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Sustentabilidade e Responsabilidade Social (UniFatecie)

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Sustentabilidade e 
Responsabilidade 
Social
Professora Esp. Lucimari de Campos Monteiro
EduFatecie
E D I T O R A
Reitor
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino 
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz 
Campano Santini
Diretor Administrativo 
Prof. Ms. Renato Valença Correia
Secretário Acadêmico 
Tiago Pereira da Silva
Coord. de Ensino, Pesquisa e 
Extensão - CONPEX
Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
Coordenação Adjunta de Ensino 
Prof.ª Dra. Nelma Sgarbosa 
Roman de Araújo
Coordenação Adjunta de 
Pesquisa 
Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme
Coordenação Adjunta de 
Extensão 
Prof. Esp. Heider Jeferson 
Gonçalves 
Coordenador NEAD - Núcleo de 
Educação a Distância 
Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
Web Designer
Thiago Azenha
Revisão Textual
Kauê Berto
Projeto Gráfico, Design
e Diagramação
André Dudatt
UNIFATECIE Unidade 1 
Rua Getúlio Vargas, 333, 
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 2 
Rua Candido Berthier Fortes, 
2177, Centro Paranavaí-PR 
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 3 
Rua Pernambuco, 1.169, 
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 4 
BR-376 , km 102, 
Saída para Nova Londrina 
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
www.unifatecie.edu.br/site/
As imagens utilizadas neste 
livro foram obtidas a partir do 
site ShutterStock
https://orcid.org/0000-0001-5409-4194
2021 by Editora EduFatecie 
Copyright do Texto © 2021 Os autores 
Copyright © Edição 2021 Editora EduFatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva 
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora EduFatecie. Permitido 
o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a 
possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
EQUIPE EXECUTIVA
Editora-Chefe 
Prof.ª Dra. Denise 
Kloeckner Sbardeloto
Editor-Adjunto 
Prof. Dr. Flávio Ricardo 
Guilherme
Assessoria Jurídica 
Prof.ª Dra. Letícia 
Baptista Rosa
Ficha Catalográfica 
Tatiane Viturino de 
Oliveira
Zineide Pereira dos 
Santos
Revisão Ortográ-
fica e Gramatical
Prof.ª Esp. Bruna 
Tavares Fernades
Secretária
Geovana Agostinho 
Daminelli
Setor Técnico 
Fernando dos Santos 
Barbosa
Projeto Gráfico, 
Design e 
Diagramação
André Dudatt
www.unifatecie.edu.br/
editora-edufatecie
edufatecie@fatecie.edu.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
M425s Mataruco, Sônia Maria Crivelli 
 Sustentabilidade e responsabilidade social / Sônia Maria 
 Crivelli Mataruco. Paranavaí: EduFatecie, 2021. 
 157 p. : il. Color. 
 ISBN 978-65-87911-44-1 
1. Desenvolvimento sustentável. 2. Proteção ambiental. 3.
Responsabilidade social da empresa. I. Faculdade de Tecnologia
e Ciências do Norte do Paraná - UniFatecie. II. Núcleo de
Educação a Distância. III. Título.
 CDD : 23 ed. 337.7 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 
AUTORA
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco 
● Mestre	na	área	de	Educação	pela	Unespar	Campus	de	Paranavaí	-	2015-2016.
● Graduação	em	Licenciatura	em	Matemática	na	Universidade	Filadélfia	de	Lon-
drina	-	Unifil	-	concluída	em	2014;
● Graduação	em	Tecnologia	em	Gestão	Ambiental	pela	Faculdade	de	Tecnologia
e	Ciências	do	Norte	do	Paraná		-	Fatecie	(2009).
● Graduada	em	bacharelado	Administração	pela	Faculdade	Estadual	de	Educa-
ção	Ciências	e	Letras	de	Paranavaí	(1992);
● Pós-	graduada	em	Marketing	e	Gestão	de	pessoas	pela	Faculdade	Estadual	de
Educação	Ciências	e	Letras	de	Paranavaí;
● Pós-	graduada	em	Psicopedagogia	institucional	pela	Faculdade	de	Tecnologia	e
Ciências	do	Norte	do	Paraná		-	Fatecie;
● Pós-	graduada	em	auditoria	e	certificação	ambiental	pela	Faculdade	de	Tecno-
logia	e	Ciências	do	Norte	do	Paraná		-	Fatecie;
Atualmente	é	Gestora	ambiental	da	Companhia	de	Saneamento	do	Paraná	-	Sa-
nepar	e	professora	e	coordenadora	de	curso	na	Faculdade	de	Tecnologia	e	Ciências	do	
Norte	do	Paraná		-	Fatecie,	atuando	principalmente	nos	seguintes	temas:	gerenciamento	
ambiental,	recursos	hídricos	e	hidrologia,	sustentabilidade	ambiental,	responsabilidade	so-
cioambiental,	poluição	e	resíduos,	gestão	de	águas,	saneamento,	agronegócio,	Educação	
ambiental,	gestão	de	negócios	ambientais,	fundamentos	de	marketing	e	administração	de	
materiais	e	patrimônio.	
http://lattes.cnpq.br/0836891204233076
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Caro	aluno	(a)	seja	muito	bem-vindo	(a)	a	leitura	do	livro	que	utilizaremos	na	disci-
plina	Sustentabilidade	e	responsabilidade	social.
Este	 livro	 foi	 carinhosamente	 planejado	 para	 que	 você	 possa	 ter	 conhecimento	
geral	dos	principais	assuntos	sobre	a	gestão	do	meio	ambiente.
Este	conteúdo	servirá	de	base	para	compreensão	dos	 temas	abordados,	com	o	
objetivo	de	 levá-lo	a	ter	consciência	dos	problemas	ambientais	e	perceber	que	antes	de	
qualquer	ação,	é	preciso	pensar	na	sustentabilidade	do	nosso	planeta	para	o	futuro	das	
gerações	futuras.	
Para	facilitar	os	estudos	dividimos	este	material	em	quatro	unidades	de	acordo	com	
os	temas	e	suas	relações	entre	si.	A	disciplina	“Sustentabilidade	e	Responsabilidade	Social”,	
apresenta	assuntos	ligados	ao	meio	ambiente,	observando	construções	consideradas	pela	
ONU	como	sustentáveis	que	utilizam	recursos	sofisticados	e	abundantes	em	suas	regiões,	
e	que	possa	servir	de	modelos	para	os	profissionais	engajados	nesta	área.
Desta	forma,	na	primeira	unidade	demonstraremos	como	os	processos	ecológicos	
são	responsáveis	pelo	bom	funcionamento	dos	ambientes	naturais	e	como	é	alterado	por	
ações	antrópicas.	Apresentaremos	os	conceitos	vitais	necessários	para	que	o	homem	possa	
trabalhar	respeitando	a	natureza	e	proporcione	equilíbrio	do	ecossistema,	sabendo	que	este	
depende	das	ações	diárias	realizadas	pelo	homem.	Como	o	desmatamento	e	a	revolução	
industrial	contribuíram	para	a	insustentabilidade	do	planeta	e	acentuação	da	poluição.
Abordaremos	a	tão	falada	sustentabilidade	e	sua	relação	com	o	desenvolvimento.	
Enfatizaremos	a	diferença	entre	desenvolvimento	e	crescimento,	conceituando-os	e	mos-
trando	o	papel	da	sociedade,	do	governo	e	das	empresas,	na	busca	por	um	mundo	mais	
sustentável	em	todas	as	suas	dimensões:	ambiental,	social	e	econômico.	
Assim,	finalizaremos	a	primeira	unidade	com	o	tema	meio	ambiente	e	sociedade,	
explanaremos	os	objetivos	definidos	pela	ONU	para	o	desenvolvimento	sustentável,	que	
trazem	metas	que	deverão	ser	implementados	por	todos	os	países	até	2030.	Os	Objetivos	
de	Desenvolvimento	Sustentável	propõe	diversos	assuntos	de	elevada	importância	para	a	
humanidade	a	fim	de	transformar	a	vida	no	planeta.	
Prosseguindo,	na	Unidade	II,	cujo	título	é:	Responsabilidade	Social,	será	discorrido	
sobre	o	tema	Sustentabilidade	Empresarial,	nessa	perspectiva	será	apresentado	o	signi-
ficado	 de	Sustentabilidade	Empresarial	 e	 serão	 vistos	 outros	 conceitos	 relacionados	 ao	
desenvolvimento	e	sustentabilidade.
A	Unidade	II	ainda		versará	sobre	a	Gestão	Ambiental	Empresarial,	nesta	perspec-
tiva,	os	tópicos	que	serão	abordados	serão:	abordagens	e	modelos	de	Gestão	Ambiental	
Empresarial;	Responsabilidade	social	corporativa	(contexto	teórico	para	a	sua	compreen-
são);	e	Histórico	e	abordagens	sobre	tecnologias	de	gestão	socioambiental,		as	políticas	
ambientais	e	outros	temas	pertinentes.
Na	terceira	unidade	intitulada	Ecologia	urbana	e	rural,	demonstraremos	que	a	cons-
trução	de	uma	cidade	depende	dos	diferentes	agentes	envolvidos.	O	seu	planejamento	deve	
ter	como	princípio	norteador	uma	postura	ética,	comprometida	a	dar	condições	políticas	e	
econômicas,	priorizando	a	manutenção	dos	processos	ecológicos.	A	melhoria	do	bem-estar	
dos	habitantes	está	na	correta	gestão	ambiental	que	tem	como	princípios	a	necessidade	de	
garantir	a	atividade	socioeconômica	e	a	qualidade	ambiental	urbana,	compartimentalizando	
o território	produtivo	e	evitando	os	processos	de	degradação	em	áreas	menos	desprovidas
de	 recursos	 no	meio	 urbano.	Demonstraremos	 algunsexemplos	 de	 como	 projetar	 uma
edificação	 através	 do	 informe	 publicado	 pela	ONU,	 onde	 relata	 as	 necessidades	 de	 se
desenvolver	 infraestruturas	sustentáveis	nas	cidades	 “inteligentes”	e	como	estas	 trazem
benefícios	econômicos	e	ambientais.
A	quarta	unidade	retratará	a	utilização	dos	indicadores	ambientais	como	instrumen-
tos	para	a	sociedade	avaliar	sua	própria	evolução.	No	contexto	ambiental,	indicadores	são	
parâmetros	representativos,	que	pode	ser	entendido	como	a	representação	de	um	conjunto	
de	dados,	informações	e	conhecimentos	acerca	de	determinado	fenômeno	urbano/ambiental.
Faremos	breve	relato	da	importância	das	certificações	ambientais	nas	edificações	
e	o	papel	da	certificação	ambiental	na	construção	civil,	fazendo	uso	das	duas	certificações	
ambientais	mais	 utilizadas	 na	 construção	 civil	 brasileira,	 o	 LEED	 (Leadership	 in	Energy	
and	Environmental	Design)	e	o	Processo	AQUA	(Alta	Qualidade	Ambiental).	Enfatizaremos	
que	construção	sustentável	é	aquela	projetada	para	respeitar	o	meio	ambiente,	seguindo	
os	princípios	da	sustentabilidade	e	garantindo	o	bem-estar	dos	moradores.	Necessita	da	
utilização	consciente	de	materiais,	prezar	pela	economia	de	luz	e	energia,	reciclagem	de	
lixo	e	pela	produção	de	alimentos	orgânicos.	
Assim	a	partir	dos	estudos	destes	capítulos	possamos	cuidar	do	meio	ambiente,	
utilizando	mecanismos	que	permitam	proteção	ambiental	assegurando	a	qualidade	de	vida	
das	pessoas	e	principalmente	a	conservação	dos	recursos	hídricos	do	solo	e	da	biodiver-
sidade,	garantindo	o	desenvolvimento	sustentável	e	a	melhoria	das	condições	de	vida	da	
sociedade,	entendendo	que	é	da	natureza	que	retiramos	nossos	alimentos	e	garantimos	
nossa	sobrevivência.	Mostrando	que	é	possível	desenvolver	de	forma	sustentável.
Professora	Me.	Sônia	Maria	Crivelli	Mataruco	
Bom estudo e que a partir dessa leitura você possa ser um
 agente em defesa do meio ambiente.
SUMÁRIO
UNIDADE	I	...................................................................................................... 4
Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e 
Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
UNIDADE	II	................................................................................................... 35
Responsabilidade Social
UNIDADE	III	.................................................................................................. 65
Ecologia Urbana e Ecologia Rural
UNIDADE	IV	.................................................................................................. 99
Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
4
Plano de Estudo:
● Conceitos	Básicos	da	Ecologia	e	a	importância	das	Inter-relações	Ecológicas
● Degradação	ambiental	causada	pelo	desmatamento
● Industrialização	e	seus	efeitos
● Conceito	de	desenvolvimento	sustentável
● As	dimensões	do	desenvolvimento	sustentável
● Objetivos	do	desenvolvimento	sustentável
● Controle	da	qualidade	ambiental	–	solo,	água	e	ar
● Educação	ambiental
Objetivos da Aprendizagem:
● Apresentar	os	conceitos	vitais	necessários	para	trabalhar	respeitando	a	natureza	de	forma	a
proporcionar	equilíbrio	ao	ecossistema,	sabendo	que	este		depende		das	ações	diárias	realizadas	
pelo	homem.	
● Compreender	a	diferença	entre	crescimento	e	desenvolvimento,	e	a	importância	do	planeja-
mento	para	desenvolver	dentro	dos	quesitos		econômicos,	sociais	e	ambientais.	
● Conhecer	os	objetivos	definidos	pela	ONU	para	o	desenvolvimento	sustentável,	que	trazem
metas	que	devem	ser	implementadas	por	todos	os	países	até	2030.	
UNIDADE I
Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, 
Desenvolvimento e Sustentabilidade - 
Meio Ambiente e Sociedade
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco
5UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
INTRODUÇÃO
A	natureza	é	 sábia,	 é	utilizada	como	 fonte	de	matéria-prima	para	a	extração	dos	
recursos	 naturais.	 Infelizmente,	 para	 essa	 extração	 o	 homem	muitas	 vezes	 utiliza-se	 de	
técnicas	de	manejo	inadequadas,	não	preservando	ou	não	promovendo	meios	para	que	haja	
reposição	desses	recursos	de	forma	que	possa	suprir	a	atual	e	a	futura	geração.	Desta	forma	
nesta	unidade	falaremos	sobre	os	campos	de	estudo	da	ecologia;	faremos	um	breve	histórico	
da	ecologia	e	das	relações	ecológicas	e	os	 fatores	que	 influenciaram	a	relação	homem	x	
natureza;	compreender	as	três	visões	predominantes	sobre	a	questão:	desenvolvimento,	pre-
servação	e	conservação;	conhecer	os	conceitos	essenciais	da	questão:	recursos	renováveis	
e	não-renováveis,	desenvolvimento	sustentável.	Os	objetivos	e	as	metas	desenvolvimento	
sustentável	(ODS)	e	seus	benefícios	para	nossa	sociedade	e	pensar	em	alternativas	para	
promover	o	desenvolvimento	sustentável	em	situações	do	cotidiano.
O	entendimento	desses	conceitos,	o	conhecimento	da	forma	como	os	organismos	
se	relacionam	entre	si,	que	não	vivem	isolados,	interagem	uns	com	os	outros	e	com	o	meio	
ambiente,	são	essenciais	para	que	a	sociedade	possa	analisar	os	problemas	ambientais	
existentes	e	buscar	conduzir	suas	ações	de	forma	sustentável.	
Contribuindo,	(SALES,	2013,	p.	62)	relata	que	os	sistemas	biológicos	são	ineren-
temente	sustentáveis,	pois	quando	o	equilíbrio	entre	os	sistemas	biológicos	é	perturbado	
esses	se	comportam	de	maneira	a	restaurá-lo.
O	Relatório	Brundtland	(1987)	-	intitulado	Nosso	Futuro	Comum	-	destaca:	“O	de-
senvolvimento	sustentável	só	será	alcançado	quando	as	atividades	humanas	atenderem	
às	necessidades	do	presente	 sem	comprometer	a	possibilidade	de	as	gerações	 futuras	
atenderem	às	suas	próprias	necessidades”.	
Num	 contexto	 geral	 a	 sustentabilidade	 deve	 ser	 concebida	 como	 a	 capacidade	
de	manutenção	e	conservação	da	vida.	Um	processo	de	desenvolvimento	em	constante	
adaptação	da	sociedade	na	busca	por	qualidade	de	vida,	 incluindo	a	satisfação	de	suas	
necessidades	básicas	e	a	ampliação	de	suas	liberdades	e	potencialidades.	
O	 conceito	 de	 desenvolvimento	 com	 sustentabilidade	 pressupõe	 o	 atendimento	
das	necessidades	não	apenas	atuais,	mas	também,	das	futuras	gerações	terem	recursos	
naturais	em	quantidade	e	qualidade	necessária.	Satisfazer	as	necessidades	da	geração	
6UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
atual	e	futura	sem	exaurir	os	recursos	naturais	não	é	tarefa	fácil,	porém	imprescindível	para	
a	própria	manutenção	da	espécie	humana	no	planeta	Terra.	
Para	desenvolver	de	forma	sustentável	uma	sociedade	necessita	exercer	atividades	
com	planejamento	e	o	reconhecimento	de	que	os	recursos	naturais	são	finitos.
Assim	os	Objetivos	para	o	Desenvolvimento	do	Milênio,	foram	formulados	no	ano	
de	2015,	com	objetivo	de	conciliar	economia,	ecologia	e	direitos	humanos.	
Esses	objetivos	foram		propostos	durante	a	Assembleia	Geral	da	Organização	das	
Nações	Unidas	(ONU,	2015),	onde	seus	193	Estados-membros	aprovaram,	por	unanimi-
dade,	uma	nova	agenda	global	para	os	próximos	quinze	anos,	baseada	em	17	Objetivos	
de	Desenvolvimento	Sustentável	(ODS),	subdivididos	em	169	metas	concretas	que	serão	
monitoradas	por	300	indicadores.	Para	aprovação	desses	objetivos	a	ONU	contou	também	
a	colaboração	de	diversos	stakeholders	e	consultas	em	mais	de	100	países.
A	proposta	da	ONU,	não	é	apenas	combater	a	fome	e	proteger	o	meio	ambiente,	
mas	também	incluem	temas	então	ausentes	como	energia	limpa,	cidades	sustentáveis,	con-
sumo	e	produção	responsáveis,	reduzir	as	diferenças	entre	homens	e	mulheres,	igualdade	
de	gênero	e	raça,	entre	outros.	A		Agenda	2030	deve	ser	amplamente	discutida	no	meio	
acadêmico	pelo	fato	de	influenciar		significativamente	todos	os	segmentos	empresariais,	os	
tomadores	de	decisão,	sejam	eles	formuladores	de	políticas	públicas	governamentais	ou	
do	setor	privado.	
7UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
1. CONCEITOS BÁSICOS DA ECOLOGIA E A IMPORTÂNCIADAS INTER-
 RELAÇÕES ECOLÓGICAS
A	ecologia	é	uma	ciência,	que	considera	as	interações	entre	todos	os	participantes	
de	ecossistemas,	incluindo	seres	humanos	é	de	extrema	importância	para	os	seres	humanos.	
A	ecologia	é	a	ciência	que	estuda	as	relações	entre	os	seres	vivos	e	os	meios	onde	
vivem.	A	palavra	deriva	do	grego	oikos,	que	significa	lugar	onde	se	vive,	ou	seja,	meio	ambiente.	
Metzger,	(2001,	p.	105)	situa	a	ecologia	como	uma	ciência	emergente	e	que	define	
os	aspectos	do	ambiente	que	têm	influência	direta	na	saúde	humana.
O	conceito	de	funções	do	ecossistema	e	serviços	ajuda	a	descrever	os	pro-
cessos	globais	que	contribuem	para	o	nosso	bem-estar,	ajudando	a	limpar	o	
ar	que	respiramos,	a	água	que	bebemos	e	a	comida	que	comemos.	A	degra-
dação	ambiental,	muitas	vezes,	leva	a	alterações	nestes	aspectos,	levando	a	
vários	estados	de	saúde.
Temos	também	a	ecologia	de	paisagens	é	uma	nova	área	de	conhecimento	dentro	
da	ecologia,	marcada	pela	existência	de	duas	principais	abordagens:	uma	geográfica,	que	
privilegia	o	estudo	da	influência	do	homem	sobre	a	paisagem	e	a	gestão	do	território;	e	outra	
ecológica,	que	enfatiza	a	importância	do	contexto	espacial	sobre	os	processos	ecológicos,	
e	a	importância	destas	relações	em	termos	de	conservação	biológica1	.	
Os	 organismos	 estabelecem	 relações	mútuas	 entre	 si	 e	 com	o	 ambiente	 físico,	
baseado	nas	interações	que	ocorrem	no	mundo	natural.	
1	 Metzger,	 Jean	Paul.	O	 que	 é	 ecologia	 de	 paisagens	 ?	 	 Biota	Neotropica	 v1	 http://www.biotaneo-
tropica.org.br/v1n12/pt/abstract?thematic-review+BN00701122001.	 Disponível	 em:	 http://www.google.com.
br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=6&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwio8purj9ncAhUDx5AKHb-
zyAQAQFjAFegQIBRAC&url=http%3A%2F%2Fwww.biotaneotropica.org.br%2Fv1n12%2Fpt%2Ffullpaper%-
3Fbn00701122001%2Bpt&usg=AOvVaw0vCBbxMwwiYpXbXAnkptGf		Acesso	06	jan.	2021
8UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
O	entendimento	 dos	 diferentes	 fenômenos	 que	 englobam	essas	 relações	 e	
interações	entre	seres	vivos	(incluindo	o	homem)	e	os	componentes	abióticos	
é	amplamente	discutido	à	 luz	de	 teorias	ecológicas.	O	ambiente	é	alterado,	
físico	e	químicamente,	pela	maneira	como	os	indivíduos	realizam	suas	ativida-
des.	Também	as	interações	entre	organismos,	têm	influência	na	vida	de	outros	
seres,	da	mesma	espécie	e	de	espécies	diferentes.	(BEGON,	2007,	p.	223).
Na	natureza	os	seres	vivos	mantêm	entre	si	vários	tipos	de	interações	ecológicas	que	
podem	ser	consideradas	como	sendo	harmônicas	ou	positivas	e	desarmônicas	ou	negativas.	
As	interações	harmônicas	ou	positivas	são	aquelas	onde	não	há	prejuízo	para	as	
espécies	participantes	e	vantagem	para,	pelo	menos,	uma	delas.
As	interações	desarmônicas	ou	negativas	são	aquelas	onde	pelo	menos	uma	das	
espécies	participantes	é	prejudicada,	podendo	existir	benefício	para	uma	delas.
Com	a	exploração	de	determinado	conjunto	de	 recursos,	 cada	espécie	define	o	
seu	nicho	ecológico,	também	entendido	como	o	papel	desempenhado	por	esta	espécie	no	
ecossistema.	
Se	não	existissem	competidores,	predadores	e	parasitas	em	seu	ambiente,	uma	
espécie	seria	capaz	de	viver	sob	maior	amplitude	de	condições	ambientais	(seu	nicho	fun-
damental)	do	que	faria	na	presença	de	outras	espécies	que	a	afetam	negativamente	(seu	
nicho	realizado).	Por	outro	lado,	a	presença	de	espécies	benéficas	pode	aumentar	a	gama	
de	condições	em	que	uma	espécie	consegue	sobreviver.
Dentro	de	cada	um	dos	tipos	de	interações	mencionados	acima,	ainda	podemos	
classificá-las	em	interações	intraespecíficas	e	interespecíficas,	conforme	ocorre	entre	indi-
víduos	da	mesma	espécie	ou	entre	espécies	diferentes	respectivamente,	conforme	tabela	
abaixo	que	mostra	os	principais	tipos	de	interações	ecológicas	possíveis	de	ocorrer	entre	
organismos	de	duas	espécies.
Para	Lerípio	(2001),	ecossistema	é	o	conjunto	formado	pelo	meio	ambiente,	pelos	
seres	que	aí	vivem	e	pela	dependência	recíproca.	É	a	unidade	fundamental	da	ecologia.	
9UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
2. DEGRADAÇÃO AMBIENTAL CAUSADA PELO DESMATAMENTO
Por	volta	de	1966,	o	governo	criou	uma	política	de	incentivos	fiscais	em	nome	do	
desenvolvimento	 econômico	 e	 os	 agricultores	 para	 terem	 direito	 de	 receber	 o	 incentivo	
financeiro	 para	 plantar	 e	 adquirir	 equipamentos	 necessitavam	 assumir	 compromisso	 de	
desmatar.	Após	anos	de	incentivos	à	produção	e	à	ocupação	de	terras,	os	sinais	de	des-
truição	ficam	mais	claros.	Em	1978,	a	área	desmatada	chegou	a	14	milhões	de	hectares.	
Esse	 processo	 de	 desmatamento	 trouxe	 prejuízos	 ambientais	 e	 socioeconômicos	muito	
significativos	como:
● A	ocorrência	de	desequilíbrios	climáticos	com	diminuição	das	chuvas	devido	à
alteração	das	áreas	de	mata	e	do	clima,	causando	grandes	períodos	de	estiagem,	e	redução	
da	umidade	relativa	do	ar,	pois	com	a	remoção	das	folhagens	há	uma	queda	da	regulação	
da	temperatura	ambiental,	deixando-a	mais	alta	e	instável;	Perda	de	biodiversidade	da	fau-
na	e	flora	nativas	e	com	isso,	o	equilíbrio	ecológico	pode	tornar-se	ameaçado;	Degradação	
de	mananciais	ao	remover	a	proteção	das	nascentes	e	prejudicar	a	impermeabilização	do	
solo	em	torno	da	água;	O	esgotamento	dos	solos	com	a	 intensificação	de	processos	de	
erosão	e	desertificação.
Além	 dos	 problemas	 anteriormente	 citados,	 para	 a	 sociedade	 o	 desmatamento	
ainda	traz	diversos	prejuízos	como	o	enfraquecimento	do	ecoturismo,	diminuição	das	pos-
sibilidades	de	pesquisas	para	a	área	de	fármaco,	perda	qualidade	da	água,	aumento	da	
10UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
resistência	a	doenças	e	pragas	na	agricultura	que	provém	muitas	vezes	do	cruzamento	
entre	espécies	nativas	próximas.
Segundo	Castro	(2005),	a	exploração	de	madeiras	no	Brasil	foi	responsável	pelo	
desaparecimento	de	espécies	de	árvores	e	animais	que	perderam	seu	habitat.
Para	Margulis	 (2003)	 a	 pecuária	 constitui	 a	 principal	 atividade	 responsável	 pela	
maior	parte	do	desmatamento.	
A	 redução	 dos	 tamanhos	 das	 florestas	 naturais	 em	 todo	 o	mundo	 tem	 ocorrido	
como	resultado,	principalmente,	de	incêndios,	corte	de	árvores	para	propósitos	comerciais,	
devastação	de	terras	para	utilização	da	agropecuária,	ou	até	fenômenos	naturais.	
O	desmatamento	pode	causar	diversos	impactos	para	o	meio	ambiente,	como:
Degradação	 de	 habitat,	 erosão,	 perda	 da	 biodiversidade,	modificação	 do	 clima,	
impactos	sociais.
A	destruição	desses	ambientes	afeta	essas	pessoas	de	tal	modo,	aumentando	a	
sua	pobreza	e	obrigando-as,	muitas	vezes,	a	mudarem-se	para	outras	regiões,	buscando	
uma	forma	de	manter-se.
Segundo	Marcovitch,	J.;	Pinsky,V.	(2020,	p.	02)	entre	2019	e	2020:
O	desmatamento	na	Amazônia	e	as	queimadas	elevaram-se	a	níveis	expo-
nenciais,	prejudicando	seriamente	a	imagem	do	Brasil	no	exterior.	Chefes	de	
Estado	e	destacados	membros	da	comunidade	científica,	lideranças	empresa-
riais	e	dirigentes	de	organizações	da	sociedade	civil	manifestaram	sua	extre-
ma	preocupação	com	o	aumento	alarmante	das	taxas	de	desmatamento	no	
grande	bioma.	Fundos	de	 investimentos	e	coalizões	empresariais	criticaram	
veementemente	a	conduta	 institucional	que	facilitou	os	perigosos	eventos.	A	
Noruega	e	a	Alemanha,	principais	doadores	ao	Fundo	Amazônia,	registraram	
sua	insatisfação	com	a	política	ambiental	do	governo	federal.	Em	síntese,	am-
pliou-se	cada	vez	mais,	no	exterior	e	na	cena	 interna,	um	clamor	 tão	aceso	
quanto	as	labaredas	que	ameaçam	a	maior	biodiversidade	vegetal	do	mundo.	
Segundo	Fonseca	et	al.	(2020,	p.	03)	as	florestas	degradadas	na	Amazônia	Legal	
somaram	283	quilômetros	quadrados	em	julho	de	2020,	o	que	representa	um	aumento	de	
110%	em	relação	a	julho	de	2019,	quando	a	degradação	detectada	foi	de	135	quilômetros	
quadrados.	Emjulho	de	2020	a	degradação	 foi	 detectada	no	Mato	Grosso	 (78%),	Pará	
(10%),	Amazonas	(5%),	Roraima	(5%)	e	Acre	(2%).	
11UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
3. INDUSTRIALIZAÇÃO E SEUS EFEITOS
No	Brasil	 somente	no	final	 do	 século	XIX	e	 começo	do	século	XX	que	grandes	
fazendeiros	de	São	Paulo	que	enriqueceram	com	o	café,	começaram	a	 investir	no	setor	
industrial	de	forma	significativa,	havendo	desta	forma	grande	investimento	no	desenvolvi-
mento	industrial	nas	grandes	cidades	da	região	Sudeste.	Além	do	capital	interno	investido	
pelos	cafeicultores,	houve	a	abertura	da	economia	com	 incentivos	fiscais	para	o	capital	
internacional	e	muitas	nações	europeias	 investiram	seu	capital	na	produção	agrícola,	na	
urbanização	e	no	extrativismo	de	riquezas	naturais	no	Brasil.	Diversas	multinacionais,	prin-
cipalmente	montadoras	de	veículos,	construíram	grandes	fábricas	em	cidades	como	São	
Paulo,	São	Bernardo	do	Campo,	Guarulhos,	Santo	André,	Diadema,Belo	Horizonte	e	Rio	
de	Janeiro.	
Segundo	Silva	(2013,	p.	166)	no	século	XX;
No	processo	de	industrialização	e	mecanização	da	agricultura	fez	com	que	
muitos	trabalhadores	rurais	migraram	para	as	cidades	atraídos	em	busca	de	
trabalho	nas	fábricas	e	melhores	salários,	e	o	resultado	disso	foi	o	êxodo	rural	
do	Nordeste	para	o	Sudeste	do	país.	Os	migrantes	nordestinos	fugitivos	da	
seca	do	Nordeste	e	do	desemprego	foram	em	busca	de	trabalho	e	melhores	
condições	de	vida	nas	grandes	cidades	do	Sudeste.	
Agregado	 à	 Revolução	 Industrial	 ocorreu	 também	 uma	 Revolução	 Agrícola.	 A	
utilização	 de	 novos	 métodos	 agrícolas,	 rotação	 de	 safras,	 sementes	 selecionadas	 e	 o	
surgimento	de	novos	equipamentos	agrícolas,	produziram	um	extraordinário	aumento	na	
produção	de	alimentos.	Grandes	proprietários	rurais	passaram	a	investir	na	tecnologia	de	
12UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
produção	agrícola,	fato	que	levou	a	agricultura	ter	como	fonte	principal	do	progresso	técnico	
a	mecanização	e	o	desenvolvimento	de	produtos	químicos	e	biológicos,	optando	pela	mo-
nocultura,	ou	seja,	uma	área	de	cultivo	muito	grande	com	uma	mesma	espécie.	Outro	fato	
relacionado	à	migração	interna	ou	ao	êxodo	rural	ocorreu	com	a	construção	de	Brasília,	no	
final	da	década	de	1950.	Muitos	migrantes	do	Norte	e	Nordeste	do	país	foram	em	busca	de	
empregos	na	região	central	do	país,	principalmente	na	construção	civil.	As	cidades	satélites	
de	Brasília	cresceram	desordenadamente,	causando	vários	problemas	sociais,	que	persis-
tem	até	os	dias	de	hoje.	Este	processo	estendeu-se	com	força	durante	as	décadas	de	70	
e	80,	entretanto	como	as	cidades	não	ofereciam	infraestrutura	adequada	aos	migrantes,	
passam	a	residir	em	habitações	sem	boas	condições	como	favelas	e	cortiços.	
Como	os	empregos	não	eram	suficientes	para	todos,	e	como	agravante	a	grande	
maioria	dos	imigrantes	não	possuíam	qualificação	necessária	para	o	trabalho	especificado,	
muitos	deles	partiam	para	o	mercado	de	trabalho	informal,	e	outros	acabavam	incorporando	
à	grande	massa	dos	mendigos.
De	acordo	com	dados	da	ONU,	em	2050,	60%	da	população	mundial	residirá	nas	
cidades,	realidade	muito	diferente	da	década	de	50,	quando	para	cada	2	moradores	da	zona	
rural,	existia	aproximadamente	1	morador	das	cidades,	conforme	demonstra	o	gráfico	abaixo.
GRÁFICO 01: ÊXODO RURAL NO MUNDO, 1950 - 2030
Fonte:	ONU,	2012
Entretanto,	os	efeitos	da	Revolução	Industrial	no	Brasil	foram	positivos	em	muitos	
aspectos,	 pois	 ocorreu	 um	 enorme	 aumento	 da	 produtividade,	 em	 função	 da	 utilização	
dos	equipamentos	mecânicos,	da	energia	a	vapor	e,	posteriormente,	da	eletricidade,	que	
passaram	a	substituir	a	força	animal.	
13UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
O	processo	de	urbanização	influiu	positivamente	em	alguns	indicadores	na-
cionais,	 no	decorrer	do	século	XX.	Os	principais	exemplos	 foram	a	queda	
da	mortalidade	 infantil	 (que	 passou	 da	 taxa	 de	 150	mortes	 para	 cada	mil	
nascidos	vivos	em	1940	para	29,6	em	2000),	o	aumento	da	expectativa	de	
vida	(40,7	anos	de	vida	média	em	1940	para	70,5	em	2000),	a	queda	da	taxa	
de	fertilidade	(6,16	filhos	por	mulher	em	idade	fértil	em	1940	para	2,38	em	
2000)	e	o	nível	de	escolaridade	(55,9%	de	analfabetos	em	1940	para	13,6%	
em	2000).	Foi	notável	também	a	ampliação	do	saneamento	e	a	ampliação	da	
coleta	de	lixo	domiciliar,	mas	apesar	da	melhora	referida	alguns	desses	indi-
cadores	ainda	deixam	muito	a	desejar.	(MARICATO,	2005,	p.	01)
Relacionado	à	questão	ambiental,	um	dos	aspectos	negativos	é	que	a	revolução	
industrial	trouxe	aumento	da	poluição	do	ar	e	dos	rios,	pois	muitas	indústrias	passaram	a	
jogar	produtos	químicos	e	lixo	em	rios	e	córregos.	Uso	de	mão	de	obra	infantil	(na	primeira	
etapa	da	industrialização).	A	industrialização	trouxe	um	mundo	de	consumo,	que	convive	
com	a	miséria	social,	com	o	desprezo	e	a	falta	das	condições	mínimas,	muitas	vezes,	de	
sobrevivência.	O	Brasil	possui	uma	grande	quantidade	de	pessoas	vivendo	abaixo	da	linha	
da	pobreza.	Assim,	 por	 representar	 um	país	 subdesenvolvido	emergente,	 a	 pobreza	no	
Brasil	apresenta	elevados	patamares.
O	 gráfico	 abaixo	mostra	 a	 evolução	 da	 desigualdade	 de	 renda	 no	Brasil	 desde	
1976.	A	medida	adotada	é	o	Coeficiente	de	GINI2	 ,	 tido	como	padrão	 internacional	para	
mensurar	a	desigualdade	de	renda.	
Quanto	menor	o	coeficiente	de	GINI,	menor	é	a	desigualdade	de	renda	dentro	de	
um	país.	Para	que	as	pessoas	melhorem	de	vida,	e	o	abismo	entre	ricos	e	pobres	diminua,	
a	renda	das	famílias	mais	pobres	precisam	crescer.	Mas	nada	disso	é	possível	se	um	país	
não	se	desenvolver	como	um	todo.	
GRÁFICO 02: EVOLUÇÃO DA DESIGUALDADE DE RENDA NO BRASIL DESDE 1976
Fonte:	www.ipea.gov.br.		IPEA	(Instituto	de	Pesquisa	e	Estatística	Aplicada).
2	 Desenvolvido	pelo	matemático	italiano	Corrado	Gini,	o	Coeficiente	de	Gini	é	um	parâmetro	internacional	
usado	para	medir	a	desigualdade	de	distribuição	de	renda	entre	os	países.
14UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
4. CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Ao	 longo	da	história	o	próprio	conceito	de	desenvolvimento	 tem	sofrido	diversas	
alterações.	
Quando	falávamos	em	crescimento	econômico	entendíamos	que	estávamos	desen-
volvendo,	e	nem	se	quer	imaginávamos	que	uma	simples	palavra	como	desenvolvimento	
pudesse	significar	tanto	para	uma	nação	como	para	o	meio	ambiente.
Dizer	que	uma	nação	cresceu,	significa	que	ela	realmente	está	progredindo,	avan-
çando,	mas	não	necessariamente	significa	que	está	desenvolvendo,	pois	desenvolvimento	
engloba	crescer	além	do	aspecto	geográfico,	econômico,	mas	também	social,	dando	condi-
ções	dignas	para	que	a	população	possa	ter	moradia,	alimentação,	saúde,	lazer,	educação,	
etc.	Importante	ressaltar	que	o	aspecto	ambiental	nem	era	comentado,	neste	conceito	de	
desenvolvimento	implantado.
Entre	os	 indicadores	de	mensuração	do	crescimento	econômico,	está	o	Produto	
Interno	Bruto	(PIB),	que	pode	ser	definido	como	“o	valor	de	mercado	de	todos	os	bens	e	
serviços	finais	produzidos	em	um	país	em	um	dado	período	de	tempo”	(SALES,	2013,	p.	62)	
nos	setores	de	agropecuária,	serviços	e	indústria.	
Dessa	forma,	quando	comparado	o	PIB	de	um	ano	e	este	é	superior	ao	anterior,	
houve	crescimento	do	país,	o	oposto,	recessão.	(PASSOS,	2012).	Já	o	conceito	de	Desen-
volvimento	Econômico	está	relacionado	à	melhoria	do	bem-estar	da	população.
15UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
Furtado	(1983,	p.	90)	distingue	os	conceitos	de	crescimento	e	desenvolvimento	da	
seguinte	forma:
Assim,	o	conceito	de	desenvolvimento	compreende	a	ideia	de	crescimento,	
superando-a.	Com	efeito:	ele	se	refere	ao	crescimentode	um	conjunto	de	es-
trutura	complexa.	Essa	complexidade	estrutural	não	é	uma	questão	de	nível	
tecnológico.	Na	verdade,	ela	traduz	a	diversidade	das	formas	sociais	e	eco-
nômicas	engendradas	pela	divisão	do	trabalho	social.	Porque	deve	satisfazer	
às	múltiplas	necessidades	de	uma	coletividade	é	que	o	conjunto	econômico	
nacional	apresenta	sua	grande	complexidade	de	estrutura.	Esta	sofre	a	ação	
permanente	de	uma	multiplicidade	de	fatores	sociais	e	institucionais	que	es-
capam	à	análise	econômica	corrente	[...]	O	conceito	de	crescimento	deve	ser	
reservado	para	exprimir	a	expansão	da	produção	real	no	quadro	de	um	sub-
conjunto	econômico.	Esse	crescimento	não	implica,	necessariamente,	modi-
ficações	nas	funções	de	produção,	isto	é,	na	forma	em	que	se	combinam	os	
fatores	no	setor	produtivo	em	questão.
Com	a	definição	dada	pelo	autor	constata-se	que	o	crescimento	econômico	nem	
sempre	garante	o	desenvolvimento,	ou	seja,	mesmo	que	haja	crescimento	na	geração	de	
riqueza	se	esta	não	for	distribuída	de	forma	justa,	não	necessariamente	trará	melhorias	na	
qualidade	de	vida	da	população	em	geral.
Para	Sachs	(2004,	p.	13):
...	os	objetivos	do	desenvolvimento	vão	bem	além	da	mera	multiplicação	da	
riqueza	material.	O	crescimento	é	uma	condição	necessária,	mas	de	forma	al-
guma	suficiente	(muito	menos	é	um	objetivo	em	si	mesmo),	para	se	alcançar	
a	meta	de	uma	vida	melhor,	mais	feliz	e	mais	completa	para	todos.
Para	Sachs	(2004,	p.	13)	o	termo	desenvolvimento	sustentável	abrange	oito	dimen-
sões	da	sustentabilidade,	pois	somente	se	considera	desenvolvimento	sustentável	quando	
há	o	atendimento	de	todas	as	dimensões:	ambiental,	econômica,	social,	cultural,	espacial,	
psicológica,	política	nacional	e	internacional.
Brasileiro	(2006,	p.	88)	aponta	que:	“embora	tenha	ocorrido	uma	evolução	sobre	
o conceito	nas	últimas	décadas,	a	atual	busca	pelo	desenvolvimento	continua	primando
pelo	crescimento	econômico,	em	primeiro	plano,	continuando	a	negligenciar	a	distribuição
desigual	das	riquezas;	o	agravamento	da	pobreza	e	exclusão	social;	a	precarização	das
relações	de	trabalho;	e	o	esgotamento	dos	recursos	naturais’”.
Como	Sustentável	é	um	adjetivo	que	qualifica	o	substantivo	Desenvolvimento,	se-
gundo	Bellia	(1996),	não	é	quantificável,	pode-se	admitir	que	cada	um	tem	direito	de	emitir	
seu	conceito	próprio	ou	adaptá-lo	conforme	suas	necessidades	ou	interesses.	O	conceito	
proposto	pela	ONU,	pelos	seus	fóruns	específicos,	e	mais	tarde	pela	Conferência	do	Rio	de	
Janeiro	(Rio-92).	É	considerado	um	dos	conceitos,	mas	não	o	único.
16UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
Assim,	o	termo	“desenvolvimento	sustentável”	surgiu	a	partir	de	estudos	da	Organi-
zação	das	Nações	Unidas	sobre	as	mudanças	climáticas.	Nasceu	com	a	intenção	de	dar	uma	
resposta	para	a	humanidade	diante	da	crise	social	e	ambiental	pela	qual	o	mundo	passava.	
O	Conceito	de	desenvolvimento	sustentável,	conforme	o	Relatório	de	Brundtland3		
de	1991	pressupõe	um	modelo	de	desenvolvimento	que	“atenda	às	necessidades	da	atual	
geração,	sem	comprometer	a	possibilidade	das	gerações	futuras	atenderem	às	suas	pró-
prias	necessidades”.	Desenvolvimento	sustentável	traz	melhoria	na	qualidade	de	vida	de	
todos	os	habitantes	do	mundo	sem	aumentar	o	uso	de	recursos	naturais	além	da	capaci-
dade	da	Terra.
A	construção	do	conceito	de	desenvolvimento	sustentável	continuou	durante	a	Cú-
pula	Mundial	sobre	o	Desenvolvimento	Sustentável,	da	ONU,	realizada	em	Joanesburgo,	
África	do	Sul,	em	2002.
3	 Relatório	Brundtland	é	o	documento	intitulado	Nosso	Futuro	Comum	(Our Common Future),	publicado	em	1987.
17UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
5. AS DIMENSÕES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A	Declaração	de	Joanesburgo	estabelece	que	o	desenvolvimento	sustentável	se	
baseia	 em	 três	 pilares:	 desenvolvimento	 econômico,	 desenvolvimento	 social	 e	 proteção	
ambiental,	conforme	demonstrado	abaixo	na	figura	01.
FIGURA 01: DESENHO ESQUEMÁTICO RELACIONANDO PARÂMETROS 
PARA SE ALCANÇAR O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. 
Fonte:	Disponível	em:	Revista	Visões	4ª	Edição,	Nº4,	Volume	1	-	Jan/Jun	2008.	
Acesso	em:	18	jan.	2019.	
18UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
Segundo	Mikhailova	(2004)	os	dados	publicados	em	2004	pela	Revista	Economia	
e	Desenvolvimento,	n°	16,	relata	que	o	desenvolvimento	sustentável	pode	requerer	ações	
distintas	em	cada	região	do	mundo,	os	esforços	para	construir	um	modo	de	vida	verdadei-
ramente	sustentável	requer	a	integração	entre:
● Crescimento	e	Eqüidade	Econômica	–	Lançar	os	olhos	para	todas	as	nações	de
forma	que	possam	estar	integradas	promovendo	um	crescimento	responsável.
● Saber	 usar	 os	 recursos	 do	 planeta	 de	 forma	 eficiente,	 visando	 um	mercado
competitivo	 que	 busque	 a	 internacionalização	 de	 custos	 ambientais.	Assim,	 a	 sustenta-
bilidade	seria	alcançada	pela	racionalização	econômica	local,	nacional	e	planetária.	Para	
se	 implementar	 a	 sustentabilidade	 seria	 necessária	 a	 racionalização	 econômica	 local	 e	
nacional	(RATTNER,	1999).
● Conservação	de	Recursos	Naturais	e	do	Meio	Ambiente	–	buscar	reduzir	o	con-
sumo	de	recursos	e	diminuir	a	poluição	e	conservar	os	habitats	naturais.
● Desenvolvimento	Social	–	buscar	a	igualdade	de	condições,	de	acesso	a	bens,
da	boa	qualidade	dos	serviços	necessários	para	uma	vida	digna,	onde	as	pessoas	possam	
ter	emprego,	alimentação,	educação,	energia,	serviço	de	saúde,	água	e	saneamento,	res-
peito	aos	seus	direitos	trabalhistas	e	as	suas	diversidades	culturais.
Complementando	Ignacy	Sachs,	citando	(MONTIBELLER-FILHO,	2004)	entende	que	para	
atingirmos	a	sustentabilidade	do	ecodesenvolvimento	precisamos	contemplar	cinco	dimen-
sões:
a) Sustentabilidade	social:	o	processo	deve	se	dar	de	maneira	que	reduza	substan-
cialmente	as	diferenças	sociais.
b) Sustentabilidade	 econômica:	 define-se	 por	 uma	 “alocação	 e	 gestão	mais	 efi-
cientes	dos	recursos	e	por	um	fluxo	regular	do	investimento	público	e	privado”.	A	eficiência	
econômica	deve	ser	medida,	sobretudo	em	termos	de	critérios	macrossociais.
c) Sustentabilidade	 ecológica:	 compreende	 o	 uso	 dos	 potenciais	 inerentes	 aos
variados	ecossistemas	compatíveis	com	sua	mínima	deterioração.
d) Sustentabilidade	espacial/geográfica:	pressupõe	evitar	a	excessiva	concentração
geográfica	de	populações,	de	atividades	e	do	poder.	Busca	uma	relação	mais	equilibrada	
cidade/campo.
e) Sustentabilidade	cultural:	significa	traduzir	o	“conceito	normativo	de	ecodesen-
volvimento	em	uma	pluralidade	de	soluções	particulares,	que	respeitem	as	especificidades	
de	cada	ecossistema,	de	cada	cultura	e	de	cada	local”.
19UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
Entretanto,	 Godefroid	 (2016)	 concorda	 com	 todas	 as	 dimensões	 anteriormente	
citadas	e	complementa	que	é	necessário	incorporar	entre	elas	o	fim	da	pobreza,	da	tirania,	
da	carência	de	oportunidades	econômicas	e	o	fim	da	negligência	dos	serviços	públicos,	da	
intolerância	ou	interferência	excessiva	de	Estados	repressivos.
E	segundo	o	Relatório	da	Comissão	Brundtland,	uma	série	de	medidas	devem	ser	
tomadas	pelos	países	para	promover	o	desenvolvimento	sustentável.	Entre	elas:
1. Limitação	do	crescimento	populacional;
2. garantia	de	recursos	básicos	(água,	alimentos,	energia)	a	longo	prazo;
3. Preservação	da	biodiversidade	e	dos	ecossistemas;
4. Diminuição	do	consumo	de	energia	e	desenvolvimento	de	tecnologias	com	uso
de	fontes	energéticas	renováveis;
5. Aumento	da	produção	industrial	nos	países	não-industrializados	com	base	em
tecnologias	ecologicamente	adaptadas;
6. Controle	da	urbanização	desordenada	e	integração	entre	campo	e	cidades
menores;
7. atendimento	das	necessidades	básicas	(saúde,	escola,	moradia).Já	 em	 âmbito	 internacional,	 as	 metas	 propostas	 pelo	 Relatório	 da	 Comissão
Brundtland	estabelecem:
● adoção	 da	 estratégia	 de	 desenvolvimento	 sustentável	 pelas	 organizações	 de
desenvolvimento	(órgãos	e	instituições	internacionais	de	financiamento);
● Proteção	 dos	 ecossistemas	 supra-nacionais	 como	 a	Antártica,	 oceanos,	 etc,
pela	comunidade	internacional;
● Banimento	das	guerras;
● implantação	de	um	programa	de	desenvolvimento	sustentável	pela	Organização
das	Nações	Unidas	(ONU,	2015).
Algumas	 outras	 medidas	 para	 a	 implantação	 de	 um	 programa	 minimamente	
adequado	de	desenvolvimento	sustentável	são:
● Uso	de	novos	materiais	na	construção;
● Reestruturação	da	distribuição	de	zonas	residenciais	e	industriais;
● Aproveitamento	e	consumo	de	fontes	alternativas	de	energia,	como	a	solar,
a	eólica	e	a	geotérmica;
● Reciclagem	de	materiais	reaproveitáveis;
● Consumo	racional	de	água	e	de	alimentos;
● Redução	do	uso	de	produtos	químicos	prejudiciais	à	saúde	na	produção	de	alimentos.
20UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
6. OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Para	a	Comissão	Mundial	do	Meio	Ambiente	e	Desenvolvimento	(CMMAD,	1991)	
os	objetivos	que	derivam	do	conceito	de	desenvolvimento	sustentável	estão	relacionados	
com	o	processo	de	crescimento	da	cidade	e	objetiva	a	conservação	do	uso	racional	dos	
recursos	naturais	incorporados	às	atividades	produtivas.	Entre	esses	objetivos	estão:
● Crescimento	renovável;
● Mudança	de	qualidade	do	crescimento;
● Satisfação	das	necessidades	essenciais	por	emprego,	água,	energia,	alimento
e	saneamento	básico;
● Garantia	de	um	nível	sustentável	da	população;
● Conservação	e	proteção	da	base	de	recursos;
● Reorientação	da	tecnologia	e	do	gerenciamento	de	risco;
De	acordo	com	o	Guia	sobre	Desenvolvimento	Sustentável,	no	ano	de	2016	entrou
em	vigor	a	resolução	da	Organização	das	Nações	Unidas	(ONU)	intitulada	“Transformar	o	
nosso	mundo:	Agenda	2030	de	Desenvolvimento	Sustentável”.	
Para	Alves	(2015,	p	3),	“a	concepção	dos	cinco	P	‘s	é	eloquente,	pois	estabelece	
cinco	prioridades	equidistantes,	projetadas	dentro	de	um	círculo,	cujo	centro	é	um	pentágo-
no,	representando	o	“desenvolvimento	sustentável”.	No	topo	do	desenho	estão	colocadas	
as	 Pessoas	 (erradicação	 da	 pobreza),	 no	 nível	 intermediário	 estão	 o	 Planeta	 (recursos	
21UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
naturais	e	clima)	e	a	Prosperidade	(bem-estar	humano)	e,	na	base	do	círculo,	estão	a	Paz	
(sociedades	pacíficas,	justas	e	inclusivas)	e	as	Parcerias	(governança	global	sólida).
Os	cinco	componentes	por	sua	vez	sustentam	o	acordo	com	o	estabelecido	nos	17	
objetivos	do	desenvolvimento	sustentável	(ODS).
Os	 temas	definidos	como	ODS	são	muitos,	mas	basicamente	 têm	um	ponto	em	
comum:	tornar	o	desenvolvimento	humano	mais	seguro	e	garantir	condições	de	vida	ade-
quadas	sob	o	ponto	de	vista	social,	ambiental	e	econômico.
No	coração	da	agenda	2030	estão	cinco	Eixos	de	atuação	para	o	Desenvolvimento	
Sustentável,	 (5Ps	 da	 sustentabilidade),	 sendo:	 pessoas,	 prosperidade,	 paz,	 parcerias	 e	
planeta,	conforme	demonstrado	na	figura	02:
FIGURA 02: OS CINCO P’S DA AGENDA 2030
Fonte:	Disponível	-	http://www.agenda2030.com.br/	.	Acesso	18	jan.2021.
Encontrar	as	interdependências	entre	os	dezessete	objetivos	nos	ajuda	a	encontrar	
as	raízes	dos	problemas	e	criar	soluções	sustentáveis	de	longo	prazo.
O	objetivo	de	uma	agenda	é	sempre,	em	primeiro	lugar,	organizar	os	temas	e	faci-
litar	o	entendimento	das	pessoas	para,	em	seguida,	mobilizar,	engajar	e	convocar	à	ação.	
O	desejo	da	Organização	das	Nações	Unidas	-	ONU	com	estabelecimento	dessa	agenda	é	
levar	todos	os	países	a	aspirar	o	desenvolvimento,	mas	não	a	qualquer	custo,	em	prejuízo	
de	pessoas	e	do	planeta.
Para	a	ONU,	é	fundamental	que	a	agenda	seja	“sustentável”,	isto	é,	equilibre	novas	
respostas	e	 soluções	econômicas,	 ambientais	e	 sociais,	 algo	que	apenas	será	possível	
22UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
se	 cada	 indivíduo,	 e	 cada	 uma	 das	 instituições	 (governos,	 empresas,	 organizações	 da	
sociedade	civil)	mudem	atitudes	e	comportamentos	na	direção	de	um	jeito	melhor	de	viver	
no	planeta	no	século	21”.
Para	melhor	entendimento	os	Objetivos	do	Desenvolvimento	Sustentável	 	(ODS)	
significam.
1 - Erradicação da pobreza:	“Acabar	com	a	pobreza	em	todas	as	suas	formas,	em	
todos	os	lugares”.
2 - Fome zero e agricultura sustentável: “Acabar	com	a	fome,	alcançar	a	segu-
rança	alimentar	e	melhoria	da	nutrição	e	promover	a	agricultura	sustentável”.
3 - Saúde e bem estar:	 “Assegurar	uma	vida	saudável	e	promover	o	bem-estar	
para	todos,	em	todas	as	idades”.
4 - Educação de qualidade:	“Assegurar	a	educação	inclusiva	e	equitativa	de	qua-
lidade,	e	promover	oportunidades	de	aprendizagem	ao	longo	da	vida	para	todos”.
5 - Igualdade de gênero:	“Alcançar	a	igualdade	de	gênero	e	empoderar	todas	as	
mulheres	e	meninas”.
6 - Água potável e saneamento:	“Assegurar	a	disponibilidade	e	gestão	sustentável	
da	água	e	saneamento	para	todos”.
7 - Energia acessível e limpa: “Assegurar	o	acesso	confiável,	sustentável,	moder-
no	e	a	preço	acessível	à	energia,	para	todos”.
8 - Trabalho decente e crescimento econômico:	“Promover	o	crescimento	eco-
nômico	sustentado,	inclusivo	e	sustentável,	emprego	pleno	e	produtivo,	e	trabalho	decente	
para	todos.
9 - Indústria, inovação e infra-estrutura:	 “Promover	o	 crescimento	econômico	
sustentado,	 inclusivo	e	sustentável,	emprego	pleno	e	produtivo,	e	 trabalho	decente	para	
todos”.
10 - Redução das desigualdades:	“Reduzir	a	desigualdade	dentro	dos	países	e	
entre	eles”.
11 - Cidades e comunidades sustentáveis:	“Reduzir	a	desigualdade	dentro	dos	
países	e	entre	eles”.
12 - Consumo e produção responsáveis:	“Assegurar	padrões	de	produção	e	de	
consumo	sustentáveis”.
13 - Ação contra mudança global do clima: “Tomar	medidas	urgentes	para	com-
bater	a	mudança	do	clima	e	seus	impactos”.
23UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
14 - Vida na água:	“Conservar	e	usar	sustentavelmente	os	oceanos,	os	mares	e	os	
recursos	marinhos	para	o	desenvolvimento	sustentável”.
15 - Vida terrestre: Proteger,	recuperar	e	promover	o	uso	sustentável	dos	ecossis-
temas	terrestres,	gerir	de	forma	sustentável	as	florestas,	combater	a	desertificação,	deter	e	
reverter	a	degradação	da	terra,	e	deter	a	perda	de	biodiversidade.
16 - Paz, justiça e instituições eficazes: Promover	sociedades	pacíficas	e	inclu-
sivas	para	o	desenvolvimento	sustentável,	proporcionar	o	acesso	à	 justiça	para	 todos	e	
construir	instituições	eficazes,	responsáveis	e	inclusivas	em	todos	os	níveis.
17 - Parcerias e meios de implementação:	Fortalecer	os	meios	de	implementação	
e	revitalizar	a	parceria	global	para	o	desenvolvimento	sustentável
Para	que	todos	esses	objetivos	se	tornem	realidade,	é	importante	que	haja	relações	
de	parceria	e	cooperação	entre	as	nações.	Por	isso,	uma	das	metas	da	Agenda	2030	é	que	
os	países	em	melhores	condições	financeiras	ajudem	os	“países	em	desenvolvimento	a	
alcançar	a	sustentabilidade	da	dívida	de	longo	prazo,	por	meio	de	políticas	coordenadas	
destinadas	a	promover	o	financiamento,	a	redução	e	a	reestruturação	da	dívida,	conforme	
apropriado,	e	tratar	da	dívida	externa	dos	países	pobres	altamente	endividados	para	reduzir	
o superendividamento.
24UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
7. CONTROLE DA QUALIDADE AMBIENTAL – SOLO, ÁGUA E AR
A	Lei	6.938/81	foi	a	primeira	norma	brasileira	a	definir	legalmente	o	meio	ambiente.	De	
acordo	com	o	art.	3º,	I	da	referida	lei,	meio	ambiente	é	o	conjunto	de	condições,	leis,	influências	
e	interaçõesde	ordem	física,	química	e	biológica,	que	permite,	abriga	e	rege	a	vida	em	todas	as	
suas	formas.	Ademais,	em	seu	art.	2º,	I,	temos	o	meio	ambiente	como	um	patrimônio	público	a	
ser	necessariamente	assegurado	e	protegido,	tendo	em	vista	o	uso	coletivo.
Desta	forma,	considera-se,	de	maneira	geral,	que	a	qualidade	do	meio	ambiente	
constitui	fator	determinante	para	o	alcance	de	uma	melhor	qualidade	de	vida.	
Sewell	(1978,	p.	01)	define	controle	ambiental	como:
o ato	de	influenciar	as	atividades	humanas	que	afetem	a	qualidade	do	meio
físico	 do	 homem,	 especialmente	 o	 ar,	 a	 água	e	 características	 terrestres”.
Nesse	contexto,	considera-se	que	controlar	e	manter	um	elevado	padrão	de
qualidade	ambiental	constitui	um	grande	desafio,	tendo	em	vista	as	condições
atuais	de	grande	parte	das	cidades	do	mundo	contemporâneo,	principalmen-
te	àquelas	dos	países	“subdesenvolvidos”	como	o	Brasil	que	passaram	por
um	processo	de	urbanização	desenfreado	e	que	continuam	se	expandindo
de	maneira	caótica	e	desumana,	expressando,	respectivamente,	desordem
e	injustiças	sociais.
Dentro	do	contexto	de	qualidade	ambiental,	Machado	(1997,	p.	16),	relata	que	a	
importância	da		qualidade	do	solo	na	manutenção	do	ecossistema.	
	Nesse	sentido,	Motta	(2001)	diz	que	a	qualidade	do	solo	está	intimamente	ligada	
a	capacidade	de	exercer	suas	funções	na	natureza	que	são:	funcionar	como	meio	para	o	
crescimento	das	plantas;	regular	e	compartimentalizar	o	fluxo	de	água	no	ambiente;	esto-
25UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
car	e	promover	a	ciclagem	de	elementos	na	biosfera;	e	servir	como	tampão	ambiental	na	
formação,	atenuação	e	degradação	de	compostos	prejudiciais	ao	ambiente.
Para	Machado	(1997,	p.	16),	a	qualidade	do	solo	tem	efeitos	profundos	na	saúde	
e	na	produtividade	de	um	determinado	ecossistema	e	nos	ambientes	a	ele	relacionados.	
Diferentemente	do	ar	e	da	água,	para	os	quais	existem	padrões	de	qualidade,	
a	definição	e	quantificação	da	qualidade	do	solo	não	é	simples	em	decorrên-
cia	da	complexidade	dos	fatores	envolvidos	e	de	não	ser	o	solo	consumido	
diretamente	pelo	homem	e	animais.	A	qualidade	do	solo	é	aceita,	 frequen-
temente,	como	uma	característica	abstrata	que	depende,	além	de	seus	atri-
butos	 intrínsecos,	de	 fatores	externos,	como	as	práticas	de	uso	e	manejo,	
de	interações	com	o	ecossistema	e	das	prioridades	socioeconômicas	e	po-
líticas.	O	conceito	do	que	seja	um	solo	com	qualidade	depende	das	priori-
dades	previamente	estabelecidas.	Contudo,	deve	 levar	em	consideração	a	
sua	funcionalidade	múltipla	para	não	comprometer,	no	futuro,	o	desempenho	
de	algumas	de	suas	funções.	Assim,	um	determinado	tipo	de	solo	pode	ser	
considerado	com	boa	qualidade	quando	apresentar	a	capacidade,	dentro	dos	
limites	de	um	ecossistema	natural	ou	manejado,	de	manter	a	produtividade	
e	a	biodiversidade	vegetal	e	animal,	melhorar	a	qualidade	do	ar	e	da	água	
e	contribuir	para	a	habitação	e	a	saúde	humana.	(MACHADO,	1997,	p.	16).
Entretanto,	Machado	 (1997,	p.	18),	 relata	que	os	solos	são	de	vital	 importância	à	
manutenção	da	vida	na	Terra	e	possuem	cinco	papéis	básicos	ou	funções	no	nosso	ambiente:
O	solo	sustenta	o	crescimento	da	flora,	principalmente	fornecendo	a	estrutura	ne-
cessária	para	a	sua	existência.
As	características	dos	solos	determinam	o	destino	da	água	na	superfície	da	Terra,	
essencial	para	a	sobrevivência.
O	solo	desempenha	um	papel	essencial	na	reciclagem	de	nutrientes	e	no	destino	
que	se	dá	aos	corpos	de	animais	(incluindo	o	homem)	e	restos	de	plantas	que	morrem	na	
superfície	da	Terra.
O	solo	é	o	habitat,	a	casa	de	muitos	organismos.
Os	solos	são	capazes	de	fornecer	material	para	construção	de	casas	e	edifícios,	
além	de	proporcionar	a	fundação	para	essas	construções.
Segundo	a	Embrapa	(1997)	a	avaliação	quantitativa	da	qualidade	do	solo	é	funda-
mental	na	determinação	da	sustentabilidade	dos	sistemas	de	manejo	utilizados.	A	determi-
nação	de	indicadores	de	qualidade	de	solo	se	faz	necessária	para	possibilitar	a	identificação	
de	áreas	problemas	utilizadas	na	produção,	 fazer	estimativas	realistas	de	produtividade,	
monitorar	mudanças	na	qualidade	ambiental	e	auxiliar	agências	governamentais	a	formular	
e	avaliar	políticas	agrícolas	de	uso	da	terra.
Com	relação	à	água	seu	controle	tem	relação	com	o	uso	que	se	faz	dessa	água.	
Por	exemplo,	uma	água	de	qualidade	adequada	para	uso	industrial,	navegação	ou	geração	
26UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
hidrelétrica	pode	não	ter	qualidade	adequada	para	o	abastecimento	humano,	a	recreação	
ou	a	preservação	da	vida	aquática.	
Os	padrões	de	qualidade	são	fixados	por	entidades	públicas,	com	o	objetivo	de	
garantir	que	a	água	a	ser	utilizada	para	um	determinado	fim	não	contenha	impurezas	que	
venham	a	prejudicá-lo.
Existe	uma	grande	variedade	de	indicadores	que	expressam	aspectos	parciais	da	
qualidade	das	águas.	No	entanto,	 não	existe	um	 indicador	único	que	sintetize	 todas	as	
variáveis	de	qualidade	da	água.	Geralmente	são	usados	indicadores	para	usos	específicos,	
tais	como	o	abastecimento	doméstico,	a	preservação	da	vida	aquática	e	a	recreação	de	
contato	primário	(balneabilidade).
No	tocante	ao	abastecimento	público	o	controle	da	qualidade	é	feito	no	momento	
em	que	a	água	entra	na	estação,	estendendo-se	até	as	residências,	onde	existe	um	mo-
nitoramento	 através	 de	 coletas	 nas	 residências,	 escolas,	 creche	 e	 hospitais,	 realizados	
semanalmente,	 sendo	que	a	potabilidade	da	água	 tem	de	estar	de	acordo	com	a	OMS	
(Organização	Mundial	de	Saúde).
Uma	forma	de	definir	a	qualidade	das	águas	dos	mananciais	é	enquadrá-los	em	
classes,	em	 função	dos	usos	propostos	para	os	mesmos,	estabelecendo-se	critérios	ou	
condições	a	serem	atendidos.
De	acordo	com	a	RESOLUÇÃO	CONAMA	N°	357/	2005,	que	dispõe	sobre	a	classi-
ficação	dos	corpos	de	água	e	diretrizes	ambientais	para	o	seu	enquadramento,	bem	como	
estabelece	as	condições	e	padrões	de	lançamento	de	efluentes,	e	dá	outras	providências,	
os	corpos	hídricos	nacionais	são	classificados	em	nove	classes,	sendo	as	cinco	primeiras	
classes	 de	 água	 doce	 (baixa	 quantidade	 de	 sais	minerais),	 as	 duas	 seguintes	 de	 água	
salinas	 (média	quantidade	de	sais	minerais),	e	as	duas	últimas	de	águas	salobras	 (alta	
quantidade	de	sais	minerais),	(BRASIL,	2005).
Para	cada	classe	citada	acima	existem	restrições	de	uso	e	lançamento	de	efluentes,	
sendo	que	a	classe	que	mais	possui	restrições	de	uso	é	a	Classe	Especial.
No	tocante	ao	controle	de	qualidade	do	ar,	sua	gestão	envolve	medidas	mitigadoras	
que	tenham	como	base	a	definição	de	limites	permissíveis	de	concentração	dos	poluentes	
na	atmosfera,	restrição	de	emissões,	bem	como	um	melhor	desempenho	na	aplicação	dos	
instrumentos	de	comando	e	controle,	entre	eles	o	licenciamento	e	o	monitoramento.	
Em	nível	federal,	a	primeira	legislação	mais	efetiva	de	controle	da	poluição	atmos-
férica	foi	a	Portaria	do	Ministério	do	Interior	de	nº	231,	de	27	de	abril	de	1976,	que	visava	
27UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
a	estabelecer	padrões	nacionais	de	qualidade	do	ar	para	material	particulado,	dióxido	de	
enxofre,	monóxido	de	carbono	e	oxidantes	fotoquímicos.
Nesse	contexto	de	demandas	 institucionais	e	normativas,	o	CONAMA,	por	meio	
da	Resolução	nº	05	de	15	de	junho	de	1989,	criou	o	Programa	Nacional	de	Controle	de	
Qualidade	do	Ar	 -	PRONAR,	com	o	 intuito	de	 “permitir	 o	desenvolvimento	econômico	e	
social	do	país	de	forma	ambientalmente	segura,	pela	limitação	dos	níveis	de	emissão	de	
poluentes	por	fontes	de	poluição	atmosférica,	com	vistas	à	melhora	da	qualidade	do	ar,	ao	
atendimento	dos	padrões	e	estabelecidos	e	o	não	comprometimento	da	qualidade	do	ar	nas	
áreas	consideradas	não	degradadas”.
Como	 medidas	 de	 curto	 prazo	 foram	 estabelecidas:a	 definição	 dos	 limites	 de	
emissão	para	 fontes	poluidoras	prioritárias;	a	definição	dos	padrões	de	qualidade	do	ar;	
o enquadramento	das	áreas	na	classificação	de	usos	pretendidos;	o	apoio	à	formulação
dos	Programas	Estaduais	de	Controle	de	Poluição	do	Ar;	a	capacitação	 laboratorial	e	a
capacitação	de	recursos	humanos.
Entretanto,	os	avanços	observados	foram	limitados,	tendo	sido	fixados	tão	somente	
limites	de	emissão	para	óleo	e	carvão.	Maiores	avanços	deram-se	quanto	à	definição	dos	
padrões	de	qualidade	do	ar.
28UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
8. EDUCAÇÃO AMBIENTAL
As	práticas	educativas	ambientais	devem	proporcionar	mudanças	de	hábitos,	ati-
tudes	e	práticas	sociais,	sendo,	portanto,	a	Educação	Ambiental	o	caminho	para	que	as	
pessoas	adquiram	consciência	da	importância	de	terem	atitudes	sustentáveis.	
É	inegável	que	a	educação	ambiental	contribui	significativamente	para	a	proteção	
do	meio	ambiente	e	a	melhoria	da	qualidade	de	vida.
Nesse	sentido,	Medina,	(2001,	p.	20)	aponta	que:
Há	 de	 se	 promover	 urgente	 conscientização	 social	 sobre	 a	 problemática	
do	meio	ambiente	visando	à	educação	e	ética	ambientais,	proporcionando,	
por	consequência,	uma	vida	mais	saudável	para	a	população	mundial,	que	
esbarra	com	as	novas	tecnologias	e	o	crescimento	demográfico,	que	estão	
ocorrendo	sem	o	devido	cuidado	com	o	meio	ambiente.	Imprescindível,	por-
tanto,	um	esforço	para	a	educação	em	questões	ambientais	dirigidas	tanto	às	
gerações	jovens	como	aos	adultos	e	que	se	preste	a	devida	atenção	ao	setor	
da	população	menos	privilegiado,	para	fundamentar	as	bases	de	uma	opinião	
pública	bem	informada	e	de	uma	conduta	dos	indivíduos,	das	empresas	e	das	
coletividades	inspirada	por	sua	responsabilidade	sobre	a	proteção	e	melhoria	
do	meio	ambiente	em	toda	sua	dimensão	humana.
Mudança	de	paradigmas	implica	discutir	valores	para	construir	uma	sociedade	mais	
justa,	que	satisfaça	as	necessidades	das	gerações	atuais,	sem	comprometer	a	sobrevivên-
cia	das	futuras	gerações.
Segundo	Ministério	do	Meio	Ambiente	(2015)	a	atuação	dos	educadores	ambientais	
nas	políticas	públicas	de	águas	é	portadora	de	um	significativo	potencial	sinérgico	capaz	de	
incutir	e	sedimentar	uma	perspectiva	realmente	sistêmica,	 integradora	e	ambiental	como	
29UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
diferencial	para	qualificar	a	gestão	dos	recursos	hídricos	no	país	e	promover	a	efetiva	me-
lhoria	nas	condições	de	vida	das	pessoas	e	do	meio	com	o	qual	convivem.
Para	Medina	(2001)	dentre	várias	definições	sobre	o	que	é	EA,	destaca-se:
a	Educação	Ambiental	como	processo	[...]	consiste	em	propiciar	às	pessoas	
uma	compreensão	crítica	e	global	do	ambiente,	para	elucidar	valores	e	de-
senvolver	atitudes	que	lhes	permitam	adotar	uma	posição	consciente	e	par-
ticipativa	a	respeito	das	questões	relacionadas	com	a	conservação	e	a	ade-
quada	utilização	dos	 recursos	naturais	deve	 ter	como	objetivos	a	melhoria	
da	 qualidade	 de	 vida	 a	 eliminação	 da	 pobreza	 extrema	e	 do	 consumismo	
desenfreado.	(MEDINA,	2001,	p.	17).
Assim,	a	promoção	de	processos	continuados	e	permanentes	de	desenvolvimento	
de	capacidades	e	de	Educação	Ambiental	para	a	Gestão	de	Águas	constitui	iniciativa	es-
tratégica	fundamental	para	assegurar	a	sustentabilidade	do	crescimento	da	economia	e	a	
promoção	do	desenvolvimento	sustentável.	(MINISTÉRIO	DO	MEIO	AMBIENTE,	2015).
Entendendo	que	educação	ambiental	é	um	processo	que	deve	partir	do	interno	para	
o externo,	levando	a	mudanças	de	hábitos	e	comportamentos	como	pequenas	iniciativas
no	lar,	escola,	bairro,	até	alcançar	uma	abrangência	mais	ampla,	que	envolva	uma	região,
estado,	país,	beneficiando	todo	o	ecossistema	e	a	humanidade,	nesse	processo,	a	família
e	a	escola	figuram	como	os	principais	responsáveis	por	disseminar	a	importância	dos	bons
hábitos	e	da	consciência	ambiental.
Os	resultados	obtidos	são	levados	pelo	resto	da	vida	e	disseminados,	garantindo	a	
eficácia	e	a	construção	de	uma	sociedade	mais	responsável	ecologicamente.
No	Brasil,	com	a	aprovação	da	Lei	nº	9.795/1999,	que	institui	a	Política	Nacional	de	
Educação	Ambiental,	e	dentre	várias	premissas,	a	lei	afirma	trata-se	de	um	componente	es-
sencial	e	permanente	da	educação	no	Brasil,	que	deve	estar	presente	de	forma	articulada,	
em	todos	os	níveis	e	modalidades	do	processo	educativo,	em	caráter	formal	e	não	formal.
A	Política	Nacional	de	Educação	Ambiental	–	PNEA	(Lei	9.795/1999)	estabelece,	
como	um	dos	objetivos	estratégicos	da	EA,	o	incentivo	à	participação	individual	e	coletiva,	
permanente	e	responsável,	na	preservação	do	equilíbrio	do	meio	ambiente,	entendendo-se	
a	defesa	da	qualidade	ambiental	como	um	valor	inseparável	do	exercício	da	cidadania.	De	
forma	coerente	com	a	política	das	águas,	a	construção	de	uma	cultura	da	participação,	
qualificada	com	o	diálogo,	mostra-se	como	um	dos	eixos	centrais	da	PNEA.	
Segundo	o	artigo	1º	da	Lei	9.795/1999,	entende-se	por	educação	ambiental:
Os	processos	por	meio	dos	quais	o	indivíduo	e	a	coletividade	constroem	va-
lores	sociais,	conhecimentos,	habilidades,	atitudes	e	competências	voltadas	
para	a	conservação	do	meio	ambiente,	bem	de	uso	comum	do	povo,	essen-
cial	à	sadia	qualidade	de	vida	e	sua	sustentabilidade.	(BRASIL,	PNEA,	1999).
E	complementa	ainda	no	seu	artigo	5º,	também	como	um	dos	seus	objetivos	funda-
mentais	que	a	educação	ambiental	deve	promover	o	desenvolvimento	de	uma	compreensão	
integrada	do	meio	ambiente	em	suas	múltiplas	e	complexas	relações,	envolvendo	aspectos	
ecológicos,	psicológicos,	legais,	políticos,	sociais,	econômicos,	científicos,	culturais	e	éticos.
30UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
SAIBA MAIS
Com	o	desenvolvimento	das	atividades	industriais	vieram	grandes	impactos	ambientais	
e	isso	não	é	nenhum	segredo.	O	ritmo	acelerado	dessas	atividades	impede	que	o	meio	
ambiente	 tenha	 tempo	necessário	para	se	 recuperar	do	consumo	dos	seus	 recursos	
pelo	homem	e	dos	resíduos	gerados	por	eles.	Para	tentar	diminuir	esse	impacto,	vários	
estudos	e	discussões	vêm	sendo	realizados	há	mais	de	duas	décadas	pelos	países,	
principalmente	no	que	diz	respeito	ao	desenvolvimento	sustentável.	Isso	trouxe	algumas	
melhorias	ao	longo	dos	anos,	mas	muito	ainda	tem	que	ser	feito	diante	desse	problema	
global	visando	atitudes	mais	sustentáveis.	Desenvolvimento	sustentável	e	sustentabi-
lidade,	esses	dois	termos	muitas	vezes	se	confundem,	mas	têm	significados	distintos.	
Fonte:	desenvolvimento	das	atividades	industriais.	Adaptado.	Disponível	em:		<http://www.teraambiental.
com.br/blog-da-tera-ambiental/sustentabilidade-e-desenvolvimento-sustentavel-conheca-a-diferenca>.	
Acesso	em:	20	jan.2021.
REFLITA
As	plantas	e	os	animais	são	essenciais	para	a	manutenção	da	vida	na	Terra.	As	plantas	
fazem,	entre	outras	coisas,	a	fotossíntese,	absorvendo	gás	carbônico	e	liberando	oxigê-
nio.	Os	animais	são	agentes	polinizadores,	garantindo	a	germinação	de	novas	árvores.	
Um	beneficia	o	outro,	e	todos	são	beneficiados.	Por	 isso	é	tão	importante	a	proteção	
ambiental.	 Você	 consegue	 imaginar	 este	 planeta	 sem	plantas	 e	 animais?	Por	 que	 é	
importante	cuidar	dos	animais	e	do	meio	ambiente?	Talvez	você	nunca	tenha	pensado	
a	respeito	disso,	no	entanto	os	animais	estão	sempre	presentes	em	nosso	cotidiano	e	
muitas	vezes	não	damos	conta	de	sua	presença.	Se	estendermos	essa	pergunta	ao	uni-
verso	ecológico,	vamos	perceber	que	sem	os	animais	habitando	o	planeta	Terra	a	vida	
simplesmente	iria	se	extinguir.	
Fonte:	Por	que	é	importante	cuidar	dos	animais	e	do	meio	ambiente.	Disponível	em:	https://www.lbv.org/
por-que-e-importante-cuidar-dos-animais-e-do-meio-ambiente.	Adaptado.	Acesso	22	jan.2021.
31UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
CONSIDERAÇÕESFINAIS
Diante	da	intensa	degradação	da	natureza,	medidas	urgentes	devem	ser	tomadas	
por	todos	a	benefício	do	homem	e	do	próprio	meio	ambiente	a	fim	de	minimizar	os	impactos	
negativos	 que	 tem	 levado	os	 recursos	 naturais	 e	 a	 escassez	 em	nome	da	melhoria	 da	
qualidade	de	vida.
Estamos	cada	vez	mais	questionando	o	atual	modelo	de	desenvolvimento,	por	isso	
entendemos	a	necessidade	de	termos	um	olhar	para	o	passado,	compreender	a	natureza	e	
aplicar	este	conhecimento	a	benefício	do	homem	e	da	própria	natureza.
	Segundo	Lerípio	(2001,	p.	2),	a	relação	meio	ambiente	e	desenvolvimento	deve	
deixar	de	ser	conflitante	para	tornar-se	uma	relação	de	parceria.	O	ponto	chave	da	questão	
passa	a	ser	a	necessidade	de	uma	convivência	pacífica	entre	a	boa	qualidade	do	meio	
ambiente	e	o	desenvolvimento	econômico.
As	 florestas	 são	 imprescindíveis	 para	a	manutenção	dos	 recursos	hídricos	para	
abastecimento	das	cidades,	onde	vive	a	maioria	da	população.	O	desmatamento	incontro-
lado	e	insano	está	causando	a	desertificação	e	levará	fatalmente	ao	desabastecimento	de	
água	e	à	formação	de	solo	improdutivo	para	a	produção	de	alimentos.	A	natureza	trabalha	
e	produz	na	forma	cíclica,	mostrando	o	caminho	para	a	atuação	do	homem.
Todos	os	tipos	de	plantas,	sejam	as	rasteiras,	os	arbustos,	as	árvores	ou	as	flores,	
têm	uma	importância	indispensável	para	a	nossa	qualidade	de	vida.	As	plantas	nutrem	os	
solos	e	ajudam	a	produzir	alimentos	e	água.	Suas	folhas	servem	como	adubos	para	a	terra	
e	tornam	a	natureza	rica	e	viva.
Ser	sustentável	não	deve	interferir	nos	ciclos	naturais	em	que	se	baseia	tudo	o	que	
a	resiliência	do	planeta	permite	e,	ao	mesmo	tempo,	não	devem	empobrecer	seu	capital	
natural,	que	será	transmitida	às	gerações	futuras.	(ALVES,	2015)
32UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
LEITURA COMPLEMENTAR
Artigo 01: Olhando	o	passado	e	o	futuro:	revendo	pressupostos	sobre	as	inter-re-
lações	pessoa-ambiente
Fonte:	Rivlin,		L.	G..	Olhando	o	passado	e	o	futuro:	revendo	pressupostos	sobre	as	
inter-relações	pessoa-ambiente.	Estud.	psicol.	 (Natal).	Vol.8	nº2.	Natal.	2003.	Disponível	
em:	 https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-294X2003000200003&script=sci_arttext.	
Acesso	em:	31	jan	2021.
RESUMO
Este	artigo	examina	alguns	dos	pressupostos	que	guiaram	os	primeiros	trabalhos	
em	Psicologia	Ambiental	e	os	revisa	à	luz	de	perspectivas	contemporâneas.	Muitos	desses	
pressupostos	continuam	a	 ter	 relevância,	mas	são	necessárias	algumas	modificações	e	
acréscimos	para	dar	conta	do	desenvolvimento	em	ideias	e	pesquisas	ao	longo	dos	anos.	
É	preciso:	ir	além	da	pesquisa	multidisciplinar,	engajando-se	no	pensamento	interdisciplinar	
e	pesquisa	em	colaboração	com	pessoas	de	outras	disciplinas;	ampliar	a	atenção	com	as	
questões	éticas;	examinar	o	papel	da	tecnologia	na	vida	das	pessoas;	e	reconhecer	a	na-
tureza	holística	das	transações	pessoa-ambiente	levando	em	consideração	a	diversidade	
criada	por	idade,	gênero,	nível	de	capacidade/incapacidade,	cultura	e	economia.
Artigo 02:	 	O	conceito	de	 “ecossistema”	em	 teses	e	dissertações	em	educação	
ambiental	no	Brasil:	construção	de	significados	e	sentidos
Fonte:	Danilo,	S.	K.	,	Kawasaki,	C.,	Carvalho,	L.	M.	de.		O	conceito	de	“ecossistema”	
em	 teses	 e	 dissertações	 em	 educação	 ambiental	 no	Brasil:	 construção	 de	 significados	 e	
sentidos.	VIII	EPEA	-	Encontro	Pesquisa	em	Educação	Ambiental.	Rio	de	Janeiro.	 	2015.	
Disponível	em:	http://epea.tmp.br/epea2015_anais/pdfs/plenary/29.pdf.	Acesso:	25	jan	2021.
RESUMO
O	presente	trabalho	constitui	parte	de	uma	tese,	concluída	em	2014,	e	que	teve	
como	objetivo	 investigar	o	 conceito	de	 “ecossistema”	presente	em	 teses	e	dissertações	
do	campo	da	Educação	Ambiental	 (EA),	no	período	de	1980	a	2009	no	Brasil.	Além	da	
caracterização	dos	aspectos	da	pesquisa	em	EA,	analisa	os	significados	e	sentidos	cons-
33UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
truídos	e	associados	ao	conceito	de	ecossistema	nas	referidas	pesquisas.	Este	artigo	foca	
na	relação	entre	os	núcleos	de	significação	resultantes	desta	construção,	e	suas	relações	
com	o	ensino	de	Ecologia	e	a	EA.	Os	procedimentos	metodológicos	são	descritos	e	estão	
fundamentados	na	perspectiva	da	análise	dialógica	do	discurso	e	inseridos	no	contexto	da	
pesquisa	qualitativa	em	educação.	A	apresentação	dos	núcleos	de	significação	construídos	
possibilitou	a	emergência	de	sentidos	contraditórios	e	que	são	compreendidos	a	partir	do	
conceito	de	ecossistema,	mesmo	que	estes	não	sejam	enunciados	diretamente.
Artigo 03:	Efeito	de	vespas	não-polinizadoras	sobre	o	mutualismo	Ficus	–	vespas	
de	figos	
Fonte:	Elias.	L,	G.;	Fernado,	H.	A.;	Pereira,	R.	A.	S.	Efeito	de	vespas	não	poliniza-
doras	sobre	o	mutualismo	Ficus	–	vespas	de	figos	Iheringia,	Sér.	Zool.	vol.97	no.3	Porto	
Alegre	 Set.	 2007.	 Disponível	 em:	 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S0073-47212007000300006&lang=pt.	Acesso:	08	jan.	2021.
RESUMO
Relações	 ecológicas	 interespecíficas,	 que	 resultam	 em	 benefício	 para	 todos	 os	
organismos	participantes,	são	conhecidas	como	mutualismo.	No	entanto,	 tal	cooperação	
abre	espaço	para	o	surgimento	de	estratégias	oportunistas	(ou	de	trapaça),	representadas	
por	indivíduos	parasitas	do	mutualismo,	que	recebem	o	benefício	de	um	dos	parceiros	sem	
oferecer	nada	em	troca.	A	interação	figueiras	–	vespas	-	de	-	figo	é	um	sistema	adequado	
para	 o	 estudo	do	mutualismo	e	 de	 estratégias	 oportunistas	 (parasitas	 de	mutualismos).	
Representantes	do	gênero	Ficus	 (Moraceae)	apresentam	uma	 relação	mutualística	com	
pequenas	vespas	polinizadoras	(Agaonidae)	e	são	explorados	por	outras	espécies	de	ves-
pas	não-polinizadoras.	Esse	trabalho	teve	como	objetivo	avaliar	o	impacto	das	vespas	não-
-polinizadoras	sobre	o	mutualismo	Ficus	citrifolia	e	suas	vespas	polinizadoras,	Pegoscapus
tonduzi	Grandi,	1919.	Para	tal,	foi	comparada	a	produção	de	aquênios	(função	feminina)	e
de	fêmeas	da	espécie	polinizadora	(função	masculina)	entre	amostras	de	sicônios	altamen-
te	infestados	e	pouco	infestados	por	vespas	não-polinizadoras,	coletadas	nos	municípios
de	Londrina	(Paraná),	Campinas	e	Ribeirão	Preto	(São	Paulo),	Brasil.	Nossos	resultados
apontaram	que	as	vespas	não-polinizadoras	exercem	impacto	negativo	nos	componentes
feminino	e	masculino	da	planta,	sendo	maior	no	masculino.	A	produção	de	vespas	poli-
nizadoras	foi	cerca	de	sete	vezes	menor	nos	figos	infestados,	ao	passo	que	a	produção
de	aquênios	foi	1,5	vez	menor	nesses	mesmos	figos.	Hipóteses	sobre	a	estabilidade	do
mutualismo	na	presença	das	espécies	oportunistas	são	discutidas.
34UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Educação	Ambiental:	Princípios	e	práticas
Autor:	Genebaldo	Freire	Dias
Editora: Editora	Gaia;	Edição:	9
Sinopse:	O	desenvolvimento	e	a	prática	da	Educação	Ambiental	
no	Brasil	 sempre	esbarrou	em	graves	problemas	socioeconômi-
cos,	acrescidos	da	falta	de	materiais	educativos	adequados	sobre	
Educação	Ambiental	(EA).	Este	livro	reúne	as	informações	básicas	
conceituais	sobre	a	EA,	faz	um	histórico	de	suas	atividades	pelo	
mundo,	sugere	mais	de	cem	atividades	para	sua	prática,	fornece	
subsídios	para	a	ampliação	dos	conhecimentos	sobre	EA	e	expõe	
as	diferentes	formas	legais	de	ação	individual	e	comunitária	que	
possibilitam	um	exercício	de	cidadania,	visando	uma	melhor	qua-
lidade	de	vida.	Trata-se	de	uma	obra	inovadora	pelo	seu	pioneiris-
mo	como	documento	para	estudiosos	e	leigos,	posicionando	a	EA	
como	 instrumento	de	busca	da	harmonia	 racional	e	 responsável	
entre	o	homem	e	o	seu	meio	ambiente.
FILME/VÍDEO 
Título:	Relações	ecológicas
Ano:	2016
Sinopse: A	 vida	 na	 terra,	 seja	 ao	 nível	 de	 uma	 pequena	 poça	
ou	 ao	 nível	 de	 um	ecossistemaque	abrange	um	continente,	 se	
resume	 em	 interações.	Além	 de	 interagirem	 com	 o	meio	 físico,	
os	organismos	 interagem	com	 indivíduos	da	sua	espécie	e	com	
outras	 espécies,	 estabelecendo	 o	 que	 chamamos	 de	 Relações	
Ecológicas.
Link do vídeo: 	https://www.youtube.com/watch?v=SZbMnJ99q3U
35
Plano de Estudo:
● O	significado	de	sustentabilidade	empresarial
● Avaliação	do	ciclo	de	vida
● Cadeia	de	suprimentos	verde
● Logística	reversa
● Produção	+	limpa	e	produção	enxuta
● Abordagens	e	Modelos	de	Gestão	Ambiental	Empresarial.
● Responsabilidade	social	corporativa	(RSC)
● Tecnologias	de	gestão	socioambiental	e	as	políticas	ambientais.
● A	criação	de	visão	voltada	à	sustentabilidade
● Sistemas	de	diagnóstico	e	gestão
● Códigos	de	conduta
● Políticas	ambientais	no	Brasil
Objetivos da Aprendizagem:
● Discorrer	sobre	as	Abordagens	e	Modelos	de	Gestão	Ambiental	Empresarial.
● Analisar	conceitos	sobre	Responsabilidade	social	corporativa	(RSC)
e	o	contexto	teórico	para	a	sua	compreensão	e	prática.
● Abordar	Tecnologias	de	gestão	socioambiental	e	as	políticas	ambientais.
● Proporcionar	uma	visão	voltada	à	sustentabilidade.
● Entender	os	sistemas	de	diagnóstico	e	gestão.
● Conhecer	o	Códigos	de	conduta.
● Entender	as	Políticas	ambientais	no	Brasil.
UNIDADE II
Responsabilidade Social
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco
36UNIDADE II Responsabilidade Social
INTRODUÇÃO
Este	capítulo	tratará	sobre	responsabilidade	social	como	a	função	social	das	em-
presas,	o	compromisso	social	e	a	gestão	empresarial.
Falaremos	 sobre	 sustentabilidade	 empresarial,	 e	 serão	 vistos	 outros	 conceitos	
relacionados	 à	 gestão	 ambiental	 empresarial,	 nesta	 perspectiva,	 os	 tópicos	 que	 serão	
abordados	serão:	abordagens	e	modelos	de	gestão	ambiental	empresarial;	 responsabili-
dade	social	corporativa	(contexto	 teórico	para	a	sua	compreensão);	e	abordagens	sobre	
tecnologias	de	gestão	socioambiental	e	as	políticas	ambientais.
Falaremos	que	a	sustentabilidade	empresarial	ocasiona	uma	mudança	na	filosofia	
empresarial,	bem	como	nos	processos	organizacionais.
Que	a	 responsabilidade	social	 tornou-se	abrangente,	envolvendo	uma	dimensão	
de	responsabilidade	para	com	toda	a	cadeia	produtiva	da	empresa:	clientes,	funcionários,	
fornecedores,	 além	 da	 comunidade,	 ambiente	 e	 sociedade	 como	 um	 todo.	 No	 entanto,	
considera-se	 que	a	 atuação	empresarial	 pode	 ser	 abrangente	 e	 preocupante.	Pode	 ser	
preocupante	por	dois	motivos	diferentes.	A	primeira	preocupação	deve-se	ao	fato	de	não	
contar	com	algumas	empresas	cumprindo	com	seu	papel	social	e,	então,	dificultando	ainda	
mais	um	desenvolvimento	social	sustentável	e	mais	humano.	
As	empresas	são	grandes	centros	de	poder	econômico	e	político,	interferindo	dire-
tamente	na	dinâmica	social.	Assim,	assumindo	causas	sociais,	as	empresas	devolveriam	
à	sociedade	parte	dos	recursos	humanos,	naturais	e	financeiros	que	consumiram	para	a	
alavancagem	do	lucro	de	sua	atividade.	Esta	situação	tem	levado	diversos	atores	sociais	a	
legitimarem	a	responsabilidade	social	corporativa.	
A	segunda	preocupação,	porém,	lança	um	desafio	maior,	pois	envolve	uma	reflexão	
sobre	qual	sociedade	é	mais	apropriada	não	somente	ao	desenvolvimento	econômico,	mas	
ao	desenvolvimento	humano.	Esta	discussão	pode	se	tornar	 incômoda,	pois,	existe	uma	
crença,	que	parece	estar	no	inconsciente	coletivo,	de	que	o	desenvolvimento	econômico	é	
o próprio	desenvolvimento	da	capacidade	humana	e	garantidor	do	bem	comum,	transfor-
mando-se	no	denominado	paradigma		econômico.
O	avanço	do	poder	das	empresas	na	sociedade	abarca	além	de	suas	responsabili-
dades	tradicionais,	como	fornecedora	de	bens	e	serviços,	outra	responsabilidade	bem	mais	
37UNIDADE II Responsabilidade Social
ampla,	a	do	bem	estar	social	do	homem,	afirmando-se	como	propagadora	e	garantidora	do	
bem	comum.	
A	necessidade	de	adotar	práticas	de	consumo	sustentáveis	recaiu	sobre	a	popu-
lação	civil,	as	grandes	corporações	e	as	instituições	públicas.	Nesta	perspectiva,	emergiu	
o conceito	de	Sustentabilidade	Empresarial,	o	qual	se	refere	às	práticas	realizadas	pelas
organizações	ou	empresas	no	âmbito	econômico,	social,	ambiental,	cultural,	entre	outros,
ou	seja,	no	âmbito	da	Sustentabilidade.
38UNIDADE II Responsabilidade Social
1. O SIGNIFICADO DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
Conforme	Philippi	Junior,	Sampaio	e	Fernandes	(2017)	são	exemplos	de	conceitos	
(ou	práticas)	relacionados	à	Sustentabilidade	Empresarial:
● Avaliação	do	Ciclo	de	Vida.
● Cadeia	de	Suprimentos	Verde.
● Logística	Reversa.
● Produção	+	limpa	e	produção	enxuta.
1.1 Avaliação do Ciclo de Vida
A	Avaliação	do	Ciclo	de	Vida	é	uma	técnica	empregada	para	avaliar	o	desempenho		
ambiental	de	um	produto	no	seu	ciclo	de	fabricação	(“do	nascimento	a	morte”).	 Inclui	 	a	
identificação	e	mensuração	da	energia,	matéria-prima,	água,	solo	e	ar,	os	quais	são	aplica-
dos	na	(i)	produção,	(ii)	a	utilização	e	(iii)	disposição	final	(QUEIROZ;	GARCIA,	2010).
Ressalta-se	que	a	Avaliação	do	Ciclo	de	Vida	 também	tem	o	 intuito	de	avaliar	o	
impacto	ambiental	associado	ao	uso	dos	recursos	naturais	(energia	e	materiais)	e	emissões	
de	poluentes.	A	aplicação	dessa	ferramenta	propicia	a	identificação	de	oportunidades	para	
melhorar	o	sistema	de	forma	a	aperfeiçoar	o	desempenho	ambiental	do	produto	(QUEIROZ;	
GARCIA,	2010).
39UNIDADE II Responsabilidade Social
No	âmbito	brasileiro,	a	Associação	Brasileira	de	Normas	Técnicas	[ABNT]	(online	
1),	emitiu	2	normas	específicas	para	guiar	as	organizações	na	avaliação	do	ciclo	de	vida	
dos	produtos,	são	elas:
● NBR ISO 14040:2009	–	Esta	norma	foi	lançada	em	2009,	e	foi	atualizada	no	ano
de	2014.	Tem	o	objetivo	de	descrever	os	princípios	e	a	estrutura	de	uma	avaliação	de	ciclo	
de	vida	(ACV).
● NBR ISO 14044:2009	–	Esta	norma	foi	lançada	em	2009,	e	foi	atualizada	no	ano
de	2014.	Complementa	a	norma	14040.	Um	detalhe	é	que	essa	norma	tem	acesso	gratuito.	
O	foco	dessa	norma	é	a	mensuração	dos	impactos	identificados	na	avaliação	do	ciclo	de	vida.
Na	Figura	1,	consta	um	modelo	de	avaliação	de	ciclo	de	vida,	o	qual	foi	retirado	da	
norma	NBR	ISO	14040:2009	(atualizada	em	2014)	(ABNT,	online):
FIGURA 01 : FASES DA AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA
Fonte:	ISO	14040	(ABNT,	2009).	
Perceba,	na	Figura	1,	que	a	Análise	do	Ciclo	de	Vida	pode	ser	aplicada	para
os	produtos,	mas,	também	pode	colaborar	para	o	desenvolvimento	do	planejamento	
da	organização,	políticas	públicas,	gestão	de	projetos,	etc.
40UNIDADE II Responsabilidade Social
1.2 Cadeia de Suprimentos Verde
A	Cadeia	 de	 Suprimentos	 Verde	 pode	 ser	 entendida	 como	 um	 conjunto	 de,	 no	
mínimo,	três	entidades	envolvidas	nos	fluxos	ascendentes	e	descendentes	de	produtos.
Abarca	desde	o	projeto	do	produto,	a	origem	da	matéria-prima	até	a	entrega	do	produto	
ao	consumidor,	inclusive	a	disposição	pós-uso	do	produto	(ALVES;	NASCIMENTO,	2014).
A	cadeia	de	suprimentos	verde,	ou	Green	Supply	Chain,	pode	ser	entendida	como	
a	 integração	 das	 atividades	 relacionadas	 ao	 fluxo	 e	 à	 transformação	 de	 bens,	 desde	 a	
extração	de	suas	matérias-primas	até	o	usuário	final.	Trata-se	de	uma	forma	de	exigir	que	
todos	os	agentes	envolvidos	na	cadeia	produtiva	se	adequarem	às	questões	de	Sustenta-
bilidade	(ALVES;	NASCIMENTO,	2014).
Por	exemplo,	imagine	uma	multinacional	que	opera	no	setor	de	processamento	de	
alimentos,	e	obtenha	sua	matéria-prima	de	pequenos	fornecedores	locais	de	matéria	prima.
Caso	a	multinacional	exija	adequações	socioambientais	como	pré-requisito	para	
adquirir	matéria-prima,	provavelmente,	estes	pequenos	fornecedores	incorporarão	práticas	
socioambientais	e	contribuirão	para	o	Desenvolvimento	Sustentável.	A	multinacional	pode	
exigir	também	dos	fornecedores	certificação	socioambiental	para	continuar	se	relacionando	
com	os	mesmos.
1.3 Logística Reversa
A	Logística	Reversa	é	uma	das	especializações	da	Logística	Empresarial	que
planeja,	opera	e	controla	o	fluxo,	e	as	informações

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