Buscar

Historia Geral - A Revolução Industrial

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL 
Prof. Monteiro Jr. 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
 
INTRODUÇÃO 
 Na Inglaterra, a partir da segunda metade do século XVIII, tem início uma série de transformações no processo de produção. A 
essas transformações dá-se o nome de Revolução Industrial. Em linhas gerais, a Revolução Industrial proporcionou a mecanização da 
indústria, com a substituição da força motriz humana por outras como 
o carvão, o vapor, a eletricidade, o que desencadeou grandes mudan- 
ças nas relações de trabalho, no uso da tecnologia, na economia dos 
países, na organização do espaço urbano e nos próprios fundamentos 
do sistema capitalista. 
 “A Revolução Industrial assinala a mais radical transformação 
da vida humana já registrada em documentos escritos. Durante um bre- 
ve período ela coincidiu com a história de um único país, a Grã-Bretanha (...) que por isso ascendeu temporariamente a uma posição de 
influência e poder mundiais sem paralelo na história de qualquer país com as suas dimensões relativas, antes ou desde então, e que 
provavelmente não será igualada por qualquer Estado no futuro previsível.” 
HOBSBAWM, Eric J. da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1986, p. 13. 
 
O PIONEIRISMO INGLÊS 
 A Inglaterra foi pioneira no processo de mecanização da indústria. Foi somente na segunda metade do século XIX que a 
industrialização se propagou para outros países da Europa e do mundo. 
 “Quando o reformador chinês Huang-Tsun-Hsien visitou Londres, cerca de 1890, custou-lhe a crer que, apenas um século antes, 
a economia da sua pátria e da Grã-Bretanha se tivessem basicamente parecido. Viu a Grã-Bretanha com suas indústrias florescentes, ao 
passo que a China, que acabava de deixar, era ainda uma terra de artes campesinas e arrozais. (...) Foi uma das maiores transformações 
da História; em cerca de cem anos, a Europa de quintas, rendeiros, e artesãos tornou-se uma Europa de cidades abertamente industriais. 
Os utensílios manuais e os dispositivos mecânicos simples foram substituídos por máquinas; a lojinha do artífice pela fábrica. O vapor e a 
eletricidade suplantaram as fontes de energia – água, vento e músculo. Os aldeões, como as suas antigas ocupações se tornavam 
supérfluas, emigravam para as minas e para as cidades fabris, tornando-se os operários da nova era, enquanto uma classe profissional de 
empreiteiros, financeiros e empresários, de cientistas, inventores e engenheiros se salientava e se expandia rapidamente. Era a Revolução 
Industrial.” 
 HENDERSON, W. O. A Revolução Industrial, 1780-1914. Lisboa: Verbo 
 Vejamos os principais elementos que favoreceram o pioneirismo 
inglês na Revolução Industrial: 
 acumulação de capitais, provenientes das atividades mer- 
cantilistas desenvolvidas pelo país, especialmente depois 
que os Atos de Navegação (1651) entraram em vigor. 
 triunfo do liberalismo político e econômico, a partir 
da Revolução Gloriosa (1688), que sepultou de vez o 
Absolutismo e as práticas intervencionistas do Estado 
na economia. 
 os cercamentos (enclosures), que, ao promoverem a 
transformação de fazendas agrícolas em pecuaristas, 
provocaram desemprego no campo e a consequente 
migração de mão de obra para as cidades. 
 avanços tecnológicos, como a máquina a vapor paten- 
teada por James Watt e os teares mecânicos e hidráulicos, 
que proporcionaram um significativo aumento na produção. 
 abundância de matérias primas, como carvão, ferro, algodão e lã. 
 
REVOLUÇÃO OU EVOLUÇÃO? 
Uma das discussões envolvendo a Revolução Industrial trata 
da caracterização do processo como revolução ou evolução. 
Apesar do impacto que Revolução Industrial trouxe para o 
mundo, não podemos esquecer que a mesma proporcionou a 
mecanização da indústria, que já existia (na forma de 
manufaturas). Portanto, a Revolução Industrial não foi uma 
ruptura, mas sim a herdeira de toda uma cadeia de inovações 
tecnológicas. 
FIQUE POR DENTRO 
Propostos por Oliver Cromwell e aprovados pelo Parlamento, os 
Atos de Navegação (1651) impulsionaram o desenvolvimento 
marítimo comercial da Inglaterra, uma vez que estabeleciam que 
as mercadorias inglesas só poderiam ser transportadas em navios 
ingleses ou em navios de países com quem a Grã-Bretanha 
comercializasse. 
SAIBA MAIS 
A partir da segunda metade do século XVII, muitas fazendas inglesas 
tiveram suas terras cercadas para a criação de ovelhas, devido ao 
crescimento das tecelagens que produziam tecidos de lã (era lucrativo 
prover essas tecelagens com sua matéria prima). Esse processo, 
denominado cercamentos (ou enclosures), fez com que milhares de 
camponeses ficassem sem trabalho, uma vez que a pecuária exige 
menos mão de obra do que a agricultura. Sem perspectivas no campo, 
essa massa miserável migrou para as cidades, transformando-se num 
exército reserva de mão de obra abundante e barata. 
 
 
 
 
 2 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
AS PRINCIPAIS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
 O primeiro setor produtivo a se mecanizar foi o têxtil. O algodão foi sua principal matéria prima e o carvão vegetal, usado para mover 
as máquinas a vapor, sua principal fonte de energia. 
 Entre as inovações tecnológicas do período, destacam-se: 
 a máquina de fiar (1767), de James Hargreaves, com capacidade para produzir vários 
fios de forma simultânea, sob a assistência de um único operário. 
 a máquina a vapor (1768), de James Watt, tornando possível o uso da energia mecâ- 
nica para mover diversas outras máquinas. 
 o tear mecânico (1785), de Edmund Cartwright, movido a vapor. 
 o descaroçador mecânico (1792), de Eli Whitney, que separava o caroço da fibra de 
algodão, permitindo uma espantosa produtividade a baixo custo. 
 o navio a vapor (1807), de Robert Fulton, permitindo maior rapidez aos transportes 
fluviais e marítimos. 
 a locomotiva a vapor (1814), de George Stephenson, trazendo maior rapidez aos 
transportes terrestres. 
 
AS FASES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
 Para fins didáticos, costuma-se dividir a Revolução Industrial em dois momentos, cada um com suas características: 
 Primeira Revolução Industrial 
 - de 1760 a 1860; 
 - circunscrita à Inglaterra e poucos países da Europa Ocidental; 
 - conhecida como a “era do carvão e do ferro”; 
 - o carvão era a principal fonte de energia; 
 - o ferro era o principal produto da indústria de base. 
 
 Segunda Revolução Industrial 
 - de 1860 a 1914; 
 - a expansão da industrialização atinge praticamente toda a Europa Ocidental, EUA e Japão; 
 - conhecida como a “era do aço e da eletricidade”; 
 - a eletricidade era a principal fonte de energia; 
 - o aço era o principal produto da indústria de base. 
 
AS TRANSFORMAÇÕES PRODUZIDAS PELA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
 A Revolução Industrial consolidou definitivamente o capitalismo e o trabalho assalariado, separando de vez capital e trabalho. 
Proporcionou o nascimento da classe operária e possibilitou a polarização da mesma com a burguesia. 
 As manufaturas foram substituídas gradativamente pelas fábricas, 
caracterizadas pela mecanização no processo produtivo, que passou a 
ser em massa e em série. O trabalho dos artesãos sofreu desvaloriza- 
ção, acarretando a falência das manufaturas e corporações de ofícios. 
 A divisão e especialização do trabalho promoveram a alienação do 
proletariado em relação ao processo produtivo. Especializando-se em 
operar uma determinada máquina, o operário se transformou numa 
espécie de robô, sujeito à monotonia que os repetitivos movimentos na 
operação das máquinas impunham.Nas indústrias têxteis inglesas predominava o trabalho de mulheres 
e crianças, mais barata e tida como mais dócil e obediente pelos 
empresários. Não havia legislação trabalhista que estabelecessem 
garantias ou direitos legais à classe trabalhadora. 
 De acordo com o historiador americano Edmund Wilson, em 
Rumo à Estação Finlândia, a crescente demanda “(...) de mulheres e 
crianças nas fábricas fazia com que muitos chefes de família se tornassem desempregados crônicos, prejudicava o crescimento das 
meninas, facilitava o nascimento de filhos de mães solteiras e ao mesmo tempo obrigava as jovens mães a trabalharem grávidas ou antes 
 
Modelo didático da máquina a vapor, de James Watt. 
 
 
Instalações de uma fábrica do século XIX. No primeiro plano, aquele que 
parece ser o dono. Atente as condições do ambiente e a postura disciplinada e 
subserviente dos operários. 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
 
 
 
 
 
3 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
de se recuperarem plenamente do parto, terminando por encaminhar muitas delas à prostituição; as crianças, que começavam a trabalhar 
nas fábricas aos cinco ou seis anosde idade, recebiam pouca atenção das mães, que também passavam o dia inteiro na fábrica, e 
nenhuma instrução de uma sociedade que só queria delas que executassem operações mecânicas; quando deixavam-nas sair das 
verdadeiras prisões que eram as fábricas, as crianças caíam exaustas, cansadas 
demais para lavar-se ou comer, quanto mais estudar ou brincar – às vezes can- 
sadas demais até para ir para casa.” 
 As jornadas de trabalho eram extensas (em média de 15 horas diárias, sem 
descanso semanal remunerado ou férias), as condições de traba-lho precárias 
e os salários extremamente baixos. Acidentes de trabalho eram comuns e os 
operários vitimados pela mutilação de dedos e outros membros não tinham direito 
a nenhum tipo de indenização. 
 Essas condições de trabalho e de vida levaram a classe operária a se 
organizar em torno de movimentos e/ou ideologias em favor dos seus direitos e 
interesses, como veremos no próximo capítulo. 
 A paisagem urbana também foi afetada pela industrialização. Segundo 
Hobsbawm, a típica cidade industrial era “(...) uma cidade de tamanho médio, mesmo por padrões atuais, embora (...) algumas c idades 
(que tendiam a ser muito grandes) também se tornaram centros maiores de produção (...). A nova região industrial típica tomava em geral a 
forma de pequenas vilas, que se transformavam em pequenas cidades, que depois se desenvolviam transformando-se em grandes 
cidades.” 
 Friedrich Engels, em A situação da classe trabalhadora na Inglaterra, descreve o cenário de um bairro dessas cidades industriais: “É 
uma massa de casas de três ou quatro andares, construídas sem plano, com ruas tortuosas, estreitas e sujas onde reina uma animação tão 
intensa como nas principais ruas que atravessam a cidade com a diferença que (...) só se vêem pessoas da classe operária. O 
mercado está instalado nas ruas: cestos de legumes e de frutos, todos naturalmente de má qualidade, e dificilmente comestíveis, ainda 
reduzem a passagem e deles emana, bem como dos açougues, um cheiro repugnante. As casas são habitadas dos porões aos desvãos, 
são tão sujas no exterior como no interior e têm um tal aspecto que ninguém as desejaria habitar. Mas isto não é nada comparado às 
habitações nos corredores e vielas transversais onde se chega através de passagens cobertas, e onde a sujeira e a ruína ultrapassam a 
imaginação; não se vê, por assim dizer, um único vidro inteiro, as paredes estão leprosas, os batentes das portas e os caixilhos das janelas 
estão quebrados ou descolados, as portas – quando existem – são feitas de pranchas velhas pregadas umas às outras (...). Em toda parte 
montes de detritos e de cinzas, e as águas vertidas em frente às portas acabam por formar charcos. É aí que habitam os mais pobres, os 
trabalhadores mais mal pagos, com os ladrões (...) e as vítimas da prostituição, todos misturados.” 
 Em contrapartida, a classe burguesa habitava em magníficas e luxuosas casas localizadas em largas alamedas, os boulevares, 
margeadas por jardins bem cuidados, em zonas exclusivamente residenciais, distantes da sujeira, do barulho e do burburinho dos bairros 
operários. 
 
HISTÓRIA E ARTE 
 Pintado por Vincent Van Gogh (1885), durante a fase em que o artista se encontrava sob a influência do realismo, “Os Comedores de 
Batatas” denuncia a miséria das famílias trabalhadoras do século XIX. 
 
 
 
Flagrante de crianças operárias nos EUA, século XIX. 
 
 
 
 
 4 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
 Para conferir realismo à obra, Van Gogh destacou traços grosseiros nos trabalhadores, explorando os tons escuros, típicos da 
luminosidade barroca. Para Van Gogh, a escuridão também poderia ser considerada uma cor, por isso os trabalhos que o pintor produziu 
nessa fase são escuros e pesados. 
 Vincent trabalhou as sombras com outros tons que, junto ao interior pouco iluminado pelo lampião, dão um aspecto frio ao ambiente. 
 
LEITURA COMPLEMENTAR I: O SISTEMA DE TRABALHO 
 O escritor norte-americano Leo Huberman, em História da riqueza do homem, apresenta uma classificação quanto à evolução do 
sistema de trabalho, do período medieval à Revolução Industrial: 
 1 – Sistema familiar: os membros de uma família produzem artigos para o seu consumo, e não para a venda. O trabalho não se fazia 
com o objetivo de atender ao mercado. Princípio da Idade Média. 
 2 – Sistema de corporações: produção realizada por mestres artesãos independentes, com dois ou três empregados, para o mercado, 
pequeno e estável. Os trabalhadores eram donos tanto da matéria prima que utilizavam como das ferramentas com que trabalhavam. Não 
vendiam o trabalho, mas o produto do trabalho. Durante toda a Idade Média. 
 3 – Sistema doméstico: produção realizada em casa para um mercado em crescimento, pelo mestre-artesão com ajudantes, tal como 
no sistema de corporações. Com uma diferença importante: os mestres já não eram independentes; tinham ainda a propriedade dos 
instrumentos de trabalho, mas dependiam, para a matéria prima, de um empreendedor que surgira entre eles e o consumidor. Passaram a 
ser simplesmente tarefeiros assalariados. Do século XVI ao XVIII. 
 4 – Sistema fabril: produção para um mercado cada vez maior e oscilante, realizada fora de casa, nos edifícios do empregador e sob 
uma rigorosa supervisão. Os trabalhadores perderam completamente sua independência. Não possuem a matéria prima, como ocorria no 
sistema de corporações, nem os instrumentos, tal como no sistema doméstico. A habilidade deixou de ser tão importante como antes, 
devido ao maior uso da máquina. O capital tornou-se mais necessário do que nunca. Do século XIX até hoje.” 
 
LEITURA COMPLEMENTAR II: OUTRO OLHAR SOBRE A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
 Uma história bem conhecida da Revolução Industrial é a dos trabalhadores “ludistas”, aqueles que se revoltaram contra as máquinas 
por acharem que elas destruíam empregos e impunham uma concorrência desleal. Esses protestos são tão antigos quanto as primeiras 
máquinas. Tão logo o carpinteiro e tecelão James Hargreaves começou a vender sua fiandeira jenny, vizinhos e colegas invadiram sua 
casa e destruíram os equipamentos. Os quebra-quebras ganharam força a partir de 1811, quando costureiros da cidade Nottingham se 
armaram com machados e porretes, invadiram fábricas de tecidos e arruinaram 60 fiandeiras mecânicas. 
 Basta olhar para o lado para constatar como os ludistas fracassaram. Daquela época até hoje, as fábricas foram tomadas por uma onda 
inescapável de engrenagens, máquinas, motores elétricos, esteiras rolantes, computadores e robôs; as cidades passarama abrigar carros, 
trens, tratores, aviões e lâmpadas elétricas; o celular no bolso das pessoas tem processadores mil vezes mais potentes que os usados na 
Apollo 11. E qual foi o resultado desse enorme fracasso dos protestos dos trabalhadores? O contrário do que eles imaginaram. O número 
de empregos na Inglaterra (cerca de 6 milhões em 1750) não só não caiu como acompanhou o enorme crescimento populacional, 
chegando a 30 milhões hoje. Foi uma elevação tão intensa que os ingleses – e boa parte dos países industrializados – precisaram contratar 
estrangeiros para cumprir a demanda por empregos. 
 O erro da idéia de que as máquinas roubam empregos é achar que os desejos humanos, e os empregos para satisfazer esses desejos, 
são finitos. Desse ponto de vista, se uma máquina tira a função de um artesão, não vai sobrar outra atividade para sustentá-lo. Quem 
primeiro espalhou esse equívoco foi Karl Marx. “O instrumento de trabalho, quando toma a forma de uma máquina, se torna imediatamente 
um concorrente do operário. A expansão do capital por meio da máquina está na razão direta do número de trabalhadores cujas condições 
de existência ela destrói”, escreveu ele. 
 Não é nenhum milagre o fato de que, desde os primeiros protestos ludistas até hoje, o número de empregos cresceu tanto quanto o de 
máquinas. A produção em série diminuiu o custo dos produtos que ficaram acessíveis a mais pessoas ao redor do mundo, que criaram uma 
demanda maior, que só pode ser cumprida com mais trabalhadores para operar as máquinas, mais vendedores, maquinistas e marinheiros 
para transportá-las, mais operários para construir as próprias máquinas, assim como trens, navios etc. É o caso da produção de roupas. 
Feitos a mão, casacos e vestidos custavam quase o salário de um ano de um empregado doméstico e constavam em testamentos e 
heranças. A concorrência livre e a mecanização fizeram o preço das roupas baixar continuamente. Com mais gente podendo comprar 
roupa, mais fábricas foram construídas. Em 1820, já havia na Inglaterra mais de 1.200 fábricas de tecidos de algodão, 1.300 de lã e mais 
de 600 moinhos de linho e seda. 
 Além disso, a mão de obra das pessoas que perderam o emprego para teares movidos a vapor no século 19 ou tratores nas fazendas 
do século 20 foi liberada para atividades mais produtivas ou criativas. É verdade que a “destruição criativa” das inovações provoca falências 
de empresas, demissões, migrações, uma completa instabilidade e reorganização do trabalho. Mas, no fim das contas, há um benefício 
para todos. “A grande causa do aumento dos padrões de vida das nações industrializadas é o capital sendo usado para substituir trabalho, 
afirma o economista americano Walter Williams. O exemplo mais evidente disso é o sistema de produção de alimentos. Nos Estados 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
 
 
 
 
 
5 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
Unidos do fim do século 18, mais de 90% das pessoas trabalhavam nos campos de cultivo e pecuária. Para que alimentos chegassem à 
boca de quase 4 milhões de habitantes, era preciso que 19 a 20 americanos adultos trabalhassem nas fazendas. Dois séculos depois, a 
mecanização da agricultura liberou 18 deles: hoje, apenas um em cada 20 trabalhadores americanos contribui para cultivar alimentos aos 
mais de 300 milhões de habitantes. O que aconteceria se alguma lei do governo proibisse a introdução de máquinas no campo e impedisse 
as demissões nas plantações e fazendas? 
 Vale imaginar um pouco mais: e se os manifestantes ingleses tivessem conseguido que o governo proibisse máquinas para preservar 
empregos? 
 O resultado seria que os descendentes daqueles trabalhadores teriam hoje uma vida imensamente mais difícil. Não só os alimentos e 
as roupas custariam mais, como não haveria gente para projetar edifícios, carros, telefones celulares, máquinas de lavar roupa, sistemas 
de internet e para escrever livros. Nada de iluminação elétrica na rua, em respeito ao emprego dos acendedores de lampião a gás (que 
trabalharam no Rio de Janeiro até 1933). Páginas da internet não poderiam mostrar mapas de graça, para não acabar com o trabalho dos 
cartógrafos. Seria preciso ligar para uma telefonista para completar cada ligação telefônica, pagar a ascensoristas nos elevadores não 
automatizados, passar a maior parte do tempo na roça cultivando os próprios alimentos e usar o fim de semana para tricotar casacos, já 
que as roupas continuariam pouco acessíveis aos pobres. Ou esperar meses até que elas chegassem à cidade por meio do sistema de 
carroças (em respeito ao emprego dos fabricantes de carroça e dos criadores de cavalo, trens e caminhões de carga seriam banidos). Por 
causa de uma lei imposta pelos sindicatos do transporte coletivo para evitar demissões, todo ônibus urbano teria, além do motorista, um 
entediado cobrador (ops, esse ainda existe). 
 As pessoas que perdem o emprego para as máquinas não são vítimas do progresso. São consumidores que usufruem dos prazeres 
infinitos que a inovação, a concorrência desleal e as máquinas tornaram acessíveis. 
NARLOCH, Leandro. Guia politicamente incorreto da história do mundo. São Paulo: Leya, 2013, p. 106-110. 
 
LEITURA COMPLEMENTAR III: DEPOIMENTO 
 Perante uma comissão do Parlamento inglês, em 1816, John Moss, capataz de aprendizes numa tecelagem de algodão, prestou o 
depoimento a seguir, acerca das condições de trabalho envolvendo crianças: 
 Eram aprendizes órfãos? – Todos aprendizes órfãos. 
 E com que idade eram admitidos? – Os que vinham de Londres tinham entre 7 e 11 anos. Os que vinham de Liverpool tinham de 8 a 15 
anos. 
 Até que idade eram aprendizes? – Até 21 anos. 
 Qual o horário de trabalho? – De 5 da manhã até 8 da noite. 
 Quinze horas diárias era um horário normal? – Sim 
 Quando as fábricas paravam para reparos ou falta de algodão, tinham as crianças, posteriormente, de trabalhar mais para recuperar o 
tempo parado? – Sim. 
 As crianças ficavam de pé ou sentadas para trabalhar? – De pé. 
 Durante todo o tempo? – Sim. 
 Havia acidentes nas máquinas com as crianças? – Muito frequentemente.” 
(HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1983, p. 191.) 
 
LEITURA COMPLEMENTAR IV: O TRABALHO DAS MULHERES 
 Depoimento de Betty Harris, 37 anos: 
 Casei-me aos 23 anos, e foi somente depois de casada que eu desci à mina; não sei ler nem escrever. Trabalho para Andrew Knowles, 
da Little Bolton (Lancashire). Puxo pequenos vagões de carvão; trabalho das 6 da manhã às 6 da tarde. Há uma pausa de cerca de uma 
hora, ao meio dia, para o almoço; dão-me pão e manteiga, mas nada para beber. Tenho dois filhos, porém eles são jovens demais para 
trabalhar. Eu puxava esses vagões, quando estava grávida. Conheci uma mulher que voltou para casa, se lavou, se deitou, deu à luz e 
retornou o trabalho menos de uma semana depois. 
 Tenho uma correia em volta da cintura, uma corrente que passa por entre as minhas pernas e ando sobre as mãos e os pés. O caminho 
é muito íngrime, e somos obrigados a segurar uma corda – e quando não há corda, nós nos agarramos a tudo o que podemos. Nos poços 
onde trabalho, há seis mulheres e meia dúzia de rapazes e garotas; é um trabalho muito duro para uma mulher. No local onde trabalho, a 
cova é muito úmida e a água sempre cobre os nossos sapatos. Um dia, a água chegou até minhas coxas. E o que cai do teto é terrível! 
Minhas roupas ficam molhadas durante quase o dia todo. Nunca fiquei doente em minha vida, a não ser na época dos partos. 
 Estou muito cansada quando volto à noite para casa, às vezes adormeço antes de me lavar. Não sou mais tão forte como antes, mas 
não tenho mais a mesma resistência no trabalho. Puxei esses vagões até arrancar a pele; a correia e a corrente são ainda piores quando 
se espera uma criança.”(Depoimento extraído de um relatório parlamentar inglês, 1842.) 
 
 
 
 
 6 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
CINEMATECA 
 Filmes relacionados com o tema do capítulo: 
 A Nós, a Liberdade (1931), do diretor René Clair, estabelece um paralelo entre o trabalho forçado numa prisão e numa fábrica. 
 Tempos Modernos (1936), dirigido por Charles Chaplin, apresenta uma crítica à exploração dos trabalhadores e sua transformação 
em ferramenta de trabalho. 
 Oliver Twist (1948), do diretor David Lean, narra a trajetória de um garoto de 12 anos, em meio à Revolução Industrial. 
 Germinal (1993), dirigido por Claude Berri, retrata o cotidiano de uma comunidade de mineiros de carvão na França rural do século 
XIX. 
 Ver-te-ei no Inferno (1969), do diretor Martin Ritt, a trama gira em torno de uma comunidade de mineiros de origem irlandesa na 
Pensilvânia do século XIX. 
 
 
 
 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
 
 
 
 
 
7 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM 
 
Questão 01 
A expressão Revolução Industrial tem sido utilizada para designar 
um conjunto de transformações econômicas, sociais e 
tecnológicas que teve início na Inglaterra, na segunda metade do 
século XVIII. Em pouco tempo, essas mudanças afetariam outros 
países da Europa e outros continentes, alterando definitivamente 
as relações entre as sociedades humanas. 
FIGUEIRA, D. G. "História". São Paulo: Ática, 2005. p. 193. 
 
Sobre a temática exposta no texto, pode-se inferir que 
a) a produção de tecidos foi um dos primeiros setores a 
desenvolver o processo industrializador juntamente com a 
metalurgia do aço. 
b) ao aumentar a produtividade de cada trabalhador, aumentou a 
oferta de mercadoria e, por consequência, possibilitou uma 
redução nos preços dos produtos. 
c) o sucesso da Revolução Industrial foi tão significativo que 
facilitou uma ampla melhoria das condições materiais da 
sociedade como um todo. 
d) a industrialização foi um processo urbano com poucas relações 
com o meio rural 
e) a indústria eliminou a produção artesanal e manufatureira na 
Europa. 
 
Questão 02 
"Um fato saliente chamou a atenção de Adam Smith, ao observar 
o panorama da Inglaterra: o tremendo aumento da produtividade 
resultante da divisão minuciosa e da especialização de trabalho. 
Numa fábrica de alfinetes, um homem puxa o fio, outro o acerta, 
um terceiro o corta, um quarto faz-lhe a ponta, um quinto prepara 
a extremidade para receber a cabeça, cujo preparo exige duas ou 
três operações diferentes: colocá-la é uma ocupação peculiar; 
prateá-la é outro trabalho. Arrumar os alfinetes no papel chega a 
ser uma tarefa especial; vi uma pequena fábrica desse gênero, 
com apenas dez empregados, e onde consequentemente alguns 
executavam duas ou três dessas operações diferentes. E embora 
fossem muito pobres, e portanto mal acomodados com a 
maquinaria necessária, podiam fazer entre si 48.000 alfinetes num 
dia, mas se tivessem trabalhado isolada e independentemente, 
certamente cada um não poderia fazer nem vinte, talvez nem um 
alfinete por dia." 
FARIA, Ricardo de Moura et all. "História". Vol. 1. Belo Horizonte: 
Lê, 1993. [adapt.]. 
 
O documento sobre a Revolução Industrial, na Inglaterra, 
a) relaciona a divisão de trabalho com a alta produtividade, 
situação bem diferente da produção artesanal característica da 
Idade Média. 
b) enfatiza o trabalho em série e as condições do trabalhador nas 
fábricas, reforçando a importância das leis trabalhistas, no início 
da Idade Moderna. 
c) demonstra que a produtividade está diretamente relacionada ao 
número de empregados da fábrica, ao contrário das Corporações 
de Ofício, em que a produção artesanal dependia do mestre. 
d) destaca a importância da especialização do trabalho para o 
aumento da produtividade, situação semelhante à que ocorria nas 
Corporações de Ofício, de que participavam aprendizes, oficiais e 
mestre. 
e) evidencia as ideias fisiocráticas e mercantilistas, ao realçar a 
divisão do trabalho, características marcantes da Revolução 
Comercial. 
 
Questão 03 
 
 
Tendo como base de análise a figura e os aspectos que definiram 
a Primeira Revolução Industrial, considere as afirmativas a seguir: 
 
I. Inicia-se nas últimas décadas do século XVIII e estende-se até 
meados do século XIX. A invenção da máquina a vapor e o uso 
do carvão como fonte de energia primária marcam o início das 
mudanças nos processos produtivos. 
II. O Reino Unido foi o primeiro país a reunir condições básicas 
para o início da industrialização devido à intensa acumulação 
de capitais no decorrer do Capitalismo Comercial. 
III. Os mais destacados segmentos fabris desta fase foram o têxtil, 
o metalúrgico e o de mineração. 
IV. As transformações produtivas desta fase atingiram 
rapidamente outros países como a Alemanha, França e 
Estados Unidos ainda no Século XVIII recrutando operários 
com salários atrativos promovendo, assim, um intenso êxodo 
rural. 
 
Estão corretas 
 
a) apenas I, II e III. 
b) apenas I, II e IV. 
c) apenas II, III e IV. 
d) apenas I, III e IV. 
e) I, II, III e IV. 
 
 
 
 
 
 8 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
Questão 04 
"O duque de Bridgewater censurava os seus homens por terem 
voltado tarde depois do almoço; estes se desculparam dizendo 
que não tinham ouvido a badalada da 1 hora, então o duque 
modificou o relógio, fazendo-o bater 13 badaladas." 
 
Este texto revela um dos aspectos das mudanças oriundas do 
processo industrial inglês no final do século XVIII e início do 
século XIX. A partir do conhecimento histórico, pode-se afirmar 
que 
 
a) os trabalhadores foram beneficiados com a diminuição da 
jornada de trabalho em relação à época anterior à revolução 
industrial. 
b) a racionalização do tempo foi um dos aspectos psicológicos 
significativos que marcou o desenvolvimento da maquinofatura. 
c) os empresários de Londres controlavam com mais rigor os 
horários dos trabalhadores, mas como compensação forneciam 
remuneração por produtividade para os pontuais. 
d) as fábricas, de modo em geral, tinham pouco controle sobre o 
horário de trabalho dos operários, haja vista as dificuldades de 
registro e a imprecisão dos relógios naquele contexto. 
e) os industriais criaram leis que protegiam os trabalhadores que 
cumpriam corretamente o horário de trabalho. 
 
Questão 05 
O aumento populacional, a Revolução Industrial e o crescimento 
das cidades proporcionaram novos estilos de vida, tanto para a 
classe média urbana quanto para a classe trabalhadora urbana. 
Sobre essas mudanças, pode-se afirmar que 
 
a) o principal investimento da maioria da classe trabalhadora era a 
educação dos filhos, pois garantia a mobilidade social. 
b) as moradias da classe média, localizadas nas proximidades 
das indústrias, simbolizavam lucro e prosperidade. 
c) o acesso ao mercado de trabalho, nas fábricas, restringiu-se às 
mulheres oriundas da classe média, enquanto as de classe baixa 
dedicavam-se ao trabalho doméstico. 
d) a contratação de mulheres e crianças, em lugar dos homens, 
provocava desagregação no sistema de vida familiar. 
e) o aumento da produção de bens duráveis (eletrodomésticos) 
garantiu o acesso a esses produtos por parte dos operários. 
 
Questão 06 
 
 
 
 
Cenas do filme Tempos Modernos (Modern Times), EUA, 1936, 
Direção: Charles Chaplin, Produção: Continental. 
 
A figura representada por Charles Chaplin critica o modelo de 
produção do início do século XX, nos Estados Unidos da América, 
que se espalhou por diversos países e setores da economia e 
teve comoresultado 
 
a) a subordinação do trabalhador à máquina, levando o homem a 
desenvolver um trabalho repetitivo. 
b) a ampliação da capacidade criativa e da polivalência funcional 
para cada homem em seu posto de trabalho. 
c) a organização do trabalho que possibilitou ao trabalhador o 
controle sobre a mecanização do processo de produção. 
d) o rápido declínio do absenteísmo, o grande aumento da 
produção conjugado com a diminuição das áreas de estoque. 
e) as novas técnicas de produção que provocaram ganhos de 
produtividade, repassados aos trabalhadores como forma de 
eliminar as greves. 
 
Questão 07 
Até o século XVII, as paisagens rurais eram marcadas por 
atividades rudimentares e de baixa produtividade. A partir da 
Revolução Industrial, porém, sobretudo com o advento da 
revolução tecnológica, houve um desenvolvimento contínuo do 
setor agropecuário. São, portanto, observadas consequências 
econômicas, sociais e ambientais inter-relacionadas no período 
posterior à Revolução Industrial, as quais incluem 
 
a) a erradicação da fome no mundo. 
b) o aumento das áreas rurais e a diminuição das áreas urbanas. 
c) a maior demanda por recursos naturais, entre os quais os 
recursos energéticos. 
d) a menor necessidade de utilização de adubos e corretivos na 
agricultura. 
e) o contínuo aumento da oferta de emprego no setor primário da 
economia, em face da mecanização. 
 
 
 
 
 
 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
 
 
 
 
 
9 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
Questão 08 
Este considerável aumento de produção que, devido à divisão do 
trabalho, o mesmo número de pessoas é capaz de realizar, é 
resultante de três circunstâncias diferentes: primeiro, ao aumento 
da destreza de cada trabalhador; segundo, à economia de tempo, 
que antes era perdido ao passar de uma operação para outra; 
terceiro, à invenção de um grande número de máquinas que 
facilitam o trabalho e reduzem o tempo indispensável para o 
realizar, permitindo a um só homem fazer o trabalho de muitos. 
(Adam Smith. “Investigação sobre a Natureza e as Causas da 
Riqueza das Nações (1776)”. In: Adam Smith/Ricardo. Os 
pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1984.) 
 
O texto, publicado originalmente em 1776, destaca três 
características da organização do trabalho no contexto da 
Revolução Industrial: 
 
a) a introdução de máquinas, a valorização do artesanato e o 
aparecimento da figura do patrão. 
b) o aumento do mercado consumidor, a liberdade no emprego do 
tempo e a diminuição na exigência de mão de obra. 
c) a escassez de mão de obra qualificada, o esforço de 
importação e a disciplinarização do trabalhador. 
d) o controle rigoroso de qualidade, a introdução do relógio de 
ponto e a melhoria do sistema de distribuição de mercadorias. 
e) a especialização do trabalhador, o parcelamento de tarefas e a 
maquinização da produção. 
 
 
 
 
 
 
 10 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
Questão 01 
Leia as informações a seguir. 
Em meados do século XVIII, James Watt patenteou na Inglaterra 
seu invento, sobre o qual escreveu a seu pai: “O negócio a que 
me dedico agora se tornou um grande sucesso. A máquina de 
fogo que eu inventei está funcionando e obtendo uma resposta 
muito melhor do que qualquer outra que tenha sido inventada até 
agora”. 
Disponível em: <http://www.ampltd.co.uk/digital_guides/ind-rev-series-3-parts-1-to-
3/detailed-listing-part-1.aspx>. Acesso em: 29 out. 2012. (Adaptado). 
 
A revolução histórica relacionada ao texto, a fonte primária de 
energia utilizada em tal máquina e a consequência ambiental de 
seu uso são, respectivamente, 
a) puritana, gás natural e aumento na ocorrência de inversão 
térmica. 
b) gloriosa, petróleo e destruição da camada de ozônio. 
c) gloriosa, carvão mineral e aumento do processo de desgelo das 
calotas polares. 
d) industrial, gás natural e redução da umidade atmosférica. 
e) industrial, carvão mineral e aumento da poluição atmosférica. 
 
Questão 02 
A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros. Tudo se transformava 
em lucro. As cidades tinham sua sujeira lucrativa, suas favelas 
lucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem lucrativa, sua 
ignorância lucrativa, seu desespero lucrativo. As novas fábricas e 
os novos altos-fornos eram como as Pirâmides, mostrando mais a 
escravização do homem que seu poder. 
DEANE, P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado). 
 
Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços 
tecnológicos ocorridos no contexto da Revolução Industrial 
Inglesa e as características das cidades industriais no início do 
século XIX? 
 
a) A facilidade em se estabelecerem relações lucrativas 
transformava as cidades em espaços privilegiados para a livre 
iniciativa, característica da nova sociedade capitalista. 
b) O desenvolvimento de métodos de planejamento urbano 
aumentava a eficiência do trabalho industrial. 
c) A construção de núcleos urbanos integrados por meios de 
transporte facilitava o deslocamento dos trabalhadores das 
periferias até as fábricas. 
d) A grandiosidade dos prédios onde se localizavam as fábricas 
revelava os avanços da engenharia e da arquitetura do período, 
transformando as cidades em locais de experimentação estética e 
artística. 
e) O alto nível de exploração dos trabalhadores industriais 
ocasionava o surgimento de aglomerados urbanos marcados por 
péssimas condições de moradia, saúde e higiene. 
 
Questão 03 
O consumo diário de energia pelo ser humano vem crescendo e 
se diversificando ao longo da História, de acordo com as formas 
de organização da vida social. O esquema apresenta o consumo 
típico de energia de um habitante de diferentes lugares e em 
diferentes épocas. 
 
 
 
Segundo esse esquema, do estágio primitivo ao tecnológico, o 
consumo de energia per capita no mundo cresceu mais de 100 
vezes, variando muito as taxas de crescimento, ou seja, a razão 
entre o aumento do consumo e o intervalo de tempo em que esse 
aumento ocorreu. O período em que essa taxa de crescimento foi 
mais acentuada está associado à passagem 
 
a) do habitante das cavernas ao homem caçador. 
b) do homem caçador à utilização do transporte por tração animal. 
c) da introdução da agricultura ao crescimento das cidades. 
d) da Idade Média à máquina a vapor. 
e) da Segunda Revolução Industrial aos dias atuais. 
 
Questão 04 
"... Um operário desenrola o arame, o outro o endireita, um 
terceiro corta, um quarto o afia nas pontas para a colocação da 
cabeça do alfinete; para fazer a cabeça do alfinete requerem-se 3 
ou 4 operações diferentes, ..." 
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. Investigação sobre a sua Natureza e suas 
Causas. Vol. I. São Paulo: Nova Culturas, 1985. 
 
 
 
A respeito do texto e do quadrinho são feitas as seguintes 
afirmações: 
I. Ambos retratam a intensa divisão do trabalho, à qual são 
submetidos os operários. 
 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
 
 
 
 
 
11 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
II. O texto refere-se à produção informatizada e o quadrinho, à 
produção artesanal. 
III. Ambos contêm a ideia de que o produto da atividade industrial 
não depende do conhecimento de todo o processo por parte do 
operário. 
Dentre essas afirmações, apenas 
a) I está correta. 
b) II está correta. 
c) III está correta. 
d) I e II estão corretas. 
e) I e III estão corretas. 
 
Questão 05 
Homens da Inglaterra, por que arar para os senhores que vos 
mantêm na miséria? 
Por que tecer com esforços e cuidado as ricas roupas que vossos 
tiranos vestem? 
Por que alimentar, vestir e poupardo berço até o túmulo esses 
parasitas ingratos que exploram vosso suor — ah, que bebem 
vosso sangue? 
SHELLEY. Os homens da Inglaterra. Apud HUBERMAN, L. História da Riqueza do 
Homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. 
 
A análise do trecho permite identificar que o poeta romântico 
Shelley (1792-1822) registrou uma contradição nas condições 
socioeconômicas da nascente classe trabalhadora inglesa durante 
a Revolução Industrial. Tal contradição está identificada 
a) na pobreza dos empregados, que estava dissociada na riqueza 
dos patrões. 
b) no salário dos operários, que era proporcional aos seus 
esforços nas indústrias. 
c) na burguesia, que tinha seus negócios financiados pelo 
proletariado. 
d) no trabalho, que era considerado uma garantia de liberdade. 
e) na riqueza, que não era usufruída por aqueles que a 
produziam. 
 
Questão 06 
Considere o papel da técnica no desenvolvimento da constituição 
de sociedades e três invenções tecnológicas que marcaram esse 
processo: invenção do arco e flecha nas civilizações primitivas, 
locomotiva nas civilizações do século XIX e televisão nas 
civilizações modernas. 
A respeito dessas invenções são feitas as seguintes afirmações: 
I - A primeira ampliou a capacidade de ação dos braços, 
provocando mudanças na forma de organização social e na 
utilização de fontes de alimentação. 
II - A segunda tornou mais eficiente o sistema de transporte, 
ampliando possibilidades de locomoção e provocando mudanças 
na visão de espaço e de tempo. 
III - A terceira possibilitou um novo tipo de lazer que, envolvendo 
apenas participação passiva do ser humano, não provocou 
mudanças na sua forma de conceber o mundo. 
 
Está correto o que se afirma em: 
a) I, apenas. 
b) I e II, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
Questão 07 
O modelo T foi um sucesso. Ford aprimorou seus métodos de 
produção reduzindo o trabalhador a uma mera engrenagem, 
diminuindo o tempo de montagem – em fins de 1913 o tempo de 
produção os chassis passara de 12 horas e meia para duas horas 
e quarenta minutos – e baixando os preços. Ford aumentou os 
salários e reduziu a carga horária. Um modelo T saia da linha de 
montagem a cada 24 segundos e o preço estava em 290 dólares 
quando sua produção foi interrompida em 1927. 
FURTADO, Peter. 1001 dias que abalaram o mundo. Rio de Janeiro: Sextante, 
2009, p.629. 
 
A respeito das inovações técnicas introduzidas nas fábricas de 
Henry Ford a partir de 1908 pode-se inferir que 
a) os resultados obtidos deveram-se muito mais a uma nova 
disciplinarização da mão de obra do que da tecnologia das 
máquinas. 
b) não foram capazes de serem aplicados em outros tipos de 
produção, ficando restritas ao setor automobilístico. 
c) a difusão do modelo fordista garantiu o aumento significativo 
dos salários dos trabalhadores europeus. 
d) tornaram-se hegemônicas dentro da organização das fábricas 
capitalistas sem nenhum tipo de sistema concorrente até a 
atualidade. 
e) ao baratearem excessivamente os preços contribuíram para a 
estagnação do capitalismo nas décadas de 30 a 70 do século XX. 
 
Questão 08 
 
Uma rua de um bairro pobre de Londres (Dubley Street); gravura de Gustave Doré 
de 1872. (fonte: BENEVOLO, 1999) 
 
A gravura do artista remete a um momento de grande ruptura 
tecnológica e social ocorrida na Inglaterra como se depreende em 
uma das afirmativas abaixo: 
a) A população também foi beneficiada de imediato pelos avanços 
da criação de novas máquinas. 
b) Aqueles que passavam necessidade eram na maioria pessoas 
que não buscavam trabalho nas indústrias. 
c) A falta de emprego gerada pelo avanço das máquinas gerou 
fome e miséria por toda Inglaterra durante o século XVIII. 
 
 
 
 
 12 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
d) A pobreza e a miséria eram vistas apenas nos bairros mais 
pobres não chegando a afetar as altas classes sociais protegidas 
em seus castelos. 
e) A burguesia tentando amenizar as crises sociais, rapidamente 
ampliou os direitos e salários dos trabalhadores. 
 
Questão 09 
O assalariado na sociedade capitalista é um homem livre. Não 
pertence a um dono, como na escravidão, nem está preso ao 
solo, como no regime feudal da servidão. (...) ele foi “libertado” 
não só do senhor, mas também dos meios de produção. Vimos 
como os meios de produção (terra, instrumentos, máquinas etc.) 
passaram a ser propriedade de um pequeno grupo e já não eram 
distribuídos geralmente entre todos os trabalhadores. Os que não 
são donos dos meios de produção só podem ganhar a vida 
empregando-se – por salários – aos que são donos. É evidente 
que o trabalhador não se vende ao capitalista (isso faria dele um 
escravo), mas vende a única mercadoria que possui – sua 
capacidade de trabalhar, sua força de trabalho. 
HUBERMAN, Leo. História da Riqueza do Homem. 21. ed. Rio de Janeiro: LTC, 
1959. 
 
A descrição do mundo do trabalho e da propriedade dos meios de 
produção retratados no texto acima se refere ao contexto histórico 
a) das grandes navegações, quando o capitalismo comercial se 
consolidou como meio de produção, impondo o modelo de 
trabalho assalariado. 
b) do nascimento das corporações de ofícios nas cidades 
medievais, que baniu o trabalho escravo da sociedade europeia. 
c) do renascimento comercial e urbano europeu, na Baixa Idade 
Média, quando o trabalho servil foi substituído pelo modelo 
assalariado. 
d) da revolução industrial, onde a alienação do trabalhador 
facilitou o processo de acumulação de riquezas pela burguesia. 
e) do entre guerras do século XX, quando todos os resquícios do 
feudalismo foram banidos da Europa, em função do 
desmembramento dos impérios continentais europeus. 
 
Questão 10 
Considere a gravura. 
 
Fundição de cobre em Swansea, Gales, século XIX 
 
(In: Divalte Garcia Figueira. "História". São Paulo: Ática, 2005. p. 193) 
A partir da segunda metade do século XVIII, as chaminés 
expelindo rolos de fumaça, como as da gravura, passaram a fazer 
parte da paisagem de algumas regiões inglesas, alterando o 
equilíbrio natural. Essas chaminés eram, na verdade, apenas 
parte mais visível da fábrica que alterou completamente a 
sociedade humana. Dentre as alterações econômicas e sociais 
advindas do fenômeno apresentado na gravura, pode-se destacar 
a) o processo de desconcentração urbana, haja vista a decisão da 
burguesia de construir as unidades fabris longe dos centros 
urbanos. 
b) a melhoria do padrão de vida do trabalhador fabril, já que a 
máquina o libertou das condições degradantes do trabalho rural. 
c) a preocupação do poder público com a questão ambiental, 
impondo rapidamente uma legislação que eliminou os efeitos da 
poluição ambiental. 
d) a redução do lucro dos capitalistas ingleses porque eram 
obrigados a pagar elevadas indenizações aos operários que 
adoeciam nas fábricas. 
e) o crescimento populacional próximo às fábricas, dando origem 
a graves problemas de urbanização, como a proliferação de 
cortiços. 
 
Questão 11 
Leia os dois textos seguintes. 
 
"No Ocidente Medieval, a unidade de trabalho é o dia [...] definido 
pela referência mutável ao tempo natural, do levantar ao pôr-do-
sol. [...] O tempo do trabalho é o tempo de uma economia ainda 
dominada pelos ritmos agrários, sem pressas, sem preocupações 
de exatidão, sem inquietações de produtividade". 
(Jacques Le Goff. "O tempo de trabalho na 'crise' do século XIV".) 
 
"Na verdade não havia horas regulares: patrões e administradores 
faziam conosco o que queriam. Normalmente os relógios das 
fábricas eram adiantados pela manhã e atrasados à tarde e em 
lugar de serem instrumentos de medida do tempo eram utilizados 
para o engano e a opressão". 
(Anônimo. "Capítulos na vida de um menino operário de Dundee", 1887.) 
 
Entre as razões para as diferentesorganizações do tempo do 
trabalho, pode-se citar: 
a) a predominância no campo de uma relação próxima entre 
empregadores e assalariados, uma vez que as atividades agrárias 
eram regidas pelos ritmos da natureza. 
b) o impacto do aparecimento dos relógios mecânicos, que 
permitiram racionalizar o dia de trabalho, que passa a ser 
calculado em horas no campo e na cidade. 
c) as mudanças trazidas pela organização industrial da produção, 
que originou uma nova disciplina e percepção do tempo, regida 
pela lógica da produtividade. 
d) o conflito entre a Igreja Católica, que condenava os lucros 
obtidos a partir da exploração do trabalhador, e os industriais, que 
aumentavam as jornadas. 
e) a luta entre a nobreza, que defendia os direitos dos 
camponeses sobre as terras, e a burguesia, que defendia o êxodo 
rural e a industrialização. 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
 
 
 
 
 
13 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
Questão 12 
Analise os três textos seguintes. 
Eu vi o ferro incandescente sair da fornalha; eu o vi como se tecer 
em barras e fitas, com uma velocidade e facilidade que pareciam 
maravilhosas. 
(Engenheiro James Nasmyth, 1830) 
 
... como parecia estranho viajar naquilo, sem nenhuma causa 
visível do avanço a não ser a máquina mágica, com sua flutuante 
exalação branca e marcha ritmada, invariável, entre aquelas 
paredes rochosas ... Senti como se nenhum conto de fadas fosse 
tão maravilhoso quanto a metade do que via. 
(Atriz Fanny Kemble, 1829) 
 
Pobreza, pobreza, pobreza, em perspectivas quase infindáveis: e 
carência e desgraça cambaleando de braços dados por essas 
ruas miseráveis ... Ali, cerca de quinze pés abaixo da calçada, 
agachada numa imundice indescritível, com a cabeça inclinada, 
estava a figura do que fora uma mulher. Seus braços azuis 
cingiam no colo lívido duas coisas mirradas como crianças, que 
se inclinavam em direção a ela, uma de cada lado. A princípio eu 
não sabia se estavam vivas ou mortas. 
(Herman Melville, 1839) 
 
O contexto histórico dos textos apresentados refere-se 
 
a) ao conflito entre capital e trabalho, na cidade e no campo, 
provocado por migrações e pobreza nas pequenas cidades 
inglesas, onde estavam os antigos centros manufatureiros. 
b) ao grande desenvolvimento industrial norte-americano e à 
pobreza vivida por operários na cidade de Nova Iorque. 
c) à segunda etapa da Revolução Industrial, realizada pela 
expansão da indústria do aço, e ao empobrecimento da 
população como consequência das revoltas operárias. 
d) à expansão do imperialismo inglês na África e à miséria 
desencadeada pela imposição às populações locais de um modo 
de vida urbano e segregacionista. 
e) às contradições geradas pela Revolução Industrial inglesa, que 
promoveu desenvolvimento tecnológico e, ao mesmo tempo, 
gerou desemprego e pobreza. 
 
Questão 13 
"Estas ruas são em geral tão estreitas que se pode saltar de uma 
janela para a da casa em frente, e os edifícios apresentam por 
outro lado uma tal acumulação de andares que a luz mal pode 
penetrar no pátio ou na ruela que os separa. Nesta parte da 
cidade não há nem esgotos nem lavabos públicos (...) nas casas, 
e é por isso que as imundícies, detritos ou excrementos de, pelo 
menos, 50.000 pessoas são lançados todas as noites nas valetas 
(...) que não só ferem a vista e o olfato, como, por outro lado, 
representam um perigo extremo para a saúde dos habitantes. (...) 
Os alojamentos da classe pobre são em geral muito sujos e 
aparentemente nunca são limpos (...) e compõem-se, na maior 
parte das casas, de uma única sala 
 
 
 
(...) que muitas vezes é úmida e fica no subsolo, sempre mal 
mobiliada e perfeitamente inabitável, a ponto de um monte de 
palha servir frequentemente de cama para uma família inteira, 
cama onde se deitam, numa confusão revoltante, homens, 
mulheres, velhos e crianças." 
 
(The Artisan, 1843. In: Friedrich Engels. A Situação da classe trabalhadora na 
Inglaterra. Tradução Porto: Afrontamento, 1975. p.69.) 
 
O artigo da revista inglesa mostra as contradições de vida 
 
a) dos camponeses que trabalhavam no interior das propriedades 
burguesas logo após a realização dos cercamentos das terras. 
b) dos trabalhadores artesãos que viviam na periferia das cidades 
industriais, exercendo, com seus próprios instrumentos, atividades 
em pequenas oficinas. 
c) das famílias dos operários, que se aglomeravam nas cidades 
industriais a partir da Revolução Industrial. 
d) dos mendigos de Londres que viviam marginalizados na 
sociedade porque não se adaptavam ao trabalho disciplinado da 
fábrica. 
e) dos desempregados, já que não conseguiam pagar os aluguéis 
das habitações sanitárias pelos industriais para as famílias 
operárias. 
 
Questão 14 
"É curioso que quando a fabricação de algodão apenas 
começava, todas as operações, desde o preparo da matéria-prima 
até a sua transformação em tecido, se completavam sob o teto da 
cabana do tecelão. O processo da manufatura determinou que o 
fio seria fiado nas fábricas e seria tecido nas cabanas. Na época 
atual, quando a manufatura chegou a sua etapa de maturidade, 
todas as operações voltam a realizar-se em um único edifício, 
recorrendo-se a meios superiores e máquinas mais complexas." 
 
Guest, O efeito do tear mecânico sobre a produção. 
 
O fragmento de texto anteriormente transcrito se refere: 
 
a) à consolidação das estruturas capitalistas de produção, com a 
valorização do trabalho artesanal. 
b) às transformações verificadas na produção a partir da chamada 
segunda fase da Revolução Industrial. 
c) ao processo de evolução da produção têxtil, observado a 
Inglaterra durante a transição feudal/capitalista. 
d) ao desenvolvimento de um sistema econômico fundamentado 
no trabalho de produtores autônomos. 
e) à queima de etapas perceptível na industrialização dos 
chamados países capitalistas de segunda geração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
Questão 15 
Analise os textos: 
 
A indústria foi modernizada na Inglaterra, durante o século XIX, 
mas os velhos métodos de exploração do trabalho não mudaram: 
as jornadas de trabalho foram prolongadas e os salários 
diminuídos, fazendo crescer os lucros, especialmente nas minas 
de carvão, com o trabalho infantil. Os escrúpulos humanitários 
resumiram-se às casas para trabalhadores desvalidos, sobre as 
quais escreveu Charles Dickens, em Oliver Twist: ‘os pobres têm 
duas escolhas, morrer de fome lentamente se permanecem no 
depósito, ou de repente, se saem de lá’. 
 
ARRUDA, J. Nova História Moderna e Contemporânea. Bauru, SP: Edusc 2005, v. 
2, p. 40. 
 
Quando examinei as três cabanas de barro que servem de 
hospital aos nativos em Leopoldville, todas deterioradas e duas 
com o teto de palha praticamente destruído, encontrei dezessete 
pacientes com doença do sono, homens e mulheres, jogados na 
pior sujeira. A maioria jazia no chão nu – muitos do lado de fora, 
em frente às casas e, pouco antes da minha chegada, uma 
mulher em estágio final de insensibilidade tinha caído no fogo e se 
queimado horrivelmente. 
 
FARIA, R.; MIRANDA, M., CAMPOS, H. Estudos de História, 2. São Paulo: FTD, 
2009, p. 178. (adaptado) 
 
Os textos relatam duas manifestações do(a) 
 
a) racismo dos europeus em relação aos nativos africanos. 
b) espoliação dos trabalhadores na etapa imperialista do 
capitalismo. 
c) falência das políticas assistenciais propostas pelos socialistas. 
d) despreparo das autoridades para lidar com moléstias pouco 
conhecidas. 
e) insuficiência da missão civilizadora restringida à dimensão 
religiosa. 
 
 
 
GABARITO 
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 
E E E EE B A C D E 
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 
C E C C B __ __ __ __ __

Continue navegando