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Maria Eduarda de Oliveira - P4 - UniFBV Wyden Patologia - Aula 3 Distúrbios do crescimento e diferenciação celular Conceitos ━ Crescimento Multiplicação celular responsável pelo conjunto de células que formam o indivíduo. ━ Diferenciação Especialização morfológica e funcional que permite o desenvolvimento do organismo como um todo integrado. ━ Células lábeis Células que se multiplicam continuamente durante toda a vida. Ex.: Células epiteliais, hematopoiéticas e linfóides. ━ Células estáveis Células que têm baixa atividade mitótica, porém tem alta capacidade de proliferação quando estimuladas. Ex.: Células das glândulas salivares, endócrinas, do fígado, pâncreas e as células derivadas do mesênquima - fibroblastos e osteoblastos. ━ Células perenes/permanentes São aquelas que perderam a capacidade de se multiplicar. A morte celular deste tipo de célula resulta em metaplasia por tecido conjuntivo, não se regenera. Ex.: Células nervosas, músculo esquelético e cardíaco Adaptações São alterações reversíveis de número, tamanho, fenótipo, atividade metabólica ou das funções celulares em resposta a alterações no seu ambiente. Podem ser: ━ Fisiológicas Quando a resposta celular é estimulada de forma normal, pelos hormônios ou mediadores químicos endógenos. Ex.: Aumento do útero e mama induzida por hormônio durante a gravidez ━ Patológicas É uma resposta ao estresse de um estímulo lesivo, o qual ultrapassa a capacidade da célula de se adaptar e consequentemente, gerando uma lesão Ex.: Aumento do músculo cardíaco na insuficiência cardíaca. Hipertrofia Aumento no tamanho da célula e, consequentemente, do órgão. O número de células não é modificado, apenas o tamanho, devido ao aumento na síntese de proteínas estruturais e organelas. Ex.: aumento do volume de um órgão por aumento da demanda funcional (adaptação) ou por aumento de estímulos tróficos (hormônios). Aumento de volume das células que compõem o órgão, associado ao aumento do estroma, com aumento da síntese intracelular em células pós mitóticas ou permanentes (músculo estriado). Maria Eduarda de Oliveira - P4 - UniFBV Wyden Patologia - Aula 3 Classificação ━ Hipertrofia compensatória O órgão par aumenta de tamanho e assume a função do homólogo alterado ou ausente, suprindo a necessidade do organismo. ━ Hipertrofia vicariante O tecido de um órgão que tem uma parte lesada compensa a função da fração deficiente ━ Hipertrofia subcelular do retículo endoplasmático liso Aumento do R.E.L após a administração de barbitúricos, esteróides, hidrocarbonetos, explicando a tolerância progressiva a estas substâncias. Aumento da capacidade de detoxificação por aumento da desmetilação oxidativa. Hipotrofia É a redução quantitativa dos componentes estruturais e das funções celulares com diminuição do volume das células e dos órgãos atingidos. Ausência, privação ou deficiência de nutrição, geralmente associada a apoptose e autofagia. Redução do anabolismo celular (com formação de citossegressomos) e diminuição das organelas na célula, além da redução do volume e função celular - atrofia ━ Fisiológica No desenvolvimento embrionário - atrofia da notocorda, do ducto tireoglosso - a redução uterina no puerpério. ━ Patológica Pode ocorrer devido a: - Desuso - Desnervação (atrofia muscular) - Redução do fluxo sanguíneo (isquemia) - Desnutrição protéico-calórica acentuada (marasmo) - Hipo/atrofia do timo em crianças com doença crônica - Redução do estímulo hormonal - Senilidade (por redução do metabolismo e da proliferação celular - Pressão - Inatividade ou desuso (amiotrofia clássica da imobilização e engessamento Hiperplasia Aumento do número de células de um órgão ou parte dele por aumento da taxa de replicação celular. ━ Fisiológica Ação hormonal na mama durante a lactação e no útero durante a gravidez, compensatória como na regeneração hepática, após hepatectomia parcial. ━ Patológica Excesso de estímulo hormonal ou por fatores de crescimento, como; A hiperplasia endometrial pela ação do estrogênio; A hiperplasia das adrenais na Síndrome de Cushing; A hiperplasia da tireóide no hipertireoidismo; A hiperplasia das paratireóides no hiperparatireoidismo secundário; Maria Eduarda de Oliveira - P4 - UniFBV Wyden Patologia - Aula 3 Metaplasia Alteração reversível na qual, um tipo de célula adulta, epitelial ou mesenquimal é substituída por outro tipo de célula adulta. É um tipo de adaptação do organismo na qual, um tipo celular submetido a um estresse por outro tipo mais resistente, que seja capaz de suportar as transformações do ambiente. O tecido metaplásico é mais resistente devido a essa característica, embora também cause prejuízo ao tecido. Só ocorre em tecidos renováveis (epitélios e conjuntivos, nunca em músculos ou tecido nervoso). Mesma origem embrionária significa que um tecido epitelial só se transforma em outro epitelial, e um tecido conjuntivo só se transforma em outro conjuntivo, nunca um conjuntivo pode sofrer metaplasia para epitélio ou vice versa. ━ Metaplasia escamosa - Epitélio colunar para epitélio escamoso. O epitélio pseudo-estratificado colunar ciliar, do trato respiratório, quando submetido cronicamente a irritação pela fumaça do cigarro, se torna achatada e passa a ser do estratificado pavimentoso. Não é uma alteração fisiológica, mas é reversível. As células colunares, têm a capacidade de filtrar o ar, para que chegue limpo aos alvéolos, nessa alteração, as células tronco presentes na base do epitélio recebem uma sinalização para que modifique a estrutura celular, para uma mais resistente. As células escamosas não sofrem em decorrência dos estímulos agressivos que o cigarro causa, porém, o ar não é filtrado corretamente, aumentando a tendência de problemas respiratórios, há perda na secreção de muco e perda da ação dos cílios do epitélio colunar. Pode ocorrer também refluxo esofágico, na esofagite de Barret, na qual células estratificadas pavimentosas são substituídas por células colunares semelhantes às intestinais. Também, podem ser causadores desse processo, a deficiência de vitamina A, doença do refluxo gastroesofágico, litíase, por cálculos nos ductos excretores das glândulas, pâncreas ou ductos biliares. As influências que predispõem a metaplasia, se persistirem, podem iniciar uma transformação maligna no epitélio metaplásico. Pode atingir - Vias aéreas (fumantes crônicos e nas broncopneumonias parasitárias); - Vias genitais - Infecções, traumatismos, intoxicações por naftalenos clorados e administração de estrógenos “Stimplants”/bovinos e deficiência de vitamina A; - Ductos das glândulas salivares - Sialolitíase; - Ductos pancreáticos - Pâncreas Litíase; ━ Metaplasia mielóide Transformação do tecido conjuntivo reticular (estroma principalmente de órgãos como o baço, fígado, pulmões e rins). Referências G. Bogliolo - Patologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Gen, Guanabara Koogan, 2016. KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N.; MITCHELL, R. N. Robbins KUMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran – Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/intro.htm http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/intro.htm Maria Eduarda de Oliveira - P4 - UniFBV Wyden Patologia - Aula 3 http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/11Descrdif.h tml http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/11Descrdif.html http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/11Descrdif.html
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