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Fichamento – Nota Prévia ao estudo da ocupação da terra no paraná moderno – Altiva Balhana/ Brasil Machado/ Cecília Westphalen Os autores definem, no início de seu trabalho, os três grandes grupos de colonização pelos quais o estado do Paraná passou no decorrer de sua história. Estas três ondas de povoamento são caracterizadas pelos autores: O “Paraná Tradicional”, que compreende a região Sul e Sudeste do Paraná, entre o litoral e a cidade de Palmas; os colonos do norte, caracterizados especialmente pela ênfase na cafeicultura e na impulsão pelas companhias de povoamento; por fim, o movimento originário dos estados ao Sul, que povoou as regiões do Oeste e Sudoeste, principalmente em busca da agricultura de subsistência. Assim, os dois últimos movimentos diferem do primeiro em uma característica fundamental: são baseados na pequena propriedade, enquanto àquele o é nos latifúndios. A proposta deste trabalho é justamente analisar os movimentos resultantes do encontro destas três vertentes (BALHANA; MACHADO; WESTPHALEN, 1968, p.08). Partindo para a caracterização de cada uma destes movimentos, os autores iniciam com o mais antigo deles: o tradicional paranaense. Destacamos aqui as principais características desses empreendimentos levantadas pelos autores. Primeiramente, é válido ressaltar a forma como se deu o povoamento inicial destas terras, por meio da sua concessão a partir do século XVIII, por meio das chamadas Sesmarias. Este modelo favoreceu a concentração de grandes porções de terras nas mãos de poucos poderosos, ou seja, uma configuração latifundiária. Ela se estendeu até o fim do século XIX, sendo somente modificadas ao acompanhar as mudanças políticas do país no contexto (BALHANA; MACHADO; WESTPHALEN, 1968, pp.08-10). Foi neste contexto em que o Norte do estado passou a ser cada vez mais levado em conta nos planos de ocupação. Com o poder de concessão das terras sendo mais concentrado nas mãos do estado, seus governantes se viram atraídos pela região com base em preocupações levantadas pelo crescente interesse mineiro e paulista no local. No início do século XX, conforme apontam os autores, as regiões Norte, Oeste e Sudoeste eram, até então, consideradas desabitadas e até mesmo desconhecidas. Mas o interesse apresentado, unido à ação de companhias que também se voltavam à ocupação da região norte mudou o panorama. Tanto o Norte quanto o Oeste foram alvos de operações de diversas empresas, que loteavam as terras e às vendiam para potenciais colonizadores, além de explorá-las eles mesmos. Contudo, a sua ação nas duas regiões foi diversa (BALHANA; MACHADO; WESTPHALEN, 1968, pp.10-11). No Norte, companhias estrangeiras possuíam um foco maior na povoação das terras, atraindo em boa parte pessoas interessadas em cultivar café, dados as condições favoráveis oferecidas pela região no período. Já no Oeste, a presença das companhias possuía um caráter explorativo, de extração dos bens naturais da região, utilizando de mão de obra te caráter servil. As regiões do Oeste foram, posteriormente, colonizadas por gaúchos e catarinenses, em busca das condições possibilitadas pelas companhias, de segurança da propriedade. Ainda assim, as condições de trabalho, especialmente dos nativos das regiões, motivaram diversos descontentamentos causadores de revoltas populares durante o século XX. A conjunção destes modelos, aliados aos conflitos, resultaram no que os autores chamam de reforma agrária, ou seja, na substituição dos grandes latifúndios de um período anterior pela base da propriedade do estado nas pequenas propriedades (BALHANA; MACHADO; WESTPHALEN, 1968, pp.03-04; 13-21; 51).
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