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Estudo Socioeconomico 2004 japeri

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ESTUDO
SOCIOECONÔMICO
2004
JAPERI
OUTUBRO 2004
 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC Secretaria-Geral de PlanejamentoRJ
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CORPO DELIBERATIVO
Presidente - Conselheiro JOSÉ GOMES GRACIOSA
Vice-Presidente - Conselheiro MARCO ANTONIO BARBOSA DE ALENCAR
Conselheiro SERGIO F. QUINTELLA
Conselheiro ALUISIO GAMA DE SOUZA
Conselheiro JOSÉ LEITE NADER
Conselheiro JOSÉ MAURÍCIO DE LIMA NOLASCO
Conselheiro JONAS LOPES DE CARVALHO JUNIOR
Ministério Público
Procuradora Vera de Souza Leite (Representante do Procurador-Geral de Justiça)
Procurador Júlio Lambertson Rabello
Procurador Horácio Machado Medeiros
Procuradora Delja Marucia Palhares Ruthênio de Paiva
Procurador Carlos Antônio da Silva Navega
Procurador Cezar Romero de Oliveira Soares
Procurador Levi de Azevedo Quaresma
Procurador Renato França
Secretaria-Geral de Planejamento
Secretário-Geral: Horácio de Almeida Amaral
Secretaria-Geral de Controle Externo
Secretária-Geral: Maria Luiza Bulcão Burrowes
Secretaria-Geral de Administração
Secretário-Geral: Carlos César Sally Ferreira
Secretaria-Geral das Sessões
Secretário-Geral: Mauro Henrique da Silva
Instituto Serzedello Corrêa
Diretor-Geral: Hormindo Bicudo Neto
Procuradoria-Geral do TCE-RJ
Procurador-Geral: Sylvio Mario de Lossio Brasil
Coordenadoria de Comunicação Social, Imprensa e Editoração
Praça da República, 70/2º andar
20211-351 - Rio de Janeiro - RJ
Tels.: (21) 3231 5359 / (21) 3231 5283
www.tce.rj.gov.br
ccs@tce.rj.gov.br
JAPERI
 ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
JAPERI
3
 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC
 Secretaria-Geral de Planejamento
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
APRESENTAÇÃO
O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro apresenta a quarta edição dos
“Estudos Socioeconômicos dos Municípios Fluminenses”, abrangendo o período de 1998
a 2003. Nosso objetivo é apresentar o desempenho de diversas áreas sociais e de
governo em cada município fluminense. O administrador tem aqui maiores subsídios para
que sejam tomadas melhores decisões no atendimento às necessidades da população.
Servem, também, como referência para políticos, técnicos, pesquisadores, estudantes e
todos os que tenham interesse em conhecer um município específico, uma determinada
região de nosso Estado, ou todo o seu conjunto.
Em relação à economia nacional, o ano de 2003 foi marcado por estagnação,
caracterizado por crescimento localizado no setor exportador, na agroindústria e nas
instituições financeiras, contra redução das demais atividades. O PIB nacional recuou
0,2%, enquanto a economia do estado do Rio de Janeiro teve queda maior, de 1,4%. Para
efeito de melhor compreensão do desempenho da economia fluminense no ano passado,
verificou-se que somente a indústria extrativa mineral e a administração pública tiveram
crescimento. Todos os demais setores decaíram. A agropecuária, pouco representativa
no PIB fluminense, recuou 1,4%. Os quatro subsetores que formam a indústria e
correspondem a, aproximadamente, 48% do PIB estadual tiveram desempenho ruim,
mesmo considerando a atividade de petróleo e gás. A indústria extrativa mineral cresceu
apenas 0,7%, a menor desde 1995. A indústria de transformação caiu cerca de 3%; a
construção civil teve desempenho negativo de 8,6%; e os serviços industriais de utilidade
pública decaíram 2,3%. O comércio varejista teve volume de vendas reduzido em quase
7% em 2003; comunicações caíram 3,5% e, transportes, 6,2%. O setor de serviços, que
representa 25% do PIB estadual, também sofreu retração estimada em 0,5%. A
administração pública, por sua vez, corresponde a 20% do produto estadual, e teve
crescimento estimado em 1,3%.
As conseqüências da conjuntura econômica nacional e local contribuíram para um
fraco desempenho das economias municipais, com redução do volume de investimentos e
fragilização da saúde financeira pública de avassaladora maioria dos municípios
fluminenses. A total dependência de transferências da União e do Estado é realidade em
mais de 95% dos municípios fluminenses e as conseqüências da política
macroeconômica austera de 2003 propiciaram redução real desses repasses.
Os royalties, por sua vez, são uma oportunidade para que os municípios mais
aquinhoados promovam investimentos que tragam dinamismo à economia local. Mesmo
aqueles demais municípios fora do polígono do petróleo também estão sendo
beneficiados pelo repasse legal que o Estado executa sobre os seus royalties. Em muitos
deles, tais cifras são representativas e devem ser utilizadas em políticas públicas de longo
prazo visando à sustentabilidade no futuro, e não para simples elevação de despesas de
custeio.
Existe hoje, no Brasil, um consenso em relação à necessidade de a administração
pública melhorar substancialmente seu gerenciamento. As diferenças sociais do país
exigem dos governos um nível de resultados bem superior ao apresentado atualmente. A
administração pública pode e deve se inspirar no modelo de gestão privada, sem nunca
perder a perspectiva quanto à realização de sua função social, que deve ser alcançada
JAPERI
4
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
com melhor qualidade na prestação de serviços e também com maior efetividade. Não se
pode, contudo, ignorar a relevância das questões relacionadas a economicidade,
eficiência, eficácia e ética na política.
O governo do século XXI deve ser centrado no cidadão, e a arquitetura sugerida
que se alinha com essa visão é uma única estrutura na ponta, fazendo a interface do
cidadão com os governos. A transparência e a responsabilidade fiscal são, hoje, pauta
diária de todos os gestores. Os legisladores criaram mecanismos de controle de receitas,
despesas e endividamento, estabeleceram a gestão fiscal pautada no aumento da
arrecadação, no controle dos gastos, no uso adequado dos recursos e na prestação de
contas feita em linguagem acessível a qualquer cidadão.
O planejamento passa a ser um processo permanente, obedecendo a princípios
técnicos, com vistas ao desenvolvimento econômico e social e à contínua melhora das
condições de vida da população, gerando transformações positivas. Programas passaram
a ser a unidade básica de organização do PPA e o módulo de integração do Plano com o
orçamento. Os programas, por sua vez, devem referir-se à solução de problemas
precisamente identificados, com seus produtos estabelecidos, e metas e custos
quantificados. Sua execução deve ser monitorada e seus resultados avaliados mediante
indicadores especificamente construídos, uma vez que só é possível avaliar o que se
pode medir.
A profissionalização dos servidores públicos, portanto, deve substituir a tradicional
relação de tutela pela avaliação de desempenho. A capacitação e conscientização
continuada do pessoal existente e a contratação de novos quadros deve propiciar as
mudanças necessárias à cultura organizacional e poderá, ainda, garantir a continuidade
administrativa às alternâncias políticas que ocorrem a cada novo mandato. Tais
mudanças estão ocorrendo desde a União, passando pelos Estados, alcançando os
municípios maiores, e chegando aos menores. É questão de tempo, pois tal avanço é
inexorável.
Continuamos com o firme propósito de evidenciar a necessidade de se estabelecer
um conjunto de indicadores sobre as diversas áreas sociais e de governo, de modo a
orientar prioridades, objetivos e programas no PPA, na LDO, na LOA e nas suas
alterações posteriores através dos créditos adicionais, ajustando-se os instrumentos de
ação para alcançar melhores resultados junto à população.
A presente coleção de noventa e um estudos de cada município jurisdicionado a
este Tribunal de Contas foi elaborada pelo Núcleo de Estudos Socioeconômicos desta
Secretaria-Geral, coordenado por Marcelo Franca de Faria Mello, cuja equipe é formada
por Elisabeth Maria Cianella Lopes e Rosa Maria Chaise. Colaboraram Luana Figueiredo
Ferreira Lós de Sousa, Marcelo Garcia Valpassos e Ricardo José De Podestá.
SECRETARIA GERAL DE PLANEJAMENTO
Outubro 2004
JAPERI
5
 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO DO RIODE JANEIROT EC
 Secretaria-Geral de Planejamento
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
SUMÁRIO
I. Histórico ..................................................................................................... 6
II. Caracterização do Município ..................................................................... 7
Aspectos Turísticos ....................................................................................... 10
Aspectos Ambientais ..................................................................................... 11
Uso do Solo ........................................................................................ 11
Saneamento Básico e Resíduos Sólidos ............................................ 16
III. Indicadores Sociais ................................................................................... 19
Desenvolvimento Humano ............................................................................. 21
Educação ....................................................................................................... 24
Exclusão Digital ............................................................................................. 40
Saúde............................................................................................................. 44
Mercado de Trabalho no Estado ................................................................... 53
Mercado de Trabalho na Região Metropolitana ............................................. 55
Informalidade ................................................................................................ 57
Educação, Trabalho e Renda ........................................................................ 58
Necessidades Habitacionais e sua Evolução entre 1991 e 2000 .................. 60
IV. Potencialidades dos Municípios ............................................................... 64
V. Indicadores Econômicos............................................................................ 69
VI. Indicadores Financeiros............................................................................ 81
VII. Conclusão ............................................................................................... 95
Referências Bibliográficas.............................................................................. 97
JAPERI
6
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
I - HISTÓRICO 1
A palavra Japeri é de origem indígena e denomina uma planta semelhante ao
junco, que flutuava nos pântanos da região, a qual os índios chamavam yaperi. Esta
denominação substituiu o nome de Belém, dado à localidade pelos bandeirantes paulistas
responsáveis por sua ocupação, que permaneceram em seu território por quase dois
séculos.
É de se destacar que não existiam tribos indígenas assentadas em Belém, quando
se deu sua fundação. Entretanto, os indígenas que por ali passavam eram de tribos
itaguaís, que habitavam as terras às margens do Rio Guandu, onde se encontra hoje o
município de Itaguaí.
A história de Japeri tem início em 1743, quando de sua fundação, como Morgado
de Belém. Inicialmente, as terras onde hoje se situa o município, pertenciam ao antigo
engenho de Pedro Dias, e faziam parte de uma sesmaria que existia na freguesia de
Sacra Família do Tinguá.
Posteriormente, o Marquês de São João Marcos deu à localidade grande
desenvolvimento. Além de incentivar a lavoura, montou engenhos de açúcar, construiu
inúmeras casas, erigiu a Igreja de Nossa Senhora de Belém e Menino Deus, inaugurou a
primeira escola e, em 1872, criou um teatro. Ainda por influência do Marquês, foi
construída a Estrada de Ferro D. Pedro II, cuja estação foi inaugurada em 8 de dezembro
de 1858.
A devastação impiedosa de suas matas trouxe como resultado funesto a obstrução
dos rios e o seu conseqüente extravasamento motivou a formação de pântanos, onde os
miasmas e os mosquitos tornavam a região praticamente inabitável. As terras foram
abandonadas e cobriram-se de vegetação inútil, própria de pantanais.
No ano de 1951, a antiga Belém passa a constituir, juntamente com Engenheiro
Pedreira, o 6º distrito de Nova Iguaçu: Japeri. Por haver, em um só distrito, duas
localidades distintas, foram criadas as Administrações Regionais de Engenheiro Pedreira
e de Japeri. Por estarem politicamente constituídas em um único distrito, surgiram os
primeiros movimentos emancipatórios. Um plebiscito em 30 de junho de 1991, com a
finalidade de obter a emancipação político-administrativa, resultou na criação do
Município de Japeri, constituído pelas localidades de Japeri, Engenheiro Pedreira,
Jaceruba e Rio D'Ouro, efetivado com a edição da lei Estadual n.º 1.902, de 02 de
dezembro de 1991, e instalado em 1º de janeiro de 1993.
 
1 - Fontes: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros – Volume XXII – IBGE, 1959; Abreu, A. “Municípios e Topônimos Fluminenses –
Histórico e Memória”. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 1994; e sítios www.turisrio.rj.gov.br/minisite/destino.asp e www.japeri.rj.gov.br.
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 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC
 Secretaria-Geral de Planejamento
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
II - CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
Japeri pertence à Região Metropolitana, que também abrange os municípios de Rio
de Janeiro, Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Magé, Mesquita,
Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, São Gonçalo, São João de Meriti,
Seropédica e Tanguá.
O município tem um único distrito-sede, ocupando uma área total 2 de 81,4
quilômetros quadrados, correspondentes a 1,7% da área da Região Metropolitana.
Japeri alcança a Via Dutra em Seropédica, ao sul, pela RJ-125, que segue rumo
norte para Miguel Pereira, enquanto a RJ-093 liga a localidade de Engenheiro Pedreira ao
município de Queimados, a sudeste.
É um importante entroncamento ferroviário.
 
2 - IBGE/CIDE – 2002.
JAPERI
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ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
De acordo com o censo de 2000, Japeri tinha uma população de 83.278 habitantes,
correspondentes a 0,8% do contingente da Região Metropolitana, com uma proporção de
98,4 homens para cada 100 mulheres. A densidade demográfica era de 1.075 habitantes
por km2, contra 2.380 habitantes por km2 de sua região. Sua população estimada em
2003 3 é de 88.668 pessoas.
O município apresentou 4 uma taxa média geométrica de crescimento, no período
de 1991 a 2000, de 2,67% ao ano, contra 1,17% na região e 1,30% no Estado. Sua taxa
de urbanização corresponde a 100,0% da população, enquanto que, na Região
Metropolitana, tal taxa corresponde a 99,5%.
Japeri tem um contingente de 56.729 eleitores 5, aproximadamente 64% da
população. O município tem um número total de 27.052 domicílios 6, com uma taxa de
ocupação de 85%. Dos 3.998 domicílios não ocupados, 10% têm uso ocasional.
A distribuição da população na região do município e no Estado, de acordo com o
Censo 2000, dava-se conforme gráficos a seguir:
Distribuição da população
RM sem a capital
34%
Capital
41%
Região Noroeste
Fluminense
2%
Região Norte Fluminense
5%
Região Serrana
5%
Região das Baixadas
Litorâneas
4%
Região do Médio Paraíba
5%
Região Centro-Sul
Fluminense
2%
Região da Costa Verde
2%
 
3 - IBGE.
4 - Fundação CIDE.
5 - TSE - Dados de junho 2004.
6 - IBGE - Censo 2000.
JAPERI
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 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC
 Secretaria-Geral de Planejamento
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
Distribuição da população na Região Metropolitana (sem a capital)
Duque de Caxias
16%
Guapimirim
1%
Itaboraí
4%
Japeri
2%
Magé
4%
Nilópolis
3%
Niterói
9%
Nova Iguaçu
19%
Paracambi
1%
Queimados
3%
São Gonçalo
18%
São João de Meriti
9%
Belford Roxo
9%
Seropédica
1%
Tanguá
1%
Nota: Mesquita ainda pertencia a Nova Iguaçu.
A população local distribui-se no território municipal conforme gráfico a seguir:
População por subdistrito (Censo 2000)
 49 113
 24 370
 4 661
 1 274
 3860
- 10 000 20 000 30 000 40 000 50 000 60 000
 Engenheiro Pedreira
 Japeri
 Marajoara
 Pedra Lisa
 Rio D'Ouro
A população residente, por grupos de idade, é apresentada no quadro abaixo, em
comparação com a região do município e o Estado:
Distribuição da População
0% 5% 10% 15% 20% 25%
0 a 4 anos
5 a 9 anos
10 a 19 anos
20 a 29 anos
30 a 39 anos
40 a 49 anos
50 a 59 anos
60 anos ou mais
Japeri Região Metropolitana Estado
JAPERI
10
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
Ao examinarmos o gráfico, percebemos que a faixa etária predominante encontra-
se entre os 10 e 39 anos, e que idosos representam 7% da população do município,
contra 22% de crianças entre 0 e 9 anos.
Apresentamos, a seguir, as distribuições de cor ou raça da população do município,
assim como por religião:
Japeri
Parda
50,9%
Amarela
0,1%
Preta
14,8%
Branca
32,8%
Sem declaração
1,0%
Indígena
0,4%
JaperiOutras
4%
Sem
religião
26%
Evangélicas
33%
Católica
Apostólica
Romana
37%
Percebe-se que há uma predominância de pessoas que se declaram
afrodescendentes, representando 65,7% da população, contra 32,8% de brancas e que o
número de católicos, 37%, é igual a soma dos praticantes de outras religiões.
Japeri possui 2 agências de correios 7, nenhuma agência bancária 8 e nenhum
estabelecimento hoteleiro 9. Quanto aos equipamentos culturais 10, o município não
dispõe de cinema, teatro, museu ou biblioteca.
• Aspectos Turísticos 11
O turismo proporciona diversos benefícios para a comunidade, tais como geração
de empregos, produção de bens e serviços e melhoria da qualidade de vida da
população. Incentiva, também, a compreensão dos impactos sobre o meio ambiente.
Assegura uma distribuição equilibrada de custos e benefícios, estimulando a
diversificação da economia local. Traz melhoria nos sistemas de transporte, nas
comunicações e em outros aspectos infra-estruturais. Ajuda, ainda, a custear a
preservação dos sítios arqueológicos, dos bairros e edifícios históricos, melhorando a
auto-estima da comunidade local e trazendo uma maior compreensão das pessoas de
diversas origens.
A Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro, a Turisrio, apresenta os
potenciais turísticos do Estado divididos em treze regiões distintas, conforme suas
características individuais.
 
7 - ECT - 2003.
8 - BACEN - 2003.
9 - MTE-RAIS - 2002.
10 - SEBRAE - 2000.
11 - Sites consultados: www.ivt-rj.net , www.japeri.rj.gov.br e www.turisrio.rj.gov.br.
JAPERI
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 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC
 Secretaria-Geral de Planejamento
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
Regiões turísticas:
Costa Verde
Agulhas Negras
Vale do Paraíba
Vale do Ciclo do Café
Metropolitana
Baixada Fluminense
Serra Tropical
Serra Verde Imperial
Baixada Litorânea
Costa do Sol
Serra Norte
Noroeste das Águas
Costa Doce
Belford Roxo, Duque de Caxias, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu,
Queimados, São João de Meriti e Seropédica pertencem à região turística Baixada
Fluminense.
Japeri é bem servido de recursos hídricos, cujos rios fazem parte da bacia do rio
Guandu, desaguando na Baía de Sepetiba, destacando-se as cachoeiras de Santo
Antônio e Jaceruba. A prática de vôo livre pode ser feita a partir do Pico da Coragem e o
complexo esportivo do Urubu, do Clube de Regatas Flamengo, é outra atração local. O
campo de golfe municipal tem 650 mil m2 e 18 buracos.
No calendário de eventos de Japeri, destacam-se a festa da padroeira Nossa
Senhora da Conceição, em 8 de dezembro, e a festa de aniversário do Município, dia 30
de junho.
• Aspectos ambientais
• Uso do solo
Em maio de 2003, a Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro –
CIDE publicou o IQM – Verde II, seqüência do primeiro estudo, lançado em julho de 2001.
Ambos comparam as áreas cobertas pelos remanescentes da cobertura vegetal com as
JAPERI
12
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
ocupadas pelos diversos tipos de uso do solo, criando, desta forma, o Índice de Qualidade
de Uso do Solo e da Cobertura Vegetal (IQUS). O monitoramento dos diferentes
ambientes fitoecológicos pode servir de guia para o estabelecimento de políticas públicas
confiáveis. As informações do mapeamento digital têm base em dados coletados em 1994
(primeiro IQM) e em 2001 (segundo estudo).
No Estado do Rio de Janeiro o mapeamento de uso do solo e cobertura vegetal
teve a seguinte evolução:
Uso do solo
Área em km2
(1994)
%
Área em km2
(2001)
%
Pastagens 19.556 44,5 21.669 49,4
Florestas ombrófilas densas
(formações florestais)
7.291 16,6 4.211 9,6
Capoeiras
(vegetação secundária 12)
6.814 15,5 8.071 18,5
Área agrícola 4.135 9,4 4.167 9,5
Restingas, manguezais, praias e
várzeas (formações pioneiras)
1.900 4,3 1.579 3,6
Área urbana 1.846 4,2 2.763 6,3
Corpos d’água 995 2,3 921 2,1
Não sensoriado 586 1,3 0 0,0
Área degradada 506 1,2 132 0,3
Afloramento rochoso e campos
de altitude
241 0,5 175 0,4
Outros 39 0,1 132 0,3
Total 43.910 100 43.864 100
 
12 - De acordo com a Resolução CONAMA nº 010, de 01/10/93, a vegetação secundária é resultante de processos naturais de
sucessão, após supressão total ou parcial da vegetação natural por ações antrópicas ou causas naturais, podendo ocorrer árvores
remanescentes da vegetação primária.
São relevantes as mudanças ocorridas em um período de apenas sete anos,
durante os quais, campos e pastagens cresceram 11%, sem que isso signifique aumento
da produção pecuária. As formações florestais foram reduzidas em 42% de sua área
original, enquanto a vegetação secundária crescia 19%. Não houve expressividade no
aumento de um ponto percentual em área agrícola. As formações pioneiras foram
reduzidas em 16% e áreas urbanas aumentaram seu tamanho em 50%.
Em uma primeira análise do conjunto do Estado no ano de 2001, podemos
destacar que:
• Quarenta e oito municípios fluminenses tinham mais de 50% de sua área
ocupada por campo/pastagem, destacando-se os municípios de Italva, São José de Ubá,
Santo Antônio de Pádua, São Fidélis, Itaocara, Itaperuna e Aperibé, com média de 90%.
JAPERI
13
 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC
 Secretaria-Geral de Planejamento
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
• Cinqüenta e três municípios tinham menos de 1% de sua área coberto por
florestas. Em todo o Estado, só restam 19% de áreas com florestas primárias ou
secundárias antigas em estágio avançado, restingas arbóreas e savana estépica. Se for
considerada a área de floresta secundária de inicial a médio estágio de regeneração
natural, a cobertura arbórea atinge 28% do território, ou seja, 12.400 quilômetros
quadrados. Cabe ressaltar que 64% das florestas do Rio estão localizados em unidades
de conservação da União e do Estado.
• Com relação a vegetação secundária, vinte e dois municípios têm mais de 30%
de seu território com esse tipo de cobertura do solo. Cordeiro, Teresópolis e Engenheiro
Paulo de Frontin atingiram a média de 50%.
• A agricultura não é desenvolvida em trinta municípios, e outros vinte e sete têm
menos de 1% de área plantada. Nessa atividade, destacam-se as proporções de área
plantada pela área total dos municípios de São Francisco de Itabapoana, Campos dos
Goytacazes, Carapebus, Cabo Frio e Quissamã.
• As formações pioneiras são destaque em São João da Barra, com 80% de seu
território ocupado por restingas, manguezais, praias e várzeas. Cinqüenta e nove
municípios não têm formações pioneiras remanescentes.
• Municípios com complexos lagunares das Regiões Norte e das Baixadas
Litorâneas são os que detêm maiores áreas de corpos d’água.
• O município da capital apresentou estabilidade em formações florestais,
tomando 8% do seu território, e em formações pioneiras, que ocupam outros 8%. A área
de campo/pastagem reduziu-se à metade dos 11% medidos em 1994, assim como a área
agrícola caiu de 3,4 para 2,7% em 2001. As áreas degradadas cresceram de 5,0 para
5,6%. Foi expressivo o aumento da mancha urbanacarioca, que evoluiu de 37,9 para
56,7%. Em termos percentuais, a capital é superada em área urbana somente por São
João de Meriti, Belford Roxo, São Gonçalo e Niterói; entretanto, os 680 km2 da urbe
carioca equivalem ao dobro da soma desse tipo de uso do solo nestes quatro municípios,
ou a 25% das áreas urbanas totais do Estado.
• Cardoso Moreira e São Fidélis, da Região Norte, e todos os municípios da
Região Noroeste têm um ciclo de seca maior que oito meses por ano e apresentam
expressivos níveis de desmatamento, o que contribui para a extinção de nascentes de
pequenos rios e riachos, observando-se aumento de freqüência de vales com leitos
secos.
Os municípios do Estado do Rio de Janeiro foram classificados segundo os Índices
de Qualidade de Uso do Solo e da Cobertura Vegetal – IQUS a seguir:
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ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
IQUS Características
Rodeio
Maior percentual de pastagens; presença de pequenas manchas urbanas;
pequena influência de formações originais e de áreas agrícolas
Rural
Maior percentual de formações originais e de áreas agrícolas; presença de áreas
urbanas, degradadas e de vegetação secundária; quase nenhuma influência de
pastagens
Nativo
Maiores áreas de formações originais e de pastagens; presença de vegetação
secundária e áreas agrícolas; pouca influência das áreas urbanas e degradadas
Verde
Grandes áreas de formações originais e/ou de vegetação secundária; menores
valores percentuais de áreas urbanas, agrícolas, de pastagem ou degradadas
Metrópole Maior percentual de áreas urbanas
Japeri, com base no levantamento de 1994, tinha sua área distribuída da seguinte
maneira: 9% de vegetação secundária, 34% de área urbana, 10% de área agrícola e 44%
de pastagens. O município se encaixava no cluster G1 - RODEIO/METRÓPOLE,
agrupamento com expressivas áreas de pastagens, seguido de grandes áreas urbanas.
Já em 2001, ocorreu término de formações florestais e pioneiras, assim como
redução de vegetação secundária para 6% do território municipal e de área agrícola para
7%. Houve aumento de campo/pastagem para 49% e de área urbana para 38%. O
segundo estudo classificou-o como pertencente ao cluster E2 - RODEIO/METRÓPOLE,
caracterizado por percentuais de campo/pastagem na faixa de 47% do território, média de
32% de áreas urbanas, e áreas agrícolas ocupando uma área média de 14%. Dentre as
localidades deste agrupamento, constam três municípios da Região Metropolitana -
Japeri, Itaboraí e Queimados; um das Baixadas Litorâneas e outro do Médio Paraíba.
O IQM Verde identifica, ainda, os Corredores Prioritários para a Interligação de
Fragmentos Florestais (CPIF), ou Corredores Ecológicos, como foram denominados mais
recentemente, para escolha de áreas de reflorestamento. Devido às atividades do
homem, a tendência dos ecossistemas florestais contínuos, como as florestas da costa
atlântica brasileira, é de fragmentação. O processo de fragmentação florestal rompe com
os mecanismos naturais de auto-regulação de abundância e raridade de espécies e leva à
insularização de populações de plantas e animais. Num ambiente ilhado, ocorre maior
pressão sobre os recursos existentes, afetando a capacidade de suporte dos ambientes
impactados, aumentando-se o risco de extinção de espécimes da flora e da fauna.
A reversão da fragmentação apóia-se, fundamentalmente, no reflorestamento dos
segmentos que unam as bordas dos fragmentos de floresta, vegetação secundária e
savana estépica. Esses eixos conectores são denominados corredores. Além de viabilizar
a troca genética entre populações, eles possibilitam a integração dos fragmentos numa
mancha contínua, alavancando a capacidade de suporte da biodiversidade regional.
O modelo de geração de corredores prioritários para a interligação de fragmentos
florestais – CPIF possibilitou, no primeiro estudo, a identificação de 21.271 corredores em
todo o Estado, totalizando 3.286 km2.
O IQM Verde II evoluiu na metodologia e verificou que diversos fragmentos
florestais foram reduzidos ou novamente fragmentados, tendo sido considerados como
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 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
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ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
barreiras para implantação dos corredores ecológicos as áreas urbanas, as represas, as
lagoas e os grandes cursos d’água. Outro fator considerado foi sua extensão máxima de
dois mil metros. Como ocorreram significativas alterações de uso do solo, foram
identificados apenas 13.114 corredores com viabilidade físico-ambiental e econômica.
Eles teriam uma extensão média de 837 metros e uma largura de 100 metros para cada
lado do corredor, totalizando uma área de 2.094 km2, o que corresponde a 4,8% do
território fluminense.
Japeri necessitaria implantar 65 hectares 13 de corredores ecológicos, o que
representa 0,8% da área total do município.
A figura a seguir, gerada a partir do programa do CD-ROM do IQM-Verde II,
apresenta os tipos de uso do solo no território municipal, estando marcados em vermelho
os corredores sugeridos.
O IQM Verde II prossegue com a análise de custo de implantação desses
corredores; com a comparação do tipo de uso e cobertura do solo de fotos realizadas
entre 1956 e 1975 e a última coletânea de 2001; com uma outra análise por bacia
hidrográfica e complexo lagunar; com estudos sobre as variações climáticas nas últimas
três décadas, manejo de florestas, avaliação de estoque de carbono e outros,
configurando-se intrumento essencial para melhor conhecimento do elemento terra e sua
utilização em nosso Estado, e das ações possíveis para sua recuperação e preservação a
curto, médio e longo prazos.
 
13 - Cada hectare corresponde a 10.000 metros quadrados, ou 0,01 quilômetro quadrado.
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ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
• Saneamento básico e resíduos sólidos
A água é um valioso elemento promotor do desenvolvimento e do progresso. Ela se
presta a múltiplas utilizações da maior importância econômica e social: abastecimento das
populações e das indústrias; irrigação das culturas, meio de transporte; produção de
energia; fator de alimentação, com o desenvolvimento da pesca; ambiente para o esporte,
o turismo e o lazer. Também é um recurso finito. Para que o mundo continue tendo água
potável, é necessário que os mananciais sejam preservados. Isso depende tanto da ação
individual quanto da ação do governo, com a criação de leis e programas.
De acordo com a Agência Nacional de Água, em 2002, a agricultura foi responsável
por 59% do consumo de água no país; a indústria, por 19%; e o abastecimento responde
por 22%. A mesma fonte aponta que 80% dos municípios brasileiros têm rede de
abastecimento de água, contra apenas 46% que possuem rede de coleta de esgotos, dos
quais somente 15% são tratados.
A Organização Mundial de Saúde - OMS - define o saneamento como o controle de
todos os fatores do meio físico do homem que exercem, ou podem exercer, efeitos
nocivos sobre a saúde, incluídas as medidas que visam a prevenir e controlar doenças,
sejam elas transmissíveis ou não. A mesma OMS apurou, recentemente, que 65% dos
leitos dos hospitais do país são ocupados por pacientes com problemas de saúde
relacionados à falta de saneamento. Sistemas de abastecimento de água, de esgotos
sanitários, de coleta e destinação adequada de resíduos sólidos urbanos, especiais e das
áreas rurais estão, por conseguinte, diretamente ligados à qualidade de vida da
população.
A estreita relação da saúde com a provisão de medidas sanitárias é bastante
conhecida, principalmente no que se refere à água de abastecimento doméstico e ao
destino de dejetos. Cerca de 80% das doenças de países em desenvolvimento como o
Brasil são provenientes da água de qualidade ruim. As enfermidades mais comuns que
podem ser transmitidas pela água são: febre tifóide, disenteria, cólera, diarréia, hepatite,
leptospirose e giardíase.
O tratamento do esgoto sanitário constitui uma das mais importantes medidas
preventivas de enfermidades. Apesar das empresas de saneamentobásico exercerem
atividades consideradas nobres, elas são responsáveis por impactos ambientais
significativos, sentidos não só nas obras de implantação de tais sistemas, mas,
principalmente, na operação destes.
Até pouco tempo atrás, programas de saneamento privilegiavam somente ações
nos campos de abastecimento de água e de coleta de esgotos sanitários. O esgoto era
conduzido a um corpo d’água e, neste, lançado in natura. É muito comum ver-se a
utilização de galerias pluviais como pontos de descarga de esgotos. Usual, ainda, é a falta
de manutenção de elevatórias de esgoto que, quando paralisadas, simplesmente desviam
os dejetos para a rede pluvial. Verifica-se, atualmente, problemas graves e generalizados
de poluição em rios, lagoas e mares, gerados por esgotos domésticos e industriais.
Quanto mais poluída for a água bruta captada para tratamento, mais caro este se tornará,
podendo sua utilização tornar-se inviável técnica e economicamente.
A solução para os esgotos sanitários de comunidades menores, quando não há
rede coletora de esgotos, é a utilização de fossas sépticas, cuja obrigatoriedade deve ser
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 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
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ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
exigida pela Administração local. Já os esgotos domésticos coletados precisam ser
tratados para estabilização de sua matéria orgânica, tornando-a estável e inócua, sendo
obrigação das concessionárias ou do poder público o seu tratamento.
O ano de 2003 foi marcado por um dos maiores acidentes ambientais do país. Em
29 de março do ano passado, rejeitos químicos vazaram de um reservatório da Indústria
Cataguazes de Papel e Florestal Cataguazes, em Minas Gerais, para o Rio Pomba,
afluente do Rio Paraíba na Região Noroeste Fluminense. Somados, foram 180
quilômetros de trecho fluvial fluminense atingidos. Construído há mais de 15 anos, o
reservatório rompeu-se, lançando 1,2 bilhão de litros d’água contaminada naquele rio com
alta toxicidade de produtos, como cloro ativo e soda cáustica. Miracema, Santo Antônio
de Pádua, Aperibé, Itaocara, Cambuci, São Fidélis, Campos dos Goytacazes e São
Francisco do Itabapoana foram severamente prejudicados em seu abastecimento. Suas
atividades econômicas, dependentes do uso da água de ambos os rios, foram
interrompidas por dias ou semanas, com prejuízos para a subsistência de muitos que
sobrevivem da agricultura, da pecuária, da indústria, da pesca e do turismo. Centenas de
poços artesianos foram implementados para fornecer água para a população afetada. Na
foz do Rio Paraíba do Sul, o vento e as correntes marinhas levaram boa parte da mancha
tóxica para o manguezal de Gargaú e lagoas de São Francisco do Itabapoana,
comprometendo-os por prazo indeterminado, chegando ao balneário campista Farol de
São Tomé, quilômetros a sul da foz do rio, e a Marataízes, a norte, no Espírito Santo.
A fauna e a flora da bacia do Rio Paraíba do Sul, naquele trecho, poderão ficar
comprometidas pela contaminação química por pelo menos cinco anos. Projetos como o
Piabanha, lançado em 1998, que trabalha com as comunidades ribeirinhas no
repovoamento dos rios Pomba e Paraíba do Sul com milhões de alevinos de piabanhas,
surubins do Paraíba, pirapitingas e curimatãs foram seriamente afetados, tendo sido
dizimados 2,5 milhões de peixes anilhados. A única área não afetada foi o trecho do Rio
Paraíba a montante da confluência dos dois rios, entre Carmo e Itaocara.
Dados da COPPE/UFRJ de 2002 apontam que, na bacia do Rio Paraíba do Sul,
55% da população não é atendida por rede coletora de esgotos. Daqueles que têm rede,
92% do esgoto coletado não são tratados. O Rio de Janeiro é vítima de descaso histórico em
relação à bacia do Rio Paraíba do Sul. No trecho do rio em São Paulo, ocorre poluição
orgânica de esgotos das cidades de Jacareí, São José dos Campos e Taubaté. No Vale do
Paraíba paulista, há concentração de atividades industriais que contribuem para o
lançamento de resíduos químicos tóxicos. No trecho de Resende, Itatiaia, Porto Real, Barra
Mansa e Volta Redonda prosseguem os despejos de produtos tóxicos de siderúrgicas e
indústrias químicas, além da poluição orgânica decorrente da falta de tratamento de esgoto
sanitário. Seguindo o curso do Paraíba, Pinheiral, Barra do Piraí, Vassouras, Paraíba do Sul
e Três Rios não têm tratamento de seus dejetos. O Rio Paraibuna traz despejos de indústrias
químicas, de laticínios e tecelagens de Juiz de Fora, além de resíduos orgânicos também de
Comendador Levy Gasparian; o Rio Piabanha vem carregado de resíduos orgânicos de
Petrópolis e Areal; Teresópolis e Nova Friburgo também contribuem com a poluição orgânica
e industrial nos rios Paquequer, Bengala, Dois Rios e Grande. O próprio Rio Pomba traz
dejetos de Pádua, Aperibé e Itaocara. Já de volta ao Rio Paraíba, Cambuci e São Fidélis
tampouco tratam seus esgotos. O afluente Rio Muriaé já chega ao Paraíba, no município de
Campos, com poluição da Zona da Mata Mineira; do Rio Carangola, que banha Porciúncula e
Natividade e recebe seus esgotos, somando-os aos de Itaperuna, Italva e Cardoso
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ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
Moreira já no leito do Rio Muriaé. Próximo de sua foz, o Paraíba recebe resíduos
orgânicos e da agroindústria da cana-de-açúcar, em Campos, e esgotos domésticos e
urbanos de São João da Barra.
Dois terços da vazão do Rio Paraíba, na altura de Barra do Piraí, são desviados
através de dutos para a represa da Light, em Piraí, cuja água segue pelo Rio Guandu para a
estação de tratamento da CEDAE que abastece a maior parte da Região Metropolitana. A
própria bacia do Guandu, em seu trecho de Japeri, Queimados e Nova Iguaçu, recebe forte
carga de resíduos químicos e industriais que encarecem sobremaneira e comprometem a
qualidade continuada da água tratada servida à população.
As causas estruturais persistem na degradação do meio ambiente e se traduzem
em irresponsabilidade, impunidade, fiscalização precária, processos de licenciamento
imprevidentes, burla da legislação, sonegação de informações sobre riscos,
permissividade ambiental de agências públicas etc. A contaminação não deve ser
considerada como um mal necessário do desenvolvimento nos dias atuais. Alega-se
continuadamente que empregos precisam ser criados e receitas públicas geradas através
da implantação ou da continuidade de empreendimentos poluidores, com complacência,
tolerância ou indulgência de autoridades, e apoio das populações ignorantes de suas
conseqüências. É tempo de investimentos maciços na profilaxia e no tratamento dos
efluentes urbanos e industriais.
Dados apurados no ano 2000 14 apresentam o seguinte panorama do município:
• No tocante ao abastecimento de água, Japeri tem 63,2% dos domicílios com
acesso à rede de distribuição, 33,5% com acesso à água através de poço ou nascente e
3,3% têm outra forma de acesso à mesma. O total distribuído alcança 602 301 metros
cúbicos por dia, dos quais a totalidade passa por simples desinfecção (cloração).
• A rede coletora de esgoto sanitário chega a 28,1% dos domicílios do município;
outros 33,4% têm fossa séptica, 8,5% utilizam fossa rudimentar, 25,1% estão ligados a
uma vala, e 3,4% são lançados diretamente em um corpo receptor (rio, lagoa ou mar). O
esgoto coletado não passa por tratamento e é lançado no rio.
• Japeri tem 57,6% dos domicílios com coleta regular de lixo, outros 9,0% têm seu
lixo jogado em terreno baldio ou logradouro, e 30,5% o queimam. O total de resíduos
sólidos coletados somava 28 toneladas por dia, cujo destino era 2 vazadouros a céu
aberto (lixões).
Faz-se urgente que a gestão dos recursos hídricos se efetue de forma mais
competente e eficaz do que vem sendo feita até hoje. É necessário administrar a abertura
e bombeamento de poços, monitorar o rebaixamento do lençol freático, o aterramento de
brejais, lagoas e lotes ou a obstrução parcial da drenagem superficial e sub-superficial,
bem como a abertura e limpeza de fossas, a contaminação do freático, as zonas de
despejo de esgoto e lixo etc. A realizaçãode investimentos e ações de desenvolvimento
tecnológico, resultará na implantação de projetos mais eficientes e menos impactantes na
qualidade dos corpos hídricos, e na reutilização dos subprodutos dos tratamentos de
água, esgoto e lixo.
 
14 - Fontes: Sistema Nacional de Indicadores Urbanos – SNIU do Ministério das Cidades – dados coletados nos dias 3 e 4 de junho
de 2003 referentes ao ano 2000 e IBGE – Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2000. As diferenças para alcançar os 100% dos
domicílios não foram identificadas na fonte de dados.
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ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
III - INDICADORES SOCIAIS
A Exclusão Social se manifesta sob várias formas, especialmente nos países em
desenvolvimento. Além da pobreza, da fome e dos altos índices de analfabetismo, outras
maneiras de exclusão ganham destaque, associadas à continuada desigualdade de
renda, à precarização do mercado de trabalho (desemprego e informalidade), à expansão
da violência urbana e ao aumento de epidemias, como a intensa desnutrição e o avanço
da Aids. Paralelamente, emerge uma novíssima forma de exclusão, relacionada à falta de
acesso a informações fornecidas por um novo padrão tecnológico – a exclusão digital.
Cada vez mais, tornam-se imprescindíveis estudos e correlações com o maior
número e diversidade de indicadores para análise das condições econômicas, sociais e
políticas dos países. Assim, é pertinente dizer que uma só variável é insuficiente para
explicar a complexidade do fenômeno da exclusão social.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) indicador criado no âmbito do
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud/ONU) constitui-se na
composição de três índices - expectativa de vida ao nascer, alfabetização e taxa de
matrícula bruta e, finalmente, renda per capita - que reflete dimensões básicas da vida
humana. Traz, como grande contribuição, a possibilidade de comparação entre os
diversos países, segundo as condições econômicas, políticas e sociais dos seus
habitantes. A idéia é de que, para se verificar o avanço de determinado território, não se
deve considerar somente as características econômicas e políticas, mas também as
características sociais e culturais vivenciadas por sua população.
 De acordo com os dados mais recentes do Pnud15 o Brasil permanece,
praticamente, na mesma posição do ranking do IDH desde 2000, ocupando o 72º lugar
entre os 177 países analisados.
A tabela a seguir apresenta a posição geral no IDH e a diferença entre os
indicadores:
Indicador Pontuação
Posição no ranking dos
177 países
Educação 0,88 62º
Longevidade 0,72 111º
Renda 0,73 63º
IDH 0,77 72º
Foi na Educação que atingimos o melhor desempenho com uma marca superior à
média latino-americana e, proporcionalmente, mais próxima dos valores dos países
desenvolvidos. No conjunto dos 177 países, o Brasil ocupa a 62º posição.
 
15 - Dados divulgados em julho de 2004 usando estatísticas de 2002.
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ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
Mesmo assim, o avanço é insuficiente. O país continua levando uma década para
que seus estudantes tenham 1 ano a mais de escolaridade. O tempo médio de estudo do
brasileiro é de 6,2 anos, ou seja, nem o ensino fundamental completo, o que daria 8 anos
de estudo.
A questão é que o IDH está medindo a taxa de alfabetização e o número de alunos
matriculados, em todos os níveis, priorizando o aspecto quantitativo. Entretanto, seria
fundamental saber quantos alunos concluíram os respectivos cursos, e com que
qualidade de ensino.
Na Saúde, ao contrário da Educação, os dados brasileiros não são favoráveis. A
esperança de vida aumentou, mas continuou ruim. Passou de 66 anos, em 1995, para 68
anos em 2002. O Brasil têm o 111º lugar entre os países, em termos de expectativa de
vida ao nascer, posição muito pior que a sua classificação geral no IDH, 72º lugar, e que é
absolutamente incompatível com um país que tem a 15ª economia do mundo.
Mas, sem dúvida, o grande problema brasileiro continua sendo a sua renda per
capita. Primeiro, ela ainda é muito baixa: somos o 63º colocado no ranking da renda entre
todos os países analisados: US$ 7.700 ao ano, inferior a Argentina, Chile, Uruguai e
México. Segundo, o número de pobres permanece muito elevado: 22,4% dos brasileiros
estão vivendo abaixo de uma linha de pobreza, definida pelo Pnud como sendo de até
US$ 2 por dia, em torno de R$ 180 ao mês, ou 70% do atual valor do salário mínimo. A
desigualdade brasileira se revela fortemente na distribuição de renda, onde os 10% mais
pobres têm apenas 0,5% da renda nacional, enquanto que os 10% mais ricos têm 47% da
renda16.
Neste contexto, é importante ressaltar a existência do Atlas da Exclusão Social,17
que disponibiliza informações e análises sobre o fenômeno da exclusão social no país
usando três indicadores: Vida Digna, dimensão que verifica o bem-estar material da
população de determinado lugar, resultante de índices de pobreza, desemprego e
desigualdade; Conhecimento, voltado à avaliação do acúmulo cultural de cada população
composto por índices de alfabetização e de escolarização superior; e, Vulnerabilidade,
preocupada em mostrar o risco a que está exposta uma parcela da população devido a
situações de violência, analisando os índices de homicídios e a presença da população
infantil.
A partir das análises do Atlas, conclui-se que:
• De cada 100 brasileiros, cerca de 24 vivem até com 2 dólares/dia, ou seja, são
miseráveis ou pobres; em cada 100 pessoas economicamente ativas, 10 pessoas estão
procurando trabalho. Em relação ao total de desempregados do mundo, de cada 100
deles, 5 estão em solo brasileiro.
• Brasil, quinto país mais populoso do mundo, é um dos mais desiguais. Nele, em
média, para cada 1 dólar recebido pelos 10% mais pobres, os 10% mais ricos recebem
65,8 dólares, ou seja, os mais ricos obtêm uma renda quase 66 vezes maior do que a dos
pobres.
• Com relação a alfabetização, de cada 100 pessoas maiores de 15 anos, 87 são
alfabetizadas, mas somente 7 possuem o nível superior de ensino.
 
16 - O País do futuro parou no início do milênio. O Globo. Rio de Janeiro, 15 jul. 2004.Caderno de Economia, p. 19.
17 - Ver Pochmann. M. e Amorim.. R (Orgs.) – Atlas da Exclusão Social no Brasil – São Paulo, Editora Cortez, 2002.
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ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
• Brasil tem 29% da sua população com até 14 anos e índices muito altos de
violência18, na faixa etária dos 15 aos 24 anos, associados a falta de acesso aos
benefícios sociais básicos.
O Brasil se desenvolveu com a característica da não incorporação de grandes
parcelas da população aos setores modernos da economia, da sociedade e do sistema
político. Dados estatísticos recentes mostram que os indicadores relativos a educação,
saúde e consumo de bens duráveis vêm aumentando consideravelmente, todavia, a partir
de bases iniciais bastante restritas. Hoje temos uma população com mais de 175 milhões
de habitantes, a grande maioria convivendo nos centros urbanos e com uma economia
per capita que se situa próxima às do México e do Chile. Socialmente, entretanto, os
níveis de exclusão e de desigualdade são imensos, estando entre os piores do mundo.
Um dos exemplos mais expressivos é o déficit habitacional.
Diante dessa realidade, é pertinente dizer que a exclusão social remete à não
concretização da cidadania, uma vez que, apesar de políticas públicas existentes, uma
grande quantidade de indivíduos não pertence efetivamente a uma comunidade política e
social: as pessoas convivem em um mesmo espaço, contribuem economicamente para a
mesma sociedade, mas não têm acesso ao consumo de bens e meios de cidadania.
Embora a legislação lhes assegure direitos, tal garantia não se traduz em seu real
usufruto.Pode-se dizer que o país continua demonstrando dificuldade de transformar suas
riquezas em bem-estar e melhores condições de vida para a população.
• Índice de Desenvolvimento Humano – IDH 19
O Índice de Desenvolvimento Humano - IDH, apresentado nas três primeiras
edições dos Estudos Socioeconômicos dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro, foi
criado originalmente para medir o nível do desenvolvimento humano dos países a partir
de indicadores de educação, longevidade e renda. O primeiro é uma combinação da taxa
de matrícula bruta nos três níveis de ensino com a taxa de alfabetização de adultos, o
segundo é medido pela expectativa de vida da população, e o terceiro é dado pelo PIB
per capita medido em dólar-PPC (Paridade do Poder de Compra), calculado pelo Banco
Mundial.
O IDH varia de zero a um e classifica os países com índices considerados de
baixo, médio ou alto desenvolvimento humano, respectivamente nas faixas de 0 a 0,5; de
0,5 a 0,8; e de 0,8 a 1. Quanto mais próximo de 1 for o IDH, portanto, maior o nível de
desenvolvimento humano apurado.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, a Fundação João Pinheiro do
Governo do Estado de Minas Gerais – FJP/MG e o PNUD divulgaram, em dezembro de
2002, o Novo Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil, com dados relativos ao Censo
de 2000, cujo questionário mais detalhado aplicado a 12% do universo recenseado teve
sua amostra expandida para efeito de cálculo dos componentes do índice.
 
18 - De acordo com o Mapa da Violência IV da UNESCO, 2004, os homicídios praticados contra os jovens na faixa de 15 a 24 anos
cresceram 87% entre 1993 a 2002.
19 - Fonte: IPEA/FJP/PNUD/IBGE e Relatório das Contas de Gestão do Governador – Exercício 1999 – TCE/RJ.
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ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
Embora meçam os mesmos fenômenos, os indicadores levados em conta no IDH-
Municipal (IDH-M) são mais adequados para avaliar as condições de núcleos sociais
menores. Na dimensão educação, consideram-se a taxa de alfabetização de pessoas
acima de 15 anos de idade e a taxa bruta de freqüência à escola 20. A dimensão
longevidade apura a esperança de vida ao nascer, sintetizando as condições de saúde e
salubridade locais. Para avaliar a dimensão renda, ao invés do PIB, o critério utilizado é a
renda média de cada residente do município, transformada em dólar-PPC utilizando-se
escala logarítmica para corrigir as distorções nos extremos das curvas de renda. Nessa
conceituação, o IDH-M do Brasil alcançou a média 0,764 no ano 2000.
Os cinco estados com maior IDH-M no país são, pela ordem, Distrito Federal, São
Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio de Janeiro; respectivamente com índices
0,844 para o primeiro, 0,814 para o segundo, 0,809 para o terceiro, 0,806 para o quarto; e
0,802 para o nosso estado, o quinto ente da federação em desenvolvimento humano.
Esses também são os únicos estados que já alcançaram o início da faixa de alto
desenvolvimento humano. Todos os demais 22 estados têm médio IDH-M, sendo os
piores os de Alagoas (0,633), Maranhão (0,647), Piauí (0,673), Paraíba (0,678) e Sergipe
(0,687).
A predominância de estados das regiões norte e nordeste com menor
desenvolvimento humano prossegue até o décimo-primeiro colocado, Minas Gerais,
superado, pela ordem, por Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e
Paraná, além dos cinco primeiros já citados.
Dos 5.507 municípios brasileiros avaliados no Novo Atlas, dentre os 100 primeiros
colocados, apenas 3 não pertencem às regiões sul e sudeste: Fernando de Noronha (PE)
e duas localidades agrícolas no centro-oeste. São Caetano do Sul, no ABC paulista é o
que apresenta melhor IDH-M, de 0,919. Dos noventa e um municípios fluminenses
(Mesquita foi instalado somente em 2001 e não consta do Novo Atlas), Niterói aparece em
terceiro lugar e a capital Rio de Janeiro em sexagésimo.
Essas duas cidades mantiveram-se em primeiro e segundo lugar no ranking interno
do nosso estado desde 1970. Acima da média estadual, de 0,802 em 2000, estão também
Volta Redonda, Nova Friburgo, Resende, Barra Mansa e Petrópolis. Dentre os oito únicos
municípios com alto desenvolvimento humano, inclui-se ainda Itatiaia, com exatos 0,800.
Outros trinta e cinco municípios estão na faixa de IDH-M superior à média brasileira.
Todos os 43 que se enquadram nessa “elite” de nosso estado estão marcados em verde
no mapa a seguir.
Os 48 municípios restantes tiveram seu IDH-M abaixo de 0,764, ficando Varre-Sai
com a menor marca, de 0,679. Esses foram assinalados em vermelho no mesmo mapa.
 
20 - Somatório de pessoas, independentemente da idade, que freqüentam os cursos fundamental, secundário e superior, inclusive
cursos supletivos, classes de aceleração e de pós-graduação universitária, dividido pela população na faixa etária de 7 a 22 anos na
localidade.
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 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
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Pode-se observar desigualdades interregionais, como também intra-regionais. Na
realidade, o mapa desvenda uma estratificação por faixas geográficas que se alternam
entre menor e maior desenvolvimento humano.
Os municípios que tiveram maior taxa de crescimento de IDH-M entre 1991 e 2000
foram justamente aqueles que apresentaram este indicador abaixo de 0,600 em 1991,
destacando-se São João da Barra, Silva Jardim, Trajano de Morais e Laje do Muriaé, que
avançaram mais de 30% nesses nove anos e, mesmo assim, continuam no “vermelho”.
Uma outra análise, por população dos municípios no ano 2000, também revela uma
correlação entre essa característica e o nível de desenvolvimento humano:
 Dentre os quatro municípios com mais de 500 mil habitantes, dois estão acima
da média brasileira (faixa verde) e dois estão abaixo (faixa vermelha);
 Dos dezessete municípios entre 100 e 500 mil habitantes, doze estão na faixa
verde e cinco na vermelha;
 Onze municípios tinham entre 50 e 100 mil habitantes, dos quais sete estão na
faixa verde e quatro na vermelha;
 Entre as vinte e cinco municipalidades entre 20 e 50 mil habitantes, treze estão
na faixa verde e doze na vermelha;
 São vinte e quatro localidades entre 10 e 20 mil munícipes, das quais sete estão
na faixa verde e dezessete na vermelha;
 Das dez restantes, com menos de dez mil habitantes, duas estão na faixa verde
e oito na vermelha.
JAPERI
24
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
Verifica-se que, dos seis municípios emancipados na década de 80, apenas Itatiaia
e Arraial do Cabo estão na faixa verde, enquanto Quissamã, Italva, São José do Vale do
Rio Preto e Paty do Alferes encontram-se na faixa vermelha. Já dos vinte e um municípios
que surgiram na década de 90, sete estão na faixa verde (Iguaba Grande, Pinheiral,
Armação dos Búzios, Quatis, Rio das Ostras, Macuco e Areal) e quatorze na vermelha
(Seropédica, Aperibé, Comendador Levy Gasparian, Porto Real, Belford Roxo,
Carapebus, Guapimirim, Queimados, Japeri, Tanguá, São José de Ubá, e os três últimos
colocados: Cardoso Moreira, São Francisco de Itabapoana e Varre-Sai).
O município em análise ocupava a 77ª posição no estado em 2000, com IDH-M de
0,724. Como Japeri é um município novo, cabe apresentar a evolução de seu município
de origem, Nova Iguaçu, que estava na 45ª posição em 2000.
Evolução Comparativa do IDH-M
0,400
0,450
0,500
0,550
0,600
0,650
0,700
0,750
0,800
0,850
0,900
0,950
1,000
1970 1980 1991 2000
Estado Capital Nova Iguaçu
Com relação aos componentes do índice, Japeri apresentou IDH-M Educação de
0,863, 45º no estado, e pontuou 0,694 no IDH-M Esperança de Vida, 78º posição dentre
os noventa e um municípios analisados. Seu IDH-M Renda foi de 0,616, no qual o
município ficou em 90º lugar no estado.
• Educação
A educação assume o papel, desde as últimas décadas do século XX, de
referencial para perspectivas concretas de crescimento econômico e competitividade nos
mercados globalizados. Nos atuais cenários,onde a qualidade do conhecimento da
população constitui um fator diferenciador, ter indivíduos qualificados e preparados
academicamente certamente significará caminhos abertos para o avanço tecnológico,
econômico e social. A educação pode ser uma estratégia para diminuir as desigualdades,
na medida em que, ao gerar melhores qualificações, aumenta as oportunidades no
mercado de trabalho. Não há dúvida de que, com o advento da globalização e
conseqüentemente, o aumento dos níveis de competitividade mundial, a permanência na
escola certamente contribuirá para uma inserção no mercado de trabalho no futuro.
A educação, com a solidificação de processos abrangentes de ensino e
aprendizagem, é instrumento de transformação social que abre caminho para a inclusão
social e para ações que podem encaminhar à construção de um mundo mais humano.
JAPERI
25
 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC
 Secretaria-Geral de Planejamento
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
Cada vez mais a oferta de ensino de boa qualidade é requisito para que se possa pensar
em justiça social, dando condições para que os indivíduos possam competir em graus
semelhantes de igualdade.
Em nível nacional, a partir do final da década de 90, o acesso à educação teve uma
grande melhora. O Estado do Rio de Janeiro acompanhou este movimento. Hoje, o
atendimento para todas as crianças na educação fundamental é quase que total. Os
outros níveis de ensino também cresceram – educação infantil, ensino médio e ensino
superior. Como produto inquestionável do ingresso das crianças na escola, observa-se
que a educação média da população aumentou e o quantitativo de analfabetos diminuiu.
Entretanto, o desafio ainda é a melhoria da qualidade de ensino oferecido nas instituições
escolares. Muitas crianças e adolescentes abandonam a escola, principalmente a partir
dos 14 anos, quando persistem altas taxas de repetência e de atraso escolar. As
avaliações confirmam que muitos continuam freqüentando a escola, mas não aprendem o
que deveriam. 21
O Estado do Rio de Janeiro apresenta importantes diferenças econômicas e sociais
criando uma grande diversidade nos indicadores educacionais entre os seus municípios. Em
algumas cidades, como a capital, Niterói, Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, Volta
Redonda, Resende e Barra Mansa, os índices de analfabetismo da população são bastante
baixos, inferiores a 8%. Em outros municípios, como Silva Jardim, São Francisco de
Itabapoana e Trajano de Morais, os índices continuam muito altos, em torno de 20% a 30%.
No ensino fundamental, verifica-se que alguns municípios ainda possuem índices
baixos de freqüência, em torno de 82% a 87%, como Rio Claro, São João da Barra e São
Francisco de Itabapoana. É necessário concentrar maiores esforços, no sentido de que
todas as crianças entre 7 e 14 anos estejam na escola. Como exemplo de uma forte
política de inclusão e de investimentos em educação, o município de Quissamã, que tinha
um dos percentuais mais altos de analfabetismo do Estado, em 1991, no Censo de 2000
apresentou um percentual de crianças no ensino fundamental acima de 90%.
Com relação ao ensino médio, voltado para adolescentes entre 15 e 17 anos, e o
acesso ao ensino superior, observa-se que algumas cidades como Rio de Janeiro, Niterói,
Campos e Volta Redonda, aparecem como as principais opções para os alunos que
pretendem continuar estudando, o que pode acarretar um efeito negativo na capacidade
das redes de ensino dos demais municípios de formarem e reterem um quadro de futuros
profissionais mais qualificados.
De maneira oposta à universalização do ensino fundamental, a escolarização em
nível superior no Brasil ainda é muito pequena. A percentagem de jovens entre 18 e 24
anos de idade que freqüenta instituições de nível superior aumentou de 4% para 7%,
entre 1991 e 2000, em todo o País. No Estado do Rio de Janeiro ela foi de 7% para 10%,
ou seja, somente 10% da população nessa faixa etária têm acesso ao ensino
universitário.
A taxa bruta de matrícula no ensino superior aumentou de 7% para 13% entre 1991
e 2000, no País e, no Estado do Rio de Janeiro, cresceu de 12% para 18%, o que ainda é
muito pouco. A tabela a seguir apresenta os principais indicadores de educação apurados
no Censo 2000 dos municípios do Rio de Janeiro com mais de cem mil habitantes.
 
21 - Ver últimos exames ENEM, SAEB e PISA.
JAPERI
26
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
Município
População do
Município
%
analfabetos
de 15 anos
e mais
% de 7 a
14 anos no
ensino
funda-
mental
% de 15 a
17 anos no
ensino
médio
% de 18 a
24 anos no
ensino
superior
Rio de Janeiro 5.807.904 4,4 90,7 47,4 15,7
Nova Iguaçu 920.599 7,2 88,4 31,5 4,3
São Gonçalo 891.119 5,8 89,9 40,1 5,8
Duque de Caxias 775,456 8,0 88,5 30,0 3,9
Niterói 459.451 3,6 92,3 53,5 26,2
São João de Meriti 449.476 5,7 90,4 35,8 3,7
Belford Roxo 434.474 8,0 87,2 25,4 2,2
Campos dos Goitacazes 405.959 10,1 89,5 31,2 7,7
Petrópolis 285.537 6,4 88,3 37,8 9,4
Volta Redonda 242.053 5,1 92,9 45,4 12,6
Magé 205.830 9,9 89,4 27,8 2,3
Itaboraí 187.479 10,8 87,0 24,5 2,5
Nova Friburgo 173.418 7,4 92,5 37,4 10,6
Barra Mansa 170.753 6,4 92,8 41,4 7,0
Nilópolis 153.712 3,8 92,1 40,5 7,7
Teresópolis 138.081 10,4 91,3 33,4 8,3
Macaé 132.451 7,9 91,2 41,1 6,2
Cabo Frio 125.828 8,3 88,2 28,5 4,1
Queimados 121.933 9,3 86,4 21,0 1,4
Angra dos Reis 119.247 8,9 89,0 30,1 3,8
Resende 104.549 6,9 96,4 37,7 10,4
Fonte: IETS22
O Estado do Rio de Janeiro, no ano de 2003, teve um total de 2.470.264 alunos
matriculados no ensino fundamental, dos quais 81% estavam em escolas públicas. Dados
disponibilizados pelo Sistema de Estatísticas Educacionais 23 apresentam o seguinte
panorama da educação no Estado:
O contingente da população estudantil que recorre às escolas públicas também
apresentou crescimento nos últimos anos, como demonstra a tabela a seguir:
Percentual do total de alunos matriculados no Estado no ensino fundamental
Dep. Administrativa 1999 2000 2001 2002 2003
Federal 0,5% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4%
Estadual 27,4% 27,1% 26,1% 25,6% 24,2%
Municipal 52,7% 54,0% 55,2% 55,3% 56,1%
Particular 19,5% 18,6% 18,4% 18,7% 19,2%
Nº total de alunos 2.474.649 2.472.017 2.463.074 2.474.530 2.470.264
 
22 - Schwartzman, Simon. A educação no Rio de Janeiro, terceiro capítulo do estudo Análise do Rio de Janeiro a partir do Atlas de
Desenvolvimento Humano no Brasil, disponível em http://www.iets.org.br.
23 - http://www.edudatabrasil.inep.gov.br/ 02/07/04.
JAPERI
27
 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC
 Secretaria-Geral de Planejamento
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
Observa-se, no período acima, uma constância no total de alunos matriculados no
ensino fundamental, tendo ocorrido aumento do atendimento pelas redes municipais,
contra redução do mesmo pelas redes estadual e particular.
O ano de 2003 teve, em nosso Estado, um total de 763.817 alunos matriculados no
ensino médio, dos quais 78,6% estavam em escolas públicas estaduais.
Cento e vinte e duas mil novas vagas foram abertas para o ensino médio entre
1999 e 2003 no nosso Estado, aumentando o número de matrículas em escolas públicas,
particularmente da rede estadual, que cresceu significativamente sua participação, como
demonstra a tabela a seguir:
Percentual do total de alunos matriculados no Estado no ensino médio
Dep. Administrativa 1999 2000 2001 2002 2003
Federal 2,9% 2,4% 2,0% 1,7% 1,6%
Estadual 64,3% 71,1% 75,7% 78,2% 78,6%
Municipal 2,7% 1,9% 1,7% 1,5% 1,7%
Particular 30,1% 24,6% 20,6% 18,6% 18,1%
Nº total de alunos 641.308 675.369 707.486 746.234 763.817
As quatrocentas e doze mil vagas oferecidas pela rede estadual, em 1999,
cresceram para seiscentas mil em 2003, um aumento de mais de 45%, o que configura
grande migração de alunos de outras redes para a rede gerida pelo governo do Estado.
Em um breve resumo sobre a situação da estrutura educacional no Estado do Rio
de Janeiro, pode-se dizer que, emrelação a anos anteriores, houve crescimento tanto no
número de estabelecimentos escolares, quanto no de matrículas oferecidas. Com
referência ao ano de 200324, verifica-se que:
1) Com relação ao quantitativo de escolas:
- dos 2.070 estabelecimentos de creche, a rede pública é responsável por 32%
deles. A pré-escola soma 6.141 estabelecimentos, sendo que a rede pública responde por
cerca de 49%. Das 2.881 unidades de classe de alfabetização, apenas 3% pertencem à
rede pública;
- o ensino fundamental é disponibilizado em 8.067 escolas, das quais,
aproximadamente, 64% são públicas;
- o ensino médio é encontrado em 2.048 escolas, sendo que cerca de 57%
pertencem à rede pública;
- a educação de jovens e adultos é oferecida em 1.362 estabelecimentos, sendo
que 75% são públicos;
- na educação especial, o Estado dispõe de 666 escolas, sendo que 84% delas
são públicas.
 
24 - Dados colhidos no site www.edudatabrasil.inep.gov.br.
JAPERI
28
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
2) A quase totalidade das escolas encontra-se em área urbana. Com relação ao
total de estabelecimentos, 5% das creches e 16% das pré-escolas estão na zona rural. Da
mesma forma, 19% das unidades de ensino fundamental, 3% de ensino médio e 8% de
ensino de jovens e adultos.
3) No que diz respeito ao número de matrículas iniciais:
- a educação infantil 25 disponibilizou 460 mil matrículas. Cursam a rede pública
43% do total de alunos de creche e 60% de pré-escola;
- As classes de alfabetização somaram 73 mil vagas, sendo 8% em escolas
públicas;
- no ensino fundamental, o total de matrículas foi de 2,47 milhões, das quais 56%
referem-se ao primeiro segmento (da 1ª à 4ª séries) e 44% ao segundo. Deste total de
matrículas, 81% são de responsabilidade da rede pública;
- do total de um milhão e novecentas mil matrículas no ensino fundamental das
escolas públicas, 107 mil são referentes ao turno noturno;
- no ensino médio, o total de matrículas foi de 764 mil, 82% feitas na rede pública;
- do total de 334 mil alunos do ensino médio que estudam à noite, 326 mil são da
rede pública;
- na educação de jovens e adultos, o total de matrículas foi de 276 mil, 79% na
rede pública;
- a educação especial teve, aproximadamente, 24 mil matrículas, 58% na rede
pública.
Para melhor visualizar a evolução do número de matrículas no ensino básico de
todo o Estado, o gráfico a seguir é bastante ilustrativo sobre os três pontos críticos de
estrangulamento do sistema, que ocorrem nas 1ª e 5ª séries do ensino fundamental, e na
1ª do ensino médio:
 
25 - Educação Infantil: Trata-se da primeira etapa da educação básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até
seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. A
educação infantil é oferecida em creches, ou entidades equivalentes, e pré-escolas. Classe de Alfabetização (CA): conjunto de alunos
que são reunidos em sala de aula para aprendizagem da leitura e da escrita, durante um semestre ou um ano letivo. As classes de
alfabetização formalmente não pertencem ao ensino infantil, tampouco ao ensino fundamental.
JAPERI
29
 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC
 Secretaria-Geral de Planejamento
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
Total de matrículas nos ensinos fundamental e médio - RJ
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
1ª Série 2ª Série 3ª Série 4ª Série 5ª Série 6ª Série 7ª Série 8ª Série 1ª Série
Médio
2ª Série
Médio
3ª Série
Médio
1999 2000 2001 2002 2003
4) Quanto à função docente, o Estado dispõe de 234 mil professores em todas as
redes de ensino 26. Deste total, 30 mil lecionam na educação infantil, 5 mil em classes de
alfabetização, 133 mil no ensino fundamental, 48 mil no ensino médio, 15 mil na educação
de jovens e adultos, e 3,5 mil na educação especial.
Apresentamos, a seguir, os indicadores disponíveis do município em estudo 27.
Japeri apresenta o seguinte quadro relativo à escolaridade da população, em comparação
com o Estado 28:
Anos de estudo por população acima de 10 anos de idade
 - IBGE - Censo 2000 -
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45%
Sem instrução
e menos de 1 ano
1 a 3 anos
4 a 7 anos
8 a 10 anos
11 a 14 anos
15 anos ou mais
Não determinados
Estado Japeri
Os dados dos levantamentos censitários das últimas décadas apresentam forte
redução na taxa de analfabetismo da população brasileira. Em 2000, o país ainda tinha
14% de analfabetos na população com 15 anos ou mais. No Estado do Rio, a média cai
para 7% e, em Japeri, apresentou a seguinte evolução:
 
26 - O mesmo docente pode atuar em mais de um nível de ensino e em mais de um estabelecimento.
27 - Números de matrículas, professores e escolas de 1998 a 2001 – SEE/CIDE. Todos os demais dados foram tabulados a partir do
Sistema de Estatísticas Educacionais Edudatabrasil, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep/MEC).
28 - Sistema Nacional de Indicadores Urbanos – SNIU/Ministério das Cidades.
JAPERI
30
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
Evolução do percentual da população analfabeta acima de 15 anos
0
2
4
6
8
10
12
14
1.970 1.980 1.991 2.000
Censo IBGE - Compilação SNIU
%
Japeri
Um dos indicadores para avaliação da qualidade do ensino está no rateio de alunos
por professor que, no período analisado de 1998 a 2003, sofreu inúmeras variações no
estado. Quanto menor o número de alunos por professor, haverá melhor atenção a cada
um dos estudantes. Ao ocorrer redução, portanto, tal rateio melhora. Em geral, houve
aumento de alunos matriculados e de professores. Quando há aumento de matrículas e,
também, maior número de docentes, o rateio de alunos por professor pode ser alterado. A
proporcionalidade de crescimento das matrículas pode ter sido maior ou menor que o
aumento do quadro do corpo docente. Na avaliação da evolução de cada componente:
matrículas e professores, será identificado se o crescimento do número de docentes foi
proporcionalmente maior, igual, ou menor que o aumento de matrículas. O mesmo será
avaliado quando ocorrer a situação inversa, ou seja, redução de ambos: se a redução do
número de professores foi proporcionalmente maior que a redução do número de
matrículas, terá havido piora do indicador. Se os docentes foram reduzidos em menor
número que o número de matrículas, haverá melhora no rateio. Em condições de
aumento ou diminuição eqüivalente proporcional entre número de matrículas e
professores, será denotado “igual” na evolução do quadro de docentes.
Outros indicadores avaliados dizem respeito à formação dos professores, ao
número médio de alunos por sala de aula, à distorção série-idade, à taxa de aprovação e
ao número de concluintes por rede, em cada um dos estágios da educação básica.
O número total de matrículas na classe da alfabetização e nos ensinos infantil,
fundamental e médio de Japeri, em 2002, foi de 23.405 alunos, tendo evoluído para
24.496 em 2003, apresentando aumento (4,7%) no número de estudantes.
Em um maior nível de detalhamento, apresentamos abaixo o quadro sobre todos
os estabelecimentos de ensino infantil 29, que engloba creche e pré-escola:
 
29 - Ensino Infantil: Trata-se da primeira etapa da educação básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até
seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. A
Classe de Alfabetização (CA) é um conjunto de alunos que são reunidos em sala de aula para aprendizagem da leitura e da escrita,
durante um semestre ou um ano letivo. As classes de alfabetização formalmente não pertencem nem à pré-escola, nem ao ensino
fundamental. Das 72.568 crianças matriculadas em CA no Estado, 92% eram em escolas privadas e apenas 8% em escolas públicas,não tendo sido consideradas no texto.
JAPERI
31
 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC
 Secretaria-Geral de Planejamento
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
Ano
Nº de
Unidades
Nº de
professores
30
Nº de
matrículas
Rateio aluno/
professor no
município
Rateio aluno/
professor no
Estado
98 11 25 449 18 16
99 10 22 489 22 15
00 12 23 446 19 15
01 6 18 399 22 15
No ano de 2002, existiam 24 pré-escolas e nenhuma creche. Quanto às matrículas
iniciais, as mesmas alcançaram 1.413 estudantes, assistidos por 59 professores, o que
propiciou um rateio de 24 alunos por professor.
No ano de 2003, aumentou o número de pré-escolas para 25 e continuou sem
creche. Quanto às matrículas iniciais, as mesmas alcançaram 1.349 estudantes,
assistidos por 72 professores, o que propiciou um rateio de 19 alunos por professor.
Verificamos aumento de 200% no número de matrículas no período de 1998 a 2003,
acompanhada por variação de 188% no quadro do corpo docente das escolas.
Com relação à qualificação do corpo docente do ensino infantil, os gráficos abaixo
ilustram a qualificação dos professores da rede pública:
Formação dos professores da rede municipal de ensino infantil 
Pré-escola - 2003
1º grau 2º grau 3º grau
Formação dos professores da rede estadual de ensino infantil 
Pré-escola - 2003
1º grau 2º grau 3º grau
Especificamente da rede municipal, responsável por 54% das matrículas do ensino
infantil em 2003, o quadro que se apresenta é o seguinte:
Ano
Nº de
Unidades
Nº de
professores
Nº de
matrículas
Rateio aluno/
professor no
município
Rateio aluno/
professor da rede
municipal no
Estado
98 - - - - 20
99 - - - 18
00 - - - - 18
01 - - - - 17
02 13 30 734 26 22
03 13 32 725 23 17
 
30 - O mesmo docente pode atuar em mais de um nível/modalidade de ensino e em mais de um estabelecimento.
JAPERI
32
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
O ensino infantil municipal foi implantado há pouco tempo, não havendo alteração
no número de unidades escolares. O número de matrículas diminuiu no período. Com
relação ao corpo docente ocorreu crescimento. Observa-se redução nos índices do rateio
aluno/professor no município.
Japeri apresenta o panorama abaixo para o ensino fundamental:
Ano
Nº de
Unidades
Nº de
professores
31
Nº de
matrículas
Rateio aluno/
professor no
município
Rateio aluno/
professor no Estado
98 37 558 15.915 29 23
99 41 644 17.825 28 20
00 43 722 18.512 26 19
01 41 794 18.462 23 19
02 41 755 17.974 24 19
03 42 787 18.507 24 19
Houve aumento no número de alunos do ensino fundamental, tendo havido maior
incremento no quadro de docentes, com melhora do rateio de alunos por professor.
Especificamente em relação à rede estadual, que teve 30% dos alunos
matriculados de 2003, o quadro que se apresenta é o seguinte:
Ano
Nº de
Unidades
Nº de
professores
Nº de
matrículas
Rateio aluno/
professor no
município
Rateio aluno/
professor da rede
estadual no
Estado
98 11 181 5.535 31 22
99 11 185 5.483 30 22
00 12 215 5.201 24 20
01 12 250 5.090 20 19
02 12 252 5.321 21 18
03 12 242 5.502 23 19
Ocorreu, no período, estabilidade no número de alunos na rede estadual do ensino
fundamental, acompanhado por incremento no quadro de docentes, com melhora do
rateio de alunos por professor. A rede estadual tem, em média, 31,8 alunos por sala de
aula no primeiro segmento do ensino fundamental (1ª à 4ª série) e 38,8 no segundo
segmento (5ª à 8ª série).
Já na rede municipal, com 65% do volume de matrículas em 2003, os dados
seguem na tabela:
 
31 - O mesmo docente de ensino fundamental pode atuar da 1ª à 4ª série e da 5ª à 8ª série.
JAPERI
33
 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC
 Secretaria-Geral de Planejamento
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
Ano
Nº de
Unidades
Nº de
professores
Nº de
matrículas
Rateio aluno/
professor no
município
Rateio aluno/
professor da rede
municipal no
Estado
98 18 307 9.142 30 23
99 23 398 11.389 29 23
00 25 447 12.420 28 22
01 24 488 12.404 25 22
02 24 453 11.806 26 22
03 24 478 12.023 25 21
Observa-se, no período, aumento no número de alunos na rede municipal do
ensino fundamental, acompanhado por incremento significativo no quadro de docentes,
com melhora do rateio de alunos por professor. A rede municipal tem, em média, 29,4
alunos por sala de aula no primeiro segmento do ensino fundamental (1ª à 4ª série) e 45,6
no segundo segmento (5ª à 8ª série).
O indicador de distorção de série por idade foi implementado desde 1999 e permite
verificar o percentual de estudantes com idade acima do adequado para a série em estudo.
Os gráficos a seguir apresentam o nível médio de distorção por série entre 1999 e 2003 por
rede escolar do município em comparação com a média do Estado no ano de 2003:
Evolução da taxa de distorção série-idade total - Ensino fundamental
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1999 2000 2001 2002 2003
P
e
rc
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a
l 
d
o
s 
a
lu
n
o
s
Japeri 1ª Série 2ª Série 3ª Série 4ª Série 5ª Série 6ª Série 7ª Série 8ª Série
Em 2003, as taxas de distorção apresentaram redução nas últimas séries em
comparação aos anos anteriores, principalmente a 5ª série.
JAPERI
34
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
Taxa de distorção série-idade por rede de ensino fundamental - 2003
0
10
20
30
40
50
60
70
1ª Série 2ª Série 3ª Série 4ª Série 5ª Série 6ª Série 7ª Série 8ª Série
P
e
rc
en
tu
al
 d
o
s 
al
u
n
o
s
Japeri Estadual Municipal Privada Total Média do Estado
A rede privada tem taxas inferiores às redes públicas, sendo a estadual aquela que
apresenta maiores taxas no seqüencial das séries. Deve ser observado o comportamento
da rede municipal, quando comparada à média do Estado,
A decorrência principal da distorção série-idade é um elevado número de alunos
matriculados que têm acima de 14 anos, como ilustra o gráfico a seguir:
Faixa de idade por série do Ensino Fundamental - 2003 - Total
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Matrícula com mais de 14 anos 19 18 82 152 589 675 825 924
Matrícula de 7 a 14 anos 3.989 2.155 2.060 2.130 1.991 1.270 668 273
Matrícula com menos de 7 anos 687 0 0 0 0 0 0 0
1ª Série 2ª Série 3ª Série 4ª Série 5ª Série 6ª Série 7ª Série 8ª Série
No Brasil, em 1991, a percentagem de crianças, entre 10 e 14 anos, com mais de
um ano de atraso escolar era de 58%. Em 2000 esta percentagem diminuiu para 36%, o
que ainda é um índice muito alto. No Estado do Rio de Janeiro seguiu-se, praticamente, a
mesma proporção: em 1991 era de 51% e, em 2000, representava 32%. Além de
prejudicar o aluno que, desmotivado com o insucesso, pode perder o interesse pela
escola, a repetência tem um custo muito alto para o poder público. Para abrigar tantas
crianças e adolescentes estudando fora das séries indicadas para a idade, o sistema
educacional tem que se expandir mais do que deveria.
JAPERI
35
 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC
 Secretaria-Geral de Planejamento
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2004
É importante ressaltar que, ainda que haja um índice elevado de crianças na escola,
não é possível deixar de apontar que o atraso escolar, a entrada tardia na escola e,
principalmente, a repetência ainda são problemas muito graves a serem enfrentados. As taxas
de repetência funcionam como forte instrumento de exclusão de crianças e de adolescentes
que são, em geral, oriundos de famílias de classes mais desfavorecidas. Segundo
levantamento feito pelo INEP, em 2002, o índice de repetência na 1ª série, 32% é o maior de
todo o ensino fundamental, seguido pelo índice referente à 5ª série, em torno de 24%.
O comparativo dos indicadores de aprovação por rede de ensino, entre 1999 e 2003
são apresentados nos gráficos a seguir, sendo bastante ilustrativos, onde pode-se observar a
hegemonia de aprovação na rede particular e o baixo rendimento da rede pública.
Evolução da taxa de aprovação da rede estadual
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5 6 7 8
1999 2000 2001 2002
Evolução da taxa de aprovação

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