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Relatório – Didática e Metodologia do ensino de Arte Introdução A partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB - 9.394/96), a Educação Básica brasileira passou a ser estruturada em etapas e modalidades. São etapas da Educação Básica: a Educação Infantil, o Ensino Fundamental (anos iniciais e anos finais) e o Ensino Médio. A Educação Infantil tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 05 anos, compreendendo creche e pré-escola. O Ensino Fundamental é formado por duas fases: anos iniciais e anos finais. A primeira fase do Ensino Fundamental tem duração de 05 anos e contempla os alunos do 1º ao 5º ano (6 a 10 anos). A segunda tem duração de 04 anos e é voltada para os alunos do 6º ao 9º ano (11 a 14 anos). O Ensino Médio tem duração de três anos e agrega um imenso e diverso contingente de adolescentes, jovens e adultos. A Educação Básica brasileira tem como referência a Base Nacional Comum Curricular – BNCC, documento de carácter normativo especificamente destinado a registrar, orientar, regulamentar e traçar diretrizes para a educação escolar formal. Por meio da BNCC, define-se o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das diferentes etapas e modalidades da Educação Básica. Na BNCC, estão reunidos e são apresentados os elementos - aprendizagens essenciais, competências e habilidades - que se articulam e devem ser desenvolvidos de modo a assegurar aos alunos os direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o Plano Nacional de Educação – PNE. Entende-se que as aprendizagens essenciais são aqueles conhecimentos imprescindíveis que todo aluno deve desenvolver ao longo de sua trajetória na Educação Básica. Para tanto, considera-se a complexidade da aprendizagem trabalhando-se das mais simples às mais complexas. No contexto da Base Nacional Comum Curricular, as aprendizagens essenciais direcionam o desenvolvimento das competências. Entende-se competência pela: [...] a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho (BRASIL, 2018, p. 8). São 10 as competências gerais da nova BNCC: Conhecimento; Pensamento científico, crítico e criativo; Repertório cultural; Comunicação; Cultura digital; Trabalho e projeto de vida; Argumentação; Autoconhecimento e autocuidado; Empatia e cooperação e Responsabilidade e cidadania. A BNCC tem a intencionalidade e apresenta as prerrogativas para o desenvolvimento das 10 competências gerais considerando a complexidade das etapas da Educação Básica. Assim, em cada etapa são trabalhadas diferentes habilidades, ou seja, diferentes aprendizagens que devem ser asseguradas aos alunos. No que se refere especificamente ao Ensino Fundamental, a organização escolar está dividida em dois grandes blocos: os Anos Iniciais se caracterizam pela predominância da atuação do professor unidocente, já os Anos Finais são caracterizados, de modo geral, pela existência de professores em acordo com o componente disciplinar. O ensino no Fundamental é estruturado em cinco áreas do conhecimento: Linguagens; Matemática; Ciências da Natureza; Ciências Humanas e Ensino Religioso. Para fins da nossa análise vamos enfocar primeiramente a Área de Linguagens, que tem como objetivo: “[...] possibilitar aos estudantes participar de práticas de linguagem diversificadas, que lhes permitam ampliar suas capacidades expressivas em manifestações artísticas, corporais e linguísticas, como também seus conhecimentos sobre essas linguagens, em continuidade às experiências vividas na Educação Infantil” (BRASIL, 2017, p. 63). A cada área do conhecimento estão relacionadas competências específicas, cujo desenvolvimento deve ser promovido ao longo dos nove anos, em alinhamento com as 10 competências gerais. De maneira resumida, as competências específicas da área de Linguagens para o Ensino Fundamental visam: trabalhar a compreensão das linguagens como construção humana, histórica, social e cultural; promover o conhecimento e exploração das diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos da atividade humana; trabalhar a utilização de diferentes linguagens para expressão e defesa de pontos de vista; desenvolver senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais e promover a compreensão e utilização de tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais. Área de Linguagens é formada pelos seguintes componentes curriculares: Língua portuguesa, Arte, Educação Física e Língua Inglesa. O componente curricular Arte, objeto de nosso estudo, está organizado e centrado no trabalho com as seguintes linguagens: Artes visuais, Dança, Música e Teatro; as quais devem ser articuladas nas seis dimensões do conhecimento: criação, crítica, estesia, expressão, fruição e reflexão. São competências específicas de Arte para o Ensino Fundamental: 1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades. 2. Compreender as relações entre as linguagens da Arte e suas práticas integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação, pelo cinema e pelo audiovisual, nas condições particulares de produção, na prática de cada linguagem e nas suas articulações. 3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais – especialmente aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a identidade brasileira –, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando- -as nas criações em Arte. 4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte. 5. Mobilizar recursos tecnológicos como formas de registro, pesquisa e criação artística. 6. Estabelecer relações entre arte, mídia, mercado e consumo, compreendendo, de forma crítica e problematizadora, modos de produção e de circulação da arte na sociedade. 7. Problematizar questões políticas, sociais, econômicas, científicas, tecnológicas e culturais, por meio de exercícios, produções, intervenções e apresentações artísticas. 8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes. 9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo. No Anos Finais do Ensino Fundamental (6ºs, 7ºs, 8ºs e 9ºs anos), o componente curricular Arte é trabalhado por meio de unidades temáticas (Artes visuais, Dança, Música, Teatro e Artes integradas). A cada unidade temática estão relacionados uma série de objetos de conhecimento. Cada objeto de conhecimento trabalha diferentes habilidades. O ensino de Arte nos Anos Finais do Ensino Fundamental visa: “contribuir com o aprofundamento das aprendizagens nas diferentes linguagens – e no diálogo entre elas e com as outras áreas do conhecimento –, com vistas a possibilitar aos estudantes maior autonomia nas experiências e vivências artísticas” (BRASIL, 2018, p. 205). De maneira geral, o ensino de Arte solicita um sujeito ativo, que compreenda os códigos culturais para interagir com os produtos da arte. Nesse contexto, o objeto de conhecimento a ser estudado em sala de aula são as interfaces produzidas entre o apreciador (o aluno) e o artefato(o objeto artístico e tudo a ele relacionado). Ou, para além disso, como acrescenta Ana Mae Barbosa, há de se considerar também uma terceira dimensão: a produção. Assim, numa abordagem triangular, como a cunhada pela educadora, o ensino de Arte deve trabalhar a contextualização, a apreciação e a prática da arte. Contextualizar o objeto artístico é levantar elementos para a compreensão do momento histórico de sua produção, do tipo de sociedade e cultura no qual ele foi produzido e sobre quem a criou; tais informações dão um novo sentido para a sua apreciação e somadas ao repertório, percepção e sensibilidade pessoais do aluno, permitem uma leitura estética crítica do objeto em questão, bem como a produção de algo original, permeado pela temática que circunda o que está sendo estudado. Referencial Teórico. Ana Mae Barbosa e a educação por meio da arte. Disponível em: https://educacaointegral.org.br/reportagens/ana- mae-barbosa-e-educacao-por-meio-da-arte/. Acesso em: 5 de abril de 2021. BERTANHA, P.; SIENA, L. H. Didática e Metodologia do Ensino de Arte. Batatais: Claretiano, 2021. Guia de Estudos On- line. Ciclo de Aprendizagem 1. BERTANHA, Priscilla et. al. Base Nacional Comum Curricular (BNCC): história, concepção, política e referenciais pedagógicos. Material Dinâmico Online. Claretiano: Batatais, 2021. Ciclo de aprendizagem 1. BNCC e Arte. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=sq1zhHIyS9M. Acesso em: 9 de abril de 2021. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília: MEC, [2018]. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 1 de abril de 2021. https://educacaointegral.org.br/reportagens/ana-mae-barbosa-e-educacao-por-meio-da-arte/ https://educacaointegral.org.br/reportagens/ana-mae-barbosa-e-educacao-por-meio-da-arte/ http://mdm.claretiano.edu.br/bncchisconpolrefped-g04310-2021-01-grad-ead/2020/01/16/ciclo-1-base-nacional-comum-curricular-aspectos-historicos-politicos-legislacao-e-referenciais-pedagogicos/ https://www.youtube.com/watch?v=sq1zhHIyS9M
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