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7 Parasitologia I | Bárbara C. Rovaris | Prof. Anderson Barbosa de Moura Os vermes pertencentes ao filo Platyhelminthes são conhecidos como vermes planos, achatados ou chatos, devido a essa característica bastante marcante. Eles possuem simetria bilateral, ou seja, se cortados ao meio ficam com os dois lados iguais. Além disso, eles possuem um revestimento externo, chamado de tegumento. Seu corpo, como já citado, geralmente é achatado dorsoventralmente. E todos eles possuem ventosas, sendo que alguns ainda possuem acúleos ou ganchos. Isso promove a fixação desses vermes ao hospedeiro, promovendo um mecanismo de ação irritativo. Outra característica desse filo é a camada muscular bastante desenvolvida. Além disso, eles possuem o parênquima, ou seja, os espaços e os órgãos internos ficam obliterados, então não há espaços vazios ou buracos. Por isso, eles são chamados de acelomados, ou seja, sem cavidades. Os vermes chatos não possuem os aparelhos circulatório e nem respiratório. Dessa forma, o líquido presente neles leva os nutrientes e o oxigênio para as células, e, também, retira o CO2 e os produtos do catabolismo delas. O aparelho digestivo pode se apresentar de duas formas: ausente (Eucestoda, Cotyloda) ou incompleto (Trematoda). Dizemos que o tubo digestivo é incompleto quando ele possui: boca, faringe, esôfago, intestino, porém não possui ânus, ou seja, terminam em fundo de saco cego. O aparelho excretor possui células ciliadas ou em ”flama”. Já o sistema nervoso é formado por um par de gânglios anteriores ou anel nervoso e nervos longitudinais. Em sua grande maioria são vermes monóicos, ou seja, são hermafroditas e possuem os dois aparelhos sexuais. Porém, há uma exceção: no caso do Schistosoma, ele é dióico e possui os sexos separados. Geralmente, acontece a auto fecundação, porém existem divergências entre autores quanto a e A principal característica da classe Trematoda é o seu formato de folha. Esses vermes não possuem segmentação e têm o tubo digestivo incompleto. Eles têm ventosas, e um ou outro pode apresentar acúleos. Além disso, em sua grande maioria eles são monóicos, porém há uma espécie que é dióica. Eles, Phylum Platyhelminthes separados. Geralmente, acontece a auto fecundação, porém existem divergências entre autores quanto a essa característica. Existem quatro classes de Platyhelminthes, sendo elas: Turbellaria, Trematoda, Cotyloda e Eucestoda. A classe Turbellaria, não tem grande importância para a parasitologia veterinária, por ser um verme de vida livre e não causar patogenias nos animais. Já as classes Trematoda, Cotyloda e Eucestoda são de muita importância para a parasitologia. Alguns autores, ainda, juntam as duas últimas classes em uma só, chamada de Cestoda. Ela é subdividida em Pseudophylida (Cotyloda) e em Ciclophylida (Eucestoda). 8 Parasitologia I | 2021.1 também, podem ser monóxenos ou heteróxenos, sendo que a maioria deles são heteróxenos. São descritas na literatura três subclasses da classe Trematoda, sendo elas: são ectoparasitas de vertebrados aquáticos, como peixes, anfíbios e répteis. são ectoparasitas e endoparasitas de peixes, tartarugas, moluscos e crustáceos. são os parasitas mais estudados. Os vermes dessa subclasse apresentam um tegumento formado por células sinciciais, com vários núcleos. Além disso, tem no tegumento espinhos, glândulas e orifícios. Esse tegumento é bastante resistente ao suco gástrico (tripsina e pepsina). E está associado a respiração e a absorção de nutrientes. A musculatura se encontra logo abaixo do tegumento. Ela apresenta fibras que se intercruzam longitudinalmente e transversalmente. E conecta a região dorsal com a ventral do verme. Já o parênquima é uma malha reticular ou alveolar que envolve os órgãos, ocupando totalmente os espaços. Ele contém nutrientes e o metabolismo do verme. Além disso, tem a função de proteção, sustentação e serve de reserva de glicogênio. A sua fixação é feita através de ventosas musculares, normalmente são encontradas duas em cada verme: uma anterior (oral ou bucal) e uma posterior (ventral ou acetábulo). Essa segunda, pode não estar presente ou ser rudimentar. E alguns deles, podem apresentar espinhos no tegumento. O sistema digestivo é composto por uma abertura oral (ventosa anterior), pela faringe, bastante musculosa, pelo esôfago curto que se divide em dois ramos intestinais paralelos aos bordos laterais até o posterior, terminando em tubos cegos. Eles também possuem glândulas salivares que se abrem na luz da faringe ou do esôfago. A alimentação deles pode ser pela ingestão dos alimentos ou, ainda, por osmose em alguns casos. Esses vermes são hermafroditas. Sendo assim, a abertura genital externa é comum aos dois órgãos reprodutores. formada por 2 testículos, mas pode ser apenas 1, 2 vasos eferentes, 1 ducto espermático, glandulas prostáticas e vesícula seminal e ppelo curro ou pênis. formada por 1 ovário (esférico, lobado ou ramificado), 1 oviduto, que apresneta o oótipo, o receptáculo seminal (reservatório de espermatozoides), glândulas de Mehlis, vitelínicas ou vitelogênicas, e pelo canal de Laurer. A autofertilização é a mais comum, porém a fertilização cruzada também pode acontecer através do cirro de um parasita no canal de Laurer de outro, ou no metratermo ou, ainda, através da união das aberturas genitais. E dentro da subclasse Digenea, nós podemos encontrar quatro famílias: Fasciolidae, Paramphistomatidae, Dicrocoeliidae e Schistosomatidae. 9 Parasitologia I | Bárbara C. Rovaris | Prof. Anderson Barbosa de Moura Cada qual com seus gêneros e espécies específicos. A Fasciola hepatica, também é conhecida popularmente como “baratinha do fígado” ou “saguipé”. Ela é responsável por causar a fasciolose hepática ou distomatose hepática. Esse verme é monóico e heteróxeno, de formato similar ao de uma barata e de coloração marrom. Ele parasita canais biliar e a vesícula biliar quando se encontra na forma adulta. Porém, pode ser encontrado na cavidade abdominal ou no parênquima hepática na forma imatura. Além disso, no caso de hiperparasitoses, ele pode ser encontrado no intestino delgado. Como é um verme heteróxeno possui hospedeiros definitivos e intermediários. Ele pode parasitar diversas espécies de animais, sendo assim, podem ser seus hospedeiros definitivos: ruminantes (mais acometidos, principalmente os pequenos ruminantes), equinos, suínos, coelhos, gatos, cães e seres humanos. Já seu hospedeiro intermediário são caramujos aquáticos do gênero Lymnacea, Eles têm o corpo foliáceo, o tegumento com espinhos, e a extremidade anterior é prolongada, formando o cone cefálico. Além disso, a região anterior é mais larga que a posterior. Possuem a faringe bem desenvolvida e o ovário, testículos e 10 Parasitologia I | 2021.1 cecos intestinais são ramificados. O ovário, no caso deles, fica situado a frente dos testículos. E possuem o poro excretor terminal. O verme adulto se encontra nos ductos biliares do hospedeiro definitivo. Com a fecundação são produzidos os ovos que, através dos ductos colédocos, chegam aos intestinos e saem das fezes do hospedeiro. Em ambiente aquoso, ocorre a liberação do miracídio, o embrião ciliado. Esse miracídio, então, é atraído quimicamente pelo caramujo aquático, seu hospedeiro intermediário. O miracídio penetra no caramujo por seus tecidos moles e se instala nele. Ao entrar no caramujo, o miracídio perde seus cílios e vira um esporocisto. O esporocisto é um saco germinativo, onde ocorre o desenvolvimento das rédias. Nas rédias, acontece o desenvolvimento das cercárias. As cercárias, então, saem do caramujo e colonizamo ambiente, nadando na água. Quando ela atinge a vegetação, a cercária perde a sua cauda e passa a secretar uma substância mucosa, dando origem as metacercárias. Essa substância mucosa é importante, pois permite que as metacercárias sobrevivam ao suco gástrico. Dessa forma, se o hospedeiro definitivo ingere as cercárias, elas morrem devido a ação do suco gástrico. As metacercárias são ingeridas pelo hospedeiro definitivo e vão para o trato digestivo dele. Lá, elas liberam as Fasciolas jovens que, por sua vez, atravessam a parede do trato digestório até chegar à cavidade abdominal. De lá, elas se encaminham para o fígado e em seguida, seguem pelos ductos biliares até a vesícula biliar, onde desenvolve a sua forma adulta. O período pré-patente da Fasciola hepatica varia de 10 a 12 semanas. É importante ressaltar que um ovo desse verme gera um miracídio que gera um 1 esporocisto que gera de 5 a 8 rédias que geram até 600 cercárias. Sendo assim, um ovo pode gerar no mínimo 3000 cercárias. O Paramphistomuum cervi possui uma característica bem específica em relação ao seu corpo. Mesmo fazendo parte dos Trematodas, os vermes da família Paramphistomatidae possuem o corpo cônico, não achatado como os outros. O corpo deles é convexo dorsalmente e côncavo ventralmente, lembrando um grão de feijão. Além disso, o nome deles significa algo similar a “buracos paralelos”, e isso se deve ao fato de que eles possuem as ventosas ventral e oral paralelas. Sendo assim, a ventosa ventral está localizada no extremo posterior do corpo, sendo mais potente que a oral. No caso deles, o intestino não é ramificado e seus testículos ficam na frente do ovário, diferentemente da Fasciola. Possuem as glândulas vitelogênicas desenvolvidas e o poro genital fica na linha média, no terço anterior do corpo. período ou prazo entre o animal se infectar com o parasito e apresentar o diagnóstico parasitológico positivo. 11 Parasitologia I | Bárbara C. Rovaris | Prof. Anderson Barbosa de Moura Falando especificamente do Paramphistomum cervi, ele possui o corpo mais afilado e cônico, e possui coloração avermelhada em amostras recém coletadas. Eles parasitam apenas ruminantes, sendo que a sua forma imatura, ou seja, a forma patogênica, parasita o duodeno de seus hospedeiros definitivos. Já a sua forma adulta e não patogênica, pode ser encontrada no rúmen, no retículo, no abomaso, no omaso, raramente no esôfago e nas vias biliares. Sendo assim, quando adulto ele retorna do intestino para o estômago do animal. Eles não são hematófagos, porém com a sua fixação irritativa pela ventosa ventral, ocorre a liberação de sangue e eles ingerem. Por ser um parasita heteróxeno, possui hospedeiros intermediários também. Nesse caso, são moluscos aquáticos de diferentes espécies (Biomphalaria, Glyptanisus, Bulinus, Lymnaea e outros). Seu ciclo biológico é bastante semelhante ao da Fasciola hepatica, porém essa é mais frequente, comum e patogênica. Sendo assim, grande parte dos vermes adultos serão encontrados no rúmen. Eles colocaram ovos que sairão nas fezes do animal. Esses ovos, então, precisam chegar no meio aquático para evoluir e formar o miracídio. O miracídio sai do ovo e penetra ativamente nos caramujos aquáticos. No caramujo, ocorre a formação de um esporocisto, que desenvolvem as rédias, que, por sua vez, originam as cercárias. 12 Parasitologia I | 2021.1 As cercárias, então, são liberadas no ambiente e nele, elas perdem a cauda e secretam uma substância mucosa, dando origem a metacercária, forma infectante do verme. Ela possui duas membranas ao redor de seu corpo, diferente da Fasciola. Então, a metacercária é ingerida pelo hospedeiro definitivo. No duodeno do animal, as membranas da metacercária se rompem e são liberados os vermes jovens que depois migram para os estômagos do hospedeiro, se transformando em sua forma adulta. Esses vermes sobrevivem por aproximadamente 3 meses apenas. O período pré-patente do Paramphistomum cervi é de 2 a 3 meses. Nesse caso, um ovo do verme dará origem a 240 metacercárias, um número bem menor que no caso da Fasciola hepatica. São trematódeos bem pequenos e com o corpo translúcido, o que permite a visualização de suas estruturas a olho nu. Seu tegumento não possui espinhos, suas ventosas ficam na região anterior do corpo. Os testículos ficam no meio do corpo, na frente do ovário. Seus cecos intestinais não têm ramificações. O poro genital está situado na frente da ventosa ventral. As glândulas vitelárias estão localizadas lateralmente e o útero é circunvalado e situado na porção posterior. E diferentemente dos trematódeos apresentados anteriormente, eles possuem os ovos embrionados, ou seja, já com o miracídio. Dessa forma, o ovo não precisa entrar em contato com a água. O Eurytrema pancreaticum parasita apenas ruminantes. Ele possui ventosas grandes, sendo que a oral é maior que a ventral. Eles parasitam os canais pancreáticos, menos frequentemente o dudodeno e os canais biliares dos hospedeiros, quando há muitos parasitos no animal. Eles são heteróxenos, e possuem dois hospedeiros intermediários. Os primeiros são caramujos terrestres dos gêneros Bradybaena e Cathaica. Os segundos hospedeiros intermediários são gafanhotos do gênero Conocephalus. Os ovos embrionados são liberados nas fezes do hospedeiro definitivo. O caramujo terrestre ingere as fezes e, consequentemente, os ovos do verme. Depois de cerca de 4 semanas, os ovos eclodem no trato digestório do caramujo e ocorre a formação do esporocisto de 1ª geração. O esporocisto de 1ª geração, por sua vez, dá origem aos esporocistos de 2ª geração. Esses processos levam cerca de 5 meses para acontecerem dentro do caramujo. O esporocisto de 2ª geração gera as cercárias, que são eliminadas dentro do esporocisto na mucilagem do caramujo. O gafanhoto, então, ingere os esporocistos que vão para a hemocele do hospedeiro intermediário. Lá, o esporocisto se rompe e após 14 dias, são formadas as metacercárias. Indiretamente, os ruminantes ingerem o gafanhoto contaminado com as metacercárias que, por sua vez, vão para o trato digestório dos animais. Lá, eles liberam o Eurytrema jovem que se desloca até os canais pancreáticos, onde desenvolve a sua forma adulta. Dessa forma, o ciclo total leva no mínimo 7 meses para ser concluído. E o período pré-patente é de 80 a 100 dias, cerca de 3 meses. É importante ressaltar 13 Parasitologia I | Bárbara C. Rovaris | Prof. Anderson Barbosa de Moura que no ciclo do E. pancreaticum não há geração de rédias. O Platynosomum fastosum é igual ao Eurytrema, porém ele parasita o ducto biliar e a vesícula biliar de felinos. Também é um verme heteróxeno, e possui três hospedeiros intermediários. O primeiro é um caramujo aquático da espécie Subulima octona. O segundo é um crustáceo, também conhecidos como tatuzinhos de jardim. E o terceiro pode ser uma lagartixa, batráquios, aves ou baratas, porém os mais comuns são lagartixas. O verme adulto se encontra na vesícula biliar do hospedeiro definitivo. Seus ovos são liberados nas fezes do felídeo. O caramujo, então, ingere as fezes. Nele formam-se os esporocistos de 1ª geração e de 2ª geração. Os esporocistos de 2ª geração dão origem as rédias, que desenvolvem as cercárias. A cercária penetra ou é ingerida pelo crustáceo. Nele ela vira a metacercária. Então, a lagartixa ingere o segundo hospedeiro intermediário parasitado com a metacercária. E, por fim, o hospedeiro definitivo preda o 3º hospedeiro intermediário, ingerindo a forma infectante do verme. 14 Parasitologia I | 2021.1 Então, as metacercárias darão origem a forma jovem do P. fastosum, que migra até os ductos biliares e depois, ascendeaté a vesícula biliar ou, menos frequentemente, até os ductos pancreáticos. Os vermes da família Schistosomatidae são parasitas de vasos sanguíneos e do trato digestivo. O Schistosoma mansoni parasita as veias mesentéricas do ser humano. Eles são vermes delgados e longos. São vermes heteróxenos, então possuem hospedeiros intermediários que são moluscos aquáticos do gênero Biomphalaria. E diferentemente dos outros trematódeos, eles são dióicos, ou seja, possuem os sexos separados. Então, as fêmeas ficam albergadas no canal ginecóforo do macho, onde ocorre a reprodução. O seu corpo é achatado dorsoventralmente, em forma de folha e seus ovos possuem um espinho bem característico. Os vermes adultos botam ovos nos vasos sanguíneos, então eles são empurrados até cair na luz intestinal. Dessa forma, eles saem nas fezes dos humanos. Então, obrigatoriamente, esse ovo precisa chegar na água. Embora, os ovos sejam embrionados, os hospedeiros intermediários se encontram apenas na água. Em condições adequadas, os ovos liberam o miracídio ciliado que vai ser atraído por substâncias químicas pelo molusco. 15 Parasitologia I | Bárbara C. Rovaris | Prof. Anderson Barbosa de Moura O miracídio penetra nos tecidos do caramujo e lá origina os esporocistos. Os esporocistos de sucessivas gerações liberam as rédias que, ainda em meio aquático, liberam as cercárias. As cercárias possuem a cauda bifurcada. Nesse caso, as cercárias nadam e penetram na pele íntegra no hospedeiro definitivo. Quando ocorre a penetração, as cercárias perdem a cauda e se transformam em esquistossômulos na corrente sanguínea. Os esquistossômulos migram pela corrente sanguínea até chegar pelo sistema porta no fígado. Lá, ele desenvolve a sua forma adulta macho e fêmea. Assim, forma-se um casal, com o macho albergando a fêmea no seu canal ginecóforo. Em seguida, o casal desce pelos vasos sanguíneos até a região das veias mesentéricas, onde eles ficam depositados. Então, eles depositam os ovos que saíram nas fezes, refazendo o ciclo biológico. Alguns autores juntam as classes Eucestoda e Cotyloda em apenas uma, denominada Cestoda, com outras duas subdivisões: Ciclophylida (Eucestoda) e Pseudophylida (Cotyloda). Porém, na literatura também pode ser encontrada a denominação separada em Eucestoda e Cotyloda. Essas duas classes possuem algumas características específicas. Sendo assim, eles possuem o corpo achatado e alongado, em formato de fita. Além disso, o corpo deles é segmentado, formado por proglotes ou anéis. Esses vermes podem medir de milímetros a metros, variando de espécie para espécie. O tegumento deles é liso e sem espinhos. São monóicos e sempre são heteróxenos. A sua forma adulta parasita principalmente o intestino delgado, sendo que a maior parte parasita o duodeno, de vertebrados. No caso dos Eucestodas, as larvas ficam no subcutâneo, nos músculos, fígado, pulmões e sistema nervoso central do hospedeiro intermediário vertebrados, sendo o caso das larvas macroscópicas da Taeniidae. Já no caso de todos os outros Eucestodas, as larvas são microscópicas e ficam na hemocele de hospedeiros intermediários invertebrados. O corpo desses vermes é separado em três partes: escólice, colo e estróbilo. O escólice ou escólex corresponde a cabeça. No caso de Eucestodas eles apresentam ventosas, com ou sem ganchos. Quando a ventosas apresenta ganchos, ela é chamada de armada, e quando não possui ganchos é denominada de inerme. Além disso, eles podem apresentar o rostelo ou rostro, que é uma protuberância entre as ventosas, também podendo ser armado ou inerme. Já os Cotylodas, apresentam bótrias ou botrídias, que são sulcos longitudinais. Em seguida, está o colo ou pescoço, que é uma região onde pode ou não ocorrer um estreitamento. Porém, á uma zona de germinação, ou seja, onde nascem as proglotes. E por fim, existe o estróbilo que é o corpo em si do verme, onde estão as proglotes ou anéis. Elas podem ser jovens ou imaturas, quando não apresentam aparelho sexual, maduras, quando já possuem os aparelhos sexuais femininos e masculinos, ou gravídicas, quando o útero está cheio de ovos. Esses germes sofrem um processo denominado de apólise em que ocorre a separação das proglotes gravídicas do resto do corpo do verme. Outra diferença entre os Cotylodas e os Eucestodas está no poro genital. No caso dos Eucestodas, ele fica na lateral das proglotes, enquanto nos Cotylodas ele está no meio ou no centro da proglote. 16 Parasitologia I | 2021.1 O tegumento deles é de natureza sincicial, elástico e bastante resistente. É um tegumento poroso, que permite a passagem de nutrientes, já que eles não possuem sistema digestório. Além disso apresenta microtriquias que são microvilosidades. Elas servem para aumentar a superfície de contato para ter uma maior absorção dos nutrientes. A musculatura fica abaixo do tegumento, sendo disposta de forma longitudinal e transversal. Esses vermes são acelomados, e seu corpo é constituído de parênquima conjuntivo, que armazena grande quantidade de glicogênio. Os sistemas digestivo, circulatório e respiratório estão ausentes. Porém, eles apresentam um sistema excretor que é fundamental para o equilíbrio hídrico. Ele é formado por células flama, que são receptadoras. Elas desembocam em canais coletores longitudinais que se comunicam com canais transversais. No escólice, eles se anastomosam. Quando ocorre a apólise, esses canais se fecham, para que não ocorra uma perda muito significativa de líquidos. O sistema reprodutor é formado pela parte feminina e masculina. Após a fecundação, ele começa a involuir, e o útero se expande, cheio de ovos dentro. A autofecundação pode ocorrer na mesma proglote ou em proglotes diferentes do mesmo indivíduo. Além disso, uma característica dessas classes é a protandria, ou seja, que a parte masculina fica madura antes da parte feminina. Os ovos, tanto de Eucestoda quanto de Cotyloda, possui o embrião hexacanto. Porém, as larvas formadas são diferentes. No caso dos Cotylodas, formam-se larvas procercoides e plerocercoides. E no caso dos Eucestodas, nos vertebrados, formam- se larvas cisticerco, coenurus, hidáticas ou strobilocercus. E no caso de invertebrados, formam- se larvas cistocercoides. Esses vermes possuem como hospedeiros definitivos 17 Parasitologia I | Bárbara C. Rovaris | Prof. Anderson Barbosa de Moura seres humanos, cães, gatos e mamíferos selvagens, como os ursos. O escólice possui duas bótrias pouco desenvolvidas. E seus ovos possuem um opérculo, sendo eliminados pelo poro uterino. O estróbilo deles pode ser formado por 3000 a 4000 proglotes, com um par de órgãos reprodutores e um único poro genital. Eles possuem dois hospedeiros intermediários, o primeiro é um copépodo (microcrustáceo), do gênero Cyclops spp. e Diaptomus spp., e o segundo é um peixe. Os vermes adultos ficam no duodeno do hospedeiro definitivo, onde depositam seus ovos. Os ovos, então, são eliminados nas fezes do hospedeiro definitivo. Em seguida, esses ovos precisam entrar em contato com água, para desenvolver, em 10 ou 15 dias, o embrião hexacanto. Assim, ocorre o desenvolvimento do coracídio ciliado e com ganchos embrionários, que sai do ovo, ainda, na água. O coracídio, então, encontra um copépodo. Para isso, ele tem cerca de 12 horas, após esse tempo ele começa a morrer. Dentro do microcrustáceo, após 10 dias, ele desenvolve a larva procercoide. Esses copépodos fazem parte, principalmente, do plâncton e são ingeridos por peixes. No segundo hospedeiro intermediário, após 3 meses, a larva procercoide passa a plerocercoide. Então, o hospedeiro definitivo, ao ingerir a carne crua do peixe, ingere as larvas plerocercoides. Nele, as larvas se dirigematé o intestino onde viram o verme adulto. Passados 35 a 40 dias, os vermes adultos começaram a depositar seus ovos, reiniciando o ciclo. 18 Parasitologia I | 2021.1 Sendo assim, o período pré-patente desse verme é de 35 a 40 dias. Para evitar infecções com eles, uma medida preventiva é o congelamento da carne, pois assim as larvas morrem. O Spirometra mansonoidees é um parasita do intestino delgado de cães e gatos, podendo parasitar carnívoros selvagens também. Seu ciclo de vida é bastante semelhante ao do verme anterior. Ele, também, possui dois hospedeiros intermediários, sendo o primeiro deles um microcrustáceo, e o segundo pode ser um anfíbio, um pássaro, um mamífero, incluindo cães, gatos e seres humanos. Sendo assim, o hospedeiro definitivo se infecta ao ingerir o segundo hospedeiro intermediário. Porém, caso cães e gatos ingiram o primeiro hospedeiro intermediário, com larvas procercoides, elas se desenvolvem até formar larvar pleorcercoides, que migram até a luz intestinal, originando a sua forma adulta. Por isso, alguns autores tratam anfíbios e pássaros como hospedeiros paratênicos, já que cães e gatos se infectam quando ingerem a larva procercoide. Esparganose é quando um ser humano alberga larvas plerocercoides de algum Cotyloda que não é parasita de humanos. Sendo assim, essas larvas no ser humano não evoluem para a sua forma adulta. 19 Parasitologia I | Bárbara C. Rovaris | Prof. Anderson Barbosa de Moura Esses vermes possuem o rostelo, normalmente, presente e com duas coroas de ganchos, em forma de foice, ou seja, armado. Sempre possuem quatro ventosas proeminentes e inermes, ou seja, sem ganchos. Possuem um par de órgãos reprodutores (um masculino e um feminino), em cada proglote, com uma abertura genital única na lateral. As proglotes são tão largas quanto longas, como um quadrado. Sendo que o poro genital pode ser de um único lado das proglotes, mas também pode ser alternada, ou seja, um na direita outro na esquerda. Além disso, podem ser irregularmente alternadas ou regularmente alternadas. Isso permite diferenciar as espécies de Taeniidaes. O verme adulto sempre está localizado no intestino delgado do seu hospedeiro adulto. Dentro da família encontramos duas famílias de Taenia bastante importantes: a Taenia solium e a Taenia saginata. Espécie Taenia solium Taenia saginata HD Humano Humano HI Suíno e Humano Bovino Larva Cisticerco Cisticerco Rostelo Armado Sem ou inerme Poros Regularmente Irregularmente T. solium T. saginata No hospedeiro definitivo, ocorre a produção das proglotes grávidas. Essas proglotes sofrem apólice e podem ser excretadas nas fezes. Ou elas podem depositar seus ovos, e os ovos saírem nas fezes no hospedeiro definitivo. O hospedeiro intermediário ingere os ovos ou as proglotes do hospedeiro definitivo. No intestino delgado e estômago, através da ação do suco gástrico, ocorre a liberação da oncosfera. O embrião hexacanto entra na circulação sanguínea ou linfática, até encontrar um tecido altamente vascularizado. Nesse tecido, ocorre o desenvolvimento da forma larval do verme, chamada de cisticerco, cenuro ou cisto hidático. No caso da família Taeniidae, se desenvolve a larva cisticerco, que possui um único protoscólex, ou seja, um projeto do que será o escoléx do verme. Então, o hospedeiro definitivo ao ingerir os tecidos do hospedeiro intermediário com a larva, é parasitado. Sendo assim, ocorre a liberação da larva no intestino delgado do hospedeiro definitivo. Com o desenvolvimento da forma adulta, ocorre a fixação dele pelo escólice no intestino. De uma forma geral, as proglotes são eliminadas de forma passiva, cerca de 5 a 6 por vez. No caso desse verme, o ser humano pode se infectar com a larva cisticerco, desenvolvendo a cisticercose. Além disso, ele pode desenvolver a teníase, quando alberga o verme adulto. Sendo assim, no caso da cisticercose, o ser humano pode atuar como hospedeiro intermediário. Então, o ser humano pode se infectar de três formas: por heteroinfecção (ingestão dos ovos a partir de fezes de outra pessoa), auto-infecção externa (ingestão dos ovos a partir das próprias fezes) e auto-infecção interna (através de movimentos anti-peristálticos, a larva retorna para o estômago). No caso desse verme, as proglotes são eliminadas de forma passiva ou ativa, individualmente. De forma 20 Parasitologia I | 2021.1 ativa, as proglotes conseguem sair sozinhas, causando um prurido anal. A destruição do cisticerco pode ser feita: através de refrigeração, por calor (60ºC, por 10 minutos, não pode estar vermelha por dentro), salgando a carne (25% de sal, por 21 dias). Dentro da família ainda podemos encontrar outras espécies importantes: T. hydatigena, T. psiformins e T. ovis. Ocorrem em carnívoros, principalmente em cães. 21 Parasitologia I | Bárbara C. Rovaris | Prof. Anderson Barbosa de Moura Espécie T. solium T. saginata T. hydatigena T. psiformis T. ovis HD Humano Humano Cão Cão, raro em gato Cão HI Suíno e Humano Bovino Ovino Coelho e rato Ovino e caprino Larva Cisticerco Cisticerco Cisticerco Cisticerco Cisticerco Rostelo Armado Sem ou inerme Armado Armado Armado Poros Regularmente Irregularmente Irregularmente Irregularmente Irregularmente Dentro da família ainda existem os gêneros Hydatigera, Multiceps e Echinoccocus. A Hydatigera tem como hospedeiro definitivo o gato, e como hospedeiro intermediário o rato. Porém, diferente das espécies anteriores, a larva desse verme é chamada de estrobilocerco, ou seja, um cisticerco mais alongado. Possuem o rostelo armado, e os poros irregularmente alternados. Tem como hospedeiro definitivo o cão e alguns carnívoros silvestres. E seu hospedeiro intermediário são os ovinos, caprinos e humanos, sendo considerado uma zoonose, porém de pequena importância. Tem como forma larvar, o tipo cenuro, ou seja, uma vesícula que possui vários próescoléx. Afeta principalmente o cérebro de ovinos, causando uma doença denominada de torneio. Possui o rostelo armado e os poros genitais são irregularmente alternados. A larva fica localizada principalmente no sistema nervoso. Sendo que nos ovinos, ela apenas se desenvolve no sistema nervoso. Em caprinos, também se desenvolve no tecido muscular e subcutâneo. Tem como hospedeiro definitivo cães, e outros carnívoros, principalmente os canídeos. Possui vários hospedeiros intermediários, sendo os herbívoros, suínos, gatos, aves, cães e humanos. A larva é do tipo cisto hidático, que causa a hidatidose em seus hospedeiros intermediários. Possuem o rostelo armado e os poros genitais irregularmente alternados. Possui um estróbilo com 3 a 4 proglotes, liberando cerca de uma proglote por dia. O cisto hidático se desenvolve no fígado ou no pulmão do hospedeiro intermediário. Na membrana proliferativas do cisto hidático, há o desenvolvimento de várias vesículas proliferativas com numerosos escólices. No caso desses vermes, os hospedeiros intermediários sempre são invertebrados, podendo ser artrópodes (insetos ou ácaros), moluscos e, ainda, anelídeos. Além disso, existe apenas uma forma larvar, denominada de cisticercoide que é microscópica, sendo produzida na cavidade geral ou 22 Parasitologia I | 2021.1 na hemocele dos possíveis hospedeiros intermediários. Os ovos, geralmente, possuem o aparelho piriforme. São vermes achatados em forma de fita e segmentos (presença das proglotes). Eles possuem um escólice sem roste e inerme, apenas com 4 ventosas. Uma característica específica deles são as proglotes mais largas do que longas, com 1 ou 2 pares de aparelho reprodutor. Nesse gênero, encontramos duas espécies importantes, que tem como hospedeiro definitivoos equinos. Espécie A. perfoliata A. magna HD Equinos Equinos HI Ácaros de vida livre Ácaros de vida livre Localização Válvula íleo- cecal. Intestino delgado. A A. Perfoliata pode causar intussuscepção (entrada do intestino para dentro dele mesmo). Isso acontece devido ao aumento dos movimentos peristálticos pela presença do verme no órgão. Isso pode provocar quadros de cólicas severas nos equinos. 23 Parasitologia I | Bárbara C. Rovaris | Prof. Anderson Barbosa de Moura Em relação ao ciclo biológico, o equino infectado libera nas suas fezes, as proglotes do verme ou os ovos já liberados. O ácaro de vida livre se alimenta dessas fezes infectadas com os ovos. No ácaro, através da digestão o embrião hexacanto se encaminha para a hemocele do hospedeiro intermediário, dando origem a larva cisticercoide. De forma indireta, o equino ingere o ácaro com a larva cisticercoide. No trato digestório, a larva cisticercoide dá origem ao verme adulto, e se encaminha para o intestino delgado. Nesse gênero, encontramos o P. mamillana, que também parasita o intestino delgado de equinos. O ciclo biológico é idêntico ao apresentado acima. Nesse gênero, encontramos duas espécies que parasitam o intestino delgado de ruminantes. Espécie M. benedeni M. expansa HD Ruminantes Ruminantes HI Ácaros de vida livre Ácaros de vida livre Localização Intestino delgado Intestino delgado Glândulas interproglotinas Curta fileira e contínua Em toda a largura O ciclo biológico acontece pela liberação dos ovos infectados. Esses ovos são ingeridos pelos ácaros de vida livre, onde o embrião hexacanto dá origem a larva cisticercoide. De forma indireta, o hospedeiro definitivo ingere o ácaro infectado. Nele, a larva cisticercoide dá origem ao verme adulto, fechando o ciclo. Esse verme parasita o intestino delgado e, também, os ductos biliares e pancreáticos de ruminantes. Eles apresentam dois pares de órgãos reprodutores em cada proglote, e por isso, possuem dois poros genitais. Eles não apresentam glândulas interproglotidianas. Porém, as proglotes apresentam a borda superior franjadas. Seus ovos não têm aparelho piriforme, porém se apresentam em cápsulas ovígeras. Em relação ao seu ciclo biológico, ele não é muito conhecido. Porém, acredita-se que ele seja semelhante ao da Moniezia. Esses vermes possuem um rostro retrátil e armado, com numerosos ganchos em forma de martelo. Além disso, as ventosas, normalmente são armadas. Uma característica importante é que os ovos saem de forma individual em cápsulas ovígeras nas fezes de seus hospedeiros definitivos. Além disso, dentro do ovo está presente o embrião hexacanto. Possui dois gêneros importantes, sendo eles: Davainea e Raillietina. 24 Parasitologia I | 2021.1 Espécie Davainea proglotina Raillietina tetrágona Raillietina echinobothrida Raillietina cesticillus HD Galinha, pombos. Galinha, pombos. Galinha, peru. Galinha, peru. HI Moluscos (caracóis) Insetos (mosca doméstica, formigas) Formigas Coleopteos, baratas, moscar domésticas. Larva Cisticercóide Cisticercóide Cisticercóide Cisticercóide Rostelo Armado Armado Armado Armado Poros Regularmente Unilateral Unilateral Irregularmente Em relação ao ciclo biológico desses vermes, ele é muito semelhante. Sendo assim, o hospedeiro definitivo infectado libera nas suas fezes as proglotes do verme ou os ovos já liberados. O hospedeiro intermediário de vida livre se alimenta dessas fezes infectadas com os ovos. No hospedeiro intermediário, através da digestão, o embrião hexacanto se encaminha para a hemocele do hospedeiro intermediário, dando origem a larva cisticercoide. De forma indireta, o hospedeiro definitivo ingere o ácaro com a larva cisticercoide. No trato digestório, a larva cisticercoide dá origem ao verme adulto, e se encaminha para o intestino delgado. Esses vermes possuem um rostro retrátil, armado com ganhos em forma de espinho de rosa. Além disso, as ventosas podem ser armadas. Espécie A. cuneata C. infundibulum D. caninum HD Galinha Galinha Cão e gato. HI Minhocas Coleóperos, gafanhotos e moscas. Pulgas e falsos piolhos. São parasitas de cães, gatos e seres humanos. Então, se trata de uma zoonose. Como hospedeiro intermediário temos algumas pulgas e os piolhos falsos. Eles possuem um rostro armado. Além disso, possuem duas aberturas genitais, já que possuem dois pares de aparelhos genitais. Em relação ao ciclo biológico, os hospedeiros definitivos defecam, e as fezes deles se encontram infectadas com os ovos do verme. Como as proglotes desses vermes conseguem se locomover sozinhas, isso pode causar prurido na região anal dos animais. As pulgas ou piolhos ingerem as fezes com os ovos. Neles, os ovos liberam o embrião hexacanto, e assim, ele desenvolve as larvas cisticercóides. Então, o cão, o gato ou o ser humano ingerem a pulga ou o piolho infectado. Então, essas larvas no hospedeiro definitivo darão origem aos vermes adultos. As principais espécies de interesse veterinário são: Hymenolepis diminuta e Hymenolepis nana. No caso do Hymenolepis nana, ele se encontra no intestino delgado de seres humanos, ratos e camundongos. Sendo ele, o verme chato mais comum nos humanos, principalmente em crianças. No caso dos hospedeiros intermediários, encontramos os coleópteros das farinhas e as larvas de pulgas. Neles ocorre a formação das larvas cisticercóides. Esses vermes possuem um rostelo armado e o poro genital unilateral. Em relação ao ciclo biológico da Hymenolepis spp. ele é igual aos apresentados anteriormente. No caso 25 Parasitologia I | Bárbara C. Rovaris | Prof. Anderson Barbosa de Moura 26 Parasitologia I | 2021.1 do Hymenolepis nana, nos roedores o ciclo é indireto, ou seja, como os vistos anteriormente. Porém no ser humano, o ciclo é direto. Nesse caso, ele atua como hospedeiro definitivo e como hospedeiro intermediário. Dessa forma, pode acontecer a auto-infecção interna ou externa ou, ainda, a heteroinfecção. Então, quando o ser humano ingere os ovos, ocorre a liberação dos ovos no trato digestório. Assim, o embrião hexacanto desenvolve a larva cisticercóide na própria parede intestinal. Essa larva dá origem ao verme adulto no intestino delgado. Sendo assim, não há a necessidade de um outro hospedeiro intermediário.
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