muitas vezes, 
ela define uma conduta ou tratamento e dela pode depender, até 
mesmo, a vida do paciente. 
INDICAÇÕES 
- A biópsia está indicada nos processos inflamatórios, 
degenerativos e imunológicos, nas doenças infecciosas e 
parasitárias e quando há suspeita de alterações morfológicas nos 
tecidos (hiperplasias, displasias e neoplasias). Por isso, ela é o 
principal método diagnóstico em Oncologia. Até mesmo nas 
doenças que não produzem alterações específicas, ela é de grande 
valia, pois ajuda no diagnóstico diferencial. 
1. Diagnóstico de doenças que provocam alterações 
morfológicas específicas, tais como hiperplasias, displasias, 
neoplasias, granulomas etc. 
2. Diagnóstico diferencial de doenças que, mesmo não 
produzindo alterações morfológicas específicas, determinam 
padrões morfológicos característicos de determinado grupo. 
3. Quantificação do grau de displasia (baixo ou alto grau) ou de 
diferenciação de um tumor (bem diferenciado, 
moderadamente diferenciado, pouco diferenciado, 
indiferenciado). 
4. Avaliação da extensão de lesão neoplásica (se há invasão para 
outros tecidos ou estruturas, se existem metástases etc.). 
5. Verificação da totalidade da ressecção de uma lesão. Cabe ao 
patologista examinar as margens de segurança, em 
lateralidade e profundidade, para avaliar se elas estão livres 
de células tumorais. 
6. Avaliação do resultado de um tratamento. Pacientes tratados 
com quimioterapia ou radioterapia podem ser novamente 
submetidos a biópsias para avaliar a presença de tumor 
residual. 
7. Identificação de estruturas normais que são difíceis para o 
cirurgião dar o diagnóstico de certeza macroscopicamente 
(gânglios simpáticos no curso de simpatectomias, 
paratireoides no curso de paratireoidectomias, nervo vago no 
curso de vagotomias, ducto deferente no curso de 
vasectomias etc.). 
8. Avaliação do funcionamento normal de certos tecidos ou 
órgãos: endométrio, células do epitélio vaginal, testículo etc. 
9. Avaliação da etiologia, comportamento e resposta terapêutica 
de doenças de evolução progressiva (tireoidites, doenças 
autoimunes, hepatites, cirrose hepática, glomerulonefrites 
etc.). 
10. Avaliação da presença e intensidade de rejeição em órgãos 
transplantados. 
PRINCÍPIOS BÁSICOS 
1. Realizar avaliação clínica minuciosa do paciente 
- Apesar de a maioria das biópsias constituir procedimento cirúrgico 
de pequeno porte, elas estão sujeitas a complicações, algumas 
graves e até fatais. Deve-se pesquisar alergia a produtos que serão 
utilizados (antissépticos, iodo, anestésicos locais, látex, talco de 
luvas, esparadrapos), avaliar se há necessidade da realização de 
procedimentos complementares no mesmo tempo cirúrgico e 
programar antecipadamente a operação. 
- Avaliação da coagulação sanguínea sempre deve ser feita. Na 
maioria dos casos, anamnese e exame físico minuciosos são 
suficientes. Deve-se dar atenção especial à história de hemorragia 
(espontânea ou após procedimentos cirúrgicos) e pesquisar 
equimoses ou hematomas. 
- Avaliação laboratorial da coagulação sanguínea (contagem de 
plaquetas, tempo de tromboplastina parcial ativado, atividade de 
protrombina e RNI) deve ser solici-tada para pacientes que 
apresentam alterações ao exame clínico e também antes de 
biópsias percutâneas de órgãos internos (pulmão, fígado, baço, 
pâncreas, rim) e de biópsias excisionais que requeiram grande 
descolamento de tecidos, pelo risco aumentado de hemorragia. 
- Os hipertensos e os diabéticos devem estar bem controlados. 
Anestésicos locais com vasoconstritores devem ser utilizados com 
extrema cautela (se possível, evitar) nos hipertensos. Diabéticos 
não controlados têm risco aumentado de apresentar distúrbios de 
cicatrização e/ou infecções. 
2. Usar cuidados inerentes às operações de pequeno porte 
- Tanto o ambiente cirúrgico (sala, foco, monitoração, gazes 
medicinais, eletrocautério) quanto o instrumental cirúrgico devem 
ser compatíveis com a magnitude do procedimento proposto. 
- A antissepsia da região e os campos cirúrgicos estéreis devem 
cobrir uma área ampla ao redor da lesão, para que o cirurgião e os 
auxiliares tenham liberdade de movimentos. 
- O tipo de anestesia deve ser compatível com o tipo de biópsia. Nas 
punções aspirativas com agulha fina, ela é quase sempre 
desnecessária. Nas punções-biópsias, biópsias com punch, biópsias 
incisionais e grande parte das biópsias excisionais, a infiltração local 
ou o bloqueio de campo são suficientes. Nas biópsias excisionais de 
lesões maiores, pode ser necessária a realização de bloqueio 
troncular, sedação ou, até mesmo, anestesia geral. 
3. Retirar amostra significativa 
- Nas punções aspirativas, deve-se colher material de diversos 
pontos da lesão. Nas punções-biópsias, deve-se retirar mais de um 
fragmento. Nas lesões pequenas, deve-se realizar exérese total 
(biópsia excisional), com margem de segurança de tecido sadio, que 
varia de acordo com a suspeita clínica. Nas lesões grandes 
submetidas a exérese parcial (biópsia incisional), a amostra deve 
abranger os tecidos doente e sadio. 
- Nas afecções dermatológicas, é importante conhecer o nível em 
que se encontra a lesão, se na epiderme, derme ou tecido 
subcutâneo, bem como as características da região a ser biopsiada. 
Esse conhecimento é importante em diversas situações, tais como: 
biópsias superficiais das regiões palmoplantares podem revelar 
somente extrato córneo, porque ele é mais espesso nesses locais; 
biópsias superficiais do couro cabeludo que não alcançam o 
subcutâneo não permitem avaliação do folículo piloso; biópsias dos 
membros inferiores que alcançam somente a derme não permitem 
o diagnóstico de paniculite. 
- Os linfonodos ou pequenos tumores do tecido sub-cutâneo 
devem ser retirados por inteiro, junto com a cápsula. 
 
2 SANNDY EMANNUELLY – 6° PERÍODO 2021.1 
4. Evitar áreas de esmagamento, queimadura, fibrose, cicatrizes ou 
infectadas 
5. Nas doenças inflamatórias, incluir porção significativa da erupção 
- Quando a erupção é caracterizada por lesões de um mesmo tipo, 
porém em vários estágios de desenvolvimento, é melhor selecionar 
área bem desenvolvida. Deve-se evitar lesões em fase inicial, bem 
como lesões em fase tardia, já em regressão. 
- Exceções a essa regra são as vesículas, bolhas ou pústulas. Em tais 
casos, deve-se preferir uma lesão recente e intacta, de preferência 
entre 24 e 48 h de evolução. Após esse período, pode ocorrer 
reepitelização subepidérmica das bolhas, levando a erro 
diagnóstico. 
- Nas erupções com lesões diversas (vesículas, pápulas, crostas), 
deve-se biopsiar diferentes tipos de lesões. Desse modo, as 
oportunidades de diagnóstico histológico preciso são maiores. 
- Nas doenças inflamatórias, as áreas de escoriações devem ser 
evitadas. 
6. Nas lesões difusas, biopsiar a área mais representativa 
- No local não deve haver alterações regionais específicas que 
possam dificultar a interpretação. Nas erupções generalizadas, o 
tronco, braços e coxas (regiões proximais das extremidades) são os 
locais preferidos, visto que as regiões distais, particularmente dos 
membros inferiores, apresentam processos inflamatórios mais 
leves e sobreposição de dermatite de estase, além de a cicatrização 
da ferida ser mais lenta. 
- A palma das mãos e a planta dos pés devem ser evitadas, sempre 
que possível, pela dificuldade tanto de aproximação dos tecidos 
quanto de cicatrização. Os joelhos e cotovelos também devem ser 
evitados, por serem áreasde tensão. 
7. Nas lesões pigmentares, suspeitas clinicamente de malignidade, 
realizar, sempre que possível, biópsia excisional 
8. Respeitar as margens de segurança quando a biópsia for, ao 
mesmo tempo, diagnóstica e curativa 
9. Manipular adequadamente o material 
- Nas punções aspirativas, não espalhar o material com força na 
lâmina nem esmagá-lo entre duas lâminas. Nas punções-biópsias, 
retirar delicadamente o material de dentro da agulha, evitando 
fragmentá-lo. Não esmagar o tecido com pinças. Nas biópsias 
incisionais e excisionais, o material utilizado deve ser delicado, 
dando-se preferência a pinças dente-de-rato em vez de pinças 
anatômicas. 
- Quando for necessária a realização de vários tipos de exames 
(citológico, anatomopatológico, microbiológico, bioquímico, 
sorológico, microscopia eletrônica, imuno-histoquímica), o 
material deve ser dividido e acondicionado em frascos contendo 
solução de conservação apropriada para o tipo de exame solicitado. 
O material deve ser acondicionado rapidamente, evitando-se 
exposição prolongada ao ar. 
- A requisição deve conter, além da identificação do paciente e 
informes clínicos (indispensáveis), a data e o horário da coleta do 
material, para melhor controle da fixação. Os frascos devem ser 
identificados com o nome do paciente, registro, data e tipo de 
solução utilizada. 
11. Usar fixador adequado 
 – Formol a 10% – considerado o fixador universal para tecidos. A 
proporção ideal de formol com relação ao volume da amostra deve 
ser de 20:1, e a proporção mínima aceitável é de 5:1. Para isto, o 
tamanho do recipiente deve ser compatível com o tamanho da 
amostra. 
- O tempo necessário para a fixação depende da espessura do 
material. Espécimes com 4 mm de espessura necessitam de 6 h a 8 
h. Espécimes com espessura superior ou igual a 6 mm necessitam 
de 12 h a 24 h. Como a fixação ocorre sempre de fora para dentro, 
as lesões maiores devem ser seccionadas ao meio para permitir que 
ela aconteça mais rapidamente. As peças maiores devem ser 
abertas e presas com alfinete em papelão para evitar que retraiam. 
O formol não deve ser utilizado quando se for pesquisar 
melanócitos pela coloração DOPA. 
– Álcool a 95% (álcool absoluto) – indicado para realização de 
exame citológico, esfregaços de secreções, punções aspirativas e 
outros materiais para citodiagnóstico. A fixação deve ser feita 
imediatamente antes da secagem do esfregaço ao ar, podendo-se 
proceder à coloração em 15 a 20 min. 
- Quando forem necessárias colorações para enzimas, 
imunofluorescência ou histoquímica muscular, não se deve fixar o 
material. Este deve ser condicionado em solu-ção salina a 0,9%, 
caso o exame seja realizado prontamente ou transportado em em 
solução de transporte de Michel (permite conservação por até 10 
dias) ou nitrogênio líquido. 
12. Proporcionar o maior número possível de informações ao 
anatomopatologista 
- Enviar a peça ao laboratório de anatomia patológica com 
informações clínicas e cirúrgicas detalhadas. Informar o tempo de 
evolução da doença, os achados clínicos, o aspecto macroscópico 
da lesão e as hipóteses diagnósticas. Deve-se manter contato 
estreito com o anatomopatologista, principalmente nos casos 
duvidosos ou quando o diagnóstico anatomopatológico não for 
compatível com o diagnóstico clínico. 
TIPOS DE BIÓPSIAS 
BIÓPSIAS POR PUNÇÃO 
- Existem dois tipos de biópsias por punção: um que utiliza agulha 
fina e outro que utiliza agulha calibrosa (agulhas especiais). 
- A diferença básica entre eles é que, nas biópsias com agulha fina, 
retira-se material para exa-me citológico, enquanto, nas biópsias 
com agulha calibrosa, retira-se material para exame histológico. 
- Geralmente, as punções com agulha fina são indicadas para 
análise de líquidos de cavidades corporais (tórax, abdome, 
articulações) ou de lesões císticas, de lesões superficiais (mama, 
tireoide, massas cervicais) e, em menor frequência, de lesões em 
órgãos intracavitários (pulmão, baço, pâncreas). 
- De modo inverso, as punções com agulhas calibro-sas (especiais) 
são mais indicadas para retirar material para estudo de órgãos 
intracavitários (fígado, rim, prós-tata, pâncreas, pulmão), podendo 
também ser utilizadas em lesões superficiais (mama, tireoide). 
Essas agulhas podem ser manuais (Menghini, Vim Silverman, Cope, 
Abrams) ou automáticas (tru-cut® , biopty gun® ). 
 
 
3 SANNDY EMANNUELLY – 6° PERÍODO 2021.1 
Métodos para localização das lesões 
- As punções com ambos os tipos de agulhas podem ser guiadas por 
palpação, ultrassom (US), estereotaxia, tomografia 
computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM). O método 
utilizado varia de acordo com o órgão-alvo e com o tamanho da 
lesão. 
- A palpação é utilizada para guiar punções de lesões localizadas nos 
tecidos subcutâneo e muscular, e em órgãos superficiais (mama, 
tireoide, linfonodos) ou acessíveis ao toque (próstata). Tem a 
desvantagem de depender do tato em detrimento da visão (o 
profissional tem a sensação de que a agulha está no interior da 
lesão) e, geralmente, não é possível diferenciar áreas de fibrose, 
necrose, hemorragia ou reação desmoplásica. 
- Desse modo, pode-se biopsiar erroneamente áreas não 
representativas. Geralmente, a lesão é imobilizada entre os dedos 
da mão não dominante, enquanto a mão dominante realiza a 
biópsia da área central. Biópsias dos quadrantes laterais são mais 
difíceis de executar utilizando-se palpação. 
- O ultrassom é útil na localização de praticamente qualquer lesão, 
seja superficial ou profunda. Pode ser utilizado para guiar punções 
do fígado, próstata, mama, tireoide etc. Entretanto, não é 
adequado para guiar punção de lesões do pulmão. A punção pode 
ser feita pela mesma pessoa que opera o US, ou por outro 
profissional. 
- Quando ela é feita pela mesma pessoa que maneja o transdutor, 
é chamada de técnica da mão livre. Nessa técnica, o 
ultrassonografista segura o transdutor em uma mão, que guia a 
outra na introdução da agulha. Desse modo, o transdutor e a agulha 
são movimentados em sincronia. Sua vantagem é que permite 
movimentos mais precisos, porém necessita de maior treinamento 
do profissional. 
- Quando outro profissional realiza a punção, ele obedece ao 
comando do ultrassonografista. 
- Na biópsia estereotáxica, utilizam-se imagens obtidas por 
aparelhos de radiografia, tomografia computadorizada ou 
ressonância magnética em diferentes planos, e calcula-se o ângulo, 
o trajeto e a distância a ser percorrida pela agulha para atingir o 
centro da lesão. 
- É utilizada para a biópsia de lesões que não são bem identificadas 
ao US, como, por exemplo, lesões profundas de mamas grandes e 
com muita substituição por tecido gorduroso, e para biópsia de 
lesões cerebrais, dentre outras. Pode-se obter imagens da agulha 
no interior da lesão, o que aumenta a precisão do procedimento. 
As principais limitações ao seu uso incluem a necessidade de o 
paciente permanecer imóvel durante todo o procedimento e o 
grande período de tempo necessário para a sua realização. 
TIPOS DE PUNÇÕES 
Punção aspirativa com agulha fina 
- A punção aspirativa com agulha fina é método diagnóstico 
amplamente utilizado para o estudo de células, ou de pequenos 
grupos de células, que são retiradas das lesões por meio de 
aspiração com agulha de fino calibre. 
- Apresenta, como vantagens, ter baixo custo, podendo ser feita em 
regime ambulatorial, sem a necessidade de material sofisticado. É 
bem tolerada pelo paciente, causando apenas leve desconforto. 
Pode ser feita, na maioria das vezes, sem anestesia e apresenta 
baixa incidência de complicações. 
- A complicação mais frequente é o hematoma, geralmente 
pequeno, no local da punção, sem maiores consequências. Outras 
complicações que podem ocorrer incluem sangramento, 
pneumotórax na biópsia pulmonar ou lesão de outros órgãos, 
como, por exemplo, lesãode vísceras ocas durante biópsia de 
órgãos sólidos intra-abdominais. 
- Sua principal limitação é que fornece diagnósticos citológicos em 
vez de histológicos. Desse modo, o resultado é, em geral, de 
afecção benigna, maligna ou infecciosa. Excepcionalmente, o 
citopatologista consegue dar diagnóstico do tipo e do grau de 
diferenciação tumoral. Em pequena porcentagem dos casos, não se 
consegue definir o diagnóstico, e, na maioria das vezes, o motivo é 
material insuficiente. 
- Nessa situação, recomenda-se repetir o procedimento ou realizar 
outro tipo de biópsia. 
- A principal indicação para a punção aspirativa com agulha fina é 
para a diferenciação entre tumores benignos e malignos. Apresenta 
índice de acerto entre 90% e 95%, em centros especializados. Sua 
acurácia diagnóstica é maior nos tumores epiteliais. Entretanto, ela 
tem pouca utilidade para o diagnóstico de linfomas e doenças 
linfoproliferativas. 
- As agulhas utilizadas são de calibre entre 20G e 25G. 
Eventualmente, podem ser utilizadas agulhas de menor ou maior 
calibre, dependendo da lesão. Nas lesões profundas, pode-se 
utilizar agulhas de raquianestesia. Áreas altamente vascularizadas 
(linfonodos, nódulos tireoidianos) devem ser aspiradas com 
agulhas de calibre 25G ou mais fino, para minimizar a diluição da 
amostra com sangue. 
- As seringas utilizadas são as de 10 mL ou 20 mL. Podem ser 
acoplados dispositivos que permitem aplicar pressão negativa, para 
que uma mão fique livre para aprisionar a lesão (localização por 
palpação) ou segurar o transdutor do aparelho de US (localização 
por US – técnica da mão livre). 
1. Inicialmente, a lesão é localizada por um dos métodos descritos 
anteriormente. 
2. Preparar a pele da região a ser puncionada com solução 
antisséptica, geralmente álcool a 70%. Quando são utilizadas 
soluções contendo polivinilpirrolido-na-iodo (PVP-I), este deve ser 
retirado para não impregnar o material aspirado e interferir na 
coloração. 
3. Aspirar pequena quantidade de ar (entre 1 mL a 2 mL), que é 
mantida no interior da seringa. 
4. Introduzir a agulha (conectada na seringa) até o centro da lesão. 
5. Retrair o êmbolo da seringa para produção de vácuo e realizar 
movimentos de vai-vém pelo interior da lesão. De preferência, a 
agulha deve ir e vir pelo mesmo trajeto, porque desse modo os 
fragmentos celulares são mais facilmente retirados das paredes 
laterais do túnel formado pela passagem da agulha. 
6. Com a agulha ainda posicionada no interior na lesão, liberar o 
êmbolo da seringa, para que o vácuo seja desfeito. Desse modo, 
mantém-se o material aspirado dentro da agulha. Caso a agulha 
seja retirada com o êmbolo da seringa ainda retraído, ocorrem 
aspiração de ar e dispersão do material para o interior da seringa. 
 
4 SANNDY EMANNUELLY – 6° PERÍODO 2021.1 
7. Retirar a agulha. 
8. Empurrar o êmbolo para expulsar o ar previamente armazenado 
no interior da seringa, e, com isto, expelir o material coletado que 
se encontra no interior da agulha. A saída desse material é 
direcionada para uma lâmina. 
9. Realizar esfregaço com o auxílio de outra lâmina, espalhando 
delicadamente o material. 
10. Colocar rapidamente a lâmina em frasco com álcool a 95% 
(álcool absoluto) para fixação. 
11. Rotular devidamente o frasco e encaminhá-lo ao laboratório de 
anatomia patológica, junto com a solicitação contendo as 
informações descritas anteriormente. 
 
Punção-biópsia com agulhas especiais 
- A punção--biópsia com agulhas de calibre maior do que as 
descritas anteriormente, geralmente entre 14G e 20G, fornece 
material para estudo histológico. 
- Também é de baixo custo, podendo ser realizada, na grande 
maioria das vezes, em regime ambulatorial. Como o calibre das 
agulhas é maior, o desconforto para o paciente é maior, sendo 
necessária realização de botão anestésico no local da punção. 
- A incidência de complicações é pequena e o sangramento é a 
principal delas. Ele pode variar desde pequeno hematoma no local 
até sangramento importante que necessita de hemotransfusão ou, 
mais raramente, intervenção cirúrgica ou por radiologia 
intervencionista. 
- Outras complicações incluem punções inadvertidas de órgãos ou 
estruturas interpostas entre a pele e a lesão durante biópsia de 
órgãos intra-abdominais (alças intestinais, vesícula biliar), 
pneumotórax durante biópsia de nódulo pulmonar. 
- Existem dois tipos distintos de agulhas, as manuais e as 
automáticas. Quando se utilizam agulhas manuais, é necessária a 
realização de movimentos coordenados para retirar o fragmento 
de tecido após a agulha ter atingido o alvo. 
- As agulhas automáticas são armadas antes da punção e disparadas 
ao se atingir o alvo. Esse disparo produz movimento automático da 
agulha, que secciona e captura o material. As agulhas automáticas 
são mais fáceis de manuser e podem ser disparadas somente com 
uma mão. Isto é muito útil quando se utiliza o ultrassom para a 
localização da lesão, pois permite que a mesma pessoa segure a 
agulha em uma mão, enquanto a outra mão segura o transdutor 
que guia a punção. 
- Para a biópsia pleural, as agulhas manuais de Cope ou de Abrams 
são as preferidas. 
- Para a biópsia de fígado, próstata, pâncreas, rim ou de outros 
órgãos, as agulhas automáticas são as mais utilizadas. 
- Os pacientes submetidos a biópsias percutâneas de órgãos 
intracavitários devem permanecer algumas horas em repouso, em 
decúbito lateral do mesmo lado da punção para compressão do 
local, e ser avaliados quanto à presença de sangramento antes de 
serem liberados. 
- Ascite constitui contraindicação relativa para biópsias 
percutâneas de órgãos intra-abdominais (particularmente as 
hepáticas) pelo risco aumentado de sangramento. Distúrbios da 
coagulação constituem contraindicação absoluta, se não corrigidos. 
Nesses casos, pode-se optar por biópsia assistida por laparoscopia. 
As biópsias hepáticas também podem ser feitas por via 
transjugular. 
- Os métodos para a localização da lesão são os mesmos utilizados 
para punção aspirativa com agulha fina. A antissepsia da região é 
feita com solução contendo PVP-I ou clorexidina. 
- Quando se utiliza agulha automática, após atingir o centro da 
lesão dispara-se a agulha e esta é retirada com o fragmento de 
tecido em seu interior. 
- Quando se utiliza agulha manual, a maneira de colher o fragmento 
de tecido varia de acordo com o tipo de agulha. As agulhas manuais 
mais utilizadas no nosso meio são as de Vim Silverman, Menghini e 
Cope. 
BIÓPSIA INCISIONAL 
- Na biópsia incisional, retira-se somente parte da lesão ou de 
órgão. 
- As punções com agulhas finas e especiais, as biópsias com pinça 
saca-bocado e várias biópsias com punch de diâmetro pequeno são 
alguns exemplos de biópsias incisionais. 
- É indicada principalmente para a biópsia de músculos, ossos, 
tecido subcutâneo e processos inflamatórios ou infecciosos 
disseminados da pele ou de outros órgãos. 
- É indicada também para estabelecer diagnóstico pré--operatório 
em operações extensas ou mutilantes, como amputações. De 
preferência, o cirurgião que faz a biópsia deve ser o mesmo que 
realizará a cirurgia definitiva. 
- Sempre que possível, a biópsia incisional, especialmente de lesão 
de pele, deve ser feita nas bordas, retirando-se fragmento que 
englobe tecido doente junto com tecido sadio. 
- No caso dos sarcomas, a parte mais indiferenciada do tumor 
costuma ser a sua borda, e biópsias nesse local podem constituir 
problema para sua classificação. No caso de tumores de partes 
moles e ossos, deve-se ter o cuidado de realizar boa hemostasia, 
pois as células tumorais são capazes de passar por entre os planos 
tissulares, da mesma maneira que as células sanguíneas 
extravasadas. 
- A presença de equimose pós-operatória pode aumentar a 
possibilidade de disseminação tumoral para o subcutâneo. Apesar 
do risco de disseminação decélulas tumorais de parte para todo 
um compartimento anatômico após biópsias a céu aberto, não 
 
5 SANNDY EMANNUELLY – 6° PERÍODO 2021.1 
existe evidência de que ocorra disseminação a distância ou 
aumento do ritmo de crescimento tumoral. 
- As complicações decorrentes da biópsia incisional são 
semelhantes às de qualquer procedimento cirúrgico de pequeno 
porte, como infecção de ferida, hemorragia per- ou pós-operatória, 
distúrbios de cicatrização, além da possibilidade de disseminação 
local de células tumorais 
BIÓPSIA EXCISIONAL 
- Na biópsia excisional, retira-se totalmente a lesão a ser estudada. 
Além de diagnóstica, ela é, também, na maioria das vezes, 
terapêutica. A maioria das lesões suspeitas de malignidade deve ser 
submetida, quando possível, a excisão cirúrgica completa (biópsia 
excisional), com margem de segurança en-tre 2,5 mm e 5 mm, a 
não ser que sejam de dimensões tais que tornem impossível o 
fechamento da pele, ou que impeçam a obtenção de resultados 
cosméticos aceitáveis. 
- Nesses casos, deve-se optar pela biópsia incisional, com punch ou 
shave, e aguardar o diagnóstico anatomopatológico para 
programar operação mais extensa. 
- As complicações são as mesmas da biópsia inciso-a, já descritas. 
Técnica cirúrgica – Biópsia de pele 
1. A técnica cirúrgica das biópsias excisionais e incisionais 
obedece aos princípios fundamentais das biópsias, como: 
– antissepsia ampla da região; 
– colocação de campos cirúrgicos que ofereçam liberdade de 
movimentos para o cirurgião e o auxiliar; 
– utilização de material delicado. 
2. Programar as linhas de incisão na pele. 
- Estas devem ser paralelas às linhas de força. Uma incisão em 
forma de elipse ou cunha é desenhada ao redor da lesão, com seu 
maior eixo paralelo às dobras ou às linhas de força da pele. Para 
resultado cosmético bom, seu maior eixo deve ser em torno de 3 
vezes o tamanho do eixo menor. Isto faz com que o resultado final, 
após a sutura, seja o mais próximo possível de uma linha reta, 
evitando o aparecimento de “orelhas” nas bordas. 
- Essa programação deve ser feita antes da injeção de anestésico no 
local, pois este produz intumescimento do subcutâneo e dificulta a 
avaliação das linhas de força. 
3. Injetar o anestésico local superficialmente. 
- A injeção deve elevar o local a ser biopsiado. Uma injeção muito 
rápida pode ocasionar aparecimento de espaços ovais na derme ou 
até mesmo na epiderme. Não se deve utilizar anestésicos com 
vasoconstritores em extremidades (dedos, pênis) pelo risco de 
necrose distal. 
4. Incisar a pele previamente demarcada e aprofundar a lâmina de 
bisturi perpendicularmente à superfície até que o tecido 
subcutâneo seja atingido. Utilizar lâminas no 11 ou 15. 
5. Elevar uma das extremidades da elipse com ajuda de pinça 
dente-de-rato delicada, ou de pequeno gancho, para não esmagar 
a pele. 
6. Mantendo essa extremidade elevada, liberar a base da lesão com 
tesoura ou com bisturi em direção à outra extremidade. O plano de 
clivagem para as lesões cutâneas é o subcutâneo, que pode 
inclusive ser parcialmente retirado. 
7. Realizar hemostasia por compressão local, uso de eletrocautério 
ou ligadura com fios. 
8. Suturar a incisão com pontos simples, Donatti ou intradérmicos. 
- As bordas devem ser aproximadas sem tensão. Dependendo do 
tamanho da incisão e da região biopsiada, isto pode não ser 
conseguido facilmente. Nesses casos, deve-se liberar a pele 
adjacente do subcutâneo por meio de dissecção cuidadosa. Outro 
artificio é realizar sutura subdérmica com fio absorvível, iniciando-
se das bordas para o centro da lesão. Se essas medidas não forem 
suficientes, deve-se optar por enxertos, retalhos ou, em alguns 
casos, cicatrização por segunda intenção. 
9. Realizar curativo oclusivo com gaze seca. 
10. Colocar a peça em frasco com fixador adequado e devidamente 
identificado. 
Biópsia com Punch 
- É um tipo de biópsia comum entre os dermatologistas. 
Geralmente é empregada na pele, podendo também ser realizada 
com segurança na mucosa oral. 
- Utiliza-se instrumento que contém, em sua ponta, uma lâmina 
circular cortante (punch). Seu diâmetro pode variar de 2 mm a 10 
mm, mas as medidas utilizadas com maior frequência são as de 3 
mm e 4 mm. Em processos inflamatórios, um punch de 4 mm a 5 
mm é preferível. 
- A lesão sempre deve ser retirada junto com área de tecido sadio. 
Dependendo do tamanho da lesão, a biópsia com punch pode ser 
incisional ou excisional. 
- Uma das desvantagens desse método é o pequeno tamanho do 
material retirado, às vezes dificultando a interpretação 
histopatológica. 
- Esse procedimento está contraindicado em áreas sobre artérias, 
como sobrancelhas (artéria temporal), e área nasolabial (artéria 
angular), pelo risco de lesão nesses locais. 
- A biópsia com punch é inadequada para o diagnóstico de doenças 
do tecido adiposo, como, por exemplo, a paniculite, pois a 
quantidade de tecido retirado não é suficiente para o diagnóstico 
histopatológico. Nesses casos, deve-se realizar biópsia incisional. 
- A biópsia com punch não deve ser realizada em lesões muito 
espessas, como pele hipertrófica, líquen plano ou hipertrófico, 
blastomicose. Também não deve ser realizada em calosidades das 
plantas dos pés, pois não é suficientemente profunda para 
promover o diagnóstico correto da doença primária. 
- A principal complicação é o sangramento, principalmente nos 
casos em que não se realizam suturas. 
Biópsia em barbear (Shave) 
- Remove a porção de pele elevada, acima do plano do tecido 
adjacente (lesões de natureza exofítica). É realizada entre a camada 
papilar profunda da derme e a camada mediorreticular. 
 
6 SANNDY EMANNUELLY – 6° PERÍODO 2021.1 
- A biópsia em barbear está indicada nas lesões exofíticas como 
ceratose seborreica, ceratose solar, verrugas vulgares e nevos 
epidérmicos. 
- Está contraindicada na avaliação de doenças inflamatórias da 
pele, pois não permite estudar os plexos profundos, a derme 
reticular nem o tecido subcutâneo. Neoplasias que clinicamente 
parecem infiltrar a derme e lesões pigmentares também são 
contraindicações. 
- É falha para o diagnóstico diferencial entre ceratose solar, 
ceratoacantoma e carcinomas. 
Curetagem 
- Técnica simples para remover lesões superficiais benignas da pele, 
como verrugas vulgares, molusco contagioso, nevo epidérmico, 
ceratose actínica e ceratose seborreica, usando-se pequenas 
curetas. 
- Seu uso é viável em lesões de 2 mm a 6 mm de diâmetro que 
atingem unicamente a epiderme. 
- A hemostasia é obtida por compressão, uso de agentes 
hemostáticos ou eletrocoagulação. 
- Essa técnica está contraindicada na suspeita de lesão melanocítica 
ou neoplásica e naquelas de diagnóstico clínico incerto. 
- A curetagem é também utilizada para o estudo de tecidos como 
endométrio. Nesse caso é necessário o acompanhamento de 
anestesiologista para sedação ou bloqueio troncular. 
 
Biópsia com Tesoura 
- É reservada para lesões pedunculadas benignas como verrugas 
filiformes, acrocórdon, papiloma fibroepitelial e lesões 
pigmentadas polipoides ou superficiais como a ceratose seborreica. 
Anestesia local é necessária raramente, visto que a profundidade 
da ferida se limita, habitualmente, à camada papilar da derme. 
- A base da lesão é seccionada com tesoura, e o sangramento é 
controlado com compressão, na maioria das vezes, ou com 
eletrocoagulação. A peça é colocada em recipiente com fixador 
adequado, devidamente identificado, e enviada ao laboratório

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