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1 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Considerações iniciais Anatomia do estômago Cárdia: Corresponde à transição entre esôfago e estômago. Nessa região existem glândulas secretoras de muco. Fica muito próxima ao coração, separada dele somente pelo diafragma; Fundo: Corresponde a curvatura superior do estômago. Região muito esporta ao ácido do estômago, pois não tem muco; Corpo: Situa-se entre o antro pilórico e o fundo e compreende cerca de ⅔ do volume total do estômago. Produz enzimas, como a pepsina; O fundo e o corpo são responsáveis por secretar suco gástrico e muco. Piloro: Situa-se na porção inferior do estômago. É caracterizado por uma válvula muscular que faz a comunicação entre o estômago e o intestino delgado; Antro: Porção inferior (perto do intestino delgado), onde o alimento é misturado com o suco gástrico. Produz gastrina, hormônio que estimula a secreção de ácido; Esfíncter esofágico inferior: Importante para não haver a volta do conteúdo estomacal, refluxo gastro esofágico é o problema quando esse ácido volta, podendo evoluir para esofagite erosiva. OBS: Muco protege o epitélio estomacal contra ácido. Principais células secretoras do estômago Os principais componentes exócrinos são pró- enzimas, como a pró-renina e o pepsinogênio, elaborados pelas células principais ou pépticas, e o ácido clorídrico (HCl) e fator intrínseco, secretados pelas células parietais ou oxínticas. Célula da mucosa do colo: Secreta: Muco e Bicardonato; Estimulação para a liberação de muco: Secreção tônica (feedback negativo), irritação da mucosa; Estimulação para liberação de bicarbonato: Secretado com o muco; Função da secreção de muco: Barreira física entre o lúmen e o epitélio; Função da secreção de bicarbonato: Tamponar o ácido gástrico para evitar dano ao epitélio. Células parietais: Secreta: Ácido gástrico (HCL) e fator intrínseco; Estimulação para a liberação: Acetilcolina, gastrina e histamina; Função da secreção do HCL: Ativar a pepsina e matar as bactérias; https://www.todamateria.com.br/intestino-delgado/ 2 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Função da secreção do fator intrínseco: Combina-se com a vitamina B12 para permitir sua absorção. Células semelhantes às enterocromafins: Secreta: Histamina; Estimulação para a liberação de histamina: Acetilcolina, gastrina. Função da secreção de histamina: Estimula a secreção de ácido gástrico. Células principais: Substâncias secretadas: Pepsina (ogênio) e Lipase gástrica; Estimulo para liberação: Acetilcolina, ácido; Função da liberação da pepsina: Digere proteínas; Função da liberação da lipase gástrica: Digere gorduras. OBS: Inicialmente tem o pepsinogênio (forma inativa), que quando entra em contato com HCL transforma-se na pepsina (forma ativa). Células D: Substância secretada: Somatostatina; Estimulo para liberação: Ácido no estômago; Função da secreção da somatostatina: Inibe a secreção do ácido gástrico. Células G: Substância secretada: Gastrina; Estímulo para secreção: Acetilcolina, peptídeos e aminoácidos; Função da secreção de gastrina: Estimula a secreção do ácido gástrico. OBS: Os íons bicarbonato são secretados e ficam presos no muco, criando uma barreira protetora como um gel que mantém a superfície da mucosa em um pH de 6-7 em face de um ambiente muito mais ácido (pH 1-2) na luz. O álcool e a bile podem romper essa camada protetora. Secreção de HCL Histamina, acetilcolina, gastrina, prostaglandinas E2 e I2 e somatostatina se ligam a receptores específicos no lúmen estomacal e estimulam a secreção de Hcl; Eixo gastrina- célula enterocromafin - célula parietal: Mecanismo dominante para o controle da secreção de HCL; Gastrina: Estimular a secreção de ácido pelas células enterocromafins através da sua ação nos receptores de gastrina/colecistoquinina (CCK)2, que aumentam o Ca2+ intracelular e a secreção de H+ no lúmen estomacal; Aumenta indiretamente a secreção de pepsinogênio. Acetilcolina: Liberada por neurônios colinérgicos pós- ganglionares no nervo vago; Estimula receptores M3 muscarínicos específicos na superfície das células parietais, elevando, em decorrência, o Ca2+ intracelular e estimulando a liberação de próton; Secreta ácido pelas células parietais; Pode atuar em uma célula intermediaria (célula enterocromafin): Essas células produzem estamina; Pode atuar nas células células G: Estimulam a produção de gastrina. 3 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Postraglandinas: Produzida por células do TGI; Exercem efeitos “citoprotetores” em muitos aspectos da função gástrica, incluindo aumento da secreção de bicarbonato, aumento da liberação de mucina protetora, redução da produção de ácido gástrico e previnem vasoconstrição. Somatostatina: É um hormônio peptídico liberado pelas células D em muitas regiões dentro do estômago; Exerce efeitos inibitórios parácrinos sobre a liberação de gastrina pelas células G e sobre a liberação de histamina pelas células enterocromafins; A bomba de prótons está presente na célula parietal que secreta prótons H+ para o lúmen estomacal; Primeiro é secretado íon cloreto e H+ no lúmen estomacal (não é secretado Hcl na sua forma molecular); Mecanismo que inibe a liberação de Hcl/ possíveis alvos de fármacos: Bloquear a bomba de prótons (mais eficaz) e inibir os receptores de acetilcolina, estamina e gastrina. Dispepsia Dor ou desconforto que se manifesta nas regiões do estômago, umbigo e tórax (má digestão); As barreiras ao refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago constituem a principal defesa esofágica. Se essas barreiras protetoras falharem e houver refluxo, pode ocorrer dispepsia e/ou esofagite erosiva; Quadro muito comum em diversas faixas etárias; Sintomas: Pirose; Sensação de plenitude gástrica; Saciedade precoce; Distensão abdominal; Náuseas; Úlcera gastroduodenal e refluxo gastroesofágico podem desencadear a dispepsia; Dispesia orgânica: Tem uma causa diagnosticada; Ex: Ulcera peptídica, refluxo gastroesofágico e carcinoma; Dispesia funcional (mais comum): Causa incerta; Pode ser por H. pylori, distúrbio de motilidade, transtorno de ansiedade, etc; Fatores agressores: H. pylori; AINEs (medicamento que não possui receita); Estresse; Álcool; Cigarro; Fatores protetores: Bicarbonato; Muco (barreira física); Fluxo sanguíneo (leva proteínas, prostaglandinas); Prostaglandinas (favorece secreção de bicarbonato, que é uma barreira química). 4 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Úlceras gastroduodenais O estômago é protegido por inúmeros fatores referidos coletivamente como “defesa mucosa”, sendo vários deles estimulados pela geração local de prostaglandinas e óxido nítrico (NO); Se houver ruptura dessas defesas, pode-se verificar a formação de úlcera gástrica ou duodenal; Nas fases iniciais não causam dor; Ulceras: Lesões/ feridas no trato gastrointestinal; Nas fases iniciais não causam dor; Causas: H. Pylori, tomada contínua de fármacos (Ex: antiagregantes plaquetários, anti- inflamatórios não esteroidais); O estresse não causa úlcera, mas pode agravá-la; Úlcera péptica (comum): Consiste numa ferida ou lesão da mucosa do TGI. Seus tipos: Úlcera gástrica: No estômago; Ocorre principalmente devido ao refluxo; Pode ter dor, distensão do abdome, náuseas e vômitos (com ou sem sangue) após as refeições. Úlcera esofágica: No esófago; Começa com esofagite; Pode haver dor ao engolir. Úlcera duodenal: No intestino delgado; A dor e outros sintomas surgem quando o estômago está vazio(ao contrário da úlcea gástrica). Quando tem fezes ou vômitos com sangue pode haver células neoplasias ou a úlcera pode ter perfurado a parede estomacal ou do duodeno. Causas Helicobacter pylori: Pode ocorrer por duas formas, pela uréase: 1. Atividade da uréase (degrada ureia e amônia); 2. Aumenta o ph; 3. Célula G produz mais gastrina para diminuir o Ph; Ou pela indução de mediadores inflamatórios: 1. Indução de mediadores inflamatórios; 2. Inibe a liberação da somatostatina; 3. Os ácidos não são inibidos. 5 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Antiiflamatórios não esteroidais (AINES): São ácidos orgânicos, aumentando a acidez do estomago; Atua no cox 1 (ciclo-oxigenases), que produz prostanglandinas, atutando a produção de muco e bicardonato e aumenta o fluxo sanguíneo; Ex: Ibuprofeno, naproxfen; Esses medicamentos diminuem a produção de protaglandinas; 1. Aumenta a expressão de moléculas de adesão intercelular no endotélio vascular gástrico; 2. Aumento da aderência dos neutrófilos às células endoteliais vasculares; 3. Lesão da mucosa devido a radicais livres e proteases derivados dos neutrófilos Bebidas alcóolicas em excesso; Tabagismo; Má alimentação (gordura); Síndrome de Zolliender- Ellison: Rara afecção hipersecretora causada por um tumor secretor de gastrina; Refluxo gastroesofágico (DRGE) Afecção crônica decorrente do refluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ ou órgãos adjacentes a este; Acarreta variável espectro de sintomas e/ou sinais esofagianos e/ou extra esofagianos, associados ou não a lesões teciduais; Retardo do esvaziamento gástrico: Estômago tende a ficar cheio e isso pode causar refluxo; EEI (se localiza no hiato diafragmático): Controle neurológico fica alterado, alterando ou reduzindo o tônus basal, que aumenta os relaxamentos transitórios; Alterações na deglutição, prejudicando o Clearance esofagiano; Menor resistência da mucosa esofagiana, alterando o óxido nítrico, PVI, PGE e substância P, citocinas; Aumento da pressão intragastrica; Aumento da pressão abdominal; Fatores adicionais: Genéticos, exercícios, postura, alterações de sono, alergia, dieta, consumo de álcool e cigarro, sobrepeso, estresse; 6 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Se não for tratada, pode causar displasia no epitélio esofágico que pode progredir para uma afecção pré-cancerosa potencialmente perigosa denominada esôfago de Barrett. Sintomas Típicas: Pirose, regurgitação ácida e dor abdominal; Orais: Erosão dentária, afta e halitose; Otorrinolaringológica: Rouquidão, otite e sinusite; Pulmonares: Tosse crônica, asma , pigarro, pneumonia, bronquiectasia; Gravidade Estágio 1: Pirose/azia esporádica não complicada; Frequentemente tem um fator precipitante conhecido; Não constitui a queixa principal, com frequência; Menos de 2-3 episódios por semana; Ausência de sintomas adicionais. Estágio 2: Sintomas frequentes, com ou sem esofagite; Mais de 2-3 episódios por semana. Estágio 3: Sintomas inexoráveis e crônicos; Sem terapia há recidiva imediata; Complicações esofágicas (esteatose, metaplasia de Barret). Tratamento clínico Estágio 1: Modificações do estilo de vida, incluindo dieta, mudanças de posição, diminuição da massa corporal, etc; São necessariamente antiácidos e/ou antagonistas dos receptores H2 de histamina. Estágio 2: Inibidores da bomba de prótons são mais eficazes que os antagonistas dos receptores H2 da histamina. Estágio 3: Inibidor da bomba de próton 1 ou 2 vezes/ dia. Fármacos para distúrbios gastrointestinais Redutores de acidez gástrica: Antiácidos; Antagonistas dos receptores H2; Inibidores de bomba de H+. Protetores da mucosa gástrica: 7 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Sucralfato; Compostos de bismuto; Análogos de prostaglandinas. Antiácidos Consistem em bases fracas que reagem com ácido clorídrico formando sal e água, diminuindo a acidez do estômago; Diminuem a atividade da pepsina; Tratamento e a prevenção dos distúrbios relacionados com a acidez são feitos diminuindo a acidez gástrica e aumentando a defesa da mucosa; São o modo mais simples de tratar os sintomas da secreção excessiva de ácido gástrico; São eles: Bicarbonato de sódio, bicarbonato de cálcio, hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio e carbonato de cálcio; São usados no tratamento da dispepsia, alívio sintomático da úlcera péptica e refluxo esofágico; Para obter eficácia máxima precisa ser administrado após refeição. OBS: São menos eficazes nas úlceras gástricas do que nas úlceras duodenais, porém como os IBPs são mais eficazes para isso, os antiácidos não são muito utilizados para esses fins. Contra-indicações: O bicarbonato é contraindicado a longo prazo (o CO2 aumenta da secreção de gastrina, que aumenta a secreção ácida de HCL e pode causar alcalose). Hidróxido de magnésio (efeito laxativo) Pó insolúvel que foram cloreto de magnésio no estômago; Não produz alcalose sistêmica, o íon magnésio é pouco absorvido; Ação: Neutralização química do HCL; Vantagem: Insolúvel, não forma CO2 e é um antiácido potente; Desvantagem: Laxante, possibilidade de absorção de íon magnésio, sabor desagradável. Hidróxido de alumínio Forma cloreto de alumínio no estômago; Eleva o pH para cerca de 4; Ação: Neutralização química do HCL, demulcente e adsorvente; Vantagem: Não altera o equilíbrio ácido-básico nem a motilidade intestinal; Desvantagem: Constipante, impede a aborção de fosfatos. Hidróxido de magnésio + hidróxido de alumínio Pode usar os dois juntos para obter um equilíbrio. Bicarbonato de sódio Mais potente; Ação: Neutralização química do HCL; Vantagem: Grande poder antiácido e paladar agradável; Desvantagem: Provoca alcalose sistêmica, produz CO2 no estômago; Atua rapidamente; Eleva o pH para cerca de 7, 4; 8 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Forma cloreto de sódio, que aumenta a retenção líquida; Pode ocasionar alcalose pela absorção no intestino; Não usar tratamento a longo prazo em pacientes com dieta de restrição de sódio. Carbonato de cálcio Ação: Neutralização química do HCL; Vantagem: Bom poder antiácido; Desvantagem: Constipante, pode produzir cálculos renais, sabor desagradável e produz CO2 no estômago. Antagonistas dos receptores H2 da histamina Antagonista competitivo de receptores H2; Altamente seletivos frente H1 e H3; Podem inibir a secreção de ácido estimulada pela histamina e pela gastrina; a secreção de pepsina também cai com a redução de volume do suco gástrico; Promovem fechamento das úlceras duodenais; Inibem 60 a 70 % da secreção total de ácidos, pois existem outros estímulos além da estamina (por isso não é 100%); Atuam somente no controle da secreção ácida. Por isso, eles não aliviam os sintomas por, pelo menos, 45 minutos (neutralizam o ácido de forma lenta, comparada aos antiácidos); A ação é temporária, os sinais e sintomas voltam quando se para de tomar; Durante muito tempo foram os mais utilizados, mas hoje em dia não são muito utilizados, diminuiu o uso depois que inventaram os IBPs; Cimetidina: Inibe a atividade do sistema P450 e pode retardar o metabolismo (e, desse modo, potencializar a ação) de vários fármacos, incluindo anticoagulantes orais e antidepressivos tricíclicos; Mais potente: Famotidina; Fatores desfavoráveis: Não inibem a secreção gástrica como os inibidores da bomba de protóns e tem agentes cancerígenos na ranitidina; São mais utilizados em pacientes de alto risco hospitalizados, geralmentepara prevenir e lidar com úlceras de estresse agudo; Indicações: Dispseia não ulcerosas; Sangramento relacionado ao estresse (redução significativa do sangramento em pacientes em estado grave com estresse na Unidade de Terapia Intensiva – administração intravenosa); Reações adversas (raras): 9 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Diarreia, cafaleia, sonolência, dor muscular e constipação e redução de contagem de plaquetas (geralmente não apresentam); Cimetidina (comum): Ginecomastia e glactorreia, oligoespermia, impotência sexual; Cimetidina usada a longo prazo: Inibe a ligação da testosterona a seu receptor, consequentemente inibe o efeito da testosterona; Interações medicamentosas: Inibe enzimas do citocromo P450, aumenta o Tempo de meia vida –Varfarina, Fenitoína, Antidepressivos tricíclicos, Benzodiazepinicos e Sulfoniureias. Cuidados: Pacientes com disfunção erétil, pois o tempo de meia vida pode aumentar; Em geral são administrados por via oral, mas podem ser administrados de forma IM e IV (exceto o famotidina). Inibidores da bomba de prótons (IBPs) Reduzem-se as secreções de ácido gástrico basal e a estimulada por alimentos; Se ligam à enzima H+/K+-A-TPase (bomba de prótons) e suprimem a secreção de íons hidrogênio para o lúmen gástrico; Todos são pro-fármacos (só são ativados em um pH extremante ácido, ou seja, nas células parietais); Administrados na forma de comprimidos revestidos ou cápsulas revestidas (passam intactos pelo estômago, só após a absorção que são ativados); Após a sua absorção no intestino delgado, passa do sangue para dentro das células parietais e depois para os canalículos onde exerce os seus efeitos; Lansoprazol; Omeprazol (mistura racêmica de dois enantiomêros –S e R): Primeiro fármaco; Rabeprazol; Pantoprazol; Esomeprazol: Isômero “s” omeprazol (apenas um enantiomero); Mecanismo de ação: A liberação de ácido é de 90 a 95 pro cento inibida, indepentente do estímulo (altamente eficaz); Inibem de forma irreversível. Farmacocinética: Rápida absorção; Administração com alimentos: Redução da biodisponibilidade em até 50 por centoo; Metabolismo de primeira passagem; Eliminação renal. Efeitos adversos (não são comuns –são tolerados): Náusea, vômito, dor abdominal, constipação, flatulência, diarreia; Hipergastrinemia (se utilizar sem acompanhamento médico); Efeito trófico – crescimento de tumores; Efeito teratogênico; Favorece infeções, como pneumonia; 10 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Alterações no metabolismo ósseo; Diminuição da vitamina B12 (o ácido é necessário para a sua absorção em complexo com o fator intrínseco). Interações medicamentosas: Inibição do citocromo p450; Varfarina; Benzodiazepínicos; Fenitoína. Deve ser utilizado com cautela em grávidas, pessoas com hepatopatia ou que estejam amamentando, Na clínica Doenças ulcerosas pépticas: IBPs são primeira linha; Doença do refluxo gastroesofágico: E também para suas complicações –tratamento de esofagite erosiva e como terapia de manutenção em pacientes com esofagite erosiva grave ou esôfago de Barrett; Síndrome de Zollinger-Ellison: Usa IBPs em altas doses; Úlceras associadas a AINEs: IBPs indicados para prevenção primária; Helicobacter pylori: IBPs são primeira linha. Fármacos gastroprotetores Formam uma pasta protetora na mucosa quando entram em contato com o suco gástrico, mimetizando a ação do muco; A pasta/ gel recobre a lesão impedindo que o HCL entre em contato com a ela; Tem poucas reações adversas, são bem aceitos; Sofrem polimerização para se transformar em gel; Sucralfato Sal de sacralose complexo com hidróxido de alumíneo; Pastas viscocosa liga-se as úlceras pro proximidade 6h; Pode inibir a ação da pepsina e estimular a secreção de muco, bicarbonato e prostaglandinas pela mucosa gástrica; Libera alumínio na presença de ácido e a retenção de alumínio só ocorre em pacientes com insuficiência renal; Quando encontra o suco gástrico, ocorre polimerização; Seu uso é limitado ao tratamento inicial da doença do refluxo gastroesofágico na gravidez; Poucos efeitos adversos, o mais comum é constipação; Outros medicamentos tomados simultâneos não infere na sua ação. Bismuto Forma camada protetora que recobre as úlceras; Estimula a liberação de prostaglandinas e muco; Possui atividade direta sobre o H. Pylori; É utilizado para tratamento de sintomas gastrointestinais leves; Ação: Reveste a base da lesão ulcerosa; Potencializa a secreção de PGs; Estimula a secreção de bicarbonato. 11 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Efeitos adversos: Náuseas, vômitos, tonturas, cefaleias, escurecimento dos dentes e da língua, escurecimento das fezes (sulfato de bismuto). Alginato Composto de monômeros de D-manuronato e L-Guluronato; Forma uma camada polissacarídica sobre a lesão. Análogos de prostaglandinas Ação: Local, forma um gel protetor da mucosa e estimula a síntese de PGs; Efeitos colaterais: Constipação, boca seca e hipofosfatemia; Prostaglandina E2: produzida pela mucosa gástrica, inibe a secreção de ácido e estimula a secreção de muco e bicarbonato (efeito citoprotetor);: Análogos de prostaglandina E1: Misoprostol (análago metílico de Prostaglandina – PGE): Indicado para prevenção de úlceras gástricas causadas por AINEs; O uso profilático deve ser considerado em pacientes que estão recebendo AINEs e se encontram sob risco moderado ou alto de úlceras induzidas por esses fármacos, como pacientes idosos ou com úlceras prévias; Estimula a produção de muco; Reduz secreção de HCL; Abortivo (no início e na metade da gravidez): Promove contrações uterinas, por isso é proibido (porém pode ser utilizado no hospital durante o parto); Reações adversas: Diarreia, dor abdominal e náuseas dose-dependente; Por causa dessas reações, os IBPs são os fármacos preferidos para prevenção por AINEs. Contraindicações: Hipersensibilidade ao misoprostol e gravidez (PG1e e PG1f, promovem contrações coordenadas do corpo lúteo grávido, enquanto produzem relaxamento do corpo uterino). Farmacocinética: Via oral (rápida absorção); Metabolizado em ácido livre (metabólito ativo); Meia-vida 30min (administrado 3 a 4x/ dia); Eliminação renal. Procinéticos Muito utilizado para tratamento de DRGE; Inibem os receptores dopaminérgicos: Aumenta a motilidade do esôfago; Atua no esfíncter esofágico inferior (impede o retorno do conteúdo estomacal para o esôfago), aumentando o tônus e a pressão; Antagoniza receptores dopaminérgicos; Tem outras ações que não são muito estabelecidas; Ex: Doperidona; Ex: Metaclopramida/ Prazil; Rapidamente absorvida, excretada na urina, meia vida de 4-6h; 12 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Cp de 10mg e também adm IV; Usado para DRGE, náuseas e vômitos e gastroparesias; Efeitos adveros: Sonolência, inquietação, distonia (contração involuntária dos músculos) e discinesia. Combinações para erradicação da Helicobacter pylori Terapia convenciona: Tripla – amoxicilina 1g + claritromicina 500mg + omeprazol 20mg (ou outro IBP – p. ex: pantoprazol 40 mg, lansoprazol 30 mg, esomeprazol 20 mg, dexlansoprazol 60mg); Todos os medicamentos a cada 12 horas, por 14 dias. Segunda linha: Substituição da claritromicina por levofloxacino (devido a alergia); Esse esquema pode ser feito por 10 a 14 dias. Outros esquemas de tratamento (que também podem ser usados como primeira em alérgicos à penicilina) podem ser feitos substituindo-se a amoxicilina por furazolidona ou metronidazol; Empacientes com úlcera péptica, recomenda- se a extensão do uso de IBP por 4 a 8 semanas após o término do esquema de erradicação. Resumo Cimetinina (reações adversas): Ginecomastia e glactorreia, oligoespermia, impotência sexual; Antiácidos a longo prazo: O bicarbonato é contraindicado a longo prazo (o CO2 aumenta da secreção de gastrina, que aumenta a secreção ácida de HCL e pode causar alcalose); Tratamento da h pylori: Terapia convencional amoxicilina 1g + claritromicina 500mg + omeprazol 20mg; Inibidores da bomba de prótons: Usados no tratamento de úlcera péptica, DRGE, úlceras associadas a AINEs, componente da terapia de infecção da H. Pylori e na síndrome de Zollinger-Elisson. 13 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO
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