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O período das regências

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O período das regências
MOREL, Marco. O Período das Regências. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.
SANTOS, Leilane.
O livro O Período das Regências (1831 – 1840) é um livro escrito por Marco Morel, professor do Departamento de História do Rio de Janeiro, Jornalista e Doutor pela Universidade de Paris I. Atuante na área de história, sua área de pesquisa é em História do Brasil Império com destaques para os seguintes temas: história do Brasil, história política, cultural entre outros. 
A obra vai retratar como o próprio título diz o período da regência, quando D. Pedro abdica do seu cargo orientado é claro pelo francês Benjamin Constant, o qual lhe pedia para abdicar o trono brasileiro e deixar uma gestão (regência) enquanto seu filho (que assumiria seu lugar) era menor de idade. 
O país estava passando por problemas no campo econômico e político e a regência veio como meio de “salvação” pois, através dela construiu-se a nação brasileira garantindo a independência e a ordem nacional. Foi uma fase de rebeldia, repressão, inseguranças, mas também de esperança. 
Quando Pedro I abdica o cargo deixa uma Regência Trina Provisória formada pelo general Francisco de Lima e Silva, o senador Nicolau Vergueiro e José Joaquim Carneiro de Campos que era marquês de Caravelas. Uma das medidas tomadas por este governo foi decretar a anistia para todos os presos entre outros. Seu governo durou pouco mais de 60 dias. Logo após surge a regência trina permanente em que os deputados e senadores elegeram o general Lima e Silva o marquês de Monte Alegre José de Costa Carvalho e José Bráulio Muniz. Essa regência durou quatro anos e cinco gabinetes ministrais. Em 1835 o padre Diego Feijó (ministro da Justiça) é eleito o primeiro regente uno, enquanto estava no poder criou a Guarda Nacional, e neste mesmo período os motins e sedições estavam acontecendo a todo vapor por todo país. O padre Diego Feijó renuncia a regência e que assume é Pedro de Araújo Lima em 1837. 
A obra é muito bem dividida em seis capitulo (Introdução; A queda do primeiro imperador; O “carro da revolução”; A sociedade multifacetada; Rebelar e revelar; Autocrítica de um revolucionário.), contendo também uma cronologia que ajuda o leitor a situar-se no tempo e no espaço, tem também referencias e fontes utilizadas para a construção do livro que se consultados forem ajudam a elucidar ainda mais a leitura. O autor também traz sugestões de leituras referentes ao período, não que seja por carência de sua obra, mas para que caso o leitor desperte curiosidades sobre o tema tenha outras opções de leitura a sua disposição já que como o próprio autor fala o período regencial é um dos momentos históricos menos conhecidos devido aos seus enquadramentos que dificultam sua compreensão. 
Sabe-se que durante esse período houve vários motins e sedições. Morel cita essas sedições ao longo do livro e dedica um capítulo para tratar de algumas dessas sedições (Rebelar e revelar), porém o capitulo é muito curto para tratar com mais detalhes os motins, ele poderia ter explorado mais esse processo do período regencial, poderia ter se expandido mais sobre esse assunto já que se sabe tão pouco segundo o mesmo. 
Outro aspecto bastante interessante do livro é que o autor traz imagens para ilustrar alguns momentos como jornal, as três jornadas de julho em Paris, disputas políticas, o abandono do padre Feijó entre outros. Essas imagens de alguma forma enriquecem o livro como um todo. 
Pelo que se pode perceber da obra, o autor quando a escreve parece já querer deixar pistas para pesquisas futuras, então acredito que a obra foi feita para pesquisadores da área, para que esse período seja mais explorado e que novas fontes surjam, pois, esta fase apesar de curta ocorreu bastantes acontecimentos e requerem estudos para expandir a bibliografia do período.
A obra apesar de tratar de um período complexo pode ser lida por qualquer um, mas será mais interessante para professores e estudantes de história que se interessam/ desejam saber mais sobre o período regencial, pois ela não é uma obra romanceada e sim com um cunho histórico/ cientifico e que desejem também pesquisar nesta área o livro pode despertar temas.

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