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Oftalmologia – Roberta M Figueiredo 1 Retinopatias RETINOPATIA DIABÉTICA DM TIPO 1 Diabetes juvenil ou insulino-dependente; Acontece de forma repentina, antes dos 20 anos de idade; Doença autoimune, onde ocorre uma destruição das células beta, secretoras de insulina nas ilhotas de Langerhans do pâncreas; Níveis de insulina plasmática destes pacientes costumam ser baixos; Não são obesos; Controlada com uso diário de insulina. DM TIPO 2 Forma insidiosa; Após os 30 anos; Pacientes obesos; Níveis de insulina plasmáticas normais ou até elevados; Ilhotas de Langerhans intactas, porém a secreção de insulina comprometida e a capacidade de absorção periférica; Defeito no transporte das moléculas de glicose (receptores de glicose reduzidos em número); Maioria bem controlados com hipoglicemiantes orais e dieta; Costumam melhorar com a perda de peso. Oftalmologia – Roberta M Figueiredo 2 COMPLICAÇÕES DE DM: Complicações agudas: • Cetoacidose diabética; • Estado hiperglicêmico hiperosmolar. Complicações crônicas: • Microvasculares: o Retinopatia; o Neuropatia; o Nefropatia. • Macrovasculares: o Coronariopatia; o Doença vascular periférica; o Doença cérebro-vascular. ESTATÍSTICA A retinopatia diabética é uma das principais complicações da DM; Principal caso de cegueira; Responsável por 12% dos novos casos de cegueira legal; O risco de cegueira pode ser reduzido a 5% com diagnostico em tempo adequado e tratamento realizado corretamente, antes que alterações irreversíveis possam se instalar. FATORES IMPORTANTES RELACIONADO AO DESENVOLVIMENTO E A GRAVIDADE DA RD Tempo da DM; Controle glicêmico. Oftalmologia – Roberta M Figueiredo 3 FISIOPATOGENIA Desenvolve de uma forma cronológica, exceto pelo edema de macula (área da visão que ficará inchada); Hiperglicemia crônica que leva ao aumento dos fatores inflamatórios e trombogênicos, facilitando o estresse oxidativo e consequentemente a oclusão e fragilidade vascular com perda de pericitos (com formação de microaneurismas) e extravasamento de conteúdo proteico para o interstício; A RDNP é caracterizada pelo aumento de plasma para o interstício (hemorragias e edema); A presença de neovasos caracteriza a RDP e as complicações estão associadas a essa fase da doença. CLASSIFICAÇÃO DA RD NO DM Sem alterações: não possui RD; Retinopatia não proliferativa leve: microaneurismas apenas; Retinopatia não proliferativa moderada: • Exsudatos duros: mais amarelados e maiores, por extravasamento de proteínas; • Exsudatos algodonosos: mais amolecidos e mal-demarcados, esbranquiçados. Mas são mais comuns na retinopatia hipertensiva. Retinopatia não proliferativa severa: • Início da angioproliferação no interior da retina; • Veias em “salsicha”: estreitam em diversos pontos, evidenciando processos trombóticos venosos. Retinopatia proliferativa: • Formação de neovasos frágeis e friáveis; • Hemorragias pré-retinianas e/ou vítreo MANIFESTAÇÃO CLÍNICA: Oftalmologia – Roberta M Figueiredo 4 Queixas súbitas em casos de BAV aguda: • Hemorragias pré-retinianas; • Edema de macula; • Normalmente, unilateral. BAV crônica: • Deve-se principalmente ao edema macular, geralmente, bilateral e assimétrico, sendo um sintoma tardio da doença; • Muitos pacientes não são diagnosticados, mesmo na presença de lesões graves e irreversíveis. DIAGNÓSTICO Mapeamento da retina; • DM1 acima de 12 anos deve ser avaliado após 5 anos de doença; • DM2 deve ocorrer após o diagnóstico. Todo paciente que tem DM deve ser avaliado anualmente por um oftalmo; Medida da acuidade visual para longe e para perto e mapeamento de retina RECOMENDAÇÕES DE TRIAGEM DA RD Fundo de olho normal ou RDNPP assintomático: revisão anual do generalista; RDNPP com BAV ou RDNPA ou maculopatia: encaminhamento ao oftalmologista; RDP ou hemorragia pré-retiniana ou vítrea ou RI ou DR: encaminhamento urgente para oftalmologista. COMPLICAÇÕES DA RD hemorragia pré retiniana (atras do gel do olho), descolamento tradicional de retina, hemorragia vítrea (sangue passou para dentro do olho, a camada foi rompida), rubeose da íris (neovaso na íris). Oftalmologia – Roberta M Figueiredo 5 CONDUTA Prevenção, triagem, controle glicêmico ( Hb glicosada <7% pode reduzir chances de DR); Antiangiogênicos (VEGF) e corticoides intravítreos: secam os vasos e evitam o crescimento de novos; Laserterapia: quando tem inchaço da macula, hemorragia vítrea ou prerretiniana, neovascularização; Vitrectomia: hemorragias vítreas e no descolamento de retina. É a remoção do vítreo, para que não ocorra o novo aparecimento de neovasos. RETINOPATIA HIPERTENSA EXAME FUNDAMENTAL Fundo de olho: observa-se o leito vascular de pequenos vasos; É possível observar o aumento da resistência vascular periférica desses vasos no caso de HAS. CLASSIFICAÇÃO Classificação de Keith-Wagner-Baker: • KW1: diminuição do calibre e aumento do reflexo arteriolar; • KW2: arteríolas reduzidas a metade do diâmetro inicial (arteríolas em fio de prata e fio de cobre), entrecruzamento arterio-venoso patológico e perda da relação 2:3 entre Arteriola e Vênula (1:2); Oftalmologia – Roberta M Figueiredo 6 • KW3: hemorragias superficiais e presença de exsudatos algodonosos (muito comum visualizar exsudatos algodonosos endurecidos ao redor da macula, chamando-se exsudato estrelado). Retina brilhante; • KW4: edema de papila decorrente de hipertensão maligna. CRUZAMENTOS PATOLÓGICOS Sinal de Salus: deflexão ou mudança no trajeto da vênula junto ao cruzamento; Sinal de Gunn: além dessa deflexão, ocorre um esbatimento com afinamento das porções proximal e distal da vênula; Sinal de Bonnet: traduzido por uma dilatação.... HIPERTENSÃO MALIGNA Emergência médica; Edema de papila hipertensiva; Aumento súbito e crítico dos níveis pressóricos; Lesão aguda dos órgãos nobres: • Rim; • Coração; • Cérebro; • Olhos. Geralmente: TAS >220 mmHg e TAD >120 mmHg; Pode provocar: • Insuficiência Renal Aguda; • Edema papilar; • Insuficiência Coronariana Aguda; • Encefalopatia hipertensiva. O tratamento emergencial retrocede o edema papilar e a eliminação de exsudato; Pode ocorrer descolamento de retina seroso devido à hipertensão maligna, uma vez que o exsudato extravasa para o espaço retroretiniano; Internação para tratamento. Oftalmologia – Roberta M Figueiredo 7
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