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TEORIA DO DIREITO SOCIETÁRIO PT. 1

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Auditoria Fiscal Isadora Dutra Rebelo
 Teoria do Direito Societário 
 Sociedade 
Sociedade é uma coletividade de pessoas que se reúnem 
para o exercício de uma atividade econômica (negócio 
jurídico), entre sócios, que pode ou não vir a se tornar 
pessoa jurídica. 
Existem 6 espécies de pessoas jurídicas (art. 44 do CC): 
1. Associações: coletividade de pessoas + atividade não-
econômica; 
2. Sociedades: coletividade de pessoas + atividade 
econômica; 
3. Fundações: coletividade de bens + atividade não-
econômica; 
4. Organizações religiosas; 
5. Partidos políticos; 
6. EIRELI - Empresa Individual de Responsabilidade 
Limitada. 
 Elementos da Sociedade 
Há 2 tipos de elementos: os elementos essenciais (gerais e 
específicos) e os não essenciais (ligados ao princípio da 
tipicidade societária). 
> Essenciais - Gerais e Específicos
Gerais (art. 104 do CC) 
Elementos que existem em todo e qualquer negócio 
jurídico, que são: 
- Agente capaz (consenso entre sócios); 
- Objeto lícito, possível, determinado ou determinável 
(objeto social); 
- Forma prescrita ou não defesa em lei (forma). 
Específicos (art. 981 do CC) 
Servem para diferenciar sociedade de qualquer outro 
negócio jurídico, são eles: 
- Contribuição para a formação do capital social; 
- Participação nos lucros e nas perdas; 
- Affectio Societatis; 
- Pluralidade das partes. 
As contribuições podem ser através de dinheiro (depósito 
em conta bancária ou na tesouraria da sociedade), em 
créditos (o sócio responde pela solvência do devedor), em 
bens (o sócio responde pela evicção), ou em serviços 
(vedada na LTDA e na S/A). 
Todos os sócios têm o direito de participar nos lucros e o 
dever de participar nas perdas, cabendo ao ato 
constitutivo fixar quantum de participação nos lucros e nas 
perdas. No silêncio do contrato social, ou diante de 
cláusula leonina, a participação nos lucros e nas perdas se 
dará em conformidade com a contribuição para a 
formação do capital social. 
A Affectio Societatis significa o interesse ou intuito que os 
sócios precisam ter na constituição da sociedade e para 
permanecerem associados. Uma vez violada ou quebrada, 
acaba-se a sociedade, motivando a saída só sócio, seja 
daquele que quebrou a affectio, sendo excluído, seja 
daquele que pretende sair da sociedade em razão da 
aludida quebra ou violação. Trata-se como uma cláusula 
pétrea. 
 EIRELI - Empresa Individual de 
 Responsabilidade Limitada 
A EIRELI não é uma sociedade. Trata-se de um investidor 
que busca proteção patrimonial, uma nova modalidade de 
pessoa jurídica (sui generis). 
Pode ser de constituição originária ou derivada, em que, 
na originária, esta já é formalizada inicialmente como 
EIRELI, e na constituição derivada, a empresa já está 
formalizada, seja como empresário individual, seja como 
sociedade empresária, e resolve migrar para EIRELI. 
Para ser considerada uma EIRELI, há a necessidade de se 
respeitar requisitos previstos no art. 980-A do CC. É em 
razão de tais requisitos que a EIRELI não é considerada 
uma sociedade: 
- Valor mínimo de capital (maior que 100 SM); 
- Integralização no momento de constituição; 
- Titular da EIRELI; 
- Quantidade de EIRELI a ser titularizada por uma pessoa. 
Para a EIRELI surtir os seus reais efeitos, é necessário que a 
integralização do seu capital ocorra no momento de sua 
constituição, senão não ocorrerá a limitação de 
responsabilidade patrimonial em favor do seu titular. 
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Auditoria Fiscal Isadora Dutra Rebelo
A pessoa física pode ser titular de apenas uma EIRELI, 
somente poderá figurar em uma única empresa dessa 
modalidade. Tal restrição não é aplicável à pessoa jurídica, 
que poderá ser dona de quantas EIRELIs quiser ao mesmo 
tempo. 
A EIRELI rege-se supletivamente pelas normas da LTDA, 
são elas: 
1. O administrador da EIRELI poderá ser o titular ou 
terceiro, sendo nomeado no ato constitutivo ou em ato 
separado (uma procuração, por exemplo); 
2. O incapaz pode ser titular de uma EIRELI, desde que 
devidamente assistido ou representado, assumindo o 
assistente ou o representante os poderes de 
administração; 
3. Integralizando o capital com bens, o titular da EIRELI 
responderá pela evicção e, cumulativamente, pela 
exata estimação do valor dos bens, por até 5 anos 
contados da data de entrada do bem; 
4. A EIRELI pode se enquadrar como ME ou EPP, a 
depender da sua receita bruta anual, porém não pode 
se enquadrar como MEI (esta não é mais decorrente 
de regência supletiva, em razão da alteração da Lei 
Complementar n. 123/06); 
5. A EIRELI pode será ter a sua falência decretada em 
virtude de impontualidade injustificada, de execução 
frustrada, ou de atos de falência e, para evitar a sua 
fa lência , poderá promover mecanismos de 
recuperação judicial. 
Comparativo entre as formas de exercício da empresa 
individual: 
 Classificação de Sociedades 
A classificação legal das sociedades é baseada no 
princípio da tipicidade, ou seja, sociedade é um fato típico. 
Há 9 tipos societários, e a autonomia da vontade dos 
sócios se limita a, querendo se envolver em uma atividade 
econômica, só será possível escolher uma das sociedades 
que se encontram regulamentadas, são elas: 
1. Sociedade em comum; 
2. Sociedade em conta de participação; 
3. Sociedade simples; 
4. Sociedade em nome coletivo; 
5. Sociedade em comandita simples; 
6. Sociedade limitada; 
7. Sociedade anônima; 
8. Sociedade em comandita por ações; 
9. Sociedade cooperativa. 
> Cláusulas atípicas em sociedades típicas
É possível inserir cláusulas atípicas em sociedades típicas, 
assim como também é possível utilizar um elemento que é 
específico de uma sociedade e inseri-lo em outra, ou 
utilizar algo que a priori não tem nada a ver com o Direito 
Societário e implantar na sociedade, desde que não altere 
o tipo societário. 
Um exemplo é que até o Código Civil de 2002, o conselho 
fiscal era um órgão que só era previsto para a S/A e a 
cooperativa, porém os advogados e contadores passaram 
a inseri-lo nos contratos sociais e essas cláusulas eram 
acolhidas pelas Juntas Comerciais, uma vez que não 
alterava o padrão da tipicidade societária. Tanto que hoje, 
o Código Civil traz o conselho fiscal como uma cláusula 
típica prevista de modo específico para a LTDA. 
> Fatores determinantes da tipicidade societária
1. Personalidade jurídica; 
2. Ato constitutivo; 
3. Divisão do capital social; 
4. Responsabilidade dos sócios. 
São fatores determinados por lei que, mesmo por vontade 
das partes, não podem ser alterados, sendo representados 
como cláusula pétrea para o Direito Societário. 
Levando-se em conta esses fatores determinantes, é 
possível chegar em algumas conclusões: 
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Auditoria Fiscal Isadora Dutra Rebelo
- Tem sociedade com e sem personalidade; 
- Tem sociedade contratual (base jurídica é o contrato 
social) e sociedade estatutária (baseada no estatuto 
social); 
- Tem sociedade cujo capital está dividido em quotas e 
outras dividido em ações; 
- Tem sociedade em que todos os sócios têm 
responsabilidade limitada, outras que todos têm 
responsabilidade ilimitada, e outras com os dois perfis 
de sócio ao mesmo tempo. 
> Quanto à Personalidade Jurídica
Em regra uma sociedade tem personalidade jurídica, 
havendo apenas 2 excessões: 
Sociedade personificada: sociedade em nome coletivo, 
sociedade em comandita simples, sociedade simples, 
sociedade limitada, sociedade anônima, sociedade 
comandita por ações e sociedade cooperativa; 
Sociedades despersonificadas: sociedade em comum e 
sociedade em conta de participação. 
Sociedade em comum é, até então, de fato ou irregular. 
Seja pelo fato do contrato social ser verbal, nulo ou até 
válido mas não inscrito, ou por não estar registrada esta 
sociedade não é umapessoa jurídica. 
Sociedade em conta de participação é um exemplo de 
sociedade que, mesmo se for registrada, não irá adquirir 
personalidade jurídica. 
A personalidade jurídica é adquirida com o registro dos 
atos constitutivos no órgão competente. Para a sociedade 
empresária, o órgão competente é a Junta Comercial. 
Para as sociedades simples, o registro é feito no Cartório 
de Pessoas Jurídicas, também denominado como Registro 
Civil de Pessoas Jurídicas. 
A personalidade jurídica da sociedade acaba somente 
com o cancelamento ou baixa do registro. 
A teoria que prevalece quanto à personalidade jurídica é a 
Teoria da Realidade Técnica, que estabelece que as 
pessoas jurídicas são entes dotados de realidade, embora 
seja uma realidade diferente da inerente às pessoas físicas 
ou naturais. Pessoas físicas são dotadas de realidade 
física, enquanto sociedades são dotadas de realidade 
metafísica, abstrata; elas simplesmente existem. 
São consequências da personificação societária: 
1. Nome próprio; 
2. Nacionalidade própria; 
3. Domicílio próprio; 
4. Capacidade própria; 
5. Existência distinta; 
6. Autonomia patrimonial. 
O nome empresarial pode se dividir em: I - Firma ou razão 
social (baseado no nome dos sócios); II - Denominação 
(nome abstrato). 
Quanto à nacionalidade, não interessa de onde vem o 
dinheiro para constituir a sociedade, nem a nacionalidade 
dos sócios, e nem para onde vai o dinheiro do resultado da 
atividade, pois a sociedade possui nacionalidade própria. 
A relevância da nacionalidade da sociedade se destaca 
em duas razões: 
1. A necessidade de autorização do Poder Executivo 
Federal para funcionar. Regra geral brasileiro não 
precisa de autorização, com excessão de mercado 
regulado (companhia aérea precisa da autorização da 
ANAC). Sociedade estrangeira sempre irá precisar de 
autorização. 
2. Uma sociedade nacional poderá constituir uma 
subsidiária integral na forma da Lei de S/A (tem como 
único acionista uma pessoa jurídica nacional). A 
sociedade estrangeira não pode. 
A sociedade será considerada nacional desde que esteja 
constituída conforme a lei brasileira, e a sua sede definida 
em um local no território nacional. 
Enquanto a consequência da existência distinta diz sobre a 
diferença de personalidade entre a sociedade e o sócio, a 
autonomia patrimonial diz sobre a diferença de 
patrimônio entre a sociedade e o sócio. 
> Quanto ao Ato Constitutivo
Há as sociedades que se constituem mediante contrato 
social, e as que se constituem mediante o estatuto social. 
Porém, em regra, serão contratuais. 
Apenas 3 sociedades são estatutárias: a sociedade 
anônima, a sociedade em comandita por ações, e a 
sociedade cooperativa. 
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Auditoria Fiscal Isadora Dutra Rebelo
Em forma de excessão, há uma sociedade estatuária cujos 
sócios têm responsabilidade solidária: a sociedade 
cooperativa. 
Rege no Direito Empresarial a Teoria Contratualista, com 
seis principais características: 
1. Possibilidade de mais de 2 partes; 
2. Direitos e obrigações para todas as partes; 
3. Finalidade comum; 
4. Função instrumental (somente o contrato plurilateral 
tem, em que o contrato plurilateral não se exaure após 
a sua execução ou o seu cumprimento); 
5. Subsistência do contrato diante de vícios; 
6. Inaplicabilidade da exceção do contrato não cumprido 
(somente para os contratos bilaterais, em que uma 
das partes só poderá exigir a prestação da outra 
depois que cumprir a sua própria obrigação. 
> Quanto à Divisão do Capital Social
O capital social pode ser dividido ora em quotas, ora em 
ações. A exceção é a divisão em ações, que dos nove tipos 
de sociedade, apenas a sociedade anônima e a sociedade 
em comandita por ações dividem o capital social em 
ações. 
Assim, nunca ocorrerá de uma sociedade limitada ou uma 
cooperativa constituídas com capital social dividido em 
ações, ou uma S/A com capital social dividido em quotas. 
Essa divisão é um fator determinante do tipo societário; 
alterou isso, altera-se o tipo e modifica-se a sociedade. 
Há 3 semelhanças entre uma quota e uma ação: 
1. Asseguram ao titular o status, a posição, o direito e a 
função de sócio; 
2. Representam o modo de divisão do capital; 
3. Característica da unidade (quotas e ações não se 
misturam). 
Há também 3 diferenças entre quota e ação: 
> Quanto à Responsabilidade Patrimonial dos Sócios
Diz respeito à ideia de autonomia patrimonial, em que a 
pessoa jurídica tem um patrimônio próprio, autônomo, 
distinto e que não pode ser confundido com o patrimônio 
de seus sócios. Assim, sendo credor da sociedade, deve-se 
cobrar a pessoa jurídica e se esquecer, pelo menos 
inicialmente, que existe sócio. 
A autonomia patrimonial, a depender do perfil de 
responsabilidade dos sócios, pode ser classificada em 
absoluta ou relativa. 
I - Autonomia patrimonial absoluta, total ou perfeita 
Nessa hipótese, o patrimônio do sócio e da sociedade 
estão completamente separados um do outro, não existe 
ligação jurídica entre o patrimônio da sociedade e o do 
sócio. 
Significa que o sócio tem responsabilidade limitada, indo 
até o limite da obrigação social assumida, e desde que 
cumpra as suas obrigações sociais, os bens pessoais estão 
protegidos em razão da autonomia patrimonial ser total. 
II - Autonomia patrimonial relativa, parcial ou imperfeita 
Significa que não se pode confundir a sociedade com os 
seus sócios, porém, haverá ligação jurídica entre os 
respectivos patrimônios. 
Sociedade 
contratual
Sociedade 
estatutária
Vínculo jurídico Sócio-sócio e 
sócio-sociedade
Sócio-sociedade
Sociedade entre 
cônjuges
Restrição 
art. 977
Não há restrição
Responsabilidade 
solidária 
Há entre os sócios Não há entre os 
sócios
Conselho fiscal Constituição 
facultativa
Constituição 
obrigatória
Deliberações 
sociais
Reunião ou 
assembleia
Assembleia
Quotas Ações
Negociação no 
mercado de bolsa
Nunca Podem
Cessão da participação 
societária
Depende de 
aditivo
Independe de 
aditivo
Característica da 
indivisibilidade
Divisíveis, em 
regra
Indivisíveis, sempre
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Auditoria Fiscal Isadora Dutra Rebelo
Assim, haverá hipóteses em que será possível alcançar o 
patrimônio dos sócios quando, por exemplo, cobrando-se 
a sociedade, é constatado patrimônio insuficiente para 
saldar os débitos. Para isso ocorrer, o art. 1024 do CC 
estabelece que deve ocorrer a execução integral do 
patrimônio da sociedade, independentemente de 
desconsideração da personalidade jurídica. 
Padrões de responsabilidade
1. Responsabilidade limitada; 
2. Responsabilidade subsidiária, solidária e ilimitada; 
3. Responsabilidade subsidiária, porém, limitada. 
Diante da relação jurídica sócio-sócio, a responsabilidade 
poderá ser limitada ou subsidiária, porém, na relação 
jurídica sócio-sociedade, a responsabilidade poderá ser 
inexistente, com responsabilidade limitada; solidária e 
ilimitada; ou subsidiária e limitada. 
Responsabilidade subsidiária 
Oriunda da relação jurídica sócio-sociedade. Sendo credor 
da sociedade, a autonomia patrimonial determina a 
cobrança da própria sociedade. Porém, se o sócio tem 
autonomia relativa e a sociedade não tem mais 
patrimônio, será oportuna a cobrança em cima do 
patrimônio dos sócios. 
Cobra-se primeiro a sociedade e, se sobrar dívida, pode-
se alcançar o patrimônio do sócio, independentemente de 
desconsideração. 
Responsabilidade solidária 
Oriunda da relação jurídica sócio-sócio. Sendo solidária, é 
possível alcançar o patrimônio pessoal dos sócios, 
independentemente de desconsideração, o débito será 
cobrado de um, de alguns, ou de todos os sócios. 
Responsabilidade ilimitada 
É viável alcançar o patrimônio de um, de alguns, ou de 
todos os sócios, sendo executadas independentemente do 
valor de sua participação societária. 
Classificação dos tipos societários
É possível classif icar as sociedades quando à 
responsabilidade patrimonial dos sócios em 3 espécies: 
1. Sociedades limitadas; 
2. Sociedades ilimitadas;3. Sociedades mistas. 
Sociedades limitadas 
São aquelas em que todos os seus sócios têm autonomia 
patrimonial absoluta, é o caso da sociedade limitada, da 
sociedade anônima e da sociedade em comandita por 
ações. 
Sociedades ilimitadas 
São as cujos sócios assumem autonomia patrimonial 
relativa, como a sociedade em comum, a sociedade em 
nome coletivo, a sociedade cooperativa e a sociedade 
simples. 
Sociedades mistas 
São aquelas em que há duas categorias de sócios distintas 
- uma delas com autonomia patrimonial absoluta, e a 
outra relativa. É o caso da sociedade em conta de 
participação e da sociedade em comandita simples. 
> Quanto ao Vínculo Societário
Quanto ao vínculo societário, as sociedades podem ser 
classificadas em: 
1. Sociedades de vínculo instável; 
2. Sociedades de vínculo estável. 
Vínculo instável 
O sócio tem o direito de vir a quebrar o vínculo societário 
sem ter que apresentar motivação, e, mesmo que 
apresente, tal motivação não precisa ter amparo legal. O 
direito que o sócio tem de pedir para sair é denominado 
direito de recesso. 
Vínculo estável 
Para o sócio poder quebrar o vínculo societário, será 
necessária motivação com amparo legal. O direito do 
sócio de pedir para sair é chamado de direito de retirada. 
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Auditoria Fiscal Isadora Dutra Rebelo
Tal distinção é oriunda do prazo de vigência da sociedade: 
o prazo indeterminado atrai a instabilidade do vínculo, 
enquanto o prazo determinado atrai a estabilidade. Com 
excessão da sociedade anônima (será sempre estável) e a 
sociedade limitada (perfil híbrido: a depender do caso 
concreto, ora os sócios se utilizam do direito de recesso, 
ora do direito de retirada). 
> Quanto à Forma do Capital Social
Não se confunde com a classificação quanto à divisão do 
capital social (quotas ou ações), mas sim quanto à 
preocupação de evidenciar: se o valor do capital social 
pode ser modificado, se há alguma condição legal para a 
modificação e qual seria esta condição. 
Assim, é possível classificar as sociedades em: de capital 
fixo; de capital variável. 
Para as sociedades de capital fixo, para ocorrer a 
mod i f i cação do cap i ta l soc ia l , deverá haver 
necessariamente alteração do ato constitutivo da 
sociedade através de um aditivo ao contrato ou ao 
estatuto social. 
Já para as sociedades com capital variável, haverá 
modificação sem a necessidade de se alterar o ato 
constitutivo, ou seja, sem aditivo. 
Há apenas duas espécies de sociedade com capital 
variável: 1. sociedade cooperativa, em que o capital social 
também é dispensável; 2. sociedade anônima de capital 
autorizado, em que o capital é variável no limite em que 
haja feita a autorização para seu aumento. 
 Regência Supletiva 
A sociedade simples representa regra subsidiária no que 
diz respeito ao sistema de direito societário. Assim, tem-se 
a seguinte ordem de observação: Ato Constitutivo, Tipo 
Legal (normas legais do tipo societário escolhido) e 
Sociedade Simples. 
Na sociedade em comandita simples, a regência supletiva 
é feita pelas normas da sociedade em nome coletivo, que 
rege-se supletivamente pelas normas da sociedade 
simples. Sendo assim: Contrato Social, Tipo Legal, Nome 
Coletivo e Sociedade Simples. 
Na sociedade limitada, é o único caso em que é possível os 
sócios alterarem a regência supletiva. Assim, nas omissões 
do Código Civil, a sociedade limitada se regerá pelas 
normas da sociedade simples, porém, o contrato social 
poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada 
pelas normas da sociedade anônima. 
Na sociedade em comandita por ações, a regência 
supletiva é feita pelas normas da sociedade anônima. 
A sociedade anônima não tem regência supletiva, trata-se 
do único tipo societário completo. 
 Sociedade em Comum 
A Sociedade em comum é a sociedade sem personalidade 
jurídica, porque é despersonificada. É constituída mediante 
contrato social, cujo capital social é dividido em quotas e a 
responsabilidade de todos os sócios é subsidiária, solidária 
e ilimitada. 
O que se chamada de sociedade de fato e irregular, agora 
passou a denominar-se sociedade em comum, é aquela 
sociedade que está em fase de organização. Sociedade de 
fato era sociedade sem contrato escrito, ou nulo. 
Sociedade irregular era aquela que tinha contrato escrito e 
válido, mas ainda não havia sido registrado. 
 Sociedade em Conta de Participação 
É uma sociedade sem personalidade jurídica, constituída 
mediante contrato social, cujo capital social é dividido em 
quotas. Nela há duas espécies de sócios: sócio ostensivo e 
sócio participante, ou sócio oculto. 
Sócio ostensivo tem responsabilidade subsidiária, solidária 
e ilimitada, enquanto o sócio oculto não responde perante 
terceiros, mas sim perante o ostensivo, nos termos do 
contrato. 
Trata-se de uma sociedade que independe de 
formalidade e que o registro não lhe atribuirá 
personalidade jurídica. 
 Sociedade Simples 
É aquela com personalidade jurídica, constituída mediante 
contrato social, cujo capital social é dividido em quotas. A 
responsabilidade dos sócios irá variar no caso concreto: 
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Auditoria Fiscal Isadora Dutra Rebelo
- Sociedade simples ‘’pura'': quando for constituída 
segundo as regras do tipo. Quando a sociedade simples 
é montada de acordo com o tipo legal dela. 
- Sociedade simples ‘’impura’': a lei admite a possibilidade 
de ser constituída uma sociedade simples através das 
normas de outro tipo societário qualquer, exceto S/A, na 
medida em que se trata de sociedade empresária. 
 Sociedade em Nome Coletivo 
É uma sociedade personificada, constituída mediante 
contrato social, cujo capital social é dividido em quotas e a 
responsabilidade de todos os sócios é subsidiária, solidária 
e ilimitada. 
Há 3 diferenças entre sociedade comum e sociedade em 
nome coletivo: 
1. A sociedade em nome coletivo tem personalidade, a 
em comum não tem; 
2. Na sociedade em nome coletivo, o sócio é sempre 
pessoa física, na em comum tanto faz; 
3. Na sociedade em nome coletivo quem responde é 
somente a sociedade, na em comum o administrador 
responde solidariamente com a sociedade. 
 Sociedade em Comandita Simples 
É sociedade com personalidade jurídica, constituída 
mediante contrato social, cujo capital social é dividido em 
quotas. Há duas espécies de sócio: 
- Sócio comanditado ‘'coitado'' (necessariamente pessoa 
física): vai pagar o investimento dele, dos outros, e os 
déb i tos e pre ju í zos da soc iedade . Assume 
responsabilidade subsidiária, solidária e ilimitada; 
- Sócio comanditário ‘'que não é bobo nem otário’’: é 
obrigado a pagar somente o investimento dele. Se não 
pagar, a conta pode passar para o comanditado. 
Assume responsabilidade limitada. 
Há 4 diferenças entre sociedade em comandita simples e 
em conta de participação: 
1. A sociedade em comandita simples tem personalidade 
jurídica, a em conta de participação não; 
2. Na sociedade em comandita simples os sócios são 
nomeados por comanditado e comanditário, e na em 
conta de participação há o ostensivo e o oculto; 
3. Na sociedade em comandita simples, o comanditado 
só pode ser pessoa física, e na em conta de 
participação, o ostensivo pode ser pessoa física ou 
jurídica; 
4. O comanditário tem responsabilidade limitada 
perante terceiros, enquanto o oculto não tem, somente 
perante o ostensivo nos termos do contrato. 
 Sociedade em Comandita por Ações 
Sociedade com personalidade jurídica, constituída 
mediante estatuto social cujo capital é dividido em ações. 
Há duas figuras jurídicas: 
- Acionista: responsabilidade limitada ao preço de 
emissão das ações subscritas ou adquiridas (mesma 
regra das sociedades anônimas); 
- Acionista-diretor: responsabilidade subsidiáriae 
ilimitada. A responsabilidade ilimitada decorre do fato 
de o acionista ter assumido o poder gerencial. Se 
houver mais de um, a responsabilidade entre eles será 
solidária. 
Diferenças entre sociedade anônima e sociedade em 
comandita por ações: 
1. Na sociedade anônima, o diretor pode ser sócio ou 
não sócio, na comandita por ações, apenas sócio; 
2. Na sociedade anônima, o diretor não responde por 
obrigações da sociedade, e na em comandita por 
ações o diretor tem responsabilidade ilimitada; 
3. Na sociedade anônima, a assembleia tem autonomia 
para modificar o estatuto sem autorização e sem 
sequer consultar os diretores, seja para alterar o 
objeto, o valor ou prazo de duração do capital social, 
pode emitir valores mobiliários, como debêntures ou 
partes beneficiárias, enquanto que na sociedade em 
comandita por ações, a assembleia necessita da 
autorização dos diretores para fazer as modificações 
no estatuto citadas acima.
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	> Essenciais - Gerais e Específicos
	> Cláusulas atípicas em sociedades típicas
	> Fatores determinantes da tipicidade societária
	> Quanto à Personalidade Jurídica
	> Quanto ao Ato Constitutivo
	> Quanto à Divisão do Capital Social
	> Quanto à Responsabilidade Patrimonial dos Sócios
	Padrões de responsabilidade
	Classificação dos tipos societários
	> Quanto ao Vínculo Societário
	> Quanto à Forma do Capital Social

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