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ASSISTÊNCIA AO PARTO

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@claimafra – MED UFOB 
DEFINIÇÃO: 
O trabalho de parto é definido como contrações 
uterinas repetidas de frequência, intensidade e 
duração suficientes para causar apagamento 
cervical progressivo e dilatação. 
ESTÁGIOS E FASES DO TRABALHO DE 
PARTO 
 Período premonitório, pré-parto: Começa da 
30 a 36ª semana, ocorre descida do fundo 
uterino (2 a 4cm) com a acomodação da 
apresentação ao canal do parto. As 
contrações ainda são irregulares, com cólicas 
incoordenadas. Neste período também ocorre 
o amolecimento, apagamento e 
centralização progressiva do colo uterino – 
culoma na fase de pródromos de trabalho de 
parto. 
1º Estágio: começa com o início do trabalho de 
parto e termina com a dilatação cervical 
completa. Ele é dividido em fase latente e ativa. 
 Fase latente começa com o início das 
contrações regulares e termina quando há um 
aumento na velocidade de dilatação cervical 
em geral 3 a 4 cm de dilatação. Ainda faz 
parte do período premonitório. 
Essa fase latente pode durar dias ou horas. 
Precisamos identificar se essa paciente está na 
fase latente para saber se vamos internar ela ou 
não, pois pode ser que seja feita uma cesariana 
desnecessária. 
 Fase ativa (fase de dilatação) é caracterizada 
por aumento na dilatação cervical e pela 
descida da apresentação fetal. Ela termina 
com a dilatação cervical completa. Ou seja, 
paciente só está realmente na fase ativa se 
houver essa dilatação de pelo menos 3 cm no 
cólon. 
Deve ser feito uma dinâmica uterina - 
 Podemos a dividir em: 
- Fase de aceleração: aumento na velocidade de 
dilatação. 
- Fase de aceleração máxima: o período do 
trabalho de parto com a maior aceleração da 
dilatação cervical 
- Fase de desaceleração: durante a porção 
terminal da fase ativa, a dilatação parece ficar 
mais lenta até dilatação cervical completa. 
2º Estágio do trabalho de parto é o intervalo entre 
a dilatação cervical e o nascimento. (Período 
expulsivo). 
3º estágio: é o intervalo entre o nascimento do 
bebê e a saída da placenta. Chamado de 
dequitação. 
4º estágio ou puerpério, ocorre após o parto e se 
conclui com a completa mudança fisiológica da 
gestação, 6 semanas. Trato reprodutivo volta ao 
normal. 
Obs: em casos de pré-eclâmpsia podemos 
acompanhar essa paciente, pois podemos ter 
reprercussões das modificações fisiológicas ou 
patológicas até 6 semanas pós-parto. 
 Período expulsivo: tem início no final da fase 
ativa e termina com a expulsão total do feto, 
dura em média 50 min nas primíparas e 20 nas 
multíparas. 
 
@claimafra – MED UFOB 
 
Normalmente quando a paciente está de 8 cm 
ela tem uma desaceleração do trabalho de parto 
e fica mais tranquila para a expulsão. Esse período 
se define pelo termo “partolândia”, pois ela entra 
em um estágio um pouco diferente do normal 
dela. 
 
Hoje em dia é feita toda essa avaliação para 
presumir um parto normal ou cesáreo. 
Quando é feito o toque e podemos encontrar o 
colo totalmente fechado, outros já podemos 
introduzir 2 dedos (3cm) ou mais que fica 6cm ou 
o colo totalmente apagado que tá tudo bem 
para um parto normal. 
MANEJO DO TRABALHO DE PARTO 
NORMAL 
 Avaliação inicial: História, início, intensidade e 
frequência das contrações, perda de líquido, 
sangramento vaginal, movimento fetal, 
alergias maternas, medicações, última 
alimentação, revisão dos testes, exames, 
história e paridade. 
Importante perguntar quando iniciou a primeira 
contração. 
EXAME FÍSICO 
Sinais vitais maternos (pulsos, PA, temperatura), FC, 
Frequência cardíaca fetal, avaliar contrações: 
frequência e intensidade, apresentação fetal e 
peso fetal estimado (via manobra de leopold), 
confirmados por USG. 
 
Dinâmica uterina – coloca a mão na barriga da 
paciente e espera 10 minutos, para ver a 
mudança de tônus. Precisamos começar a contar 
os segundos e quantas contrações vieram. 
OBS: Durante o trabalho de parto pode ocorrer a 
taquissitolia: contrações que podem gerar 
complicações para o bebê ou para a mãe. A 
taquissistolia ocorre quando muitas contrações 
acontecem em intervalos curtos e dolorosas. 
Fazer manobras de leopold para ver 
apresentação. 
MANOBRAS DE LEOPOLD 
1. Apalpar o fundo uterino para verificar 
presença ou ausência do polo fetal. 
2. Apalpar as paredes laterais do útero, 
determinar situação fetal: transverso x 
vertical e localizar coluna cervical. 
3. Segurar e apalpar os polos superior e 
inferior para determinar a apresentação, 
mobilidade, avaliar peso fetal e estimar 
volume de líquido amniótico. 
4. Apalpar a parte da apresentação lateral 
para medial para avaliar o encaixe na 
pelve materna, localização do fronte feral 
e o grau de flexão. 
 
Diferença de situação para apresentação. A 
situação é transverso ou vertical e a apresentação 
é pélvico ou cefálico. 
EXAME COM ESPÉCULO ESTÉRIL 
@claimafra – MED UFOB 
Inspeção vulvar, vaginal, cervival. 
Avaliar acúmulo de líquido e sangramento 
vaginal. 
Nitrazina/cristalização (ferning) – para perda de 
líquido amniótico. 
Cultura para pesquisa de estreptococo do grupo 
B se for indicado. 
OBS: Lesão herpética – contraindicação de parto 
normal. 
O canal cervical precisa ser avaliado, pois existem 
muitos casos de condilomas – por lesão de HPV, se 
for muito grande também contraindica o parto 
normal. 
As vezes pode ocorrer o rompimento parcial e a 
paciente acaba perdendo pouco líquido. Pode 
ser feito um exame para avaliar perda de líquido. 
EXAME VAGINAL (DIGITAL ESTÉRIL) 
Avaliar se a idade gestacional <34 semanas e se 
as membranas estiverem rotas. 
- Dilatação cervical: estimativa do diâmetro 
interno da cérvice em cm. 10 cm de dilatação 
máxima. 
- Apagamento cervical: é o comprimento da 
cérvice, expresso em porcentagens, varia de 
comprimento total 0% a 100%. Ou pode ser 
medida em cm diretamente. 
- Altura da apresentação fetal: descreve a 
distância em cm entre a porção óssea da 
apresentação fetal e o plano das espinhas 
isquiáticas. Altura 0 define o nível das espinhas 
isquiáticas. Abaixo das espinhas é +1 a +3 cm no 
períneo. Acima das espinhas é -1 a – 3cm. 
Toda vez que há rompimento de bolsa a 
internação é obrigatória pelo risco de infecção. 
Lembrar que de acordo com o tempo em que a 
paciente vai entrando no trabalho de parto o colo 
vai afinando. 
 
 
Em algumas desproporções céfalo-pélvica o 
bebê pode não descer de nível mesmo estando 
na fase ativa do trabalho de parto  nesse caso 
é indicativo de cesárea. 
ASSISTÊNCIA AO PRIMEIRO PERÍODO 
Começa com o início do trabalho de parto e 
termina com a dilatação cervical completa. 
 Apoio contínuo: orientações, suporte psíquico, 
presença de acompanhante. 
 Informar sobre progresso do parto e formas de 
facilitar a evolução do mesmo. 
 Considerar possibilidade de alta: quando 
gestante não estiver em fase ativa do trabalho 
de parto após 6 horas da primeira avaliação, 
ou seja, com contrações dolorosas regulares 
(pelo menos uma a cada 5 min) e com colo 
apagado e dilatado >3cm. 
 Cardiotocografia na admissão: realizar na 
presença de fatores de risco para mau 
prognóstico perinatal. 
 Controle de sinais vitais maternos: na admissão 
e a cada 60 min. 
A cardiotocografia consegue avaliar a vitalidade 
no perinatal. 
- DIETA: 
Livre fracionada: na fase latente do TP. 
Líquida sem resíduos: para gestantes de baixo 
risco em fase ativa de TP. 
Jejum: para as gestantes com alto risco para 
broncoaspiração (obesidade, diabetes, via aérea 
difícil) ou com alto potencial de parto cirúrgico. 
- Infusão de líquidos endovenoso: não deve ser 
realizada de rotina, devendo ser utilizada somente 
naquelas que tiverem o parto prolongado ou em 
uso de analgesia. 
- Liberdade de posição: estimular mobilidade 
materna e posições verticalizadas, encorajar 
@claimafra – MED UFOB 
deambulação, evitar longos períodosna posição 
supina. 
 Alívio da dor: banho de chuveiro com 
água morna, técnicas de relaxamento – 
exercícios respiratóorios e massagem. 
Antigamente só era liberada a dieta líquida na 
fase ativa do trabalho de parto. Agora não existe 
isso mais. 
 Analgesia: peridural ou combinada – pode 
ser realizada a qualquer momento da fase 
ativa do TP quando a paciente solicitar e a 
houver anestesista habilitado para tal 
procedimento. A monitorização fetal 
contínua é recomendada por 30 minutos 
após estabelecida a anestesia e após 
cada bolus de medicação. 
 Deve-se atentar para a possibilidade de 
redução da dinâmica, necessitando 
correção da mesma e, para o aumento da 
chance de parto instrumentado, além de 
aumento da duração do segundo 
período. 
- Amniotomia/ ocitocina: devem ser realizadas se 
houver diagnóstico de distócia de acordo com a 
evolução no partograma (Ocitocina 05 UI + SG% 
500ml 24ml/h e aumentar 12 ml/h cada 30 min até 
dinâmica efetiva no máximo 120ml/h). 
 Partograma: utilizar para 
acompanhamento de TODAS as pacientes 
em TP. 
- Monitorização fetal: BCF a cada 60 min na fase 
latente do TP e a cada 30 min na fase ativa do TP, 
principalmente durante e logo após as 
contrações (por pelo menos 60 segundos). 
O uso rotineiro de CTG está contra-indicado em 
gestações de baixo risco, devido ao alto índice de 
falso-positivos. 
A CTG deve ser considerada em situações que 
aumentam o risco fetal. 
INDUÇÃO DO TRABALHO DE PARTO 
A indução do TP tem por indicação situações 
maternas e fetais nas quais haja benefício com o 
término da gestação. 
- Deve-se sempre considerar a importância das 
condições do colo uterino, no início da indução 
do trabalho de parto, como fator preditor de 
desfecho favoárvel, que é o parto vaginal. 
 Índice de Bishop: Iguais ou superiores a 9 se 
associam a alta probabilidade de partos 
normais após a indução do trabalho de 
parto. 
 
- Valores inferiores ou iguais a 6 denotam que a 
maturação vervical não foi completa, com baixa 
probabilidade de parto vaginal após a indução. 
- Nesses casos, pode-se considerar a utilização de 
métodos artificiais para se atingir a maturação 
cervical. 
INDICAÇÕES DA INDUÇÃO: 
Gestação maior ou igual a 41 semanas, ruptura 
prematura das membranas, oligoâmnio, restrição 
de crescimento intra-uterino, síndromes 
hipertensivas, diabetes, colagenoses, 
isoimunização fetal, óbito feral intra-uterino. 
CONTRAINDICAÇÕES DA INDUÇÃO 
Vasa prévia, situação transversa completa, 
infecção ativa, carga HIV alta, deformidades 
estrutura da pelve, prolapso do cordão umbilical, 
câncer cervical avançado, macrossomia fetal, 
herpes ativo e sofrimento fetal agudo. 
PREPARO DA CÉRVICE, AMOLECER A 
CÉRVICE ANTES DA INDUÇÃO SE BISHOP 
BAIXO 
 Métodos: ocitocinas em baixas doses, 
prostaglandina E2, misoprostol. 
 Contraindicações: cesárea prévia, alergia, 
sangramento vaginal ativo. 
- MÉTODOS MECÂNICOS DE INDUÇÃO 
DO TP E AMADURECIMENTO CERVICAL 
Deslocamento digital das membranas 
Aminiotomia 
Balão de foley. 
Bishop favorável – usar ocitocina. 
@claimafra – MED UFOB 
COMPLICAÇÕES DA INDUÇÃO 
As principais complicações maternas 
compreendem: ansiedade materna, efeitos 
colaterais – náuseas, vômitos e diarréia, 
intoxicação hídrica, trabalho de parto 
prolongado, hiperestimulação uterina, rotura 
uterina, hemorragias de pós-parto (por atonia 
uterina e/ou laceração), processos infecciosos, 
embolia por líquido amniótico, óbito. 
- As principais complicações feto-anexias 
compreendem: sofrimento fetal, 
tocotraumatismo, prematuridade, infecção 
neonatal, deslocamento prematuro de placenta, 
prolapso do cordão e retenção placentária. 
AVALIAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA 
FETAL – CARDIOTOCOGRAFIA 
- Avaliar: Frequência basal – dura pelo menos 2 
minutos em 10 de traçado. 
- Frequência normal: 110 a 160 batimentos por 
minutos bpm. 
- Bradicardia: frequência basal <110bpm. Causas: 
hipoxemia, hipotermia materna, etc. 
- Taquicardia: freq >160bpm. Causas: febre, 
intecção, arrítimias. 
- Variabilidade: variação de freq, pode ser 
ausente, mínima varia <5bpm, moderada <6 a 25 
bpm, acenturada >25bpm 
- Acelerações: aumento da frequência de pelo 
penos 15bpm que dura por menos de 15 seg. 
 
Não precisa saber interpretar perfeitamente isso. 
MANEJO NÃO INVASIVO 
- O2 a adm de oxigênio suplementar às mães 
resulta em uma melhoria da oxigenação do feto, 
assumindo que as mudanças e a circulação 
placentária estejam adequadas. 
- Posição materna: a posição lateral esquerda 
libera a compressão da veia cava sofrida pelo 
útero gravídico, permitindo um retorno venoso 
aumentado, um aumento no débito cardíaco, na 
pressão sanguínea e no fluxo sanguíneo uterino. 
- Descontinuar a ocitocina: até que a frequência 
cardíaca fetal e a dinâmica uterina retornem aos 
níveis normais. 
- Estimulação vibroacústica: pode ser usada para 
induzir acelerações quando a frequência 
cardíaca fetal não apresentar variabilidade por 
um longo período.

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