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Resumo sobre o capítulo 1 do livro APRENDER ANTROPOLOGIA

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Atividade Avaliativa de Introdução às Ciências Sociais referente ao capítulo 1 do livro APRENDER ANTROPOLOGIA;
Após a leitura, fazer uma breve descrição do percurso histórico do pensamento antropológico.
De acordo com o descrito no primeiro capítulo do livro “Aprender Antropologia”, a reflexão antropológica é contemporânea à descoberta do Novo Mundo, ou seja, é através do primeiro contato com o desconhecido que as questões que dão origem à antropologia vão começar a ser desenvolvidas. Questões como “aqueles que acabamos de descobrir também fazem parte da humanidade?” são iniciadas, mas o maior critério para determinar isso é, na época, religioso: “O selvagem tem uma alma? Pode ser convertido?”
Esse contato também gera duas ideologias concorrentes: uma que recusa o estranho e a outra que é fascinado por ele. Já há indícios de confronto entre elas na metade do século XIV, no debate entre o dominicano Las Casas e o jurista Sepulvera, onde o primeiro “exalta” os povos descobertos e sua ordem política ao mesmo tempo em que critica a “corrupção” da maioria das nações do mundo, e o segundo considera que é dever e direito dos impérios justos “levar a vida civil e os costumes pacíficos” da sociedade à esses bárbaros, até usando a guerra como um meio se necessário.
Dirigindo-se à explicação da primeira ideologia apresentada, a do “Mau Selvagem e do Bom Civilizado”, começa-se dizendo que “A extrema diversidade das sociedades humanas raramente apareceu aos homens como um fato, e sim como uma aberração exigindo uma justificação.” Na história é possível visualizar vários termos diferentes usados para aquilo que é considerado diferente (desde o termo “bárbaros” na antiguidade grega até mesmo ao atual “subdesenvolvidos”) e assim afastá-lo do considerado normal. 
Na Europa, a partir do século XIV, também é adotado o termo selvagens, além de uma série de critérios para julgá-los, dentre eles estão: o critério religioso; a aparência física e suas vestimentas; os comportamentos alimentares; a inteligência apreendida através da linguagem. Através desses critérios, “o selvagem é apreendido nos modos de um bestiário.”
Voltando-se para a segunda ideologia apresentada, a do “Bom Selvagem e do Mau Civilizado”, os termos de atribuição permanecem, há somente uma inversão dos valores. Ela pode ser vista “em estágio embrionário” através da percepção dos primeiros viajantes, como Américo Vespúcio e Cristóvão Colombo, mas também a partir das reflexões de Léry e de Montaigne no século XVI, além do fascínio pelo indígena americano exercido por Le Huron nos séculos XVII e XVIII e vários outros depois. Mas é só a partir de Rosseau no século XVIII que figura do Bom Selvagem é mais radicalizada. 
Os discursos da última ideologia citada acima são, na verdade, bem atuais, sendo graças a ela grande parte do sucesso que a etnologia tem com o público. Malinowski até escreve que “a antropologia, para mim, pelo menos, era uma fuga romântica para longe da nossa cultura uniformizada.”
Dito isso, de um jeito ou de outro, nas duas ideologias apresentadas, o outro é simplesmente usado como suporte de um imaginário, um objeto-pretexto a ser usado em prol de algum objetivo. Olha-se somente a si mesmo nele.
Concluindo, é afirmado que foi a partir desse período inicial (o Renascimento) onde os inúmeros viajantes despertam problemas que abrem o caminho para o que irá se tornar a etnologia, especialmente ao expor que “ao invés de questionar o outro, por que não questionar a nossa própria visão sobre a humanidade, ou seja, reconhecer que a cultura é plural?”. É a partir dessa observação direta de um objeto distante (Léry) e da reflexão sobre esse objeto (Montaigne) que é constituído progressivamente um saber pré-antropológico.

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