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Phylum Platyhelmintes

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7 Parasitologia I | Bárbara C. Rovaris | Prof. Anderson Barbosa de Moura 
 
 
Os vermes pertencentes ao filo Platyhelminthes são 
conhecidos como vermes planos, achatados ou 
chatos, devido a essa característica bastante 
marcante. Eles possuem simetria bilateral, ou seja, 
se cortados ao meio ficam com os dois lados iguais. 
Além disso, eles possuem um revestimento externo, 
chamado de tegumento. Seu corpo, como já citado, 
geralmente é achatado dorsoventralmente. E todos 
eles possuem ventosas, sendo que alguns ainda 
possuem acúleos ou ganchos. Isso promove a fixação 
desses vermes ao hospedeiro, promovendo um 
mecanismo de ação irritativo. 
Outra característica desse filo é a camada muscular 
bastante desenvolvida. Além disso, eles possuem o 
parênquima, ou seja, os espaços e os órgãos internos 
ficam obliterados, então não há espaços vazios ou 
buracos. Por isso, eles são chamados de 
acelomados, ou seja, sem cavidades. 
Os vermes chatos não possuem os aparelhos 
circulatório e nem respiratório. Dessa forma, o 
líquido presente neles leva os nutrientes e o oxigênio 
para as células, e, também, retira o CO2 e os produtos 
do catabolismo delas. 
O aparelho digestivo pode se apresentar de duas 
formas: ausente (Eucestoda, Cotyloda) ou incompleto 
(Trematoda). Dizemos que o tubo digestivo é 
incompleto quando ele possui: boca, faringe, esôfago, 
intestino, porém não possui ânus, ou seja, terminam 
em fundo de saco cego. 
O aparelho excretor possui células ciliadas ou em 
”flama”. Já o sistema nervoso é formado por um par 
de gânglios anteriores ou anel nervoso e nervos 
longitudinais. 
Em sua grande maioria são vermes monóicos, ou 
seja, são hermafroditas e possuem os dois aparelhos 
sexuais. Porém, há uma exceção: no caso do 
Schistosoma, ele é dióico e possui os sexos 
separados. Geralmente, acontece a auto fecundação, 
porém existem divergências entre autores quanto a 
e 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A principal característica da classe Trematoda é o 
seu formato de folha. Esses vermes não possuem 
segmentação e têm o tubo digestivo incompleto. 
Eles têm ventosas, e um ou outro pode apresentar 
acúleos. Além disso, em sua grande maioria eles são 
monóicos, porém há uma espécie que é dióica. Eles, 
Phylum Platyhelminthes 
separados. Geralmente, acontece a auto fecundação, 
porém existem divergências entre autores quanto a 
essa característica. 
 
Existem quatro classes de Platyhelminthes, sendo 
elas: Turbellaria, Trematoda, Cotyloda e Eucestoda. A 
classe Turbellaria, não tem grande importância para 
a parasitologia veterinária, por ser um verme de vida 
livre e não causar patogenias nos animais. 
Já as classes Trematoda, Cotyloda e Eucestoda são 
de muita importância para a parasitologia. Alguns 
autores, ainda, juntam as duas últimas classes em 
uma só, chamada de Cestoda. Ela é subdividida em 
Pseudophylida (Cotyloda) e em Ciclophylida 
(Eucestoda). 
 
8 Parasitologia I | 2021.1 
também, podem ser monóxenos ou heteróxenos, 
sendo que a maioria deles são heteróxenos. 
São descritas na literatura três subclasses da classe 
Trematoda, sendo elas: 
 são ectoparasitas de vertebrados 
aquáticos, como peixes, anfíbios e répteis. 
 são ectoparasitas e 
endoparasitas de peixes, tartarugas, 
moluscos e crustáceos. 
 são os parasitas mais estudados. 
Os vermes dessa subclasse apresentam um 
tegumento formado por células sinciciais, com 
vários núcleos. Além disso, tem no tegumento 
espinhos, glândulas e orifícios. Esse tegumento é 
bastante resistente ao suco gástrico (tripsina e 
pepsina). E está associado a respiração e a absorção 
de nutrientes. 
A musculatura se encontra logo abaixo do 
tegumento. Ela apresenta fibras que se intercruzam 
longitudinalmente e transversalmente. E conecta a 
região dorsal com a ventral do verme. 
Já o parênquima é uma malha reticular ou alveolar 
que envolve os órgãos, ocupando totalmente os 
espaços. Ele contém nutrientes e o metabolismo do 
verme. Além disso, tem a função de proteção, 
sustentação e serve de reserva de glicogênio. 
A sua fixação é feita através de ventosas 
musculares, normalmente são encontradas duas em 
cada verme: uma anterior (oral ou bucal) e uma 
posterior (ventral ou acetábulo). Essa segunda, pode 
não estar presente ou ser rudimentar. E alguns 
deles, podem apresentar espinhos no tegumento. 
O sistema digestivo é composto por uma abertura 
oral (ventosa anterior), pela faringe, bastante 
musculosa, pelo esôfago curto que se divide em dois 
ramos intestinais paralelos aos bordos laterais até o 
posterior, terminando em tubos cegos. Eles também 
possuem glândulas salivares que se abrem na luz da 
faringe ou do esôfago. A alimentação deles pode ser 
pela ingestão dos alimentos ou, ainda, por osmose 
em alguns casos. 
Esses vermes são hermafroditas. Sendo assim, a 
abertura genital externa é comum aos dois órgãos 
reprodutores. 
 formada por 2 testículos, mas 
pode ser apenas 1, 2 vasos eferentes, 1 ducto 
espermático, glandulas prostáticas e 
vesícula seminal e ppelo curro ou pênis. 
 formada por 1 ovário (esférico, 
lobado ou ramificado), 1 oviduto, que 
apresneta o oótipo, o receptáculo seminal 
(reservatório de espermatozoides), 
glândulas de Mehlis, vitelínicas ou 
vitelogênicas, e pelo canal de Laurer. 
 
A autofertilização é a mais comum, porém a 
fertilização cruzada também pode acontecer através 
do cirro de um parasita no canal de Laurer de outro, 
ou no metratermo ou, ainda, através da união das 
aberturas genitais. 
E dentro da subclasse Digenea, nós podemos 
encontrar quatro famílias: Fasciolidae, 
Paramphistomatidae, Dicrocoeliidae e 
Schistosomatidae. 
 
9 Parasitologia I | Bárbara C. Rovaris | Prof. Anderson Barbosa de Moura 
Cada qual com seus gêneros e espécies específicos. 
A Fasciola hepatica, também é conhecida 
popularmente como “baratinha do fígado” ou 
“saguipé”. Ela é responsável por causar a fasciolose 
hepática ou distomatose hepática. 
Esse verme é monóico e heteróxeno, de formato 
similar ao de uma barata e de coloração marrom. Ele 
parasita canais biliar e a vesícula biliar quando se 
encontra na forma adulta. Porém, pode ser 
encontrado na cavidade abdominal ou no 
parênquima hepática na forma imatura. Além disso, 
no caso de hiperparasitoses, ele pode ser 
encontrado no intestino delgado. 
Como é um verme heteróxeno possui hospedeiros 
definitivos e intermediários. Ele pode parasitar 
diversas espécies de animais, sendo assim, podem 
ser seus hospedeiros definitivos: ruminantes (mais 
acometidos, principalmente os pequenos 
ruminantes), equinos, suínos, coelhos, gatos, cães e 
seres humanos. Já seu hospedeiro intermediário são 
caramujos aquáticos do gênero Lymnacea, 
Eles têm o corpo foliáceo, o tegumento com 
espinhos, e a extremidade anterior é prolongada, 
formando o cone cefálico. Além disso, a região 
anterior é mais larga que a posterior. Possuem a 
faringe bem desenvolvida e o ovário, testículos e 
 
10 Parasitologia I | 2021.1 
cecos intestinais são ramificados. O ovário, no caso 
deles, fica situado a frente dos testículos. E possuem 
o poro excretor terminal. 
O verme adulto se encontra nos ductos biliares do 
hospedeiro definitivo. Com a fecundação são 
produzidos os ovos que, através dos ductos 
colédocos, chegam aos intestinos e saem das fezes 
do hospedeiro. 
Em ambiente aquoso, ocorre a liberação do 
miracídio, o embrião ciliado. Esse miracídio, então, é 
atraído quimicamente pelo caramujo aquático, seu 
hospedeiro intermediário. O miracídio penetra no 
caramujo por seus tecidos moles e se instala nele. 
Ao entrar no caramujo, o miracídio perde seus cílios 
e vira um esporocisto. 
O esporocisto é um saco germinativo, onde ocorre o 
desenvolvimento das rédias. Nas rédias, acontece o 
desenvolvimento das cercárias. 
As cercárias, então, saem do caramujo e colonizamo ambiente, nadando na água. Quando ela atinge a 
vegetação, a cercária perde a sua cauda e passa a 
secretar uma substância mucosa, dando origem as 
metacercárias. Essa substância mucosa é 
importante, pois permite que as metacercárias 
sobrevivam ao suco gástrico. Dessa forma, se o 
hospedeiro definitivo ingere as cercárias, elas 
morrem devido a ação do suco gástrico. 
As metacercárias são ingeridas pelo hospedeiro 
definitivo e vão para o trato digestivo dele. Lá, elas 
liberam as Fasciolas jovens que, por sua vez, 
atravessam a parede do trato digestório até chegar 
à cavidade abdominal. De lá, elas se encaminham 
para o fígado e em seguida, seguem pelos ductos 
biliares até a vesícula biliar, onde desenvolve a sua 
forma adulta. 
O período pré-patente da Fasciola hepatica varia de 
10 a 12 semanas. É importante ressaltar que um ovo 
desse verme gera um miracídio que gera um 1 
esporocisto que gera de 5 a 8 rédias que geram até 
600 cercárias. Sendo assim, um ovo pode gerar no 
mínimo 3000 cercárias. 
 
O Paramphistomuum cervi possui uma 
característica bem específica em relação ao seu 
corpo. Mesmo fazendo parte dos Trematodas, os 
vermes da família Paramphistomatidae possuem o 
corpo cônico, não achatado como os outros. O corpo 
deles é convexo dorsalmente e côncavo 
ventralmente, lembrando um grão de feijão. 
Além disso, o nome deles significa algo similar a 
“buracos paralelos”, e isso se deve ao fato de que 
eles possuem as ventosas ventral e oral paralelas. 
Sendo assim, a ventosa ventral está localizada no 
extremo posterior do corpo, sendo mais potente que 
a oral. 
 
No caso deles, o intestino não é ramificado e seus 
testículos ficam na frente do ovário, diferentemente 
da Fasciola. Possuem as glândulas vitelogênicas 
desenvolvidas e o poro genital fica na linha média, 
no terço anterior do corpo. 
 
período ou prazo entre o 
animal se infectar com o parasito e apresentar 
o diagnóstico parasitológico positivo. 
 
11 Parasitologia I | Bárbara C. Rovaris | Prof. Anderson Barbosa de Moura 
Falando especificamente do Paramphistomum cervi, 
ele possui o corpo mais afilado e cônico, e possui 
coloração avermelhada em amostras recém 
coletadas. 
Eles parasitam apenas ruminantes, sendo que a sua 
forma imatura, ou seja, a forma patogênica, parasita 
o duodeno de seus hospedeiros definitivos. Já a sua 
forma adulta e não patogênica, pode ser encontrada 
no rúmen, no retículo, no abomaso, no omaso, 
raramente no esôfago e nas vias biliares. Sendo 
assim, quando adulto ele retorna do intestino para o 
estômago do animal. Eles não são hematófagos, 
porém com a sua fixação irritativa pela ventosa 
ventral, ocorre a liberação de sangue e eles ingerem. 
Por ser um parasita heteróxeno, possui hospedeiros 
intermediários também. Nesse caso, são moluscos 
aquáticos de diferentes espécies (Biomphalaria, 
Glyptanisus, Bulinus, Lymnaea e outros). 
Seu ciclo biológico é bastante semelhante ao da 
Fasciola hepatica, porém essa é mais frequente, 
comum e patogênica. 
Sendo assim, grande parte dos vermes adultos serão 
encontrados no rúmen. Eles colocaram ovos que 
sairão nas fezes do animal. Esses ovos, então, 
precisam chegar no meio aquático para evoluir e 
formar o miracídio. O miracídio sai do ovo e penetra 
ativamente nos caramujos aquáticos. 
No caramujo, ocorre a formação de um esporocisto, 
que desenvolvem as rédias, que, por sua vez, 
originam as cercárias. 
 
12 Parasitologia I | 2021.1 
As cercárias, então, são liberadas no ambiente e 
nele, elas perdem a cauda e secretam uma 
substância mucosa, dando origem a metacercária, 
forma infectante do verme. Ela possui duas 
membranas ao redor de seu corpo, diferente da 
Fasciola. 
Então, a metacercária é ingerida pelo hospedeiro 
definitivo. No duodeno do animal, as membranas da 
metacercária se rompem e são liberados os vermes 
jovens que depois migram para os estômagos do 
hospedeiro, se transformando em sua forma adulta. 
Esses vermes sobrevivem por aproximadamente 3 
meses apenas. 
O período pré-patente do Paramphistomum cervi é 
de 2 a 3 meses. Nesse caso, um ovo do verme dará 
origem a 240 metacercárias, um número bem menor 
que no caso da Fasciola hepatica. 
São trematódeos bem pequenos e com o corpo 
translúcido, o que permite a visualização de suas 
estruturas a olho nu. 
 
Seu tegumento não possui espinhos, suas ventosas 
ficam na região anterior do corpo. Os testículos 
ficam no meio do corpo, na frente do ovário. Seus 
cecos intestinais não têm ramificações. O poro 
genital está situado na frente da ventosa ventral. As 
glândulas vitelárias estão localizadas lateralmente 
e o útero é circunvalado e situado na porção 
posterior. E diferentemente dos trematódeos 
apresentados anteriormente, eles possuem os ovos 
embrionados, ou seja, já com o miracídio. Dessa 
forma, o ovo não precisa entrar em contato com a 
água. 
O Eurytrema pancreaticum parasita apenas 
ruminantes. Ele possui ventosas grandes, sendo que 
a oral é maior que a ventral. Eles parasitam os 
canais pancreáticos, menos frequentemente o 
dudodeno e os canais biliares dos hospedeiros, 
quando há muitos parasitos no animal. 
Eles são heteróxenos, e possuem dois hospedeiros 
intermediários. Os primeiros são caramujos 
terrestres dos gêneros Bradybaena e Cathaica. Os 
segundos hospedeiros intermediários são 
gafanhotos do gênero Conocephalus. 
Os ovos embrionados são liberados nas fezes do 
hospedeiro definitivo. O caramujo terrestre ingere as 
fezes e, consequentemente, os ovos do verme. 
Depois de cerca de 4 semanas, os ovos eclodem no 
trato digestório do caramujo e ocorre a formação do 
esporocisto de 1ª geração. 
O esporocisto de 1ª geração, por sua vez, dá origem 
aos esporocistos de 2ª geração. Esses processos 
levam cerca de 5 meses para acontecerem dentro do 
caramujo. O esporocisto de 2ª geração gera as 
cercárias, que são eliminadas dentro do esporocisto 
na mucilagem do caramujo. 
O gafanhoto, então, ingere os esporocistos que vão 
para a hemocele do hospedeiro intermediário. Lá, o 
esporocisto se rompe e após 14 dias, são formadas 
as metacercárias. 
Indiretamente, os ruminantes ingerem o gafanhoto 
contaminado com as metacercárias que, por sua vez, 
vão para o trato digestório dos animais. Lá, eles 
liberam o Eurytrema jovem que se desloca até os 
canais pancreáticos, onde desenvolve a sua forma 
adulta. 
Dessa forma, o ciclo total leva no mínimo 7 meses 
para ser concluído. E o período pré-patente é de 80 
a 100 dias, cerca de 3 meses. É importante ressaltar 
 
13 Parasitologia I | Bárbara C. Rovaris | Prof. Anderson Barbosa de Moura 
que no ciclo do E. pancreaticum não há geração de 
rédias. 
O Platynosomum fastosum é igual ao Eurytrema, 
porém ele parasita o ducto biliar e a vesícula biliar 
de felinos. 
Também é um verme heteróxeno, e possui três 
hospedeiros intermediários. O primeiro é um 
caramujo aquático da espécie Subulima octona. O 
segundo é um crustáceo, também conhecidos como 
tatuzinhos de jardim. E o terceiro pode ser uma 
lagartixa, batráquios, aves ou baratas, porém os 
mais comuns são lagartixas. 
 
O verme adulto se encontra na vesícula biliar do 
hospedeiro definitivo. Seus ovos são liberados nas 
fezes do felídeo. O caramujo, então, ingere as fezes. 
Nele formam-se os esporocistos de 1ª geração e de 
2ª geração. 
Os esporocistos de 2ª geração dão origem as rédias, 
que desenvolvem as cercárias. A cercária penetra ou 
é ingerida pelo crustáceo. Nele ela vira a 
metacercária. 
Então, a lagartixa ingere o segundo hospedeiro 
intermediário parasitado com a metacercária. E, por 
fim, o hospedeiro definitivo preda o 3º hospedeiro 
intermediário, ingerindo a forma infectante do 
verme. 
 
14 Parasitologia I | 2021.1 
Então, as metacercárias darão origem a forma jovem 
do P. fastosum, que migra até os ductos biliares e 
depois, ascendeaté a vesícula biliar ou, menos 
frequentemente, até os ductos pancreáticos. 
Os vermes da família Schistosomatidae são 
parasitas de vasos sanguíneos e do trato digestivo. O 
Schistosoma mansoni parasita as veias 
mesentéricas do ser humano. Eles são vermes 
delgados e longos. 
São vermes heteróxenos, então possuem 
hospedeiros intermediários que são moluscos 
aquáticos do gênero Biomphalaria. E diferentemente 
dos outros trematódeos, eles são dióicos, ou seja, 
possuem os sexos separados. Então, as fêmeas 
ficam albergadas no canal ginecóforo do macho, 
onde ocorre a reprodução. O seu corpo é achatado 
dorsoventralmente, em forma de folha e seus ovos 
possuem um espinho bem característico. 
Os vermes adultos botam ovos nos vasos 
sanguíneos, então eles são empurrados até cair na 
luz intestinal. Dessa forma, eles saem nas fezes dos 
humanos. 
Então, obrigatoriamente, esse ovo precisa chegar na 
água. Embora, os ovos sejam embrionados, os 
hospedeiros intermediários se encontram apenas na 
água. Em condições adequadas, os ovos liberam o 
miracídio ciliado que vai ser atraído por substâncias 
químicas pelo molusco. 
 
15 Parasitologia I | Bárbara C. Rovaris | Prof. Anderson Barbosa de Moura 
O miracídio penetra nos tecidos do caramujo e lá 
origina os esporocistos. Os esporocistos de 
sucessivas gerações liberam as rédias que, ainda em 
meio aquático, liberam as cercárias. 
As cercárias possuem a cauda bifurcada. Nesse 
caso, as cercárias nadam e penetram na pele íntegra 
no hospedeiro definitivo. Quando ocorre a 
penetração, as cercárias perdem a cauda e se 
transformam em esquistossômulos na corrente 
sanguínea. Os esquistossômulos migram pela 
corrente sanguínea até chegar pelo sistema porta no 
fígado. Lá, ele desenvolve a sua forma adulta macho 
e fêmea. Assim, forma-se um casal, com o macho 
albergando a fêmea no seu canal ginecóforo. Em 
seguida, o casal desce pelos vasos sanguíneos até a 
região das veias mesentéricas, onde eles ficam 
depositados. Então, eles depositam os ovos que 
saíram nas fezes, refazendo o ciclo biológico. 
Alguns autores juntam as classes Eucestoda e 
Cotyloda em apenas uma, denominada Cestoda, com 
outras duas subdivisões: Ciclophylida (Eucestoda) e 
Pseudophylida (Cotyloda). Porém, na literatura 
também pode ser encontrada a denominação 
separada em Eucestoda e Cotyloda. 
Essas duas classes possuem algumas 
características específicas. Sendo assim, eles 
possuem o corpo achatado e alongado, em formato 
de fita. Além disso, o corpo deles é segmentado, 
formado por proglotes ou anéis. Esses vermes 
podem medir de milímetros a metros, variando de 
espécie para espécie. O tegumento deles é liso e sem 
espinhos. São monóicos e sempre são heteróxenos. 
A sua forma adulta parasita principalmente o 
intestino delgado, sendo que a maior parte parasita 
o duodeno, de vertebrados. No caso dos Eucestodas, 
as larvas ficam no subcutâneo, nos músculos, fígado, 
pulmões e sistema nervoso central do hospedeiro 
intermediário vertebrados, sendo o caso das larvas 
macroscópicas da Taeniidae. Já no caso de todos os 
outros Eucestodas, as larvas são microscópicas e 
ficam na hemocele de hospedeiros intermediários 
invertebrados. 
O corpo desses vermes é separado em três partes: 
escólice, colo e estróbilo. O escólice ou escólex 
corresponde a cabeça. No caso de Eucestodas eles 
apresentam ventosas, com ou sem ganchos. Quando 
a ventosas apresenta ganchos, ela é chamada de 
armada, e quando não possui ganchos é denominada 
de inerme. Além disso, eles podem apresentar o 
rostelo ou rostro, que é uma protuberância entre as 
ventosas, também podendo ser armado ou inerme. 
Já os Cotylodas, apresentam bótrias ou botrídias, 
que são sulcos longitudinais. 
Em seguida, está o colo ou pescoço, que é uma região 
onde pode ou não ocorrer um estreitamento. Porém, 
á uma zona de germinação, ou seja, onde nascem as 
proglotes. 
E por fim, existe o estróbilo que é o corpo em si do 
verme, onde estão as proglotes ou anéis. Elas podem 
ser jovens ou imaturas, quando não apresentam 
aparelho sexual, maduras, quando já possuem os 
aparelhos sexuais femininos e masculinos, ou 
gravídicas, quando o útero está cheio de ovos. 
 
Esses germes sofrem um processo denominado de 
apólise em que ocorre a separação das proglotes 
gravídicas do resto do corpo do verme. 
Outra diferença entre os Cotylodas e os Eucestodas 
está no poro genital. No caso dos Eucestodas, ele fica 
na lateral das proglotes, enquanto nos Cotylodas ele 
está no meio ou no centro da proglote. 
 
16 Parasitologia I | 2021.1 
 
O tegumento deles é de natureza sincicial, elástico e 
bastante resistente. É um tegumento poroso, que 
permite a passagem de nutrientes, já que eles não 
possuem sistema digestório. Além disso apresenta 
microtriquias que são microvilosidades. Elas servem 
para aumentar a superfície de contato para ter uma 
maior absorção dos nutrientes. 
A musculatura fica abaixo do tegumento, sendo 
disposta de forma longitudinal e transversal. 
Esses vermes são acelomados, e seu corpo é 
constituído de parênquima conjuntivo, que armazena 
grande quantidade de glicogênio. 
Os sistemas digestivo, circulatório e respiratório 
estão ausentes. Porém, eles apresentam um sistema 
excretor que é fundamental para o equilíbrio hídrico. 
Ele é formado por células flama, que são 
receptadoras. Elas desembocam em canais 
coletores longitudinais que se comunicam com 
canais transversais. No escólice, eles se 
anastomosam. Quando ocorre a apólise, esses 
canais se fecham, para que não ocorra uma perda 
muito significativa de líquidos. 
 
O sistema reprodutor é formado pela parte feminina 
e masculina. Após a fecundação, ele começa a 
involuir, e o útero se expande, cheio de ovos dentro. 
A autofecundação pode ocorrer na mesma proglote 
ou em proglotes diferentes do mesmo indivíduo. 
Além disso, uma característica dessas classes é a 
protandria, ou seja, que a parte masculina fica 
madura antes da parte feminina. 
 
Os ovos, tanto de Eucestoda quanto de Cotyloda, 
possui o embrião hexacanto. Porém, as larvas 
formadas são diferentes. No caso dos Cotylodas, 
formam-se larvas procercoides e plerocercoides. E 
no caso dos Eucestodas, nos vertebrados, formam-
se larvas cisticerco, coenurus, hidáticas ou 
strobilocercus. E no caso de invertebrados, formam-
se larvas cistocercoides. 
 
Esses vermes possuem como hospedeiros definitivos 
 
17 Parasitologia I | Bárbara C. Rovaris | Prof. Anderson Barbosa de Moura 
seres humanos, cães, gatos e mamíferos selvagens, 
como os ursos. O escólice possui duas bótrias pouco 
desenvolvidas. E seus ovos possuem um opérculo, 
sendo eliminados pelo poro uterino. O estróbilo deles 
pode ser formado por 3000 a 4000 proglotes, com 
um par de órgãos reprodutores e um único poro 
genital. 
Eles possuem dois hospedeiros intermediários, o 
primeiro é um copépodo (microcrustáceo), do gênero 
Cyclops spp. e Diaptomus spp., e o segundo é um 
peixe. 
Os vermes adultos ficam no duodeno do hospedeiro 
definitivo, onde depositam seus ovos. Os ovos, então, 
são eliminados nas fezes do hospedeiro definitivo. 
Em seguida, esses ovos precisam entrar em contato 
com água, para desenvolver, em 10 ou 15 dias, o 
embrião hexacanto. Assim, ocorre o 
desenvolvimento do coracídio ciliado e com ganchos 
embrionários, que sai do ovo, ainda, na água. 
O coracídio, então, encontra um copépodo. Para isso, 
ele tem cerca de 12 horas, após esse tempo ele 
começa a morrer. Dentro do microcrustáceo, após 10 
dias, ele desenvolve a larva procercoide. Esses 
copépodos fazem parte, principalmente, do plâncton 
e são ingeridos por peixes. 
No segundo hospedeiro intermediário, após 3 meses, 
a larva procercoide passa a plerocercoide. Então, o 
hospedeiro definitivo, ao ingerir a carne crua do 
peixe, ingere as larvas plerocercoides. Nele, as 
larvas se dirigematé o intestino onde viram o verme 
adulto. Passados 35 a 40 dias, os vermes adultos 
começaram a depositar seus ovos, reiniciando o 
ciclo. 
 
18 Parasitologia I | 2021.1 
Sendo assim, o período pré-patente desse verme é 
de 35 a 40 dias. Para evitar infecções com eles, uma 
medida preventiva é o congelamento da carne, pois 
assim as larvas morrem. 
O Spirometra mansonoidees é um parasita do 
intestino delgado de cães e gatos, podendo parasitar 
carnívoros selvagens também. 
Seu ciclo de vida é bastante semelhante ao do verme 
anterior. Ele, também, possui dois hospedeiros 
intermediários, sendo o primeiro deles um 
microcrustáceo, e o segundo pode ser um anfíbio, um 
pássaro, um mamífero, incluindo cães, gatos e seres 
humanos. 
Sendo assim, o hospedeiro definitivo se infecta ao 
ingerir o segundo hospedeiro intermediário. Porém, 
caso cães e gatos ingiram o primeiro hospedeiro 
intermediário, com larvas procercoides, elas se 
desenvolvem até formar larvar pleorcercoides, que 
migram até a luz intestinal, originando a sua forma 
adulta. 
Por isso, alguns autores tratam anfíbios e pássaros 
como hospedeiros paratênicos, já que cães e gatos 
se infectam quando ingerem a larva procercoide. 
Esparganose é quando um ser humano alberga 
larvas plerocercoides de algum Cotyloda que não é 
parasita de humanos. Sendo assim, essas larvas no 
ser humano não evoluem para a sua forma adulta. 
 
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Esses vermes possuem o rostelo, normalmente, 
presente e com duas coroas de ganchos, em forma 
de foice, ou seja, armado. Sempre possuem quatro 
ventosas proeminentes e inermes, ou seja, sem 
ganchos. Possuem um par de órgãos reprodutores 
(um masculino e um feminino), em cada proglote, 
com uma abertura genital única na lateral. 
As proglotes são tão largas quanto longas, como um 
quadrado. Sendo que o poro genital pode ser de um 
único lado das proglotes, mas também pode ser 
alternada, ou seja, um na direita outro na esquerda. 
Além disso, podem ser irregularmente alternadas ou 
regularmente alternadas. Isso permite diferenciar 
as espécies de Taeniidaes. O verme adulto sempre 
está localizado no intestino delgado do seu 
hospedeiro adulto. 
Dentro da família encontramos duas famílias de 
Taenia bastante importantes: a Taenia solium e a 
Taenia saginata. 
Espécie Taenia solium Taenia saginata 
HD Humano Humano 
HI Suíno e Humano Bovino 
Larva Cisticerco Cisticerco 
Rostelo Armado Sem ou inerme 
Poros Regularmente Irregularmente 
 
T. solium T. saginata 
No hospedeiro definitivo, ocorre a produção das 
proglotes grávidas. Essas proglotes sofrem apólice e 
podem ser excretadas nas fezes. Ou elas podem 
depositar seus ovos, e os ovos saírem nas fezes no 
hospedeiro definitivo. 
O hospedeiro intermediário ingere os ovos ou as 
proglotes do hospedeiro definitivo. No intestino 
delgado e estômago, através da ação do suco 
gástrico, ocorre a liberação da oncosfera. O embrião 
hexacanto entra na circulação sanguínea ou 
linfática, até encontrar um tecido altamente 
vascularizado. 
Nesse tecido, ocorre o desenvolvimento da forma 
larval do verme, chamada de cisticerco, cenuro ou 
cisto hidático. No caso da família Taeniidae, se 
desenvolve a larva cisticerco, que possui um único 
protoscólex, ou seja, um projeto do que será o 
escoléx do verme. 
 
Então, o hospedeiro definitivo ao ingerir os tecidos 
do hospedeiro intermediário com a larva, é 
parasitado. Sendo assim, ocorre a liberação da larva 
no intestino delgado do hospedeiro definitivo. Com o 
desenvolvimento da forma adulta, ocorre a fixação 
dele pelo escólice no intestino. 
De uma forma geral, as proglotes são eliminadas de 
forma passiva, cerca de 5 a 6 por vez. No caso desse 
verme, o ser humano pode se infectar com a larva 
cisticerco, desenvolvendo a cisticercose. Além disso, 
ele pode desenvolver a teníase, quando alberga o 
verme adulto. 
Sendo assim, no caso da cisticercose, o ser humano 
pode atuar como hospedeiro intermediário. Então, o 
ser humano pode se infectar de três formas: por 
heteroinfecção (ingestão dos ovos a partir de fezes 
de outra pessoa), auto-infecção externa (ingestão 
dos ovos a partir das próprias fezes) e auto-infecção 
interna (através de movimentos anti-peristálticos, a 
larva retorna para o estômago). 
No caso desse verme, as proglotes são eliminadas de 
forma passiva ou ativa, individualmente. De forma 
 
20 Parasitologia I | 2021.1 
ativa, as proglotes conseguem sair sozinhas, 
causando um prurido anal. A destruição do cisticerco 
pode ser feita: através de refrigeração, por calor 
(60ºC, por 10 minutos, não pode estar vermelha por 
dentro), salgando a carne (25% de sal, por 21 dias). 
 
Dentro da família ainda podemos encontrar outras 
espécies importantes: T. hydatigena, T. psiformins e 
T. ovis. Ocorrem em carnívoros, principalmente em 
cães. 
 
21 Parasitologia I | Bárbara C. Rovaris | Prof. Anderson Barbosa de Moura 
Espécie T. solium T. saginata T. hydatigena T. psiformis T. ovis 
HD Humano Humano Cão 
Cão, raro em 
gato 
Cão 
HI 
Suíno e 
Humano 
Bovino Ovino Coelho e rato Ovino e caprino 
Larva Cisticerco Cisticerco Cisticerco Cisticerco Cisticerco 
Rostelo Armado Sem ou inerme Armado Armado Armado 
Poros Regularmente Irregularmente Irregularmente Irregularmente Irregularmente 
 
Dentro da família ainda existem os gêneros 
Hydatigera, Multiceps e Echinoccocus. 
A Hydatigera tem como hospedeiro definitivo o gato, 
e como hospedeiro intermediário o rato. Porém, 
diferente das espécies anteriores, a larva desse 
verme é chamada de estrobilocerco, ou seja, um 
cisticerco mais alongado. Possuem o rostelo 
armado, e os poros irregularmente alternados. 
Tem como hospedeiro definitivo o cão e alguns 
carnívoros silvestres. E seu hospedeiro 
intermediário são os ovinos, caprinos e humanos, 
sendo considerado uma zoonose, porém de pequena 
importância. 
Tem como forma larvar, o tipo cenuro, ou seja, uma 
vesícula que possui vários próescoléx. Afeta 
principalmente o cérebro de ovinos, causando uma 
doença denominada de torneio. Possui o rostelo 
armado e os poros genitais são irregularmente 
alternados. 
A larva fica localizada principalmente no sistema 
nervoso. Sendo que nos ovinos, ela apenas se 
desenvolve no sistema nervoso. Em caprinos, 
também se desenvolve no tecido muscular e 
subcutâneo. 
Tem como hospedeiro definitivo cães, e outros 
carnívoros, principalmente os canídeos. Possui 
vários hospedeiros intermediários, sendo os 
herbívoros, suínos, gatos, aves, cães e humanos. 
A larva é do tipo cisto hidático, que causa a 
hidatidose em seus hospedeiros intermediários. 
Possuem o rostelo armado e os poros genitais 
irregularmente alternados. 
Possui um estróbilo com 3 a 4 proglotes, liberando 
cerca de uma proglote por dia. O cisto hidático se 
desenvolve no fígado ou no pulmão do hospedeiro 
intermediário. Na membrana proliferativas do cisto 
hidático, há o desenvolvimento de várias vesículas 
proliferativas com numerosos escólices. 
 
No caso desses vermes, os hospedeiros 
intermediários sempre são invertebrados, podendo 
ser artrópodes (insetos ou ácaros), moluscos e, 
ainda, anelídeos. Além disso, existe apenas uma 
forma larvar, denominada de cisticercoide que é 
microscópica, sendo produzida na cavidade geral ou 
 
22 Parasitologia I | 2021.1 
na hemocele dos possíveis hospedeiros 
intermediários. Os ovos, geralmente, possuem o 
aparelho piriforme. 
São vermes achatados em forma de fita e segmentos 
(presença das proglotes). Eles possuem um escólice 
sem roste e inerme, apenas com 4 ventosas. Uma 
característica específica deles são as proglotes mais 
largas do que longas, com 1 ou 2 pares de aparelho 
reprodutor. 
Nesse gênero, encontramos duas espécies 
importantes, que tem como hospedeiro definitivoos 
equinos. 
Espécie A. perfoliata A. magna 
HD Equinos Equinos 
HI 
Ácaros de vida 
livre 
Ácaros de vida 
livre 
Localização 
Válvula íleo-
cecal. 
Intestino 
delgado. 
A A. Perfoliata pode causar intussuscepção (entrada 
do intestino para dentro dele mesmo). Isso acontece 
devido ao aumento dos movimentos peristálticos 
pela presença do verme no órgão. Isso pode 
provocar quadros de cólicas severas nos equinos. 
 
 
23 Parasitologia I | Bárbara C. Rovaris | Prof. Anderson Barbosa de Moura 
Em relação ao ciclo biológico, o equino infectado 
libera nas suas fezes, as proglotes do verme ou os 
ovos já liberados. O ácaro de vida livre se alimenta 
dessas fezes infectadas com os ovos. 
No ácaro, através da digestão o embrião hexacanto 
se encaminha para a hemocele do hospedeiro 
intermediário, dando origem a larva cisticercoide. 
De forma indireta, o equino ingere o ácaro com a 
larva cisticercoide. No trato digestório, a larva 
cisticercoide dá origem ao verme adulto, e se 
encaminha para o intestino delgado. 
Nesse gênero, encontramos o P. mamillana, que 
também parasita o intestino delgado de equinos. O 
ciclo biológico é idêntico ao apresentado acima. 
Nesse gênero, encontramos duas espécies que 
parasitam o intestino delgado de ruminantes. 
Espécie M. benedeni M. expansa 
HD Ruminantes Ruminantes 
HI 
Ácaros de vida 
livre 
Ácaros de vida 
livre 
Localização 
Intestino 
delgado 
Intestino 
delgado 
Glândulas 
interproglotinas 
Curta fileira e 
contínua 
 
Em toda a 
largura 
 
O ciclo biológico acontece pela liberação dos ovos 
infectados. Esses ovos são ingeridos pelos ácaros de 
vida livre, onde o embrião hexacanto dá origem a 
larva cisticercoide. 
De forma indireta, o hospedeiro definitivo ingere o 
ácaro infectado. Nele, a larva cisticercoide dá origem 
ao verme adulto, fechando o ciclo. 
Esse verme parasita o intestino delgado e, também, 
os ductos biliares e pancreáticos de ruminantes. Eles 
apresentam dois pares de órgãos reprodutores em 
cada proglote, e por isso, possuem dois poros 
genitais. 
Eles não apresentam glândulas interproglotidianas. 
Porém, as proglotes apresentam a borda superior 
franjadas. Seus ovos não têm aparelho piriforme, 
porém se apresentam em cápsulas ovígeras. 
 
Em relação ao seu ciclo biológico, ele não é muito 
conhecido. Porém, acredita-se que ele seja 
semelhante ao da Moniezia. 
Esses vermes possuem um rostro retrátil e armado, 
com numerosos ganchos em forma de martelo. Além 
disso, as ventosas, normalmente são armadas. 
Uma característica importante é que os ovos saem 
de forma individual em cápsulas ovígeras nas fezes 
de seus hospedeiros definitivos. Além disso, dentro 
do ovo está presente o embrião hexacanto. 
Possui dois gêneros importantes, sendo eles: 
Davainea e Raillietina. 
 
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Espécie Davainea proglotina Raillietina tetrágona Raillietina echinobothrida Raillietina cesticillus 
HD Galinha, pombos. Galinha, pombos. Galinha, peru. Galinha, peru. 
HI Moluscos (caracóis) 
Insetos (mosca 
doméstica, formigas) 
Formigas 
Coleopteos, baratas, 
moscar domésticas. 
Larva Cisticercóide Cisticercóide Cisticercóide Cisticercóide 
Rostelo Armado Armado Armado Armado 
Poros Regularmente Unilateral Unilateral Irregularmente 
Em relação ao ciclo biológico desses vermes, ele é 
muito semelhante. Sendo assim, o hospedeiro 
definitivo infectado libera nas suas fezes as 
proglotes do verme ou os ovos já liberados. O 
hospedeiro intermediário de vida livre se alimenta 
dessas fezes infectadas com os ovos. 
No hospedeiro intermediário, através da digestão, o 
embrião hexacanto se encaminha para a hemocele 
do hospedeiro intermediário, dando origem a larva 
cisticercoide. 
De forma indireta, o hospedeiro definitivo ingere o 
ácaro com a larva cisticercoide. No trato digestório, 
a larva cisticercoide dá origem ao verme adulto, e se 
encaminha para o intestino delgado. 
Esses vermes possuem um rostro retrátil, armado 
com ganhos em forma de espinho de rosa. Além 
disso, as ventosas podem ser armadas. 
Espécie A. cuneata C. infundibulum D. caninum 
HD Galinha Galinha Cão e gato. 
HI Minhocas 
Coleóperos, 
gafanhotos e 
moscas. 
Pulgas e 
falsos 
piolhos. 
São parasitas de cães, gatos e seres humanos. Então, 
se trata de uma zoonose. Como hospedeiro 
intermediário temos algumas pulgas e os piolhos 
falsos. Eles possuem um rostro armado. Além disso, 
possuem duas aberturas genitais, já que possuem 
dois pares de aparelhos genitais. 
Em relação ao ciclo biológico, os hospedeiros 
definitivos defecam, e as fezes deles se encontram 
infectadas com os ovos do verme. Como as proglotes 
desses vermes conseguem se locomover sozinhas, 
isso pode causar prurido na região anal dos animais. 
As pulgas ou piolhos ingerem as fezes com os ovos. 
Neles, os ovos liberam o embrião hexacanto, e assim, 
ele desenvolve as larvas cisticercóides. Então, o cão, 
o gato ou o ser humano ingerem a pulga ou o piolho 
infectado. Então, essas larvas no hospedeiro 
definitivo darão origem aos vermes adultos. 
As principais espécies de interesse veterinário são: 
Hymenolepis diminuta e Hymenolepis nana. No caso 
do Hymenolepis nana, ele se encontra no intestino 
delgado de seres humanos, ratos e camundongos. 
Sendo ele, o verme chato mais comum nos humanos, 
principalmente em crianças. 
No caso dos hospedeiros intermediários, 
encontramos os coleópteros das farinhas e as larvas 
de pulgas. Neles ocorre a formação das larvas 
cisticercóides. Esses vermes possuem um rostelo 
armado e o poro genital unilateral. 
Em relação ao ciclo biológico da Hymenolepis spp. 
ele é igual aos apresentados anteriormente. No caso 
 
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do Hymenolepis nana, nos roedores o ciclo é indireto, 
ou seja, como os vistos anteriormente. 
Porém no ser humano, o ciclo é direto. Nesse caso, 
ele atua como hospedeiro definitivo e como 
hospedeiro intermediário. Dessa forma, pode 
acontecer a auto-infecção interna ou externa ou, 
ainda, a heteroinfecção. Então, quando o ser humano 
ingere os ovos, ocorre a liberação dos ovos no trato 
digestório. Assim, o embrião hexacanto desenvolve a 
larva cisticercóide na própria parede intestinal. Essa 
larva dá origem ao verme adulto no intestino 
delgado. Sendo assim, não há a necessidade de um 
outro hospedeiro intermediário.

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