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1 Arquitetura do Ferro APOSTILA GRATUITA 002 ALMEIDA, Késia de. Arquitetura do Ferro; ed.002. Salvador, 2021. 2 Arquitetura do Ferro Sabe o que foi? Antes de tudo, devemos entender o contexto histórico e social de cada época para, assim, compreendermos as mudanças ocorridas nos diversos estilos artísticos e arquitetônicos. A primeira Revolução Industrial se iniciou no final do século XVIII, na Inglaterra, num período de várias inovações tecnológicas, como a invenção da máquina a vapor, e o surgimento de diversas fábricas. A Segunda fase da Revolução ocorreu por volta da segunda metade do século XIX, trazendo novos processos de fabricação do aço, o que permitiu sua maior utilização na construção de pontes, máquinas, edifícios e ferrovias. Fig. 01 Palácio de Cristal: Fonte: <https://br.pinterest.com/pin/601582462708185100/>. Acesso em: 20 abr. 2021. “As inovações tecnológicas e o desenvolvimento de novos materiais, como ferro e vidro, foram capazes de transformar a Arquitetura para sempre.”- ALMEIDA,2021. 3 Com o surgimento dessas inovações, foi criada a Exposição Universal, na qual eram expostas as novas tecnologias surgidas na época. A primeira foi aberta em Londres, no ano de 1851. Nela, destacou-se a construção do Palácio de Cristal (Fig.01), projetado pelo arquiteto Joseph Paxton (1803 - 1865) e construído principalmente de vidro e ferro, mas que foi desmontado e destruído mais tarde. Com a terceira Exposição, ocorrida em Paris(1889), foi construída a Torre Eiffel, cujo nome corresponde ao engenheiro que a construiu, Gustave Eiffel(1832-1923). Fonte: <https://www.amazon.fr/Construction-Eiffel-Boyer-Viollet-Poster/dp/B00OOGTXZY>. Acesso em: 20 abr. 2021. A Torre, com um pouco mais de 300 m de altura, foi projetada com estrutura de ferro, cujas peças foram detalhadamente desenhadas para que fossem encaixadas, permitindo a montagem e a desmontagem quando a Exposição chegasse ao fim. No entanto, quem desejou desmontá-la? Apesar de críticas e discussões sobre o impacto à arquitetura do entorno, o exuberante monumento e símbolo de Paris, a Torre Eiffel, continua lá até hoje! 4 Construção da Torre Eiffel: Fonte: http://www.campolimengenharia.com.br/noticia/veja-como-foi-a-construcao-da-torre-eiffel- projetada-por-um-engenheiro-civil>. Acesso em: 20 abr. 2021. http://www.campolimengenharia.com.br/noticia/veja-como-foi-a-construcao-da-torre-eiffel-projetada-por-um-engenheiro-civil http://www.campolimengenharia.com.br/noticia/veja-como-foi-a-construcao-da-torre-eiffel-projetada-por-um-engenheiro-civil 5 Gustave Eiffel(1832-1923): Fonte: <https://www.pinterest.it/pin/320248223482795934/>. Acesso em: 20 abr. 2021. https://www.pinterest.it/pin/320248223482795934/ 6 FERRO COMO NOVO ORNAMENTO O uso do ferro na Arquitetura tinha algumas vantagens principais: maior resistência ao fogo, ele podia vencer grandes vãos, suportando pesadas cargas, e permitia uma rapidez maior na sua montagem. O resultado disso foi o surgimento de inúmeras indústrias, ferrovias, pontes e estações, todas projetadas neste novo modo de construir. Biblioteca Sainte Geneviève, Paris: Fonte: <https://br.pinterest.com/pin/712483603533643871/>. Acesso em: 20 abr. 2021. É importante destacar que materiais como o ferro e o vidro já haviam sido utilizados antes da Revolução Industrial, no entanto, a partir desse período, eles adquiram um caráter estrutural e singular nas edificações. Temos como belo exemplo disso a Biblioteca Sainte Geneviève, em Paris. Ela foi projetada pelo arquiteto Henri Labrouste (1802-1875), que, segundo um artigo do site Vitruvius, foi "um dos precursores no uso do aço como elemento estrutural arquitetônico, mas também por tê-lo empregado, de forma primorosa, como ornamento". No interior da Biblioteca, construída entre 1843 e 1850, os arcos leves e as colunas em ferro fundido se destacam belamente, como é possível ver na imagem acima. 7 Henri Labrouste(1802-1875) e Corte da Biblioteca Sainte Geneviève: Fonte: <https://www.catawiki.com/l/16901927-jean-auguste-dominique-ingres-portrait-of-architect-henri-labrouste-1801- 1875 / https://vitruvius.com.br/index.php/revistas/read/arquiteturismo/07.074/4727>. Acesso em: 20 abr. 2021. Além da Biblioteca Sainte Geneviève, Henri Labrouste(1802-1875) também fez um projeto de ampliação da Biblioteca Nacional da França (na imagem abaixo), o núcleo da Rua Richelieu, reformulado na época imperial de Napoleão III (1808-1873). Nela, podemos ver um belo exemplo de novo uso de materiais na Arquitetura, desenvolvido a partir da Revolução Industrial. "O espaço mais notável é a sala de leitura, povoada por finas colunas com os seus capitéis coríntios e cúpulas com clarabóias envidraçadas que, elevando-se a mais de 9 metros do solo, são o meio difusor de luminosidade no interior da sala."³ Fonte: <https://readingoffice.com/sainte-genevieve-library-by-henri-labrouste/>. Acesso em: 20 abr. 2021. 8 Ademais, os avanços tecnológicos iniciados com o Palácio de Cristal, em 1851, foram aplicados à construção de grandes terminais ferroviários em Londres, na segunda metade do século XIX. Dentre eles, podemos citar a Estação Ferroviária de St. Pancras(1864), considerada uma das mais belas Estações do mundo. Ela teve sua fachada projetada no estilo revivalista gótico, da era Vitoriana, por Sir Gilbert Scott. E, em seu interior, há uma grande cobertura de ferro, com o vão livre de 74 m, projetada pelo engenheiro da Estação, William Henry Barlow. Inclusive, a Estação da Luz, em SP, também é um grande exemplo do uso do ferro nas coberturas de edifícios no século XIX-XX. Veremos mais sobre ela quando falarmos do Ecletismo na Arquitetura e sua influência aqui no Brasil. Não perca! St. Pancras, Londres: Fonte: <https://www.jdwetherspoon.com/pub-histories/england/london/the-barrel-vault-st-pancras>. Acesso em: 20 abr. 2021. Fonte: <clubedeservicos.oab.org.br/Home>. Acesso em: 20 abr. 2021. 9 REFERÊNCIAS Arquitetura do Ferro. Studiomil111, 2011. Disponível em:<http://studiomil111.blogspot.com/2011/06/arquitetura- doferro.html#:~:text=A%20utiliza%C3%A7%C3%A3o%20do%20ferro%20na,construtivos %20eram%20feitos%20deste%20material>. Acesso em: 20 abr. 2021. BENEVOLO, L. Historia da arquitetura moderna. Tradução de Ana M. Goldberger. São Paulo: Perspectiva, 1989. 3. Biblioteca Nacional de Paris. Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2021. Disponível em: <https://www.infopedia.pt/$biblioteca-nacional-de-paris>. Acesso em: 20 abr. 2021. FAZIO, Michael; MOFFET, Marian; WODEHOUSE, Lawrence. A história da arquitetura mundial. 3. ed. Porto Alegre: Amgh, 2011. Forma estrutural II. Coisasdaarquitetura, 2013. Disponível em: <https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2013/10/11/forma-estrutural- ii/?fbclid=IwAR3nKDsFQxIvMTaOmt8Z2YadKzey3CIy1CGAFQWGv3gwRNuh63xNuUYsG0 #more-4371>. Acesso em: 20 abr. 2021. JANSON, H.W.; JANSON, Anthony F. Iniciação à história da arte. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996. SCHILARO, Tatiane Santa Rosa. Henri Labrouste: Arquitetura entre passado e presente. Vitruvius., 2013. Disponível em: <https://vitruvius.com.br/index.php/revistas/read/arquiteturismo/07.074/4727>. Acesso em: 19 abr. 2021. https://www.infopedia.pt/$biblioteca-nacional-de-paris https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2013/10/11/forma-estrutural-ii/?fbclid=IwAR3nKDsFQxIvMTaOmt8Z2YadKzey3CIy1CGAFQWGv3gwRNuh63xNuUYsG0#more-4371>. Acesso https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2013/10/11/forma-estrutural-ii/?fbclid=IwAR3nKDsFQxIvMTaOmt8Z2YadKzey3CIy1CGAFQWGv3gwRNuh63xNuUYsG0#more-4371>. Acesso https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2013/10/11/forma-estrutural-ii/?fbclid=IwAR3nKDsFQxIvMTaOmt8Z2YadKzey3CIy1CGAFQWGv3gwRNuh63xNuUYsG0#more-4371>.Acesso https://vitruvius.com.br/index.php/revistas/read/arquiteturismo/07.074/4727 10 Gostou?
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