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AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AULA 1 Prof.a Janete Schmidmeier 2 CONVERSA INICIAL Olá, seja bem-vindo à disciplina de avaliação de desempenho, em que iremos tratar de vários temas envolvendo esta importante ferramenta de gestão, tanto para a área de Recursos Humanos quanto para todas as áreas da organização. Vamos conhecer os temas que iremos abordar no decorrer desta disciplina: Objetivos e benefícios da avaliação de desempenho; Métodos de avaliação de desempenho; Tipos de agentes da avaliação de desempenho; Relevância do feedback; Interface entre a avaliação de desempenho e demais processos da área de Recursos Humanos e organizacionais. Se analisarmos nossa vida, nosso dia a dia, tanto pessoal quanto profissional, vamos nos deparar com uma realidade: somos constantemente avaliados em nossas ações e nos resultados destas ações. No mundo corporativo esta realidade não é diferente e pode ser considerada como primordial na obtenção de melhores resultados e na manutenção da organização como competitiva no mercado em que atua. Dada a importância da avaliação do desempenho na estrutura da área de Recursos Humanos e organizacional, cabe aqui um questionamento: por que avaliar o desempenho humano nas organizações? E quais os benefícios do uso desta ferramenta para os resultados organizacionais? CONTEXTUALIZANDO Para iniciar nossa aula de hoje, você está convidado a pensar sobre o porquê desta ferramenta de gestão de pessoas estar tão em evidência no cenário atual das organizações. E para auxiliá-lo em sua reflexão, assista ao vídeo a seguir (00:00 até 10:39 min): https://www.youtube.com/watch?v=K8BdC__WOfE https://www.youtube.com/watch?v=K8BdC__WOfE 3 Após assistir ao vídeo, reflita: qual a relevância da ferramenta no sentido de buscar a objetividade da avaliação do desempenho profissional do indivíduo? Como garantir que o resultado desta avaliação contribua para a melhoria do desempenho profissional e dos resultados individuais, grupais e organizacionais? TEMA 1: DESEMPENHO HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES Acompanhar o desempenho humano é inerente à sociedade e à própria natureza humana. Quem de nós nunca teceu um julgamento sobre o desempenho humano de um amigo, de um colega de trabalho, de um gestor ou de um subordinado? E para definir o desempenho humano devemos considerar o que significa desempenho. Fonte: Bergamini e Beraldo, 1988. Segundo Bergamini e Beraldo (1988), a palavra desempenho significa ação, atuação e comportamento. Ao se avaliar o desempenho humano nas organizações se está buscando uma qualificação para o desempenho, ou seja, se o desempenho humano está adequado ou não. Porém, o foco em nossa disciplina é trabalhar o desempenho humano dentro das organizações, portanto o questionamento a ser levantado é: onde o desempenho humano se encaixa em nossas estratégias organizacionais? A resposta a essa pergunta é muito simples. As organizações de alto desempenho consideram as pessoas suas maiores fontes de vantagem competitiva, portanto, buscam em suas estratégias internas ampliar o comprometimento de seus recursos humanos com os resultados organizacionais por meio de sistemas de gestão que avaliem, desenvolvam e DESEMPENHO AÇÃO ATUAÇÃO COMPORTAMENTO 4 motivem os funcionários a buscarem os melhores resultados pessoais, do grupo e da organização. Portanto, se os recursos humanos da organização, ou seja, seus funcionários, são considerados sua maior fonte de vantagem competitiva, acompanhar o desempenho humano corrigindo as falhas e promovendo o desenvolvimento individual contínuo é o segredo entre o alto desempenho organizacional ou a morte organizacional. “O contexto dos negócios coloca as organizações em um beco sem saída: ou mudam ou morrem!” (Souza, 2002, p. 28). Ainda, no que tange o conceito de desempenho humano, Marras (2011) define como o ato ou efeito de cumprir ou executar determinada missão ou meta traçada e aponta duas condições para que o desempenho humano seja positivo: QUERER FAZER Explicita o desejo endógeno, ou seja, interno, de realizar (a motivação). SABER FAZER Condição cognitiva e experiencial que possibilita o indivíduo realizar com eficiência e eficácia alguma coisa. Fonte: Marras, 2011. Ou seja, a avaliação do desempenho humano ocorre todos os dias, seja em nossa vida pessoal, seja em nosso ambiente profissional. O esforço individual é calcado nas capacidades e habilidades do indivíduo e pelas percepções que ele tem do seu papel a desempenhar. Segundo Coelho (2011), a eficiência da estrutura de uma organização depende de sua qualidade, de seu valor e da integração das pessoas que nela trabalham. O coeficiente humano, que garante a qualidade de qualquer organização, é resultado do valor das pessoas (ética, postura profissional e fidelidade aos valores organizacionais), o conhecimento que elas possuem da estratégia organizacional e do seu papel dentro desta estratégia e a capacidade técnica, administrativa e de integração de indivíduos e equipes, relacionada ao exercício de suas atribuições e responsabilidades. Existem, na literatura sobre o tema, muitos conceitos para avaliação de desempenho, dentre eles: 5 CONCEITO AUTOR “[...] é uma avaliação sistemática de empregados, feita por seus supervisores ou outros que estejam familiarizados com o seu desempenho no trabalho.” Bergamini (1987, p. 29) "A avaliação do desempenho que é uma apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa no cargo e o seu potencial de desenvolvimento futuro.” Pontes (1999, p. 22) “[...] a avaliação de desempenho é um sistema de gestão formal para avaliar a qualidade do desempenho de alguém em uma organização.” Grote (2003, p. 1) “Avaliação de desempenho é o processo de observar e avaliar o desempenho de um funcionário, registrando a avaliação e fornecendo um feedback para o funcionário.” Daft (2005, p. 307) “A avaliação de desempenho é uma apreciação sistemática do desempenho de cada ocupante no cargo, bem como seu potencial de desenvolvimento.” “[...] É um meio que permite localizar problemas de supervisão e gerência, de integração da pessoa à organização, de adequação ao cargo ocupado, de localizar possíveis dissonâncias, carências de treinamento e, consequentemente, estabelecer meios e programas para eliminar ou neutralizar tais problemas.” Chiavenato (2009, p. 113) “[...] é uma metodologia que visa, continuamente, a estabelecer um contrato com os funcionários referente aos resultados desejados pela organização, acompanhar os desafios propostos, corrigir os rumos, quando necessário, e avaliar os resultados conseguidos.” Pontes (2014, p. 26) Fonte: A autora, 2016. É interessante observar a evolução temporal dos conceitos, que partem de uma visão mecanicista, onde o funcionário é avaliado, controlado e punido, para uma visão mais estratégica, onde os resultados individuais são analisados com base: Na adequação do funcionário ao cargo; Na atuação da liderança; No investimento da organização em treinamento e desenvolvimento; Na efetividade do feedback; Na definição conjunta e clara dos objetivos pessoais, entre outros. Consonante com os argumentos apresentados, as figuras buscam ilustrar a evolução do conceito da avaliação de desempenho e, mais que isso, da visão da organização e da área de Recursos Humanos sobre os indivíduos, antes como executores de tarefas, hoje como parceiros estratégicos na busca por altos desempenhos. 6 Enfim, “toda a avaliação é um processo para julgar ou estimular o valor, a excelência e as qualidades de uma pessoa” (Chiavenato, 2009, p. 113), o que garante uma visão estratégica e contemporânea da ferramenta é a diferença entre utilizá-la com o intuito de julgar ou de estimular.Acessando o material on-line, assista ao vídeo da professora Janete que apresenta mais alguns conceitos acerca da avaliação do desempenho humano nas organizações, e outros argumentos sobre sua relevância para a competividade organizacional. Leitura obrigatória Leia o capítulo 1 de: PONTES, Benedito Rodrigues. Avaliação de desempenho: métodos clássicos e contemporâneos, avaliação por objetivos, competências e equipes. LTr, 2014. Agora, aumente seu conhecimento! E para finalizar este tema, vamos fazer um exercício de reflexão: se os Recursos Humanos, atualmente, são considerados como fontes de vantagem competitiva e elementos-chave no alto desempenho organizacional, por que muitas empresas continuam a utilizar a avaliação de desempenho como ferramenta de controle e punição? E quais as consequências desta visão mecanicista e retrógrada para a motivação do indivíduo? TEMA 2: CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA Segundo Pereira (2014): A globalização da economia impôs a busca permanente da competitividade nas organizações, como condição de sobrevivência. Essa busca incessante por competitividade exige a adoção de técnicas modernas de administração, como por exemplo, a reengenharia, a prática da administração pela qualidade total e http://economia.estadao.com.br/blogs/radar-do-emprego/2015/09/20/metodo-de-avaliacao-passa-por-modelagem/ http://economia.estadao.com.br/blogs/radar-do-emprego/2015/09/20/metodo-de-avaliacao-passa-por-modelagem/ 7 programas de excelência gerencial, aliados à mensuração de resultados através de indicadores de desempenho, com o objetivo de obterem novos padrões de flexibilidade, de qualidade, de produtividade e de superação no nível de satisfação dos clientes. (Pereira (2014, p. 80, 81). E quando se fala de busca incessante por melhoria nos processos de gestão, a ferramenta avaliação de desempenho encabeça a lista de processos que estão em constante evolução, seguindo as tendências de mercado sobre o papel do indivíduo na estrutura organizacional e da área de Recursos Humanos como propulsora de uma visão mais estratégica e um alinhamento entre os objetivos individuais e as estratégias organizacionais. Mas para garantir o claro entendimento da ferramenta, é importante conhecer sua origem, sua evolução e o contexto histórico em que ela está imersa. Mesmo porque, encontramos empresas em todos os níveis de evolução, mesmo nos dias atuais. Pontes (1999) apresenta uma visão bastante interessante sobre a evolução das organizações. Analise seus argumentos que estão dispostos no quadro abaixo: PASSADO PRESENTE e FUTURO Estruturas verticais, orientadas para o poder. Estruturas horizontais, focadas em centros de negócios. Conceitos rígidos para planejamento, controle e processos de trabalho. Flexibilidade em todos os processos de trabalho. Uso de sistemas de informação para melhorar a eficiência. Uso da tecnologia da informação como força de transformação dos processos. Indivíduo como custo de produção. Indivíduo com valioso recurso da organização. Fonte: Pontes, 1999. Baseado na evolução organizacional proposta por Pontes (1999), fica incoerente que as práticas organizacionais e da área de Recursos Humanos não sigam a mesma tendência, por isso, é importante conhecer a organização que atuamos como profissionais de RH, tanto para acomodar as práticas de RH a esta realidade quanto para buscar a evolução da organização em direção às tendências futuras. 8 Outra visão sobre a contextualização histórica é apresentada por Chiavenato (2009), por meio da qual o autor define alguns marcos importantes na implantação da avaliação de desempenho, sendo eles: Século IV: na fundação da Cia. de Jesus, Santo Inácio de Loyola já utilizava um sistema de relatórios sobre atividades e potencial de seus jesuítas; 1842: o serviço público federal dos EUA implantou um sistema de relatórios anuais de desempenho dos funcionários; 1880: o exército americano desenvolveu um sistema de avaliação de desempenho; 1918: GE desenvolveu um sistema de avaliação de desempenho de seus executivos; Após a Segunda Guerra Mundial: divulgação ampla entre as organizações. Em uma análise sobre a intensificação da avaliação de desempenho nas organizações, Rabaglio (2010) destaca a seguinte evolução histórica, a partir da análise realizada por Chiavenato (2009): Década de 70: Intensificação das pesquisas no campo da psicologia do trabalho; Introdução da cultura da qualidade total; Ampliação dos estudos sobre comportamento humano no trabalho; Início tímido do trabalhador no papel de protagonista, centro das preocupações nas organizações; Início da percepção nas empresas que investir nos funcionários levava à potencialização dos resultados. Década de 80: Fortalecimento da gestão de qualidade; Desenvolvimento dos primeiros modelos de avaliação por objetivos ou resultados, ainda com foco em punição e recompensa, ignorando os meios e avaliando os fins; 9 Falta de comprometimento com o desenvolvimento de perfil ou de pessoas que levassem os colaboradores às melhores práticas, potencializando seus resultados. Década de 90: Fortalecimento das metodologias de gestão por competências; Foco no desenvolvimento das competências e acomodação nos cargos; Resultados consequentes dos conhecimentos, habilidades e atitudes, as quais deveriam ser avaliadas e desenvolvidas. Cenário atual: “[...] configura um ambiente em transição, ainda com muitos dos vícios do passado, difíceis de serem abandonados e substituídos pelas novas ferramentas que atendem às atuais necessidades do contexto do mercado.” (Chiavenato, 2009, p. 7). Foco no diferencial competitivo (capital humano e intelectual). Por meio do contexto histórico é possível verificar que os indivíduos passaram de uma posição passiva para uma posição ativa nas organizações modernas, passaram a ser considerados como valiosos recursos, exigindo uma atenção especial em todas as práticas da gestão de Recursos Humanos, desde o recrutamento, a seleção, o treinamento até a avaliação do seu desempenho, como condição para que a organização consiga reter e criar condições para que as pessoas se sintam motivadas, permitindo que a organização e as próprias pessoas atinjam os seus objetivos. Leitura obrigatória: Leia o capítulo 2.1 sobre avaliação de desempenho organizacional de: CUNHA, Fernanda Aparecida; DUTRA, Ademar; BINOTTO, Micheline. Avaliação dos serviços de licitação para apoiar a gestão administrativa de 10 órgão público municipal. Revista Brasileira de Gestão e Inovação, v. 4, n. 1, p. 90-111, 2016. Para conhecer um pouco mais sobre a evolução da avaliação de desempenho por meio de uma visão da justiça organizacional, realizada por uma professora portuguesa, confira o artigo “Avaliação de desempenho e compromisso organizacional: a perspectiva da justiça organizacional” no link a seguir: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=117016548007 TEMA 3: POTENCIAL X DESEMPENHO “Tratar os diferentes de maneira igual é tão injusto quanto tratar os iguais de maneira diferente.” (Silva, 2011, s/p). Por isso é tão importante avaliar o desempenho e o potencial dos funcionários que atuam na organização. Mas afinal, existe diferença entre potencial e desempenho? Sim, existe diferença! Porém, muitas empresas e profissionais, inclusive da área de Recursos Humanos, utilizam os dois termos como sinônimos. Vamos analisar o quadro abaixo que apresenta a principal diferença entre desempenho e potencial, proposto por Sousa (2005, p. 23): POTENCIAL DESEMPENHO “É um poder inerente à pessoa, refletido nos conhecimentos, habilidades e atitudes, disponível para aplicação em qualquer situação presenteou futura.” “Ação presente que pode ser verificada, mensurada.” Potencial Desempenho ≠ http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=117016548007 11 Agora que já tivemos uma visão geral, vamos detalhar os dois conceitos, começando pela definição de potencial. “A definição mais direta de potencial é muito simples! É agilidade de aprendizado!” (Kawakami, 2012, s/p). Segundo Rute Nazar, psicóloga e consultora organizacional, “potencial é a qualidade de um corpo ou de um sistema qualquer, de estar pronto para entrar em ação. É a capacidade de vir a desempenhar determinada complexidade de função em um determinado momento do tempo.” (Nazar, s/d,s/p). Ou seja, a avaliação de potencial, define, a partir de características atuais do indivíduo, sua tendência de crescimento e desenvolvimento por meio dos processos de aprendizagem individual e organizacional. Portanto, potencial trata de um contexto futuro baseado em situações presentes. “Um profissional com potencial elevado é alguém que tem a capacidade de adquirir conhecimentos com rapidez, aprende com rapidez e coloca em prática o que aprendeu.” (Kawakami, 2012, s/p). Leia o artigo “6 pistas de que seu potencial de carreira é (muito) alto” da Revista Exame.com, disponível no link a seguir: http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/6-pistas-de-que-seu-potencial-de- carreira-e-muito-alto Portanto, quando tratamos de potencial, visualizamos uma condição futura, baseada em indícios presentes, ou seja, o desempenho profissional torna-se uma fonte relevante de informação para avaliar este potencial. E agora que já tratamos da definição e importância do potencial e sua avaliação, mas e o desempenho? O desempenho profissional é resultado da capacidade para executar uma atividade e, para isso, faz-se necessário esforço para obter resultados desejados. O profissional que obtém um bom desempenho profissional é aquele que domina competências técnicas e comportamentais para atender às expectativas da organização. http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/6-pistas-de-que-seu-potencial-de-carreira-e-muito-alto http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/6-pistas-de-que-seu-potencial-de-carreira-e-muito-alto 12 Portanto, o desempenho envolve uma condição, uma capacidade presente. Capacidade esta baseada em padrões pré-definidos de qualidade, quantidade e tempo. A consultora Fabiana Bigão Silva, especialista em meritocracia organizacional, propõe um ciclo de desempenho muito interessante, apresentando elementos que interferem diretamente no desempenho profissional, tanto de forma positiva, quando bem gerenciados, quanto de forma negativa, quando menosprezados pela organização e pela área de Recursos Humanos Fonte: Silva. Baseado na figura, podemos concluir que o desempenho é produto das recompensas, que levam a uma percepção de justiça por parte dos funcionários, gerando a satisfação, um maior envolvimento com as estratégias organizacionais e um esforço no sentido de aumentar o desempenho, recomeçando, desta maneira, o ciclo. Não vamos nos aprofundar muito na questão de desempenho, uma vez que será objeto de estudo desta disciplina como um todo e abordaremos questões sobre ele durante todas as nossas conversas. Porém, é importante ressaltar que um programa de avaliação de desempenho bem aplicado traz benefícios para a empresa e para o funcionário. Um dos benefícios pode ser a promoção do funcionário, porém só 13 o bom resultado na avaliação de desempenho não é suficiente para prover de informações sobre “encarreiramento” a área de Recursos Humanos e os gestores organizacionais. Este resultado seria apenas um dos requisitos para a promoção, pois se deve ter em consideração a avaliação de potencial e a qualificação para o novo cargo. Leitura obrigatória Leia o artigo: SOVIENSKI, Fernanda; STIGAR, Robson. Recursos humanos x gestão de pessoas. Revista Científica de Administração, v. 10, n. 10, p. 51-61, 2008. Caso você queira aprofundar um pouco mais sobre a diferença entre potencial e desempenho, leia o artigo “Você conhece seu potencial?” da Revista Indústria Hoje, disponível no link a seguir: http://www.industriahoje.com.br/voce-conhece-o-seu-potencial TEMA 4 - OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO “Não são todos os programas de avaliação que conseguem cumprir seus objetivos.” (Pontes, 2014, p. 31). Agora que você já conhece os conceitos envolvidos na ferramenta de avaliação de desempenho e seu papel na competitividade organizacional, que tal tratarmos dos objetivos desta importante ferramenta? A literatura apresenta uma lista robusta de objetivos. Trouxemos para você alguns exemplos de autores que trabalham esta questão e, é interessante notar, que a partir do desenvolvimento tanto da área de Recursos Humanos quanto dos métodos de avaliação de desempenho, os objetivos da ferramenta, ou seja, sua utilidade prática dentro das organizações, só aumenta. Então vamos a eles: Chiavenato (1998) Adequação do indivíduo ao cargo; Treinamento; http://www.industriahoje.com.br/voce-conhece-o-seu-potencial 14 Promoções; Incentivo salarial ao bom desempenho; Melhoria das relações humanas entre superiores e subordinados; Auto aperfeiçoamento do empregado; Informações básicas para pesquisa de recursos humanos; Estimativa do potencial de desenvolvimento dos empregados; Estímulo à maior produtividade; Conhecimento dos padrões de desempenho da organização; Retroação (feedback) de informação ao próprio indivíduo avaliado; Outras decisões de pessoal, como transferências, dispensas, etc. Pontes (2014) Tornar dinâmico o planejamento da empresa; Conseguir melhorias na empresa voltadas à produtividade, à qualidade e à satisfação dos clientes, bem como em relação aos aspectos econômicos e financeiros; Melhorar as competências das pessoas e da empresa; Desenvolver pessoas; Estabelecer os resultados esperados das pessoas na organização; Obter o comprometimento das pessoas em relação aos resultados desejados pela empresa; Melhorar a comunicação entre os níveis hierárquicos da organização, criando um clima de diálogo construtivo e eliminando dissonâncias, ansiedades e incertezas; Dar orientação constante sobre o desempenho das pessoas, buscando melhorias; Gerar informações; Tornar claro que os resultados são conseguidos por intermédio da atuação de todo o corpo empresarial; Estabelecer um clima de confiança, motivação e cooperação entre os membros das equipes de trabalho; 15 Servir como instrumento propagador de programas de qualidade e, conforme o método adotado, do próprio instrumento de gestão da qualidade; Servir como importante instrumento coadjuvante em decisões de carreira, salários e participação nos resultados da empresa; Servir como instrumento para o levantamento de necessidades de treinamento e desenvolvimento; Identificar talentos, como processo conjunto com o instrumento avaliação de potencial. Fabiana Bigão Silva, consultora especialista em meritocracia Dar suporte para a tomada de decisão sobre promoção, remanejamento, dispensa e identificação e desenvolvimento de talentos; Identificar o incentivo mais adequado aos funcionários; Oferecer feedback para o avaliado; Estimular a produtividade; Avaliar a eficácia dos programas de Recursos Humanos. Chiavenato (2009) apresenta, ainda, os objetivos fundamentais da avaliação do desempenho por meio de três facetas: 1. Permitir condições de medição do potencial humano no sentido de determinar sua plena aplicação; 2. Permitir o tratamento dos recursos humanos como importante vantagem competitiva da organização e cuja produtividade pode ser desenvolvida, dependendo da forma de administração;3. Fornecer oportunidades de crescimento e condições de efetiva participação a todos os membros da organização, tendo em vista, de um lado, os objetivos organizacionais e, de outro, os objetivos individuais. (Chiavenato, 2009, p. 122) Portanto, precisamos em nosso papel de profissionais de Recursos Humanos mudar o objetivo retrógrado da avaliação de desempenho como ferramenta de controle e punição. Confira a reportagem “Conheças os 3 objetivos da avaliação de desempenho para o seu negócio” da Revista Exame, disponível a seguir: 16 http://exame.abril.com.br/negocios/dino/noticias/conhecas-os-3-objetivos-da- avaliacao-de-desempenho-para-o-seu-negocio.shtml Como pudemos perceber, a avaliação de desempenho é uma das ferramentas mais importantes e versáteis de que os gerentes e a área de Recursos Humanos dispõem. Bem aplicada, pode proporcionar uma variedade de benefícios tanto para a empresa como para o funcionário avaliado. Leitura obrigatória: Leia o capítulo 3 do livro: JARDEWESKI, C.J.F.; JARDEWESKI, G.L.F. Técnicas e métodos de avaliação de desempenho. Curitiba: Intersaberes, 2014. Agora que você já conhece um pouco mais sobre o tema, que tal se aprofundar um pouco mais nele por meio da leitura “Avaliação de pessoas: desafios e oportunidades”, disponível no link a seguir: https://endeavor.org.br/avaliacao-de-pessoas-desafios-e-oportunidades/ TEMA 5: BENEFÍCIOS DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO Ao tratar dos objetivos da avaliação de desempenho, já tivemos vários indícios sobre os benefícios da ferramenta para a melhoria dos resultados individuais, do grupo e da organização, portanto, quando um programa de avaliação é bem planejado, coordenado e desenvolvido, traz benefícios a curto, médio e longo prazos, tanto para o gestor quanto para o subordinado e para a organização. Vamos trabalhar alguns destes benefícios, apresentados por Chiavenato (2009): 1. Benefícios para o gerente. O gerente tem condições para: a) Avaliar o desempenho e o comportamento dos subordinados, tendo por base fatores de avaliação e, principalmente, contando com um sistema de medição capaz de neutralizar a subjetividade; b) Propor providências no sentido de melhorar o padrão de desempenho de seus subordinados; http://exame.abril.com.br/negocios/dino/noticias/conhecas-os-3-objetivos-da-avaliacao-de-desempenho-para-o-seu-negocio.shtml http://exame.abril.com.br/negocios/dino/noticias/conhecas-os-3-objetivos-da-avaliacao-de-desempenho-para-o-seu-negocio.shtml https://endeavor.org.br/avaliacao-de-pessoas-desafios-e-oportunidades/ 17 c) Comunicar-se com seus subordinados, no sentido de fazê-los compreender a avaliação do desempenho como um sistema objetivo e de mostrar como está o desempenho deles, por meio de um sistema. 2. Benefícios para o subordinado. O subordinado pode: a) Conhecer as regras do jogo, isto é, os aspectos de comportamento e desempenho que a empresa valoriza em seus funcionários; b) Conhecer as expectativas de seu gerente a respeito de seu desempenho e quais são seus pontos fortes e fracos, segundo a avaliação do gerente; c) Conhecer as providências que o gerente está tomando quanto a melhoria de seu desempenho (programas de treinamentos, estágios etc.) e as que ele mesmo – subordinado – deve tomar por conta própria (autocorreção, maior capricho, mais atenção no trabalho, cursos por conta própria, etc.); d) Fazer uma autoavaliação e autocrítica quanto ao seu autodesenvolvimento no sentido de aumentar seu autocontrole. 3. Benefícios para a organização. A organização pode: a) Avaliar seu potencial humano no curto, médio e longo prazos e definir qual a contribuição de cada pessoa; b) Identificar as pessoas que necessitam de reciclagem e/ou aperfeiçoamento em determinadas áreas de atividade e selecionar as pessoas com condições de promoção e transferências; c) Dinamizar sua política de recursos humanos oferecendo oportunidade às pessoas (promoções, crescimento e desenvolvimento pessoal), estimulando a produtividade e melhorando o relacionamento humano no trabalho. (Chiavenato, 2009, p. 123) Como se pode notar, Chiavenato (2009) não listou diretamente os benefícios para a área de Recursos Humanos, porém todos os benefícios para a organização podem ser considerados benefícios para a área de RH. Além destes, é possível elencar mais um benefício macro, conforme segue: Alimentar com informações as demais práticas de gestão de pessoas. Neste momento, não vamos nos aprofundar nos benefícios para a área de Recursos Humanos, uma vez que teremos a oportunidade de trabalhar estes benefícios em uma aula exclusiva, a aula 6 desta disciplina. 18 Por fim, Pontes (2014) apresenta uma síntese dos benefícios da avaliação de desempenho, tanto para o alinhamento dos indivíduos e das áreas com o planejamento estratégico da organização quanto para alimentar de informações outros programas e práticas organizacionais, contribuindo sobremaneira com os resultados positivos dos mesmos. Fonte: Pontes, 2014. Leitura obrigatória Leia as páginas 112 a 123 de: CHIAVENATO, Idalberto. Desempenho humano nas empresas: como desenhar cargos e avaliar o desempenho para alcançar resultados. Manole, 2009. Complementando os estudos, assista ao vídeo “ACAD entrevista: gestão de desempenho com Paula Caires da Serasa Experian”, acessando o link a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=0vtwG-KJbYY E aproveite e leia o artigo ”Descubra 40 benefícios da avaliação de desempenho que trazem lucro”, acessando o link a seguir: http://blog.softwareavaliacao.com.br/beneficios-da-avaliacao-de-desempenho/ Planejamento Estratégico Programa de Avaliação de Desempenho Programas de Gestão de Pessoas: Identificação de Talentos Cargos, carreiras e salários Treinamento e Desenvolvimento Programas de Qualidade Programas de Participação nos Lucros e Resultados Gestão Econômico-financeira https://www.youtube.com/watch?v=0vtwG-KJbYY http://blog.softwareavaliacao.com.br/beneficios-da-avaliacao-de-desempenho/ 19 NA PRÁTICA Leia o artigo “O futuro da avaliação de desempenho”, analise os argumentos apresentados no artigo e aponte cinco objetivos da avaliação de desempenho baseada nas tendências futuras da ferramenta. http://experience.hsm.com.br/posts/o-futuro-da-gestao-do-desempenho SÍNTESE Nesta aula, pudemos discutir várias questões iniciais acerca da ferramenta avaliação de desempenho, destacando sua importância para a competitividade organizacional e para o desenvolvimento pessoal e da empresa. Tratamos, ainda, dos conceitos aplicáveis à ferramenta e seus objetivos e benefícios, tanto para a organização, quanto para os gestores, para a área de Recursos Humanos e para o próprio funcionário. REFERÊNCIAS BERGAMINI, C.W. Avaliação de desempenho humano na empresa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1987. BERGAMINI, C. W.; BERALDO, D. G. R. Avaliação de desempenho humano na empresa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1988. CHIAVENATO, I. Desempenho humano nas empresas: como desenhar cargos e avaliar o desempenho para alcançar resultados. São Paulo: Manole, 2009. COELHO JR., F. A. Gestão do desempenho humano no trabalho: interfaces teóricas, etapas constitutivas e implicações práticas. 3º Encontro de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho. João Pessoa, 2011. PEREIRA, A. L. A evolução da avaliação de desempenho nas organizações. Negócios em projeção, v. 5, n. 2, p. 79-96, 2014. PEREIRA, A. L. A evolução da avaliação de desempenho nas organizações. Negócios em projeção, v. 5, n. 2, p. 79-96, 2014. http://experience.hsm.com.br/posts/o-futuro-da-gestao-do-desempenho 20 PONTES, B. R. Avaliação de desempenho: métodos clássicos e contemporâneos, avaliação por objetivos, competências e equipes. São Paulo: LTr, 2014.PONTES, B. R. Avaliação de desempenho: nova abordagem. 7 ed. São Paulo, 1999. RABAGLIO, M. O. Avaliação por competências: ferramenta de remuneração ou desenvolvimento. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2010. RESENDE, E.; TAKESHIMA, M. L. RH em tempo real: conceitos e ferramentas modernas para gestão de recursos humanos. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2000. SOUZA, V. L. Gestão de desempenho: julgamento ou diálogo. São Paulo: FGV, 2002.
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