Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 ATIVIDADE INDIVIDUAL Matriz de atividade individual Disciplina: Contabilidade Financeira Módulo: IV Aluno: Eliton Bruno Soares Oliveira Turma: 0521-1_4 Tarefa: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DA EMPRESA NATURA S.A. Introdução Este relatório pretende apresentar uma análise crítica das demonstrações contábeis da Empresa Natura S.A., tendo como base o Balanço Patrimonial e a Demonstração do resultado do Exercício, serão utilizados os registros dos anos de 2017 e 2018. Serão levantados os mais relevantes índices para apresentação desse relatório. Analise Horizontal na qual será evidenciado a evolução, positiva ou negativa do montante entre cada período do exercício. Analise Vertical constatando a relevância de cada item em sua respectiva demonstração financeira. Cálculo dos Índices de Liquidez medindo a capacidade que a empresa tem de quitar suas dívidas junto a terceiros no curto e longo prazo. Cálculo da estrutura de capital apontando qual o nível de segurança que a empresa oferece aos capitais de terceiros e próprios para os seus investimentos. O Cálculo de Lucratividade revelando as margens obtidas pela empresa e por último Cálculo de Rentabilidade informando o tempo de retorno dos investimentos realizados. Fundada em 1969, a Natura é uma empresa brasileira multinacional de cosméticos e produtos de higiene, seu foco é em venda direta, sendo a líder nacional no segmento. Era difícil de imagina em 1969 quando Luiz Seabra inaugurou uma pequena fábrica em São Paulo que essa empresa se transformaria na maior multinacional de cosméticos brasileira, presente em quase toda América Latina, Estados Unidos e França. A Natura desenvolve produtos com a finalidade causar satisfação e bem-estar aos seus clientes, nutrindo a relação da pessoa consigo e com outras pessoas. Reconhecida por preocupar-se com seus clientes internos e externos, impactando positivamente também no âmbito socioambiental e econômico, dados seus certificados e prêmios. 2 Análise horizontal A análise horizontal serve para verificar os resultados ou a evolução das contas patrimoniais e das demonstrações do resultado. Sendo utilizado dois ou mais períodos, é um método eficaz para comprovar o desempenho da empresa. Através dos resultados de um determinado período, o comportamento dos itens do capital e índices podem ser identificados, para que a análise de tendências se torne possível. Abaixo será evidenciado a análise horizontal do Balanço Patrimonial e demonstração de resultados. A análise horizontal compara um período com outro. No entanto, os critérios que melhor informam quem analisa as demonstrações financeiras são os indicadores econômico- financeiros, descritos a seguir. Na comparação entre anos, no quadro 1, evidenciando o ativo do balanço patrimonial, podemos primeiro ver que o patrimônio da empresa aumentou 5,83%. Analisando separadamente, os ativos, verifica-se que entre 2017 e 2018 o ativo circulante teve uma redução de 19,48%. A razão é que a atividade de investimento financeiro de curto prazo também ocorreu uma diminuição de 52,57% num ano. No entanto, no item de contas a 3 receber observasse que aumentou 22,01%, indicando que a empresa continua com o direito de recebimentos. Enquanto o ativo circulante observasse uma diminuição de 19,48%, o ativo não circulante aumentou 16,70%, sendo o mais afetado a subconta de Realizável a Longo Prazo, que aumentou 124,54%, consequentemente, indicando que os seus direitos de recebimentos são superiores a 12 meses. Agora analisando o quadro 2, demonstrando o passivo do balanço patrimonial, verifica- se uma diminuição de 48,76% do passivo circulante, dando uma ideia que parte de suas dívidas de curto prazo foram quitadas, entre os quais os empréstimos e financiamentos diminuíram 68,61% e os dividendos diminuíram 24,14%. Vale mencionar que as obrigações trabalhistas aumentaram 56,97%. O passivo circulante aumentou 39%, cujo os empréstimos e financiamento de longo prazo aumentou 43,55% o que pode significar 4 uma melhora do passivo circulante. Os passivos exigíveis a longo prazo de tributos a recolher diminuíram 17,58% e o patrimônio líquido final aumentou 57,46%. Podemos verificar que embora não tenha havido aumento de capital, a Reserva de Lucros aumentou 30,43%, indicando que o desempenho da empresa naquele ano foi positivo. A conta de Reserva de Capital não tem relação com as atividades da empresa, observamos um aumento de 111,49% em relação ao ano anterior. Por fim, gostaria de enfatizar que o acréscimo anual de 822,75% na conta de ajuste de avaliação patrimonial representa o valor real de seus ativos, que podem ser imóveis, marcas, patentes, imóveis, frotas, software e assim por diante. O grafico 1 mostra o resultado do balanço financeiro anual da empresa, evidencia de forma visual as analises feitas posterioemente. 5 Analisando agora a Demonstração de Resultado do Exercício (D.R.E.) no quadro 3, notamos que as Receitas Liquidas da Empresa Natura S.A. aumentou em 7,96%, no entanto, seu Lucro Líquido teve uma queda de 18,18%. Examinando a fundo podemos notar que a empresa no ano de 2017 obteve uma receita operacional, enquanto em 2018 obteve uma despesa operacional, modificando essa linha em 237,89% para menor, fazendo com que sua despesa operacional total tenha sofrido um aumento de 12,78%. Apesar do aumento nas despesas operacionais o Resultado antes das receitas e despesas financeiras teve uma queda somente de 1,52%. Comparando a linha de Receitas financeiras podemos ver que essa conta teve um aumento de 329,41%, em contrapartida, também tivemos um aumento de 169,00% nas despesas financeiras, impactando também o Resultado antes dos tributos sobre o lucro, conta essa que teve uma queda de 29,38% de um ano para outro. Por fim na linha de impostos de Renda e Contribuição Social vale ressaltar que para essa demonstração ela não é uma conta de 6 diminuição do Lucro, pois são créditos fiscais, essa linha teve um aumento de 300% de um ano para o outro representando o imposto de renda e contribuição social diferido. Na demonstração do resultado do Exercício (D.R.E.), vista no quadro 3, observamos que a Receita Liquida de Bens e Serviço da Natura S.A. aumentou 7,96%, porém, o lucro líquido caiu 18,18%. Uma investigação aprofundada, evidenciasse que a empresa teve receita operacional em 2017 em contrapartida teve despesas operacionais em 2018, demonstrando que este item teve uma variação negativa de 237,89%, essa variação foi um dos motivos que levou ao aumento de 12,78% nas despesas operacionais totais. Com o aumento das Despesas Operacionais, o desempenho do Resultado antes das receitas e despesas financeiras sofreu redução de 1,52%, entendesse que o impacto não foi maior por consequência do aumento do Lucro Bruto de 8,28%. Comparando a linha das Receitas Financeiras, observasse que esta conta aumentou 329,41%. Por outro lado, as despesas financeiras também aumentaram 169,00%, o que também afeta o Resultado antes dos tributos sobre o lucro que provocou uma redução de 29,38% na comparação entre os anos. Por último, na linha de Imposto de Renda e Contribuição Social, vale ressaltar que para esta demonstração não se trata de conta redutora do lucro por se tratar de créditos tributários a linha aumentou 300% de um ano para o outro, que representa Imposto de Renda e Contribuição Social Diferida. Análise vertical A análise Vertical, também conhecida como análise estática, é uma importante ferramenta ou técnica de análise que pode ser usada para determinar a participação relativa de cada conta ou grupo de contas no mesmo período ou ano fiscal. Ela exibe as partes que têm maior impacto nos lucros e perdas durante o período de análise. Segundo Marion1949 Segundo Marion 1949 “Nossos olhos fixam em um sentido vertical. ” 7 Quadro 4 - Balanço Patrimonial - Total de Ativo - Análise Vertical (em milhares de reais) ANÁLISE FINANCEIRA BALANÇO PATRIMONIAL 2017 A.V. (2017) 2018 A.V. (2018) ATIVO CIRCULANTE DISPONÍVEL (CAIXA E BANCOS) 75.704 0,64% 95.555 0,77% APLICAÇÕES FINANCEIRAS 1.948.078 16,51% 923.973 7,40% CONTAS A RECEBER 994.967 8,43% 1.213.999 9,72% ESTOQUE 192.388 1,63% 199.403 1,60% TRIBUTOS A RECUPERAR 230.260 1,95% 325.580 2,61% OUTROS ATIVOS CIRCULANTES (DERIVATIVOS) 103.030 0,87% 95.607 0,77% Total do ativo circulante 3.544.427 30,04% 2.854.117 22,85% ATIVO NÃO CIRCULANTE REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 472.370 4,00% 1.060.674 8,49% INVESTIMENTOS 6.602.469 55,95% 7.453.362 59,68% IMOBILIZADO 706.296 5,99% 667.947 5,35% INTANGÍVEL 474.342 4,02% 452.172 3,62% Total do ativo não circulante 8.255.477 69,96% 9.634.155 77,15% TOTAL DO ATIVO 11.799.904 100,00% 12.488.272 100,00% Analisando o quadro 4, podemos observar que em 2017 o ativo circulante representava 30,04% do total, já em 2018 observasse uma redução para 22,85%. No Ativo Circulante a conta Aplicações Financeiras chama atenção por uma redução significativa de um ano para o outro, representava 16,51% dos ativos em 2017 e 7,4% em 2018. No ativo não circulante a conta de investimento tem uma elevada representatividade em ambos os anos analisados, notasse aumento no ano de 2018 desta forma elevando ainda mais sua representação no ativo, saindo de 55,95% para 59,68. Em 2017, o ativo não circulante representava 69,96% do ativo total, passando a representar 77,15% do ativo total em 2018. Portanto, podemos observar que a maior parte do ativo total da empresa continua sendo composto por ativos não circulantes. Olhando mais a fundo, podemos descobrir que o valor dos ativos totais está bem distribuído entre as subcontas. 8 Quadro 5 - Balanço Patrimonial - Total de Passivo e PL - Análise Vertical (em milhares de reais) ANÁLISE FINANCEIRA BALANÇO PATRIMONIAL 2017 A.V. (2017) 2018 A.V. (2018) PASSIVO CIRCULANTE OBRIGAÇÕES SOCIAIS E TRABALHISTAS 130.920 1,11% 205.511 1,65% FORNECEDORES 408.849 3,46% 412.388 3,30% OBRIGAÇÕES FISCAIS 202.461 1,72% 172.168 1,38% EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS 3.523.061 29,86% 1.105.907 8,86% DIVIDENDOS DECLARADOS 201.652 1,71% 152.979 1,22% OUTROS PASSIVOS OPERACIONAIS (MÚTUO) 336.364 2,85% 412.265 3,30% Total do passivo circulante 4.803.307 40,71% 2.461.218 19,71% PASSIVO NÃO CIRCULANTE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS 4.932.662 41,80% 7.080.919 56,70% TRIBUTOS A RECOLHER 173.431 1,47% 142.944 1,14% PROVISÕES FISCAIS PREV. TRABALHISTAS 255.758 2,17% 229.089 1,83% Total do passivo não circulante 5.361.851 45,44% 7.452.952 59,68% PATRIMÔNIO LÍQUIDO CAPITAL SOCIAL REALIZADO 427.073 3,62% 427.073 3,42% RESERVAS DE CAPITAL 155.721 1,32% 329.330 2,64% AÇÕES EM TESOURARIA -32.544 -0,28% -19.408 -0,16% RESERVAS DE LUCROS 1.031.160 8,74% 1.344.949 10,77% AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL 53.336 0,45% 492.158 3,94% Total do patrimônio líquido 1.634.746 13,85% 2.574.102 20,61% TOTAL DO PASSIVO E PL 11.799.904 100,00% 12.488.272 100,00% Agora analisando em conjunto o quadro 5, mesmo com pequenas mudanças, os recursos da empresa estão concentrados em fontes de terceiros. O passivo e patrimônio líquido, podemos estimar que em 2017 os recursos próprios da empresa representaram 13,85% do ativo total, enquanto os recursos de terceiros representaram 86,15%, no ano de 2018 houve uma melhora neste indicador, ressaltando as contas de reservas de lucros subindo 2,03% e a conta de ajuste de avaliação patrimonial, que representava 0,45% em 2017, passou a representar 3,94% em 2018. As contas do passivo mais representativas são as contas de empréstimos e financiamentos de curto e longo prazo, que representaram 29,86% e 41,80% em 2017, e 8,86%, e 56,14% em 2018. Mesmo com a redução de um ano para o outro esse financiamento por terceiros requer atenção. Outro ponto, em 2017 o passivo circulante representou 40,71% e o passivos não circulantes 45,44%. No ano seguinte, o passivo 9 circulante representava 19,71% e o passivos não circulantes 59,68%. Como resultado, parte de sua dívida de curto prazo tornou-se dívida de longo prazo. Quadro 6 - Demonstrações do resultado do exercício - Análise Vertical (em milhares de reais) ANÁLISE FINANCEIRA DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 2017 A.V. (2017) 2018 A.V. (2018) RECEITA LÍQUIDA DE BENS E SERVIÇOS 5.867.375 100,00% 6.334.189 100,00% CUSTO DOS BENS E SERVIÇOS VENDIDOS -2.329.717 39,71% -2.503.637 39,53% LUCRO BRUTO 3.537.658 60,29% 3.830.552 60,47% DESPESAS OPERACIONAIS -2.424.305 41,32% -2.734.074 43,16% DESPESAS COM VENDAS -2.035.393 34,69% -2.199.719 34,73% DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS -994.799 16,95% -1.078.002 17,02% RESULTADO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 592.935 10,11% 561.507 8,86% OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS 12.952 0,22% -17.860 0,28% RESULTADO ANTES DAS RECEITAS E DESPESAS FINANCEIRAS 1.113.353 18,98% 1.096.478 17,31% RECEITAS FINANCEIRAS 382.776 6,52% 1.643.672 25,95% DESPESAS FINANCEIRAS -848.661 14,46% -2.282.902 36,04% RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO 647.468 11,04% 457.248 7,22% IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 22.783 0,39% 91.131 1,44% RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 670.251 11,42% 548.379 8,66% O quadro 6 permite a análise da demonstração do resultado anual (D.R.E.). Será utilizado a Receitas Líquidas de Bens e Serviços como valor referência. Essa analise evidencia as contas com maior impacto no resultado do período. Evidenciado os custos e despesas operacionais. Ouve um aumento nos custos, porém, a representatividade sobre a receita caiu de 39,71% para 39,53%. As despesas operacionais que também tiveram um aumento, entretanto, diferente dos custos as despesas tiveram também um aumento em sua representatividade, saindo de 41,32% para 43,16% Observasse que as despesas com vendas aumentaram, entretanto, sua representatividade se manteve praticamente estável, saindo de 39,71% em 2017 e 39,53% em 2018. Outras receitas e despesas operacionais saiu de um resultado positivo em 2017 para um negativo e 2018, por não ter grande representação, não 10 causou grande impacto. Por outro lado, aumentou a proporção da receita financeira, que em 2017 era de 6,52% e, em 2018, passou a representar 25,95% do lucro líquido. Em contrapartida, a Despesa Financeira também aumentou sua representatividade sobre a Receita Líquida, em 2017 era de 14,46% e em 2018 passou a ser de 36,04%. Como demonstrado no quadro 6, ocorreu uma redução da representatividade do resultado líquido do exercício sobre a Receita Líquida de Bens e Serviços. Cálculo dos índices de liquidez Quadro 7 - índices de Liquidez ÍNDICES DE LIQUIDEZ 2017 2018 Liquidez Imediata 0,02 0,04 Liquidez Corrente 0,74 1,16 Liquidez Seca 0,70 1,08 Liquidez Geral 0,40 0,39 Como indicado no capítulo e evidenciado no quadro 7, será apresentado os índices para fornecer detalhes mais específicos sobre as condições financeiras, económicas e endividamentos da empresa. Essa analise visa medir a capacidade da empresa de pagar suas dívidas e permite avaliar a saúde financeira da empresa. Índice e liquidez imediata, segundo LIMEIRA (2015) o índice mede a capacidade financeira de uma empresa de cumprir seus compromissos de curto prazo, contando apenas com seu caixa e bancos. A empresa apresentou em2017 uma liquidez imediata de R$0,02 e em 2018 de R$0,04. Significa que para a cada R$ 1,00 do Passivo Circulante a empresa em 2017 apresentou R$0,02 de recurso disponível para saldar dívida e em 2018 apresentou R$ 0,04. “O índice de liquidez corrente indica a habilidade da empresa em cumprir suas obrigações de curto prazo. Um índice de liquidez de no mínimo 1,0 indica que a empresa tem disponível ativo circulante suficiente para cobrir suas obrigações devidas no próximo ano.” (FRANCIS; WEIL; SCHIPER, 2016, p. 230). O índice demonstrou que para cada R$ 1,00 no ativo circulante a empresa possuía em 2017 R$ 0,74 e em 2018 o índice aumentou para R$ 1,16 devido a uma redução significativa do passivo circulante 11 em 2018. Índice de liquidez seca, demonstra a capacidade da empresa de saldar dívidas sem usar o estoque e pode mostrar se a empresa depende de estoque para saldar dívidas. Observasse novamente um aumento no índice se comparado o ano de 2017 com 2018, indicando que para cada R$ 1,00 do passivo circulante a empresa Natura S.A. possuía R$ 0,70 passando para R$ 1,08. Este crescimento ocorreu principalmente pela redução do passivo circulante em 2018. O índice geral de liquidez em 2017 era de R $ 0,40 e em 2018 era de R $ 0,39, o índice mede quantos recursos de curto e longo prazos uma empresa possui para cumprir seus compromissos de curto e longo prazo. Embora a empresa apresente índice abaixo de R$ 1,00, a maior parte de sua dívida é de longo prazo. Cálculo da estrutura de capital Os indices de estrutura de capital avaliam a segurança que a empresa oferece aos capitais de terceiros e revelam a sua política de captação de recursos e de a locação deles nos diversos itens do ativo LIMEIRA (2015). Quadro 8 - índices de Lucratividade ESTRUTURA DE CAPITAL 2017 2018 Endividamento Geral 86,15% 79,39% Composição do Endividamento 47,25% 24,83% Passivo Oneroso Sobre Ativo 71,66% 65,56% Imobilização do Capital Próprio 476,10% 333,07% Imobilização de Recursos não Correntes 111,24% 85,50% Observasse no quadro 8 os indicadores da estrutura de Capital, analisando o 12 endividamento geral da empresa, concluísse que está em um patamar elevado, embora tenha diminuído em 2018, o índice foi de 79,39%, ante 86,15% em 2017. O índice nos informa que 86,15% das operações em 2017 foram financiadas com capital de terceiros e apenas 14% com capital próprio. Em 2018, o índice melhorou, mas ainda há um elevado nível de endividamento, o que se reflete no nível de risco das empresas. A composição do endividamento demonstra um índice favorável, isso porque em 2017, a empresa contava com 47,25% das suas dívidas como curto prazo, em 2018 caiu para 24,83%. Portanto, a dívida de longo prazo da empresa representava 75,17% em 2018. O prazo é superior há doze meses. O Passivo Oneroso Sobre Ativo, segundo LIMEIRA (2015) O índice mostra a participação de origens onerosas de capital no financiamento das aplicações totais da empresa, revelando sua dependência de instituições financeiras. A Natura S.A. forneceu 71,66%do POSA em 2017, indicando que este percentual é financiado por recursos onerosos de terceiros. É considerado um índice elevado. Em 2018, o POSA era de 65,56%, o índice diminuiu, mas ainda está em patamar elevado, porque grande parte dele é composto por empréstimos e financiamentos de longo prazo. Em termos Imobilização do Capital Próprio, o índice da empresa em 2017 era de 476,10% e caiu para 333,07% em 2018. Esses índices indicam que a maior parte dos recursos da empresa está no estado fixo e precisa de investimentos de terceiros. O índice Imobilização de Recursos não Correntes em 2017 foi de 111,24%, o que não é favorável, indicando que além da suplementação de financiamentos de terceiros de longo prazo, a empresa tem que recorrer a recursos de curto prazo, sendo mais onerosos para eles assumir a obrigação de gerar retornos de longo prazo. Em 2018, o índice caiu acentuadamente e ficou em 85,50%, o que é um indicador mais favorável. 13 Cálculo da lucratividade Quadro 9 - índices de Lucratividade ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE 2017 2018 Margem Bruta 60,29% 60,47% Margem Operacional 11,04% 7,22% Margem Líquida 11,42% 8,66% Giro do ativo 0,50 0,51 Segundo LIMEIRA (2015) O índice de lucratividade visa avaliar o lucro obtido pelo desempenho de uma empresa, seja ele relacionado à eficiência do produto ou do negócio. As Margens Brutas foram positivas em 2017 e 2018. O aumento em 2018 foi de 0,18%, assim deixando a taxa de lucratividade dos produtos listados da Natura S.A. em 2018 foi de 60,47%. A Margem Operacional em 2018 caiu significativamente, de 11,04% em 2017 para 7,22% em 2018. Essa redução foi causada com maior impacto devido o aumento de 169% das despesas financeiras, conforme observado no quadro 3. Embora o ativo total em 2018 fosse 5,38% superior ao ativo total em 2017, a Margem Líquida diminuiu, de 11,42 em 2017 para 8,66 em 2018. Mesmo com a queda a margem se manteve positiva. Este indicador indica se o lucro líquido gerado no período atual é suficiente para cobrir o investimento total na empresa. Mede o número de vezes que uma empresa recuperou o valor aplicado a um ativo por meio de vendas em um determinado período. A taxa de rotatividade dos ativos da Natura S.A. em 2017 foi de 0,50. Isso significa que a empresa vende R$ 0,50 para cada R$ 1,00 investido, ou seja, o lucro líquido não é suficiente para recuperar o investimento total. A taxa de rotatividade dos ativos em 2018 foi de 0,51, repetindo a análise anterior. 14 Cálculo da rentabilidade Segundo LIMEIRA (2015) o índice de rentabilidade visa avaliar o desempenho final da empresa. A Rentabilidade do Patrimônio Líquido ou return of equity (ROE), mede o retorno sobre o patrimônio líquido investido em uma empresa, ou seja, quanto o patrimônio líquido aumentou em decorrência do período. Em 2017, o ROE da Natura S.A. foi de 41%, o que significa que os acionistas obtiveram um retorno de 41% sobre o capital investido na empresa. Em 2018, a lucratividade caiu para 21%. Pelos indicadores apresentados em dois anos, vemos que o retorno sobre o patrimônio líquido diminuiu. No quadro 11 é demonstrado os índices de uma das empresas que compõem o Grupo Boticário, atualmente sua maior concorrente, observasse que em 2018 a concorrente também obteve um, resulta abaixo que 2017, porém, mais satisfatório que a Natura S.A. A Rentabilidade dos Investimentos ou return on investments, espelha o retorno que uma empresa recebe em relação ao investimento total. A rentabilidade do investimento da Natura S.A. em 2017 foi de 5,68%, ou seja, o resultado líquido do exercício representou 5,68%, do investimento total da empresa. Com disso, chagasse a conclusão que a empresa pode recuperar o investimento total no ativo em 18 anos, esse é o chamado payback. A taxa de retorno do investimento em 2018 foi de 4,39% e o período de retorno do investimento foi de 23 anos. A empresa do Grupo Boticário também apresentou resultados mais satisfatórios que a Natura S.A. 15 Conclusão sobre a situação econômica e financeira da empresa Ao analisar as demonstrações financeiras dos exercícios de 2017 e 2018 da empresa Natura S.A., foi possível observar diversos aspectos da saúde financeira e econômica, citarei os mais relevantes. Foi detectado um crescimento no ativo, assim como na receita líquida, respectivamente de 5,83% e 7,96%, entretanto o resultado líquido do exercício não acompanhou o crescimento, se manteve positivo, porém, teve uma queda de 18,18%, em comparação ao ano anterior, ocasionada principalmente pelo aumento das despesas financeiras, que saíram de uma representatividade em relação à receita líquida de 14,46% em 2017para 36,04 em 2018. Essas variantes refletiram diretamente nas margens de lucratividade e rentabilidade da empresa, que apresentou um declínio no período analisado. Os índices de liquidez corrente e seca apresentaram uma variação positiva, entretanto não se refletiu na liquidez geral, isso porque a empresa trocou dívidas de curto prazo por dívidas de longo prazo. O cálculo de estrutura de capital demonstrou um elevado nível de financiamento por terceiros, grande parte por financiamentos onerosos, vale ressaltar novamente que são dívidas de longo prazo, portanto a empresa tem flexibilidade para reverter o quadro. 16 Referências bibliográficas MARION, José Carlos; RIBEIRO, Osni Moura. Introdução à Contabilidade Gerencial. 3ª e d., São Paulo: Saraiva, 1949. LIMEIRA, A.L.F. et al. Gestão contábil financeira – 2ª edição. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2015. Grupo Boticário. Informações Administrativas: Informações Financeiras. Disponível em: https://www.grupoboticario.com.br/pt/Paginas/informacoes_administrativas.aspx. Acesso em: 17 jun. 2021. Natura S.A.. Nossa História. Natura. Disponível em: https://www.natura.com.br/a- natura/nossa-historia. Acesso em: 15 jun. 2021.
Compartilhar