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AV1 - DIREITO ADMINISTRATIVO II

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PROVA AV1 - NOITE - 2021.1 - DIREITO ADMINISTRATIVO II
OBS - As respostas das questões objetivas e discursivas devem ser fundamentadas.
1. Analise os itens abaixo:
I - Os serviços indelegáveis são aqueles que, por sua natureza ou pelo fato de assim dispor o ordenamento jurídico, comportam ser executados pelo Estado ou por particulares colaboradores.
II - A descentralização é o fato administrativo que traduz a transferência da execução da atividade estatal a determinada pessoa, integrante ou não da administração.
III - A concessão de serviços públicos é formalizada por meio de um contrato administrativo, constitui característica natural do ajuste a desigualdade das partes, de modo a conferir posição de supremacia ao poder concedente.
IV - Os contratos de concessão não fogem à regra que a Constituição traçou sobre a exigibilidade de licitação, contudo, o Estado pode livremente escolher a modalidade licitatória.
B) Os itens I e IV estão errados
2. Considerando a jurisprudência dos tribunais superiores:
I A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos desta lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.
II A concessão de serviço público é um ato administrativo pelo qual a Administração Pública transfere a pessoa jurídica ou consórcio de empresas a execução de certa atividade de interesse público coletivo, remunerada através do sistema de tarifas pagas pelos usuários.
III A responsabilidade civil objetiva (art. 37, § 6, CF/88) não se aplica ao permissionário que causa prejuízos a terceiros, em decorrência da prestação de serviço público.
B) Apenas o item II está certo. 
A concessionária é responsável todos os prejuízos causados durante a execução do contrato, sua responsabilidade é objetiva, independente da prova de culpa, com fundamento na teoria do risco administrativo, conforme art 37 §6º da CRFB/88 c/c art 25 da lei 8987/95.
3. A respeito do terceiro setor, assinale V verdadeiro e F falso
(v) Terceiro Setor é composto por organizações de natureza “privada” (sem o objetivo do lucro) dedicadas à consecução de objetivos sociais ou públicos, embora não seja integrante do governo (Administração Pública direta ou indireta). 
(v) A doutrina conceitua como terceiro setor o conjunto de pessoas jurídicas de direito privado, institucionalizadas e constituídas conforme a lei civil, sem fins lucrativos, que perseguem finalidades de interesse público.
(F) O termo Organização Social – refere-se também a uma qualificação concedida a pessoas jurídicas de direito público, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, conforme previsto na Lei Federal nº 9.637/98. 
	O posicionamento correto acerca da FALSA, seria [...] PRIVADO[...]
(v) A qualificação da entidade privada como organização social é ato administrativo discricionário do Poder Público. No âmbito federal, o exame da conveniência e oportunidade da medida cabe ao Ministro ou titular do órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao objeto social da entidade pretendente, assim como ao Ministro da Administração. 
(F) O Poder Executivo também poderá desqualificar a entidade privada, retirando-lhe o título de organização social, mas essa providência há de estar baseada no descumprimento das disposições contidas no contrato de gestão e devidamente apuradas em processo administrativo, contudo, não será assegurado o direito de defesa dos dirigentes da organização diante da ilegalidade na utilização dos recursos.
	É ASSEGURADO A TODOS O DIREITO À AMPLA DEFESA DEFESA, nesta hipotese é previsto pelo art. 16 da lei 9637/98
4ª - A limitação administrativa sobre determinado bem constitui modalidade de intervenção restritiva na propriedade de caráter 
E) geral, pela qual o Poder Público impõe a proprietários indeterminados obrigações de fazer ou de não fazer, com o fim de garantir que a propriedade atenda a sua função social, excepcionalmente que pode dar ensejo a indenização de natureza jurídica de direito pessoal, se a limitação causar redução do valor econômico do bem e a sua aquisição tiver ocorrido anteriormente à instituição da restrição.
 	A vigente Constituição Federal dá suporte a intervenção do Estado na propriedade privada, isto porque de um lado garante o direito de propriedade, em seu art 5º XXII, mas ao mesmo tempo condiciona o instituto ao atendimento da função social da propriedade em seu art 5º XXIII.
5ª Acerca do instituto da desapropriação, assinale a opção correta. 
C) Declarada a utilidade pública do bem objeto de decreto expropriatório, o poder público deve atender ao prazo de cinco anos para efetivar a desapropriação, o que pode ocorrer mediante acordo ou por via judicial, sob pena de caducidade. 
 A função social está prevista nos arts 5º XXIII, 170, III, 182 §2º, 182§4º da CRFB/88, além dos art 39 e 40 da lei 10.257/2001.
6ª Apesar dos esforços para se implantar no setor público elementos originários da gestão privada, há diferenças claras e significativas entre os dois ambientes, que possuem implicações diretas no momento em que buscam se relacionar. O acordo firmado entre a Administração Pública e pessoa do setor privado com o objetivo de implantação ou gestão de serviços públicos, com eventual execução de obras ou fornecimento de bens, mediante financiamento do contratado, contraprestação pecuniária do Poder Público e compartilhamento dos riscos e dos ganhos entre os pactuantes, é denominado 
D) contrato de parceria público-privada. - 
 Art. 2º da lei11.079/2004, que assim dispõe: “Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade patrocinada ou administrativa”. 
7ª Questão - 1,5 pontos - Aponte as principais diferenças entre a desapropriação ordinária e a extraordinária, as fases do procedimento, pressupostos e indenização, fundamente suas respostas.
	DESAPROPRIAÇÃO ORDINÁRIA: O Poder Público mediante necessidade e/ou utilidade pública, bem como interesse social, intervêm na propriedade, nesta hipotese havera a indenização 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição ;
	DESAPROPRIAÇÃO EXTRAORDINÁRIA: o poder público intervem na propriedade quando não cumpre com sua função social. 
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.Fase declaratória -É a fase durante a qual o poder público manifesta, apenas, a intenção de adquirir determinado bem. Esta declaração, via de regra, exterioriza-se através decreto de declaração de utilidade pública ou de interesse social, expedido pelo chefe do Executivo (Art. 6º e Art. 8º do Decreto-lei nº 3.365/41, Art. 1º da Lei 4.132/62), constituindo-se, basicamente, com o decreto o primeiro passo para a desapropriação.
A declaração de utilidade pública é um ato de natureza administrativa, através do qual o poder público manifesta o seu interesse por determinado bem, por este satisfazer uma utilidade ou necessidade pública ou um interesse social, caracterizando- se em um ato condição para a desapropriação
Fase executória -Expedido o decreto expropriatório de utilidade pública do bem, para operacionalizar (atos concretos) a efetivação da desapropriação, passamos pela fase de execução. E, na fase de execução, vamos encontrar uma bifurcação: a via administrativa e a via judicial.
8ª Questão - 1,5 pontos.
Controle concentrado de constitucionalidade
 NOVO: No inc. I do parágrafo único do art. 175 da Constituição da República, prevê-se que a lei disporá sobre as condições para a prorrogação dos contratos de concessão. No inc. XII do art. 23 da Lei 8.987/1995, dispõe-se que as condições para a prorrogação devem ser disciplinadas no contrato de concessão, configurando-se como cláusula essencial, marcada pela discricionariedade da Administração Pública e na supremacia do interesse público. (...) Na norma se dispõe sobre a contratação de termo predefinido, firmado a partir de licitação, cabendo à Administração Pública avaliar, excepcionalmente, com base nos parâmetros legais de atendimento ao interesse público, a conveniência e a oportunidade da prorrogação. Este Supremo Tribunal reconhece inserir-se a prorrogação do prazo contratual no espaço de discricionariedade da Administração Pública. A ela cabe analisar e concluir sobre a oportunidade e a conveniência da prorrogação, observados os limites legais e sempre em consonância com os princípios e normas constitucionais: (...) Reconhecido é que prorrogação indefinida do contrato é burla às determinações legais e constitucionais quanto à licitação obrigatória para adoção do regime de concessão e permissão para exploração de serviços públicos.
Em relação a Concessão de serviços públicos responda:
a) Em regra, a relação contratual do Poder Concedente e a Concessionária é personalíssima, contudo, há exceções, quais? Explique.
		São possíveis três excessões
		A Transferência total do serviço - A concessionária poderá transferir o serviço para outra empresa, com anuência do poder público, conforme art 27 da lei 8987/95, a nova empresa que assumir o contrato deve se comprometer as regras do contrato em vigor e demonstrar capacidade econômica e financeira.
		A Subconcessão - é um contrato celebrado à imagem da concessão a que se vincula. Por isso mesmo, a subconcessão se faz por contrato administrativo e não por contrato de direito privado. Além disso, a lei exige expressa autorização do poder concedente e licitação, sob forma de concorrência, para a subconcessão. 
		A Subcontratação - A concessionária poderá contratar terceiros para execução de atividades complementares ao serviço concedido.Na contratação de terceiros prevista no artigo 25, § 1º, não há subconcessão; o que a lei prevê é a contratação de terceiros para a prestação de serviços ou de obras; em vez do exercer diretamente todas as atividades ligadas ao contrato de concessão, o concessionário contrata terceiros para realizar determinadas atividades, como serviços de limpeza, vigilância, contabilidade, obras, reformas, reparos etc.no artigo 25, § 1º, que a concessionária contrate com terceiros (terceirize) o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido. Toda a gestão operacional do serviço público continua em mãos do poder concedente. A empresa contratada com fundamento no artigo 25, § 1º, não assume a gestão do serviço público, mas a execução material de atividades ligadas ao serviço público. Não é concessão nem subconcessão, mas simples contrato de prestação de serviços (empreitada). É forma lícita de terceirização. São atividades inerentes ao objeto do contrato (já que dizem respeito ao equilíbrio econômico-financeiro da concessão), mas podem não estar inseridas entre as atividades fins da empresa concessionária
b) Diante de descumprimento de cláusulas contratuais e da insatisfação na prestação de serviços aos usuários, o poder concedente é obrigado a intervir no contrato de concessão? Explique o procedimento.
 		A concessionária é responsável todos os prejuízos causados durante a execução do contrato, sua responsabilidade é objetiva, independente da prova de culpa,, adotada pelo STF, com fundamento na teoria do risco administrativo, conforme art 37 §6º da CRFB/88 c/c art 25 da lei 8987/95.

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