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Otorrinolaringologia – Roberta M Figueiredo 1 Otite média TUBA AUDITIVA A tuba auditiva drena para a rinofaringe para equalizar a pressão do ouvido médio com a do ouvido externo (quando não é equalizada, dói porque a membrana timpânica é puxada para dentro, quando nós mastigamos ou bocejamos, o musculo abre a tuba e ajuda a equalizar a pressão). A tuba possui uma porção cartilaginosa (terço médio e externo) e uma porção óssea (terço interno); Músculos da tuba auditiva: Otorrinolaringologia – Roberta M Figueiredo 2 Por que as doenças da orelha média são recorrentes na infância? Porque o desenvolvimento da tuba auditiva na criança tem uma angulação maior e um menor comprimento e também pelo fato de a criança não ficar muito tempo em posição ortostática (reflui secreção de rino e orofaringe para a região do ouvido médio) Funções da tuba auditiva: • Proteção; • Drenagem e clearance de secreção da orelha média para a nasofaringe; • Ventilação da orelha média para equalizar sua pressão com a pressão atmosférica. Otorrinolaringologia – Roberta M Figueiredo 3 Disfunção da tuba auditiva: • Funcional: o Colapso persistente da TA como resultado do aumento da complacência da tuba e/ou mecanismo de aberta anormal e/ou parede mais fechada por inflamação. o Mecânica: ▪ Intrínseca: ✓ Geometria anormal ou fatores murais e intraluminais. ▪ Extrínseca: ✓ Aumento da pressão extramural; ❖ Estrutura fora da tuba tendo uma pressão (hipertrofia da adenoide ou tumor). OTITE MÉDIA AGUDA (OMA) Uma das doenças mais comuns na infância; É a inflamação da orelha média + instalação rápida de sinais e sintomas de infecção aguda (otalgia, febre, irritabilidade, falta de apetite (porque quando se alimenta dói mais); Epidemiologia: • 70% das crianças até os cinco anos terão a OMA; • 90% das crianças terão até os 7 anos; • Raro os 3 primeiros meses (amamentação materna é fator protetor); • Maior morbidade e menor mortalidade; • Bimodal: dos 6 aos 11 meses e depois dos 4 aos 5 anos de idade; • Bilateral até 2 anos de idade, após, mais comum unilateral; • Mais comum no sexo masculino; • Maior incidência no inverno; • 50% têm origem viral ou desconhecida e 50% têm origem bacteriana. Fatores de risco: Otorrinolaringologia – Roberta M Figueiredo 4 • Creches e berçários; • Más formações genéticas (fissura palatina); • Posição da mamada e uso de chupetas; • Pais fumantes; • Baixo nível socioeconômico; • Crianças institucionalizadas; • 60% das IVAS evoluem para OMA. Etiopatogenia e fisiopatogenia: • Disfunção da tuba auditiva: pressão/ drenagem/ proteção; • Edema mucoso do trato respiratório; o Devido a infecção de via aérea alta. • Produção de efusão em orelha média retida; o Ficando retira se a tuba não estiver funcionando direito. Microbiologia: • Vírus: o Vírus sincicial respiratório; o Rinovírus; o Adenovírus; o Influenza; o Parainfluenza. • Bactérias: o Streptococcus pneumoniae; o Haemophilus influenzae; o Moraxella catarrhalis. Manifestação clínica: • IVAS previa; • Otalgia súbita; Otorrinolaringologia – Roberta M Figueiredo 5 • Hipoacusia (porque o ouvido médio era para ser aerado); • Febre > 38 graus; • Dificuldade na amamentação. Sinais na otoscopia: • Hiperemia (aumento da vascularização); • MT opaca; • MT abaulada, podendo ser perfurada; • Redução da mobilidade da MT. Evolução da OMA: - Maior dor -> abaulamento completo para o alívio da perfuração da membrana timpânica com a saída de secreção para a orelha externa; Quando há perfuração evitar entrar na piscina e deixar água entrar para não haver infecção novamente, devido a entrada da água; Secreção + nivél hidroaéreo. Otorrinolaringologia – Roberta M Figueiredo 6 Membrana timpânica mais espessada com secreção e mais opaca. Membrana timpânica toda abaulada com perfuração e extravasamento da secreção. Membrana timpânica abaulada mas não chegou a perfurar. Tratamento: • Doença grave: o Febre > 39 graus ou otalgia intensa. • Certeza diagnóstica: o Início súbito; Otorrinolaringologia – Roberta M Figueiredo 7 o Sinais de efusão na orelha médica; o Sinais e sintomas de inflamação na orelha média. • Paracentese de alívio; o Após 24 hora de tratamento sem melhora da dor (em desuso). Idade Certeza diagnostica Dúvida diagnostica Menor que 6 meses ATB ATB 6 meses a 2 anos ATB ATB se doença severa Maior que 2 meses ATB se doença severa Observar - Observa porque a maioria da OMA desaparece sozinha, em dez dias; - A perfuração se resolve sozinha em até 3 meses; - Observar por dois dias porque já é para o corticoide fazer efeito, já que ele irá diminuir a inflamação e soro fisiológico (para a secreção diminuir a viscosidade). Antibióticos: • Amoxicilina; o 10 dias; o 80/90 mg/kg/dia de 12 em 12 horas. • Amoxicilina + Clavulanato; o 90 mg/kg/dia de 12 em 12 horas; o Na suspeita de cepa resistente; o Conjuntivite purulenta recorrente; • Ceftriaxona; o Se o paciente já usou Amoxicilina + Clavulanato em menos de 3 meses; o Para alérgicos á penicilinas • Para alérgicos a penicilinas: Eritromicina/ Azitromicina/ Claritromicina/ Cefuroxima/ Ceftriaxona. Profilaxia: • Educação aos pais; o Em relação a chupeta, amamentação, refluxo pós amamentação (Segurar a criança em pé após a amamentação) • Vacinação (Pneumo conjugada e H. Influenzae não tipável(peço para vacinar quem tem alterações na tuba auditiva, porque o vírus aumenta a aderência de bactéria); • Tubo de ventilação; o Para crianças com otite média recorrente. Otorrinolaringologia – Roberta M Figueiredo 8 OTITE MÉDIA RECORRENTE (OMR) Definição: • Quanto tem uma recidiva frequente de OMA em 3 episódios em 6 meses ou 4 episódios em 12 meses. Epidemiologia: • 75% das crianças terão 03 ou mais episódios de OMA. Fatores de risco: • Refluxo gastroesofágico, além dos fatores de OMA. OTITE MÉDIA COM EFUSÃO (OME) Definição: • Presença de fluido na orelha média sem sinais ou sintomas de infecção; Sintomas: • Plenitude; • Autofonia. Tratamento: • Não se usa ATB; • Observar; o Desaparecimento da efusão em 3 meses; o Se haverá desenvolvimento dos sintomas; o Se haverá alterações timpânicas (retrações); o Se caso não melhorar colocar tubo de ventilação ou fazer uma adenoidectomia (pôr em alguns períodos ela pode exacerbar durante alergias) • Usar corticoterapia (diminuir a inflamação); • Drenagem nasal para fluidificar a secreção. OTITE MÉDIA SECRETORA (OMS) Definição: • Processo inflamatório crônico da mucosa da orelha médica caracterizado pela presença de fluido em orelha média por mais de três meses. Sintomas: • Hipoacusia condutiva; • Comprometimento da linguagem; o Dislalia. • Televisão alta; • Podem ser assintomáticas (achado na otoscopia). Otorrinolaringologia – Roberta M Figueiredo 9 Secreção mais espessa e ganhando uma coloração diferente, amarelada (glue ear). A secreção não sai mais sozinha de tão viscosa, tem que usar um aspirador; Tipos de secreção: • Purulenta: Pus na orelha média, sendo indicativo de infecção aguda presente (OMA/ OMR); • Serosa: Secreção aquosa e clara, resultante do de transudato dos capilares da mucosa da orelha média (OME/ OMS); • Mucosa: Secreção espessa, se origina da secreção ativa de células secretoras (caliciformes) e das glândulas submucosas (OMS). Profilaxia: Finalidade. • Tubo de ventilação: o Furo na membrana timpânica para colocar o tubo na MT; o Fazendo ficar aerada; o O tubo faz a pressão negativa da OM; o Equaliza a pressão; o Permite a entrada de gota otológica na OM; o Indicações: ▪ OMA em uso de atb sem melhora; ▪ Secreção em OM entre episódios de OMR; ▪ Efusão assintomática por mais de três meses (OMS); ▪ Alterações de linguageme fala; ▪ Comprometimento visual; ▪ Susceptibilidade: fissura palatina; ▪ Otalgia constante para dormir com perda de equilibro; ▪ Disfunção da tuba auditiva persistente (tuba patente pós bariátrica); ▪ Complicações de OMA: ✓ Paralisia facial, otomastoidite + masteidectomia. o Tipos de tubo: Coloca-se no quadrante antero-inferior (não atrapalhar os ossículos) ▪ Tubo de Sheperd (branco) fica por até seis meses. ▪ Tubo em T: fica até um ano ▪ Tubo de Paparela: fica até um ano Otorrinolaringologia – Roberta M Figueiredo 10
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