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8 LITERATURA - Sorôco Sua mãe Sua filha

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Atividade desenvolvida pela equipe do Redigir 
FALE/UFMG 
1 
 
Sorôco, sua mãe, sua filha 
João Guimarães Rosa 
 
 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HuR60GuOGVQ. Acesso em: 05 abr. 2021. 
 
PARTE I - Introdução 
 
1. Você já ouviu falar em João Guimarães Rosa? 
2. Conhece ou já leu algum livro dele? 
3. Sabe quais temas a sua obra aborda? 
 
PARTE II - Pausa Protocolada 
 
Neste momento, você irá realizar a leitura do conto “Sorôco, sua mãe, sua filha”, de João Guimarães 
Rosa, junto de seu(sua) professor(a), que guiará esse processo. Atente-se a cada parte do texto, 
refletindo sobre as questões que o(a) professor(a) levantar. 
 
PARTE III - Refletindo com o texto 
 
1. A partir do conto de Guimarães Rosa, vamos refletir sobre alguns aspectos do que foi visto? 
a) Qual é o tema central dessa história? 
b) Qual foi o tratamento sugerido para os “problemas” relacionados às duas mulheres? 
c) Que elementos caracterizavam as duas mulheres como “loucas”? 
d) Você acha que a mãe e a filha de Sorôco eram realmente “loucas”? Por quê? 
e) O que você acha do tratamento que as duas mulheres receberam? Como essas mulheres 
seriam tratadas hoje? 
f) O conto faz alguma crítica à forma como nossa sociedade tratava a loucura? 
 
 
 
 
Atividade desenvolvida pela equipe do Redigir 
FALE/UFMG 
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Explorando o vídeo 
 
1. O que a música te lembra? A música de fundo influencia as emoções de quem assiste? 
2. Como é a paisagem que aparece no vídeo? Que vegetação é aquela? Qual é o clima daquele 
lugar? O que te leva a pensar assim? Onde você acha que se passa a história? 
3. As personagens da animação são como você imaginou ao ler o texto? 
4. Algumas personagens não têm olhos, nariz e boca explicitados nas imagens e outras têm. Por 
quê? Que efeito isso provoca? 
5. Que tons de cores predominam no vídeo? Como isso se relaciona à narrativa? 
 
PARTE IV - Propostas de produção 
 
Conhecendo distúrbios 
O que é loucura? O que é normalidade? 
Sabemos que há muitos tipos de distúrbios que podem variar em níveis de complexidade e que podem 
comprometer a socialização das pessoas em vários graus. 
Escolha um distúrbio ou transtorno mental ou alguma síndrome para pesquisar e explicar para seus 
colegas. 
Sugestões: depressão, ansiedade, distúrbios alimentares (ex: bulimia, anorexia), esquizofrenia, 
transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), bipolaridade, alcoolismo (Síndrome de Dependência 
Alcoólica), psicose, autismo, síndrome do pânico, síndrome de tourette, entre outros. 
Pense em questões como: 
● Nome do distúrbio/transtorno/síndrome. 
● Como ele se manifesta / como detectar. 
● O que pode provocar o distúrbio/transtorno/síndrome? 
● Como pode ser tratado/a? 
Faça um panfleto explicando para a comunidade sobre esse distúrbio, transtorno ou síndrome e como 
ele pode ser tratado. 
 
Evolução dos tratamentos 
Você sabe como é feito o tratamento de pessoas com transtornos mentais? 
 
 
 
Atividade desenvolvida pela equipe do Redigir 
FALE/UFMG 
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Para saber mais sobre o assunto, você vai pesquisar na internet quais foram os tratamentos utilizados 
pela medicina ao longo dos anos até os dias atuais. Feito isso, você vai elaborar uma linha do tempo, 
inserindo as seguintes informações: 
● Nome do tratamento; 
● Ano; 
● Público indicado; 
● O que ele trata; 
● Como funciona; 
● Algumas imagens representativas. 
Você pode montar a linha do tempo utilizando a ferramenta Canva, o PowerPoint ou outro recurso 
que seja possível trabalhar com imagens e textos. 
 
Loucura e genialidade 
Muitos gênios da humanidade foram considerados loucos ou tinham de fato algum distúrbio mental 
que não era bem compreendido na época. Entre eles, podemos citar o pintor Vincent Van Gogh, o 
artista brasileiro Arthur Bispo do Rosário, o escritor Franz Kafka, o cientista Alberto Einstein, a 
artista plástica e escritora japonesa contemporânea, Yayoi Kusama, entre muitos outros. 
Você acha que para ser um gênio é preciso ser louco? Qual é a relação entre loucura e genialidade? 
Pesquise a história de gênios da humanidade que foram considerados loucos ou pessoas que foram 
consideradas loucas e que deram contribuições importantes e discuta com seus colegas a relação entre 
loucura e genialidade. 
 
Viva a diferença! 
Você conhece alguma pessoa diferente, que tem algum distúrbio ou transtorno mental ou alguma 
síndrome? 
Registre e conte a história dessa pessoa e dessa família. 
● Quem são, onde moram? 
● Como descobriram o distúrbio/transtorno ou a síndrome? 
● O que distúrbio/transtorno ou a síndrome impede a pessoa de fazer? 
● O que esta pessoa tem de especial? 
● Como ela se sente? 
● Se e como tenta superar essa situação? 
● Como a família lida com a questão? 
 
 
 
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FALE/UFMG 
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Com esse material que você coletou, faça um álbum que mostre para essa pessoa e a família dela 
como elas são especiais 
 
Histórias de superação 
Imagine que, no manicômio, a mãe e a irmã de Sorôco foram tratadas por Nise da Silveira. Faça um 
diário ou cartas que elas trocaram com Sorôco, falando desse tratamento e de como elas foram se 
recuperando a partir dele. A seguir, algumas referências: 
 
HISTÓRIAS de superação: Como estes famosos lidaram com a depressão. GNTECH, 
Florianópolis/SC, 14 set. 2020. Disponível em: https://gntech.med.br/blog/post/historias-superacao-
famosos-depressao. Acesso em: 05 abr. 2021. 
 
FERREIRA, Jéssica. Quem foi Nise da Silveira, psiquiatra que humanizou os tratamentos no Brasil. 
Revista Galileu, São Paulo/SP, 21/09/2019. Disponível em: 
https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2019/09/quem-foi-nise-da-silveira-psiquiatra-
que-humanizou-os-tratamentos-no-
brasil.html#:~:text=A%20arte%20como%20aliada,demonstrado%20resultados%20positivos%20na
%20recupera%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 05 abr. 2021. 
 
LOUREIRO, Michele. Janeiro branco: Nise da Silveira lutou pela saúde mental no Brasil. Viva 
bem/UOL, São Paulo/SP, 30/01/2021. Disponível em: 
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/01/30/janeiro-branco-nise-da-silveira-
lutou-pela-saude-mental-no-brasil.htm. Acesso em: 05 abr. 2021. 
 
Glossário da loucura 
Pesquisar expressões que exploram o tema da loucura, dizer o que elas significam e em que contexto 
elas podem ser usadas (se são adequadas ou não): 
Alguns exemplos: 
● Doido de jogar pedra em avião 
● Trem de doido 
● Coisa de louco 
● Dar a louca 
● (Verbo +) quem nem doido: trabalhou que nem doido 
● Miolo mole 
● Cabeça virada 
● Lunático 
● Vida louca 
 
*****
 
 
 
Atividade desenvolvida pela equipe do Redigir 
FALE/UFMG 
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Sorôco, sua mãe, sua filha 
João Guimarães Rosa 
(Material do Professor) 
 
 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HuR60GuOGVQ. Acesso em: 05 abr. 2021. 
 
Objetivos: 
 
● Interpretar o conto “Sorôco, sua mãe, sua filha”, de Guimarães Rosa, trabalhando algumas 
características do gênero literário conto e a análise dos elementos que compõem a obra (como 
a loucura e o sertão); 
● Possibilitar aos alunos conhecer um pouco sobre Guimarães Rosa; 
● Analisar um vídeo de animação em que o conto é narrado, considerando a música, as cores e 
o modo com que o cenário e os personagens são retratados; 
● Discutir sobre temas relacionados a distúrbios mentais, seus tratamentos, seus impactos nas 
atividades familiares e sua possível relação com a genialidade; 
● Produzir diferentes materiais como panfleto informativo, linha do tempo, glossário e álbum 
de família. 
 
Alguns conteúdos curriculares vinculados à atividade (BNCC): 
 
● EF69LP44 
Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões 
de mundo, em textos literários, reconhecendo nesses textos formas de estabelecer 
múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria 
e o contexto social e histórico de sua produção. 
● EF69LP47 
Analisar,em textos narrativos ficcionais, as diferentes formas de composição próprias 
de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam 
suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e 
dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de 
 
 
 
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discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se 
houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo e percebendo como se 
estrutura a narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco 
narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e 
dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de 
personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva, palavras e 
expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-
gramaticais próprios a cada gênero narrativo. 
● EF69LP51 
Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/ edição e 
reescrita, tendo em vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos textos 
pretendidos e as configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, 
o contexto de circulação do texto, as finalidades etc. – e considerando a imaginação, a 
estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário. 
● EM13LP01 
Relacionar o texto, tanto na produção como na leitura/ escuta, com suas condições de 
produção e seu contexto sócio-histórico de circulação (leitor/audiência previstos, 
objetivos, pontos de vista e perspectivas, papel social do autor, época, gênero do 
discurso etc.), de forma a ampliar as possibilidades de construção de sentidos e de 
análise crítica e produzir textos adequados a diferentes situações. 
● EM13LP06 
Analisar efeitos de sentido decorrentes de usos expressivos da linguagem, da escolha 
de determinadas palavras ou expressões e da ordenação, combinação e contraposição 
de palavras, dentre outros, para ampliar as possibilidades de construção de sentidos e 
de uso crítico da língua. 
● EM13LP18 
Utilizar softwares de edição de textos, fotos, vídeos e áudio, além de ferramentas e 
ambientes colaborativos para criar textos e produções multissemióticas com finalidades 
diversas, explorando os recursos e efeitos disponíveis e apropriando-se de práticas 
colaborativas de escrita, de construção coletiva do conhecimento e de desenvolvimento 
de projetos. 
 
PARTE I - Introdução 
 
1. Você já ouviu falar em João Guimarães Rosa? 
2. Conhece ou já leu algum livro dele? 
3. Sabe quais temas a sua obra aborda? 
Professor(a), neste momento, essas perguntas servem para aproximar os alunos do autor do conto 
que inspirou o vídeo e apresentá-lo brevemente à turma. Após o processo da pausa protocolada, você 
pode discutir mais a fundo com os estudantes as características que permeiam sua obra e biografia, 
relacionando esses fatores com o conto lido. 
 
PARTE II - Pausa Protocolada 
 
Professor(a), nesta atividade usaremos a pausa protocolada, que é uma técnica ou estratégia que 
ajuda os alunos a compreender os textos e incentiva a produção de inferências. Eles são estimulados 
a fazer previsões e a conferir se elas se confirmam no texto. 
O ideal é o professor ler ou projetar as partes do texto, parando onde for estipulado, para conversar 
com os alunos sobre o que foi lido, o que eles compreenderam e o que vai acontecer na história depois 
daquela parte (levantar e checar hipóteses a cada passo). 
A leitura é interrompida por ele, que questiona os alunos sobre as informações lidas, avaliando a 
compreensão até aquele ponto. Outras perguntas são feitas sobre o que acontecerá no decorrer da 
 
 
 
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história. Nesse processo de idas e vindas, então, os alunos vão entendendo o texto e deduzindo sobre 
os próximos acontecimentos. 
Para esta tarefa, o professor pode usar o texto ou a animação. Assim, ele vai parando a animação nas 
partes marcadas na atividade. 
Vamos colocar o texto e algumas imagens da animação "Sorôco, sua mãe e sua filha", conto do 
Guimarães Rosa do livro "Primeiras Estórias" (Editora Nova Fronteira) 
Professor(a), a divisão do texto e, consequentemente, do vídeo da animação que propomos abaixo é 
apenas uma sugestão. Você pode alterá-la, e fazer a pausa protocolada usando partes maiores ou 
menores do texto, de acordo com as necessidades e o interesse da sua turma. 
 
1. Observe o título do texto: "Sorôco, sua mãe e sua filha". Sobre o que será a história? Quem 
serão as personagens e o que vai acontecer com elas? 
 
 
Vou ler para vocês verem o que realmente aconteceu: 
Aquele carro parara na linha de resguardo, desde a véspera, tinha vindo com o expresso do 
Rio, e estava lá, no desvio de dentro na esplanada da estação. (0:00 - 0:19) 
 
2. Que “carro” seria esse? Para que ele estaria ali? 
3. Onde se passa a história? 
 
 
Não era um vagão comum de passageiros, de primeira, só que mais vistoso, todo novo. A gente 
reparando, notava as diferenças. Assim repartido em dois, num dos cômodos as janelas sendo 
de grades, feito as de cadeia, para os presos. A gente sabia que, com pouco, 
ele ia rodar de volta, atrelado ao expresso dai de baixo, fazendo parte da composição. (0:20 - 
0:40) 
 
 
 
 
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4. As suas hipóteses sobre o carro foram confirmadas? 
5. Quem seriam os passageiros desse vagão? 
6. Para que serviriam as grades nas janelas? 
7. Quando o narrador fala “a gente olhava”, quem seria “a gente”? 
 
Ia servir para levar duas mulheres, para longe, para sempre. (0:41 - 0:46) 
 
8. Quem seriam essas mulheres? 
9. Que lugar longe seria esse? 
10. Por que elas iriam embora para sempre? 
 
 
O trem do sertão passava às 12h45m. As muitas pessoas já estavam de ajuntamento, em beira 
do carro, para esperar. As pessoas não queriam poder ficar se entristecendo, conversavam, 
cada um porfiando no falar com sensatez, como sabendo mais do que os outros a prática do 
acontecer das coisas. (0:47 - 1:06) 
 
11. O lugar que você pensou era igual ao que foi descrito? 
12. Para que as pessoas se amontoavam para assistir à cena? 
13. Por que haveria motivo para as pessoas se entristecerem? 
 
 
Sempre chegava mais povo — o movimento. Aquilo quase no fim da esplanada, do lado do 
curral de embarque de bois, antes da guarita do guarda-chaves, perto dos empilhados de lenha. 
(1:07 - 1:18) 
 
 
 
 
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14. Por que o embarque era nesse local? 
 
Sorôco ia trazer as duas, conforme. A mãe de Sorôco era de idade, com para mais de uns 70. A 
filha, ele só tinha aquela. Sorôco era viúvo. Afora essas, não se conhecia dele o parente nenhum. 
(1:19 - 1:32) 
 
15. O nome Sorôco nos remete a algo? 
16. O que você pensava sobre os passageiros do vagão foi confirmado? 
17. Retome as considerações sobre o título: agora já temos mais informações sobre o desenrolar 
da história? 
18. Por que Sorôco estaria levando sua mãe e sua filha até a estação? 
19. Por que eles estavam na estação? Algum deles ia viajar? Para onde? Por quê? 
 
 
A hora era de muito sol — o povo caçava jeito de ficarem debaixo da sombra das árvores de 
cedro. O carro lembrava um canoão no seco, navio. A gente olhava: nas reluzências do ar, 
parecia que ele estava torto, que nas pontas se empinava. 
O borco bojudo do telhadilho dele alumiava em preto. Parecia coisa de invento de muita 
distância, sem piedade nenhuma, e que a gente não pudesse imaginar direito nem se acostumar 
de ver, e não sendo de ninguém. Para onde ia, no levar as mulheres, era para um lugar chamado 
Barbacena, longe. Para o pobre, os lugares são mais longe. (1:33 - 2:15) 
 
20. As suas hipóteses sobre onde levariam asmulheres foram confirmadas? 
21. Por que elas iam para Barbacena? O que aconteceria com ela nessa cidade? Quanto tempo 
elas vão ficar lá? 
22. Por que, segundo o conto, “para o pobre os lugares são mais longe”? 
 
 
 
 
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O agente da estação apareceu, fardado de amarelo, com o livro de capa preta e as bandeirinhas 
verde e vermelha debaixo do braço. — "Vai ver se botaram água fresca no carro..." — ele 
mandou. 
Depois, o guarda-freios andou mexendo nas mangueiras de engate. Alguém deu aviso: — "Eles 
vêm!..." Apontavam, da rua de Baixo, onde morava Soroco. Ele era um homenzão, brutalhudo 
de corpo, com a cara grande, uma barba fíosa, encardida em amarelo, e uns pés, com 
alpercatas: as crianças tomavam medo dele; mais, da voz, que era quase pouca, grossa, que em 
seguida se afinava. Vinham vindo, com o trazer de comitiva. (2:16 - 2:55) 
 
23. Quem estava vindo? 
24. O que a aparência de Sorôco te faz pensar sobre a personalidade dele? Ele era uma pessoa boa 
ou era mesmo de dar medo? 
25. Tomando por base a descrição do Sorôco, como você imagina a filha e a mãe dele? Como elas 
estão vestidas, como se comportam? 
26. O que você acha que vai acontecer agora? 
 
 
Ai, paravam. A filha — a moça — tinha pegado a cantar, levantando os braços, a cantiga não 
vigorava certa, nem no tom nem no se-dizer das palavras — o nenhum. A moça punha 
os olhos no alto, que nem os santos e os espantados, vinha enfeitada de disparates, num aspecto 
de admiração. 
Assim com panos e papéis, de diversas cores, uma carapuça em cima dos espalhados cabelos, e 
enfunada em tantas roupas ainda de mais misturas, tiras e faixas, dependuradas 
 
 
 
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virundangas: matéria de maluco. A velha só estava de preto, com um fichu preto, ela batia com 
a cabeça, nos docementes. Sem tanto que diferentes, elas se assemelhavam. (2:56 - 3:42) 
 
27. A mãe e a filha de sorôco se vestem e se comportam como você imaginava? Por quê? 
28. O que as roupas que as duas usavam nos dizem sobre elas e sobre o que vai acontecer na 
história? O que você acha que elas significam? 
29. Por que as roupas da moça pareciam “matéria de maluco”? 
30. Por que as mulheres se assemelhavam? 
31. Como você acha que as pessoas reagiram a essa situação? 
 
 
Sorôco estava dando o braço a elas, uma de cada lado. Em mentira, parecia entrada em igreja, 
num casório. Era uma tristeza. Parecia enterro. Todos ficavam de parte, a chusma de gente não 
querendo afirmar as vistas, por causa daqueles trasmodos e despropósitos, de fazer risos, e por 
conta de Sorôco — para não parecer pouco caso. (3:43 - 4:07) 
 
32. As pessoas reagiram do jeito que você imaginou? 
33. Por que Sorôco dar o braço para a mãe e para a filha parecia um casório e ao mesmo tempo 
também parecia um enterro? 
34. Por que as pessoas não queriam olhar a cena de Sorôco e sua família? O que elas sentiam por 
eles? 
35. Como você acha que as pessoas iriam agir diante da partida das passageiras? 
 
Ele hoje estava calçado de botinas, e de paletó, com chapéu grande, botara sua roupa melhor, 
os maltrapos. E estava reportado e atalhado, humildoso. Todos diziam a ele seus respeitos, de 
dó. 
Ele respondia: — "Deus vos pague essa despesa..." (4:08 - 4:28) 
 
36. O que as pessoas sentiam por Sorôco? Por que sentiam isso? 
 
 
 
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37. Por que ele estava bem vestido? 
38. O que as pessoas pensavam que ele ia sentir com a partida das duas? 
39. Quem tomou a iniciativa de mandar a filha e a mãe de Sorôco para Barbacena? Por que essa 
iniciativa foi tomada? 
 
O que os outros se diziam: que Sorôco tinha tido muita paciência, sendo que não ia sentir falta 
dessas transtornadas pobrezinhas, era até um alívio. Isso não tinha cura, elas não iam voltar, 
nunca mais. De antes, Sorôco aguentara de repassar tantas desgraças, de morar com as duas, 
pelejava. Daí, com os anos, elas pioraram, ele não dava mais conta, teve de chamar ajuda, que 
foi preciso. Tiveram que olhar em socorro dele, determinar de dar as providências, de mercê. 
Quem pagava tudo era o governo, que tinha mandado o carro. Por forma que, por força disso, 
agora iam remir com as duas, em hospícios. O se seguir. (4:29 - 5:10) 
 
40. Qual era o problema das duas mulheres e por que não iam mais voltar? 
41. Qual foi a solução encontrada para o caso delas? Quem tomou as providências? 
42. Quem vai cuidar delas agora? 
43. Você sabe agora quem ajudou Sorôco a resolver a situação das duas mulheres? Você 
conseguiu descobrir o que há em Barbacena e para onde as mulheres serão levadas? 
44. Você acha que Sorôco vai se sentir aliviado com a partida da mãe e da filha? 
 
 
De repente, a velha se desapareceu do braço de Sorôco, foi se sentar no degrau da escadinha do 
carro. — "Ela não faz nada, seo Agente..." — a voz de Sorôco estava muito branda: — "Ela 
não acode, quando a gente chama..." (5:11 - 5:26) 
 
45. Por que a mãe de Sorôco agia assim? Será que ela não tinha mais sentimentos? Não percebia 
nada que acontecia a seu redor? 
46. Suas hipóteses sobre os “problemas” das duas mulheres foram confirmadas? Qual é o 
problema delas? 
 
 
 
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47. E a filha, também vai ficar quieta sem fazer nada como a mãe? 
 
 
A moça, aí, tornou a cantar, virada para o povo, o ao ar, a cara dela era um repouso estatelado, 
não queria dar-se em espetáculo, mas representava de outroras grandezas, impossíveis. Mas a 
gente viu a velha olhar para ela, com um encanto de pressentimento muito antigo — um amor 
extremoso. E, principiando baixinho, mas depois puxando pela voz, ela pegou a cantar, 
também, tomando o exemplo, a cantiga mesma da outra, que ninguém não entendia. Agora elas 
cantavam junto, não paravam de cantar. (5:27 - 6:00) 
 
48. Como você entende o cantar da filha? Era um canto normal? 
49. Como a mãe de Sorôco recebeu esse canto? Ela sentiu alguma coisa? 
50. As mulheres cantarem significa o quê? Podemos deduzir alguma coisa sobre isso? 
51. Você acha que elas vão entrar no vagão tranquilamente? O que vai acontecer? 
52. Elas vão sozinhas? 
 
 
Aí que já estava chegando a horinha do trem, tinham de dar fim aos aprestes, fazer as duas 
entrar para o carro de janelas enxequetadas de grades. Assim, num consumiço, sem despedida 
nenhuma; que elas nem haviam de poder entender. 
Nessa diligência, os que iam com elas, por bem-fazer, na viagem comprida, eram o Nenego, 
despachado e animoso, e o José Abençoado, pessoa de muita cautela, estes serviam para ter mão 
nelas, em toda juntura. E subiam também no carro uns rapazinhos, 
 
 
 
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carregando as trouxas e malas, e as coisas de comer, muitas, que não iam fazer míngua, os 
embrulhos de pão. Por derradeiro, o Nenego ainda se apareceu na plataforma, para os gestos 
de que tudo ia em ordem. Elas não haviam de dar trabalhos. (6:01 - 6:55) 
 
53. Quem eram Nenego e José Abençoado? Por que viajariam junto com a mãe e a filha de 
Sorôco? 
54. Por que havia a necessidade das grades no vagão? 
55. Quais possíveis trabalhos elas dariam? Por quê? 
56. O que você acha que Sorôco está sentindo com a partida próxima delas? 
57. Como ele vai reagir com essa partida? 
 
 
Agora, mesmo, a gente só escutava era o acorçôo do canto, das duas, aquela chirimia, que 
avocava: que era um constado de enormes diversidades desta vida, que podiam doer na gente, 
sem jurisprudência de motivo nem lugar, nenhum, mas pelo antes, pelo depois. 
Sorôco. Tomara aquilo se acabasse. 
O trem chegando, a máquina manobrando sozinha para vir pegar o carro. O trem apitou, e 
passou, se foi, o de sempre. 
Sorôco não esperou tudo se sumir. Nem olhou. (6:56 - 7:32) 
 
58. Como você acha que ele está se sentindo?Por que ele nem olhou o trem partir? 
59. O que ele vai fazer agora que elas se foram? Como ele vai reagir? Vai ficar aliviado como as 
pessoas imaginavam? 
60. Como as pessoas que estavam na estação vão reagir? 
 
 
 
 
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Só ficou de chapéu na mão, mais de barba quadrada, surdo — o que nele mais espantava. O 
triste do homem, lá, decretado, embargando-se de poder falar algumas suas palavras. Ao sofrer 
o assim das coisas, ele, no oco sem beiras, debaixo do peso, sem queixa, exemploso. 
E lhe falaram: — "O mundo está dessa forma..." 
Todos, no arregalado respeito, tinham as vistas neblinadas. De repente, todos gostavam demais 
de Sorôco. (7:33 - 8:05) 
 
61. As suas hipóteses quanto ao sentimento de Sorôco sobre a partida da mãe e da filha foram 
confirmadas? 
62. As pessoas ficaram felizes com a partida das mulheres? 
63. Por que as pessoas começaram a gostar mais de Sorôco? 
64. O que vai acontecer agora? Como você acha que essa história termina? 
 
 
Ele se sacudiu, de um jeito arrebentado, desacontecido, e virou, pra ir-s'embora. Estava 
voltando para casa, como se estivesse indo para longe, fora de conta. Mas, parou. Em tanto que 
se esquisitou, parecia que ia perder o de si, parar de ser. Assim num excesso de espírito, fora de 
sentido. (8:06 - 8:26) 
 
65. Por que Sorôco parou? O que aconteceu com ele? 
66. O que você acha que Sorôco vai fazer? 
 
 
 
 
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E foi o que não se podia prevenir: quem ia fazer siso naquilo? Num rompido — ele começou a 
cantar, alteado, forte, mas sozinho para si — e era a cantiga, mesma, de desatino, que as duas 
tanto tinham cantado. Cantava continuando. (8:27 - 8:43) 
 
67. Sorôco fez o que você imaginou que ele ia fazer? 
68. Por que Sorôco começou a cantar? O que aconteceu com ele? 
69. Como as pessoas vão reagir? O que vão pensar ou sentir com o canto do Sorôco? 
 
A gente se esfriou, se afundou — um instantâneo. (8:44 - 8:47) 
 
70. O que você acha que as pessoas vão fazer? 
 
 
A gente... E foi sem combinação nem ninguém entendia o que se fizesse: todos, de uma vez, de 
dó do Sorôco, principiaram também a acompanhar aquele canto sem razão. E com as vozes tão 
altas! Todos caminhando, com ele, Sorôco, e canta que cantando, atrás dele, os mais de detrás 
quase que corriam, ninguém deixasse de cantar. Foi o de não sair mais da memória. Foi um 
caso sem comparação. 
A gente estava levando agora o Sorôco para a casa dele, de verdade. A gente, com ele, ia até 
aonde que ia aquela cantiga. (8:48 - 9:40) 
 
71. O que aconteceu? 
72. Por que as pessoas cantaram com Sorôco? 
 
 
 
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73. O que você acha que isso significa? 
74. Aquela cantiga iria até onde? O que quer dizer “A gente, com ele, ia até aonde que ia aquela 
cantiga”? 
75. As pessoas fizeram o que você pensou que elas iam fazer? 
76. Esse foi o fim que você imaginou para a história? 
 
PARTE III - Refletindo com o texto 
 
1. A partir do conto de Guimarães Rosa, vamos refletir sobre alguns aspectos do que foi visto? 
a) Qual é o tema central dessa história? 
A temática central da história se relaciona à “loucura” ou àquilo que era considerado como “louco” 
à época da narrativa, quando foi publicada em 1962, no livro Primeiras Estórias. 
 
b) Qual foi o tratamento sugerido para os “problemas” relacionados às duas mulheres? 
Para resolver os transtornos de “loucura” apresentados pela mãe e pela filha de Sorôco, 
recomendou-se a internação delas em uma instituição psiquiátrica. 
 
c) Que elementos caracterizavam as duas mulheres como “loucas”? 
Em relação à filha, a forma como ela se vestia era considerada “matéria de maluco” (“Assim com 
panos e papéis, de diversas cores, uma carapuça em cima dos espalhados cabelos, e enfunada em 
tantas roupas ainda de mais misturas, tiras e faixas, dependuradas virundangas: matéria de 
maluco.”). Quanto à mãe, a apatia em seu comportamento também preocupava Sorôco ("Ela não faz 
nada, seo Agente..." — a voz de Sorôco estava muito branda: — "Ela não acode, quando a gente 
chama..."). Além disso, a cantoria inesperada das duas mulheres na estação também configurava um 
indício dessa “loucura”. 
 
d) Você acha que a mãe e a filha de Sorôco eram realmente “loucas”? Por quê? 
Professor(a), esta resposta vai variar de acordo com as percepções dos alunos sobre o texto. Pode-se 
levantar a discussão sobre comportamentos que fogem do “padrão” esperado das pessoas, que 
acabam sendo taxadas como “anormais”, “loucas”. “diferentes”. Mas o texto aponta que elas são 
loucas e, por isso, estavam sendo levadas para Barbacena, cidade de Minas Gerais cujo epíteto é 
"Cidade dos Loucos" devido à quantidade de instituições psiquiátricas que funcionavam por lá (como 
o Hospital Colônia, fundado em 1903), sendo que algumas delas se tornaram referências nacionais. 
No entanto, condições desumanas no tratamento de pacientes foram descobertas e tornadas públicas 
a partir dos anos 1960. 
 
e) O que você acha do tratamento que as duas mulheres receberam? Como essas mulheres 
seriam tratadas hoje? 
A internação em manicômios foi por muito tempo o tratamento dado para pessoas consideradas 
loucas. Hoje em dia sabemos que há muitos outros tratamentos com remédios ou variadas terapias. 
Não há uma resposta certa ou errada. Os alunos vão se posicionar e buscar argumentos que sustentem 
o posicionamento escolhido por eles. 
 
 
 
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f) O conto faz alguma crítica à forma como nossa sociedade tratava a loucura? 
Sim, a loucura foi apresentada como uma situação sem tratamento e que perturbava a vida das 
pessoas “normais”. Mas, por outro lado, as pessoas acabaram se solidarizando com a dor de Sorôco, 
o que relativiza essa visão da sociedade como perversa. 
 
Explorando o vídeo 
 
1. O que a música te lembra? A música de fundo influencia as emoções de quem assiste? 
O filme se inicia com uma música instrumental animada, com percussão, flauta e cordas. Logo o ritmo 
se torna um baião, com um triângulo mais marcante. Quando surgem os personagens principais, a 
música se torna mais dramática, intensa e triste - inclusive com a interrupção da percussão. Ao falar 
da filha, uma flauta se torna alegre, animada, acompanhando inclusive as notas musicais que 
aparecem na animação. Logo a música retoma o ritmo nordestino, com maior complexidade (com 
piano e chocalho). Quando a narração menciona "enterro", uma marcha fúnebre é rapidamente 
tocada, mas logo em seguida a música continua. Quando Sorôco é descrito, a música se torna 
novamente mais dramática, enfatizando violinos e outros instrumentos de corda. Quando a filha e a 
mãe chegam ao trem, a música é interrompida. A cantoria da filha, no entanto, faz com que a flauta 
animada retorne, mais uma vez acompanhada pela partitura no vídeo. Quando a mãe começa a 
cantar, mais instrumentos passam a compor esse trecho alegre. A proximidade da partida do trem 
interrompe mais uma vez a música, que retorna dramática, intimista, só com um violão e violino. 
Quando a cantoria da mãe e da filha, já no interior do trem, é mencionada mais uma vez, a flauta 
retoma de novo o ritmo mais alegre, logo silenciado pela solidão de Sorôco, cujos sentimentos são 
enfatizados por um violão solitário, intimista, em seguida acompanhado por instrumentos de corda. 
O momento final do conto traz de novo o tom alegre da música, o baião. 
 
2. Como é a paisagem que aparece no vídeo? Que vegetação é aquela? Qual é o clima daquele 
lugar? O que te leva a pensar assim? Onde você acha que se passa a história? 
A paisagem é seca, com poucas plantas, clima árido, quente. É a paisagem do sertão, podendo se 
referir tanto ao norte de Minas Gerais quanto ao interior da Região Nordeste do Brasil. As cores do 
vídeo remetem a uma vegetação escassa, ao calore à pouca umidade do ar. O foco dado ao sol em 
algumas partes da animação, reforçam a ideia de calor. 
 
3. As personagens da animação são como você imaginou ao ler o texto? 
Essa resposta é pessoal, professor(a), sendo que vai variar de acordo com a percepção de cada aluno, 
mas pode ser interessante perguntar a eles o que sentiram de diferença (se o sentiram) entre o que 
imaginaram e o que viram representado no vídeo. 
 
4. Algumas personagens não têm olhos, nariz e boca explicitados nas imagens e outras têm. Por 
quê? Que efeito isso provoca? 
Os 3 personagens principais e as pessoas na estação não têm olhos, nariz, boca. Os outros 
personagens específicos que também aparecem no vídeo, como o Agente, Nenego, José Abençoado, 
sim. Isso pode demonstrar que Sorôco, mãe e filha não são personagens completos para a história, 
como se eles fossem esquecidos para as pessoas, são pessoas de certa forma “apagadas”. Uma 
 
 
 
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observação importante, é que outros personagens na estação também não aparecem com a feição 
completa no vídeo. Porém, eles não têm nomes, como os principais. Dessa forma, eles também são 
vistos como personagens que ajudam a preencher a história, pessoas entre outras, parte de uma 
massa. 
 
5. Que tons de cores predominam no vídeo? Como isso se relaciona à narrativa? 
As cores utilizadas no vídeo são de uma tonalidade amarronzada. Elas possuem as características do 
ambiente do cerrado, com o clima seco, árido e de muito calor. Por mais que, ao pensar na temática 
da loucura, sejamos levados a pensar em cores como cinza e branco, geralmente utilizadas nos 
ambientes onde as pessoas são tratadas, a cor do vídeo tem relação por ser algo envelhecido, triste. 
Ela inclusive pode ser associada com as características dos personagens, do Sorôco, por exemplo, 
que devido ao ambiente parece ser um personagem com uma “casca grossa”, uma pessoa dura. Mas 
não são somente as cores que fazem essa relação, a música de fundo também complementa a criação 
desse sentido. 
 
PARTE IV - Propostas de produção 
Professor(a), apresentamos abaixo algumas sugestões de produção escrita a respeito do conto de 
Guimarães Rosa e do tema da loucura. Você pode ficar à vontade para selecionar aquela(s) que se 
encaixa(m) melhor ao perfil da(s) sua(s) turma(s), de modo que pode trabalhar com uma ou mais, 
dependendo das dinâmicas que você opte por desenvolver junto aos estudantes. 
 
Conhecendo distúrbios 
O que é loucura? O que é normalidade? 
Sabemos que há muitos tipos de distúrbios que podem variar em níveis de complexidade e que podem 
comprometer a socialização das pessoas em vários graus. 
Escolha um distúrbio ou transtorno mental ou alguma síndrome para pesquisar e explicar para seus 
colegas. 
Sugestões: depressão, ansiedade, distúrbios alimentares (ex: bulimia, anorexia), esquizofrenia, 
transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), bipolaridade, alcoolismo (Síndrome de Dependência 
Alcoólica), psicose, autismo, síndrome do pânico, síndrome de tourette, entre outros. 
Pense em questões como: 
● Nome do distúrbio/transtorno/síndrome. 
● Como ele se manifesta / como detectar. 
● O que pode provocar o distúrbio/transtorno/síndrome? 
● Como pode ser tratado/a? 
Faça um panfleto explicando para a comunidade sobre esse distúrbio, transtorno ou síndrome e como 
ele pode ser tratado. 
Essa atividade pode ser feita em duplas, trios ou quartetos. Depois de discutir com a turma sobre os 
distúrbios que cada grupo apresentou, os alunos podem fazer uma campanha de conscientização da 
 
 
 
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sociedade a respeito dos distúrbios que pesquisaram ou da saúde mental de modo geral e da 
importância de se dar atenção a eles. O cérebro é um órgão que merece atenção, cuidados e, se for o 
caso, tratamento, como qualquer outro. 
Professor, caso os alunos queiram, eles podem pesquisar outras síndromes ou transtornos que não 
foram mencionados na lista acima. Pode ser que algum deles tenha curiosidade ou tenham casos na 
família como a Síndrome de Down, por exemplo. 
Sugestões de leituras para o professor e, quem sabe, para os alunos: Agência Nacional de Saúde 
Suplementar. Janeiro branco: sinal de alerta para a saúde mental. 07/01/2021. Disponível em: 
http://www.ans.gov.br/aans/noticias-ans/sobre-a-ans/6138-janeiro-branco-sinal-de-alerta-para-a-
saude-mental. Acesso em: 05 abr. 2021. 
 
Evolução dos tratamentos 
Você sabe como é feito o tratamento de pessoas com transtornos mentais? 
Para saber mais sobre o assunto, você vai pesquisar na internet quais foram os tratamentos utilizados 
pela medicina ao longo dos anos até os dias atuais. Feito isso, você vai elaborar uma linha do tempo, 
inserindo as seguintes informações: 
● Nome do tratamento; 
● Ano; 
● Público indicado; 
● O que ele trata; 
● Como funciona; 
● Algumas imagens representativas. 
Você pode montar a linha do tempo utilizando a ferramenta Canva, PowerPoint ou outro recurso que 
seja possível trabalhar com imagens e textos. 
Professor, ao final de todos os trabalhos, seria interessante disponibilizar e divulgar as produções 
dos alunos para que outras pessoas tenham conhecimento sobre o tema. Isso pode ser feito nas redes 
sociais da turma ou no ambiente on-line que a escola utiliza para isso. 
Algumas reportagens interessantes: 
PRADO, Ana Carolina. 5 tratamentos psiquiátricos bizarros que caíram em desuso. Revista Super 
Interessante. São Paulo/SP. 18 abr. 2017. Disponível em: 
https://super.abril.com.br/blog/superlistas/5-tratamentos-psiquiatricos-bizarros-que-cairam-em-
desuso/. Acesso em: 05 abr. 2021. 
ARAÚJO, Tarso. Lugar de louco é no hospício ou em casa? Revista Super Interessante. São 
Paulo/SP. 21 ago. 2018. Disponível em: https://super.abril.com.br/ideias/lugar-de-louco-e-no-
hospicio-ou-em-casa/. Acesso em: 05 abr. 2021. 
 
Loucura e genialidade 
Muitos gênios da humanidade foram considerados loucos ou tinham de fato algum distúrbio mental 
que não era bem compreendido na época. Entre eles, podemos citar o pintor Vincent Van Gogh, o 
 
 
 
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artista brasileiro Arthur Bispo do Rosário, o escritor Franz Kafka, o cientista Alberto Einstein, a 
artista plástica e escritora japonesa contemporânea, Yayoi Kusama, entre muitos outros. 
Você acha que para ser um gênio é preciso ser louco? Qual é a relação entre loucura e genialidade? 
Pesquise a história de gênios da humanidade que foram considerados loucos ou pessoas que foram 
consideradas loucas e que deram contribuições importantes e discuta com seus colegas a relação entre 
loucura e genialidade. 
Cada aluno ou grupo de alunos vai escolher uma personalidade considerada “louca” ou 
“excêntrica”, pesquisar a história delas e apresentar para os colegas, buscando discutir a relação 
entre a fuga aos padrões e a criação. Eles podem escolher pessoas de diversas áreas da arte, das 
ciências, da política entre outras. Podemos dizer que a loucura ajuda as pessoas a ver a realidade de 
outra forma e, por isso, abre um caminho para o questionamento da realidade e das regras 
estabelecidas pela sociedade? 
Elaboramos umas dicas sobre pesquisa que podem orientar esse trabalho: 
Pesquisa com final feliz (Dica do REDIGIR), disponível em: 
https://drive.google.com/file/d/0B5vbPjm8AR5pMy1TcFZGYU9fRGs/view. Acesso em: 05 abr. 2021. 
Sugestões de leituras para o professor e, quem sabe, para os alunos: 
BOTELHO, Carol. A arte nos limites da loucura. Folha de Pernambuco. 08/01/17. Disponível em: 
https://www.folhape.com.br/cultura/a-arte-nos-limites-da-loucura/13258/. Acesso em: 05 abr. 2021. 
(Atenção para as falas da Maria do Carmo “Andar na contramão é o papel da arte”, “A arte é o 
caminho para questionar as coisas estabelecidas”.) 
 
Viva a diferença! 
Você conhece alguma pessoa diferente, que tem algum distúrbio ou transtorno mental ou alguma 
síndrome?Registre e conte a história dessa pessoa e dessa família. 
● Quem são, onde moram? 
● Como descobriram o distúrbio/transtorno ou a síndrome? 
● O que distúrbio/transtorno ou a síndrome impede a pessoa de fazer? 
● O que esta pessoa tem de especial? 
● Como ela se sente? 
● Se e como tenta superar essa situação? 
● Como a família lida com a questão? 
Com esse material que você coletou, faça um álbum que mostre para essa pessoa e a família dela 
como elas são especiais. 
É preciso ter permissão da família para fazer esse registro. Os alunos podem entrevistar a pessoa 
e/ou a família. Devem anotar partes importantes dessas conversas. Se quiserem, e as pessoas 
autorizarem, podem fotografar, filmar e/ou gravar e usar esse material para fazer um álbum digital 
ou impresso com registros positivos, elaborando um material que vai valorizar e emocionar essas 
pessoas. 
 
 
 
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Às vezes o mais simples pode ser o mais interessante. Por isso, acreditamos que um álbum de papel, 
recortes, escritas, adesivos, etc. (tipo scrapbook) com esses registros possa ser um presente bonito 
que vai estar sempre à mão para serem vistos por essas pessoas. 
Mas os álbuns podem ser em formato de áudio ou de vídeo, ou misturando várias linguagens em algum 
formato digital escolhido pelos alunos, caso eles queiram. 
Esse material pode ser feito usando programas como o Canva, o Padlet, ou mesmo o Word ou o Power 
Point. 
 
Histórias de superação 
Imagine que, no manicômio, a mãe e a irmã de Sorôco foram tratadas por Nise da Silveira. Faça um 
diário ou cartas que elas trocaram com Sorôco, falando desse tratamento e de como elas foram se 
recuperando a partir dele. 
Os alunos devem fazer um livro com cada diário ou com as cartas que elas trocaram com Sorôco. 
Esse material pode trazer registros das artes produzidas por elas, assim como relatos do que acontecia 
no manicômio e de como o tratamento mudou a partir da chegada da Nise e das intervenções feitas 
por ela. 
 
A seguir, algumas referências: 
 
HISTÓRIAS de superação: Como estes famosos lidaram com a depressão. GNTECH, 
Florianópolis/SC, 14 set. 2020. Disponível em: https://gntech.med.br/blog/post/historias-superacao-
famosos-depressao. Acesso em: 05 abr. 2021. 
 
FERREIRA, Jéssica. Quem foi Nise da Silveira, psiquiatra que humanizou os tratamentos no Brasil. 
Revista Galileu, São Paulo/SP, 21/09/2019. Disponível em: 
https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2019/09/quem-foi-nise-da-silveira-psiquiatra-
que-humanizou-os-tratamentos-no-
brasil.html#:~:text=A%20arte%20como%20aliada,demonstrado%20resultados%20positivos%20na
%20recupera%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 05 abr. 2021. 
 
LOUREIRO, Michele. Janeiro branco: Nise da Silveira lutou pela saúde mental no Brasil. Viva 
bem/UOL, São Paulo/SP, 30/01/2021. Disponível em: 
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/01/30/janeiro-branco-nise-da-silveira-
lutou-pela-saude-mental-no-brasil.htm. Acesso em: 05 abr. 2021. 
 
Glossário da loucura 
Pesquisar expressões que exploram o tema da loucura, dizer o que elas significam e em que contexto 
elas podem ser usadas (se são adequadas ou não): 
Alguns exemplos: 
● Doido de jogar pedra em avião 
● Trem de doido 
● Coisa de louco 
● Dar a louca 
 
 
 
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● (Verbo +) quem nem doido: trabalhou que nem doido 
● Miolo mole 
● Cabeça virada 
● Lunático 
● Vida louca 
Os alunos vão pesquisar as expressões, definir, dar exemplos de uso e do contexto em que são usadas. 
Essas expressões podem ser apresentadas em uma Wiki, em ordem alfabética, para facilitar a 
pesquisa. Se os alunos não estiverem familiarizados com glossários, seria interessante mostrar algum 
como exemplo para eles. Um bom exemplo de glossário para professores é o Glossário do Ceale. 
(Disponível em: http://www.ceale.fae.ufmg.br/glossario-ceale.html. Acesso em: 05 abr. 2021.) 
Há algumas ferramentas gratuitas para criação de Wiki, como Wikia, PBWik ou JotSpot. Mas os 
alunos podem fazer o glossário usando programas como Word (aprendendo a fazer o índice e a 
colocar os textos em ordem alfabética) ou o Power Point. 
 
***** 
 
Autoria: Carla Coscarelli, Fabiana Mariane de Oliveira, Jônio Bethônico, Juliana Zenha, 
Maria Cecilia Zanon, Sabrina Andrade, Sthefanie Paiva, Tamara Ellen e Thamara Santos 
05 abr. 2021

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