Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA SPB5523 - Atenção à Saúde III - Prof. Fernando Hellmann Thalia Guedes do Nascimento - Matrícula: 19205739 Planejamento Estratégico Situacional Planejar é uma atitude permanente da organização e do administrador. Planejamento é um instrumento de gestão que promove o desenvolvimento institucional. Mas nunca pode ser comparado a um plano ou que é uma tarefa, mas sim o ato de preparação para quaisquer ações. O planejamento começou, no mundo moderno, a partir do planejamento da URSS, sendo o primeiro plano o Plano Nacional de Eletrificação. Porém o primeiro plano a ser elaborado ocorreu após uma década de governo socialista, o 1° Plano Quinquenal (1928-1932). Nos anos 30 o economista inglês John M. Keynes propôs uma maior intervenção do Estado na economia, com o intuito de diminuir a importância e frequência das crises, veio daí a teoria do bem estar social. Na década de 1950/60 o planejamento em saúde começou a ser abordado. Nesta mesma década, especialmente na América Latina, havia preocupações com os reflexos sociais do desenvolvimentismo. Havia alguns métodos, mas o primeiro se chamava CENDES/OPS, nele dizia que nós deveríamos fazer um quadro de diagnóstico e análise de custos e era pautado na questão da eficiência da utilização de recursos, e era um planejamento mais tecnocrático, normativo e padronizado. Na década de 1970/80 nasce alguns enfoques de planejamento em saúde, tendo o Mario Testa (sanitarista argentino) ele fala sobre o planejamento estratégico em saúde; temos também Carlos Matus (economista chileno) que falava de uma planificação situacional; e também surge a escola de Medellín que também falava de programação em saúde. Diferente do planejamento normativo, que era uma antiga forma de planejar que diz o que deve ser feito sem observar as necessidades dos atores, o planejamento estratégico é muito mais pensado estrategicamente para nós analisarmos as potencialidades, as fortalezas, as diferenças naquilo que queremos implementar da imagem do objetivo futuro que queremos chegar. O planejamento estratégico-situacional tem 4 momentos: o momento explicativo, que é o mais longo composto por três principais passos - diagnóstico da situação e seleção de problemas; descrever e explicar os problemas (fluxograma); identificar e definir prioridades de intervenção para implementar soluções. No diagnóstico, é feito o diagnóstico a partir da territorialização juntamente com o diagnóstico sócio-epidemiológico, após análise será possível identificar quais os problemas. Quando identificado os problemas devemos descrever os problemas pontuando o tamanho do problema, a população atingida, localizar o problema e dimensão temporal do problema. Estes problemas devem ser descritos de modo preciso e completo. Para explicar os problemas podemos usar a árvore de problemas, que é uma simplificação da proposta do economista chileno Carlos Matus, chamada “fluxograma situacional”. Feito a identificação e explicação do problema devemos identificar as prioridades. Priorizamos considerando a magnitude, a urgência, a transcendência, a vulnerabilidade, a governabilidade e os custos para enfrentar tal problema. Após que os problemas estiverem priorizados é preciso definir quais os objetivos específicos para os problemas priorizados, a partir dos objetivos serão identificadas as ações propostas. Passaremos de uma árvore de problema para uma árvore de objetivos, sendo que o problema se torna o objetivo geral e as causas serão os nossos objetivos específicos. É importante ressaltar que os objetivos específicos expressam o que é necessário fazer para cumprir o objetivo geral, por isso é importante uma boa explicação do problema. O momento normativo, onde é dito o que deve ser, estabelecer a programação, que vou fazer, quem será o responsável, ou seja definir estratégias de ação. Nesse momento são definidas as operações em diferentes cenários que levam à mudança da situação inicial em direção à situação ideal. Deve promover a discussão cuidadosa da eficácia de cada ação em relação à situação objetivo, relacionando os resultados desejados com os recursos necessários e os produtos de cada ação. É neste momento que há a programação de ações operativas detalhando as ações. Para cada uma das atividades, é preciso nomear um responsável, dizer o tempo de execução, qual recurso terá e registrar em forma de data. O momento estratégico, nesse momento é feito uma análise da viabilidade, se é possível ser implementado na prática. Aqui vamos analisar as restrições e as facilidades que interferem no cumprimento do desenho normativo, relacionando a questão da viabilidade. Neste momento também são identificados os atores envolvidos no processo e o grau de concordância e oposição dos mesmos aos futuros desejados e ações previstas. A análise de viabilidade vai identificar as facilidades e as dificuldades para a realização das ações necessárias para alcançar os objetivos específicos. Vendo se há disponibilidade de recursos para desenvolver aquilo que foi proposto. E o momento tático-operacional, a parte da execução do planejamento na prática, definir formas de monitoramento e avaliação. É um momento decisivo, quando toda a análise feita nos momentos anteriores se transforma em ação concreta. É o momento do fazer e monitorar as ações.
Compartilhar