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AULA 03 TÉCNICAS AVANÇADAS EM ANÁLISE DE CUSTOS - ASPECTOS GERAIS SOBRE OS SISTEMAS DE CUSTOS

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TÉCNICAS AVANÇADAS DE 
ANÁLISE DE CUSTOS 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª. Neide Borscheid Mayer 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá! Seja bem-vindo à aula 3 da disciplina de Técnicas Avançadas de 
Análise de Custos. 
Nesta aula, continuaremos tratando do tema já iniciado na aula 2, que se 
refere ao custo-padrão, porém, o enfoque atual será especificamente na 
apuração e análise das variações na mão de obra direta e nos custos indiretos 
de produção (CIPs). 
Manteremos o foco na sua formação como analista e tomador de decisão, 
para que consiga, de fato, contribuir com as organizações visando melhores 
resultados econômicos e financeiros, bem como atingindo seus objetivos 
estratégicos. 
 Bons estudos! 
CONTEXTUALIZANDO 
Diferentemente do que ocorre quando analisamos as variações de 
materiais diretos de fabricação, ao tratarmos de variações entre aquilo que havia 
sido previsto no custo-padrão da mão de obra direta e os custos indiretos de 
produção, a análise por unidade produzida pode trazer distorções, uma vez que 
são necessários direcionadores de custo (critérios de rateio) para efetuar essa 
alocação. 
Em virtude disso, é muito importante utilizar direcionadores que tenham 
alguma relação causa x real sobre o consumo do custo em análise. Por exemplo, 
quantidades de horas trabalhadas para a mão de obra direta. Uma vez que se 
definiu o direcionador mais adequado ao se analisarem as variações, o foco 
principal deve ser o da razão que levou à variação. Por esse motivo, as variações 
devem ser vistas sob os prismas de volume, custo e eficiência. 
E como se dá esse processo? 
São esses os pontos que veremos na sequência. 
TEMA 1 – CUSTO-PADRÃO: VARIAÇÃO DE MÃO DE OBRA DIRETA 
Como vimos na aula 2, quando analisamos as variações do custo-padrão 
em relação ao custo real dos materiais diretos, conseguimos identificar possíveis 
perdas no consumo dos materiais, ou, até mesmo, a elevação desproporcional 
dos preços em função de uma má negociação por parte da área responsável. 
 
 
3 
A análise de variação de mão de obra direta deve ser realizada de forma 
similar à dos materiais, sendo o foco principal o de analisar a eficiência por hora 
trabalhada (Bornia, 2010). Nesse sentido, o cálculo da diferença entre aquilo que 
havia sido projetado comparado ao custo real precisa considerar a origem da 
variação, ou seja, se foi na quantidade de horas despendidas no processo, no 
valor-hora (R$) gasto no período ou se houve uma variação mista, tanto em 
quantidade de horas quanto em valor-hora (R$) gasto. Para melhor 
compreensão, vamos utilizar novamente o esquema genérico apresentado por 
Padoveze (2010, p.418): 
Quadro 1 – Esquema genérico de variação 
 
Fonte: Padoveze, 2010. 
Sendo: 
A = Quantidade de Horas Real x Valor-Hora Real 
B = Quantidade de Horas Real x Valor-Hora Padrão 
C = Quantidade de Horas Padrão x Valor-Hora Padrão 
Vamos a um exemplo: digamos que determinada empresa apurou as 
seguintes informações ao término do período produtivo em análise: 
Quantidade de horas padrão estimadas para o período: 15.000 horas 
Valor-hora* padrão considerado para o período: R$ 4,50 
Valor padrão total da MOD do período: R$ 67.500 
Quantidade de horas realizadas no período: 15.500 horas 
Valor-hora* efetivamente gasta no período: R$ 4,00 
Valor real total da MOD do período: R$ 62.000 
A partir das informações apuradas, a empresa consegue efetuar a análise 
para identificar sua real origem: 
A = Quantidade de horas realizadas x Valor-hora Real 
A = 15.500 x R$ 4,00 
A = R$ 62.000 
B = Quantidade de horas realizadas x Valor-hora Padrão 
B = 15.500 x R$ 4,50 
 
 
4 
B = R$ 69.750 
C = Quantidade de horas-padrão x Valor-hora Padrão 
C = 15.000 x R$ 4,50 
C = R$ 67.500 
Análise de Variação da taxa-horária: 
(A – B) = R$ 62.000 – R$ 69.750 
(A – B) = – R$ 7.750 
Análise de Variação da eficiência: 
(B – C) = R$ 69.750 – R$ 67.500 
(B – C) = R$ 2.250 
Variação FAVORÁVEL total = – R$ 7.750 + R$ 2.250 = – R$ 5.500. 
Nesse exemplo, tivemos uma variação mista favorável correspondente a 
R$ 5.500, ou seja, o gasto total foi inferior ao que havia sido previsto. Embora a 
mão de obra não tenha sido tão eficiente, essa empresa teve um custo em Reais 
por hora trabalhada inferior ao valor estimado. 
Você sabe calcular o valor-hora da MOD? 
Padoveze (2010, p. 409) estabelece que a “a base para construção dos 
padrões de mão de obra direta é o processo de fabricação”, ou seja, são 
consideradas as remunerações e encargos de toda a equipe ligada à produção. 
E o que devemos incluir nessa remuneração? 
A remuneração é composta pelo salário base dos colaboradores, além de 
todos os adicionais que porventura recebam, como horas extras, adicionais 
noturnos, de insalubridade etc. 
Já em relação aos encargos, consideram-se as obrigações com FGTS, 
INSS, férias, décimo terceiro salário, dentre outros. 
Por exemplo, digamos que a linha de produção de determinada empresa 
conte com três colaboradores, que trabalham 220 horas mensais, com custo de 
remuneração e encargos mensais apresentados no quadro a seguir: 
Quadro 2 – Custos de remuneração e encargos mensais 
 
 
 
5 
Para calcular a média do valor mensal da MOD, basta utilizar a soma de 
todas as remunerações e encargos dos três colaboradores e dividir por 3: 
Média MOD mensal = R$ 14.110 / 3 
Média MOD mensal = R$ 4.703 
No entanto, para que possamos confrontar o custo real da MOD com o 
que havia sido definido como padrão, é necessário apurar esse valor por hora. 
Para isso, basta dividir o valor médio mensal da MOD pela quantidade de horas 
trabalhadas no mês: 
Valor-hora da MOD = R$ 4.703 / 220 horas 
Valor-hora da MOD = R$ 21 
A partir de agora, inicia-se a parte mais importante desse controle: 
analisar os motivos que geraram as variações identificadas para implementar 
melhorias no processo, ou mesmo no custo-padrão do restante dos períodos, 
caso se confirme essa necessidade. 
Quais são as possibilidades de origens das variações na MOD? 
Já percebemos que as variações podem ocorrer tanto na quantidade de 
horas despendidas para produção prevista quanto no valor-hora do salário do 
colaborador. Nesse sentido, Martins (2010, p.332) nos traz alguns exemplos que 
podem gerar tais variações: 
 Aumento de salário-hora em função de determinação legal (encargos) ou 
por negociação com o sindicato da categoria (dissídio); 
 Ineficiência de mão de obra ou uso de pessoal inadequado para 
determinada tarefa; 
 Padrão de horas baseado em colaboradores com desempenho acima da 
média, tornando a meta geral inatingível. 
 Esse autor diz, ainda, que da mesma forma como nas variações 
identificadas no consumo de materiais, para as variações identificadas na MOD, 
em algumas situações, serão viáveis medidas de correção e regularização, e, 
para outras, pode ser necessária a realização de adequação do custo-padrão 
para o exercício seguinte. 
 
 
 
6 
TEMA 2 – CUSTOS INDIRETOS, PRODUÇÃO (CIP): VARIAÇÃO TOTAL DOS 
CIP, VARIAÇÃO DO VOLUME DOS CIP, VARIAÇÃO NO CUSTO 
 Vimos na aula 2 que os custos indiretos de produção são aqueles gastos 
ou consumidos na produção mas que não fazem parte do produto em si. 
Sabemos, ainda, que os custos indiretos podem ser fixos ou variáveis. 
 Para alocação desses custos aos produtos utilizam-se critérios de rateio 
previamente definidos. Segundo Padroveze (2010, p.410), “sempre que possível 
deve-se evitar o uso de taxas baseadas em valores, uma vez que isso impede a 
correta mensuração das variações de quantidade que ocorrerão”. Ainda de 
acordo com o autor, é sempre importante ter uma relação causal entre o critério 
de rateio utilizado com o custo em si, por exemplo, horas-máquina trabalhadas, 
volume de produção etc. 
Para definição do custo-padrão dos CIP, seguindo na mesma linha do quevimos para os materiais diretos e para a MOD, calcularemos o custo por unidade, 
utilizando o volume como referência. Além disso, é importante destacar que, se 
a empresa utiliza como sistema de custeio o custo por absorção, a construção 
do custo-padrão deve ser tanto para os CIP variáveis quanto para os fixos. 
Martins (2010) alerta que, para essas empresas, o volume considerado, tanto 
para o custo-padrão quanto para o real, provocará alterações nos custos 
unitários em virtude dos CIP fixos e que “haverá uma diferença causada pela 
oscilação nos custos em si”. 
Para ficar mais claro esse entendimento, vamos a um exemplo. Digamos 
que determinada empresa utiliza o sistema de custeio por absorção e apresenta 
as seguintes informações dos CIP para determinado período: 
Custo-padrão dos CIPs variáveis*: R$ 55 por unidade produzida. 
Custo-padrão dos CIPs fixos**: R$ 250.000 
Volume-padrão de produção: 100.000 unidades 
Considerações: 
 *Como os custos variáveis variam proporcionalmente ao volume de 
produção, é possível a apuração do custo por unidade produzida. 
 ** Os custos fixos não variam proporcionalmente ao volume de produção, 
por isso serão rateados considerando o volume de produção do período. Assim, 
mencionamos que podem interferir significativamente no custo unitário do 
produto. 
 
 
7 
Vamos realizar o cálculo do custo-padrão dos CIPs de acordo com as 
informações apresentadas no exemplo: 
Primeiramente, devemos calcular o valor total dos CIPs variáveis do 
período, para isso, basta multiplicar o volume de produção, pelo custo indireto 
variável unitário já fornecido no exemplo: 
 CIP variável padrão total = R$ 55 x 100.000 unid 
 CIP variável padrão total = R$ 5.500.000 
Agora, basta somar os CIPs padrões fixos e variáveis totais e dividir o 
resultado pelo volume de produção padrão: 
Custo-padrão CIP unitário = (R$ 5.500.00 + R$ 250.000) / 100.000 unid 
Custo-padrão CIP unitário = R$ 57,50 
Da mesma forma, precisamos apurar os CIPs reais no período para que 
possamos efetuar a análise das variações: 
Custo real do CIP total = R$ 5.800.000 
Volume de produção real = 95.000 unidades 
Custo real CIP unitário = R$ 5.800.000 / 95.000 
Custo real CIP unitário = R$ 61,05 
Para que possamos identificar a origem dessa variação, que pode ser 
mista, de volume ou de preço, utilizamos a mesma equação já abordada para os 
demais tipos de custos: 
A = Quantidade Real x Preço Real 
A = R$ 5.800.000 
B = Quantidade Real x Preço-Padrão 
B = 95.000 un x R$ 57,50 
B = R$ 5.462.500 
C = Quantidade-padrão x Preço-padrão 
C = R$ 5.750.000 
Análise de Variação de preço: 
(A – B) = R$ 5.800.000 – R$ 5.462.500 
(A – B) = R$ 337.500 
Análise de Variação em função do volume de produção: 
(B – C) = R$ 5.462.500 – R$ 5.750.000 
(B – C) = – R$ 287.500 
Podemos concluir, com nosso exemplo, que tivemos uma variação 
Desfavorável Mista, uma vez que parte da variação desfavorável teve sua 
 
 
8 
origem em função do gasto em R$ e, ao mesmo tempo, essa empresa teve uma 
volume de produção no período inferior ao que havia sido previsto. Em outras 
palavras, houve uma ineficiência na gestão de custos, porque se produziu menos 
do que havia sido previsto e com um CIP maior do que necessário para o volume 
produzido. 
Sempre que, ao analisarmos a variação do custo-padrão x custo real dos 
CIPs, em virtude da inclusão dos custos indiretos fixos, de acordo com Padoveze 
(2010, p.419), “Se o volume real for maior do que o volume escolhido como 
padrão, a taxa unitária no custo do produto é menor: se o volume real acontecer 
em menor quantidade, a taxa unitária atribuída ao custo será maior”. 
TEMA 3 – VARIAÇÃO DA DEFICIÊNCIA, COMPARAÇÃO ENTRE VARIAÇÕES 
MÚLTIPLICAS E ANÁLISE DETALHADA DAS VARIAÇÕES DE CUSTO 
 No exemplo desenvolvido no tema anterior, utilizamos o volume de 
produção tanto para apurar o custo unitário dos CIPs variáveis quanto dos fixos. 
Porém, quando tratamos de custos variáveis, outros direcionadores de custo 
podem ser mais eficientes, como é o caso de horas-máquina e volume de 
consumo de matéria-prima. 
 Essa forma de apuração dos custos unitários trará um resultado mais 
preciso daquilo que se entende como variação oriunda da eficiência de produção 
e da variação que ocorreu em função de custo propriamente dito. 
 Para melhor compreensão, vamos utilizar as mesmas informações do 
exemplo desenvolvido no tema anterior, alterando, somente, o direcionador de 
custos utilizado para os custos indiretos variáveis. 
Custo-padrão dos CIPs variáveis: R$ 55 por hora-máquina. 
Custo-padrão dos CIPs fixos: R$ 250.000 
Volume-padrão de produção: 100.000 unidades equivalentes a 100.000 
horas-máquina no período. 
 O custo-padrão unitário em nosso exemplo ficaria, então: 
 (100.000 unidades por período x 1 hora-máquina por unidade x R$ 55 por 
hora-máquina) + R$ 250.000 = R$ 5.500.000 + R$ 250.000 = R$ 5.750.000 
Agora, dividimos o total dos CIPs padrão pelo volume de produção, que 
ficaria: 
 R$ 5.750.000 / 100.000 = R$ 57,50 
 
 
9 
O resultado do nosso exemplo ficou igual ao anterior, porque 
consideramos 1 hora-máquina por unidade produzida, 
Suponhamos, agora, que os dados dos CIPs reais sejam equivalentes aos 
apresentados a seguir: 
Custo real dos CIPs variáveis: R$ 58,42 por hora-máquina. 
Custo real dos CIPs fixos: R$ 250.000 
Volume de produção real = 95.000 unidades 
Total de unidades de horas-máquina necessárias para essa 
produção = 104.500 
O custo real unitário em nosso exemplo ficaria, então: 
 (95.000 unidades por período x 1 hora-máquina por unidade x R$ 58,42 
por hora-máquina) + R$ 250.000 = R$ 5.549.900 + R$ 250.000 = R$ 5.799.900 
Dividindo o total dos CIPs pelo volume de produção para apuração do CIP 
unitário: 
Custo real CIP unitário = R$ 5.799.900 / 95.000 
Custo real CIP unitário = R$ 61,05 
Nesse exemplo, constatamos que a empresa teve um desempenho 
ineficiente, porque não conseguiu produzir uma unidade a cada hora-máquina 
trabalhada. Em outras palavras, a produção foi 10% menor em unidades do que 
havia sido previsto pelo custo-padrão [(104.500 horas-máquina utilizadas – 
95.000 horas-máquina previstas) / 95.000 horas-máquina previstas = 0,10 ou 
10%)]. Por esse motivo é que se faz necessária a apuração da variação que se 
refere à eficiência daquilo que está relacionado ao custo. 
Levando em consideração essa ineficiência, o CIP unitário real ficaria: 
 (95.000 unidades por período x (104.500 horas-máquina utilizadas / 
95.000 unidades produzidas) x R$ 58,42 por hora-máquina) + R$ 250.000 = R$ 
6.104.890 + R$ 250.000 = R$ 6.354.890 
Custo real CIP unitário = R$ 6.354.890 / 95.000 
Custo real CIP unitário = R$ 66,89 
Para produzir 95.000 unidades, o custo unitário deveria ter sido o de R$ 
61,05, porém, utilizando uma quantidade maior de horas-máquina, o custo ficou 
em R$ 66,89. 
A separação entre eficiência e custo, segundo Martins (2010, p. 339), “só 
pode ser usada quando é possível fazer algum tipo de relacionamento entre 
 
 
10 
produção e esforço para a produção e quando os custos indiretos variáveis 
guardem relação com esse esforço”. 
Outro aspecto importante que precisamos destacar é que, até o momento, 
consideramos em nossos exemplos somente os valores totais dos CIPs, mas 
quando se trata de análise para tomada de decisão, levando a um plano de ação 
assertivo para correção das variações identificadas, a análise precisa considerar 
cada um dos gastos ou custos individualmente. 
Para exemplificar, vamos adaptar o caso utilizado por Martins (2010, p. 
339), como segue: 
Quadro 3 – Custo indireto de produção padrão 
 
Fonte: Martins, 2010. 
No quadro apresentado, é possível verificar que os CIPs estão separados 
em variáveis e fixos e que há tipos de custos que são parte variáveis e parte 
fixos. 
Assim como analisamos as variações em nossos exemplos anteriores, 
para a análise das diferenças por tipo de gasto tambémdevemos confrontar os 
gastos reais com aqueles que haviam sido previstos pelo padrão. 
Quadro 4 – Custo indireto de produção real 
 
Fonte: Martins, 2010. 
 
 
11 
Em nosso exemplo, não foram identificadas variações em relação aos 
custos fixos. Em virtude disso, focaremos nossa análise somente nos CIPs 
variáveis e utilizaremos as mesmas quantidades de produção consideradas no 
exemplo anterior, ou seja: 
Quantidade Padrão: 100.000 unidades 
Quantidade Real: 95.000 unidades 
Quadro 5 – Análise das variações de custo e eficiência por item 
Como você pode constatar na imagem com a análise das variações, por 
mais que a variação derivada no custo tenha se mostrado favorável na maioria 
dos itens que compõem os CIPs variáveis, ao analisar a eficiência, há uma 
situação desfavorável em todos os itens, decorrentes de uma produção inferior 
do que havia sido previsto, sendo o impacto mais significativo em virtude do 
consumo de energia elétrica. 
 A abertura da análise de cada item dependerá da importância desse item 
sobre o custo total, e cabe à área responsável definir esse nível de abertura e 
análise. 
TEMA 4 – ALTERNATIVAS NO CÁLCULO DE VARIAÇÃO DOS CIP E ANÁLISE 
DETALHADA DAS VARIAÇÕES DE EFICIÊNCIA E DO VOLUME 
O método de análise que detalhamos até o momento pode ser utilizado 
independentemente do tipo de controle contábil realizado. Mas, para as 
empresas que escolhem contabilizar o custo padrão, há uma forma alternativa 
de controle das variações, esse modelo é tratado por Martins (2010) e o 
detalharemos a seguir. 
O primeiro passo para esse tipo de análise seria o de apropriar o custo 
das unidades efetivamente produzidas ao custo unitário padrão (exemplo 
adaptado de Martins (2010, p.340): 
CIP padrão aplicado: 95.000 unid. X R$ 55,00 = R$ 5.225.000 
 
 
12 
Na sequência, é necessário ajustar o custo-padrão, levando em 
consideração a eficiência, ou seja, o valor por horas-máquina: 
 CIP padrão ajustado ao nível real = (95.000 unidades por período x 1 
hora-máquina por unidade x R$ 58,42 por hora-máquina) = R$ 5.549.900 
A partir dessas duas informações, é possível realizar o cálculo da variação 
decorrente do volume de produção, como demonstramos: 
 Variação de volume = CIP padrão aplicado – CIP padrão ajustado ao nível 
real 
 Variação de volume = R$ 5.225.000 – R$ 5.549.900 
 Variação de volume = – R$ 324.900 
O próximo passo é ajustar o custo padrão à produção em horas-máquinas 
realmente consumidas: 
 CIP ajustado a eficiência real = 95.000 unidades por período x (104.500 
horas-máquina utilizadas / 95.000 unidades produzidas) x R$ 58,42 por hora-
máquina) = R$ 6.104.890 
 Levando em consideração o valor obtido do CIP padrão ajustado ao nível 
real e do CIP ajustado à eficiência real, conseguimos identificar a variação 
decorrente da eficiência propriamente dita, como segue: 
 Variação de Eficiência = R$ 5.549.900 – R$ 6.104.890 
 Variação de Eficiência = – R$ 554.900 
 Da mesma forma como demonstramos nos exemplos do método de 
análise das diferenças anterior, essas variações também poderiam ser abertas 
de forma a analisar a variação em cada uma dos itens que compõem o CIP total 
e, assim, ter maior assertividade na tomada de decisão em relação aos pontos 
que precisam ser corrigidos ou tratados. 
 As duas formas de apuração e análise das variações dos custos-padrão 
para os custos reais são válidas. O que determinará qual método a ser 
empregado é a estrutura de contabilização e controle de custos já implementada 
na empresa. 
TEMA 5 – CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A VARIAÇÃO DOS CIP 
 Como já destacamos ao longo dos temas em que abordamos as análises 
das variações do custo-padrão em relação ao custo realmente incorrido, os 
esforços de apuração das diferenças somente serão válidos caso se adotem 
medidas de correção dos principais pontos identificados. 
 
 
13 
 Nesse sentido, é importante destacar que, no tratamento e na análise das 
diferenças, devem ser respeitadas as características qualitativas fundamentais 
de relevância e materialidade das informações contábeis, o que Padoveze 
(2010) chama de enfoque na administração por exceção ou administração por 
relevância, ou seja, deve-se atuar naquelas variações que são, de fato, 
relevantes e que precisam de uma gestão mais assertiva, afinal, trabalha-se 
sempre com uma escassez de recursos e tempo e que, portanto, devem ser 
corretamente empregados. 
 Agora você deve estar se questionando: como classificar a 
informação como relevante e material? 
Para responder a essa pergunta, vamos utilizar o próprio conceito 
apresentado no Pronunciamento conceitual básico (R1) - CPC 00: 
Informação contábil-financeira relevante é aquela capaz de fazer 
diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários e é 
considerada material se a sua omissão ou sua divulgação distorcida 
(misstating) puder influenciar decisões que os usuários tomam com 
base na informação contábil-financeira acerca de entidade específica 
que reporta a informação. 
Vamos exemplificar uma situação. Digamos que nossa empresa apurou 
um valor total de CIPs no período correspondente a R$ 1.000.000 e, nesse total, 
há um material que teve uma variação de 130% maior do que o previsto, mas 
que correspondia a R$ 100. Por mais que olhando exclusivamente para o item 
específico percentualmente a variação tenha sido grande, dentro do todo o valor 
o gasto do item era de 0,01%, não sendo necessário um esforço para tratamento 
e tomada de decisão. 
Outro aspecto que também não pode ser negligenciado é de que tratar as 
variações significa trabalhar na razão pela qual se obteve diferenças entre os 
custos previstos e aqueles efetivamente realizados. Vamos apresentar alguns 
exemplos de fatores que podem gerar variações: 
 Variações de volume: crise no país que levou a uma demanda maior dos 
produtos, paradas de produção não programadas decorrentes de falhas 
nos equipamentos ou quedas de energia elétrica, matéria-prima de má 
qualidade que gerou uma quantidade maior de refugos etc. 
 Variações de eficiência: treinamento inadequado da equipe, férias de 
colaboradores importantes do processo, mudança de sistemas ou 
processo, dentre outros. 
 
 
14 
 Variações de custo: aumento ou redução do valor dos materiais 
decorrentes de compras em moeda estrangeira ou mesmo devido ao 
processo inflacionário, consumo maior de água ou energia elétrica por 
haver equipamentos desregulados, trocas de fornecedores etc. 
 O importante em todo esse processo é a utilização do custo-padrão como 
uma ferramenta de controle e gestão dos custos de produção de maneira a 
permitir a organização a atingir seus objetivos estratégicos. 
TROCANDO IDEIAS 
 Você conhece os diferentes tipos de sistemas de custeio que podem ser 
utilizados nas organizações? O artigo do link apresentado a seguir, mostra, de 
uma forma muito simples e direta, as variações de alguns dos sistemas utilizados 
pelas organizações, seus pontos fortes e fracos. Disponível em: 
<http://blog.wk.com.br/metodos-de-custeio-por-absorcao-variavel-abc-e-uep/>. 
 A partir da leitura desse artigo, discuta com seus colegas sobre de que 
forma a utilização dos diferentes tipos de sistema de custeio interferirão na 
análise das variações dos CIPs padrão x real das organizações. 
NA PRÁTICA 
 Suponhamos que você seja a pessoa responsável pelo tratamento das 
variações identificadas entre os custos padrão e real da empresa que utilizamos 
como exemplo ao longo da nossa aula. Analise as razões pelas quais foram 
geradas as principais diferenças e apresente ações que poderiam ser 
implementadas para mitigação e correção dos desvios, a partir das informações 
disponibilizadas no quadro a seguir: 
Quadro 6 – Análise das variações de custo e eficiência por item 
 
 
 
 
15 
Quantidade Padrão: 100.000 unidades 
Quantidade Real: 95.000 unidades 
 Informações coletadas das razões das principaisvariações: 
 Ocorreram quedas de energia que levaram a uma parada de produção de 
4 horas no mês. 
 A empresa trocou o fornecedor responsável pela realização da 
manutenção dos equipamentos, que, além de cobrar um valor menor 
pelas peças e serviços prestados, conseguiu calibrar as máquinas de 
forma a conseguir uma eficiência maior na sua utilização. 
 Fornecedor do material indireto utilizado para realização do acabamento 
do produto (lixas) aumentou o preço em função de seu concorrente no 
Estado não estar mais atuando no segmento. 
FINALIZANDO 
Ao longo desta aula, abordamos as formas de análise das variações do 
custo-padrão x real em relação à mão de obra direta empregada e dos custos 
indiretos de produção. Além disso, constatamos que as variações podem ser 
decorrentes de diferentes pontos, como volume, custo e eficiência, e que, por 
esse motivo, a análise precisa ser realizada sob esses três enfoques para que 
se consiga uma efetividade maior na implementação de medidas de correção 
que se fizerem necessárias, no processo produtivo ou no custo utilizado como 
padrão ou referência. 
Quando se trata especificamente da análise dos CIPs, podem ser 
utilizados dois métodos, respeitando o nível de controle de cada organização. 
Um leva em consideração as informações gerenciais em controles paralelos e o 
outro considera a contabilização do custo-padrão. 
Independentemente da forma que se decidir por utilizar, a energia 
principal deve ser gasta no tratamento adequado das variações relevantes e 
materiais constatadas, ou seja, trabalhando na razão principal que levou à 
diferença daquilo que havia sido previsto para o período. 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
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