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Semio - Diagnóstico de gravidez e pré-natal Objetivos Aprendizagem: • Conhecer os sinais clínicos, laboratoriais e ultrassonográficos da gravidez • Saber aplicar corretamente a Regra de Nägele para cálculo da Data provável do parto (DPP) • Saber calcular a idade gestacional (IG) em semanas pela DUM, USG e AFU (regra de McDonald) • Conhecer os períodos da gestação por trimestre (1º, 2º e 3º trimestres) • Conhecer os exames básicos do pré-natal e as vacinas que podem ser aplicadas na gestante. • Conhecer a ficha de pré-natal do IMIP Diagnóstico de gravidez Clínico / Laboratorial/ USG • Clínico: Anamnese, inspeção, palpação do abdômen, toque vaginal e ausculta • Laboratorial: Urina: TIG – teste imunológico da gravidez Sangue/ urina: Dosagem do Beta hcG (Beta HcG – fração beta do hormônio gonadotrófico coriônico) Sinais e sintomas de gravidez: • Presunção • Probabilidade • Certeza OBS: A principal causa de amenorreia secundaria é gravidez, em uma mulher com atividade sexual sem proteção contraceptiva – deve-se afastar gestação antes de se investigar outras causas Sinais de presunção • Atraso menstrual - Menstruação é o sinal mais precoce da gravidez, crescendo de importância na presunção da gestação quando ocorre em mulher jovem, hígida, que não esteja fazendo uso de método contraceptivo e com ciclos menstruais regulares e vida sexual ativa • Náuseas e vômitos- O sintoma que melhor caracteriza a gestação que se inicia. Provável resultado da adaptação materna ao hormônio Gonadotrófico Coriônico (hCG), potencializados por diversas situações orgânicas. Parece ser causada pela elevação hormonal, diminuição da motilidade gástrica, fadiga e fatores emocionais. É um dos primeiros desconfortos sentidos pela mulher. Geralmente não ultrapassa a 16ª semana de gestação. • Distúrbios urinários – Polaciúria, durante o primeiro trimestre da gravidez, o útero em crescimento exerce pressão sobre a bexiga materna e pode causar polaciúria, sintoma que surge por volta da 6ª semana de gestação. Com o evoluir da gestação, o útero ganha a cavidade abdominal e a frequência urinária gradativamente diminui. • Fadiga e sonolência - São sintomas frequentes da gravidez inicial, provável decorrência da vasodilatação observada no organismo materno • Postura, aumento do volume abdominal - Postura de deambulação – lordose da coluna lombar e amplia-se a base do polígono de sustentação com passos mais curtos – marcha anserina Sinais de probabilidade Modificações do organismo materno: • Mamas – há aumento no volume, firmeza e na vascularização; Tubérculos de morgani agora passam a ser chamados de tubérculos de Montgomery– glândulas sebáceas hipertróficas. multiplicação das glândulas; Hiperpigmentação da aréola primária e surgimento da aréola secundária (20 sem); Sinal de Hunter – aréola secundária nas mamas mais clara Rede de Haller – aumento visível da vascularização das mamas. Aumento da circulação cutânea (rede de Haller ); mamilos eretos e sensíveis; • Modificações mamárias: a partir de 5 semanas de gravidez, inicia-se processo de congestão que torna as mamas doloridas. Com 8 semanas, demais de congestas, as mamas mostram aréolas mais escuras, nelas surgindo projeções secundárias (os chamados turberculos de morgagni se transformam em "tubérculos de montgomery"). Com 16 semanas, já é possível sair colostro e observa-se aumento da vascularização venosa (a chamada "rede de Haller"). Com 20 semanas, os limites dos mamilos tornam-se imprecisos por aumento da pigmentação, constituindo a aréola secundária (o chamado "sinal de Hunter"). Aumento da pigmentação da pele: Linha alba => linha nigra / Cloasma ou melasma • Sinal de Halban - intensificação da nutrição dos folículos pilosos - aparecimento de pelos finos e macios (lanugem) geralmente na face e/ou couro cabeludo. Mudança na coloração dos órgãos genitais: • Sinal de Chadwick ou Jacquemier (vulva) • Sinal de Kluge (vagina) mucosas – vulva, vagina e colo uterino – cor vermelho-vinhosa Principais sinais de probabilidade - obstetrícia clássica, não utilizado rotineiramente: Ao toque: • Hegar (amolecimento do istmo)- Com 6 a 8 semanas de gravidez, o útero adquire consistência elástica e amolecida, principalmente na região do seu istmo, o que permite seja ele fletido sobre o colo uterino quando examinado simultaneamente pela palpação abdominal e pelo toque vaginal. Tem-se a sensação de que o corpo do útero está separado do cérvice. • Osiander (pulso)- Também pelo toque vaginal, pode-se sentir a pulsação arterial no fundo-de-saco, achado característico de crescimento uterino rápido. • Hozapfel (prensa) • Piskacek (assimetria)- A implantação ovular faz com que o útero cresça de forma assimétrica e adquirida, nessa região, consistência amolecida e forma abaulada, se comparada ao restante do órgão • Nobile-Budin (preenchimento do fundo de saco) - Quando o toque digital examina os fundos-de-saco vaginais, pode-se perceber que eles estão preenchidos pelo útero gravídico que assumiu forma globosa. • Sinal de Goodell (assemelha-se a consistencia labial) – Consistencia do colo uterino – • Sinal de Jacquemier ou Chewick - Por volta de 8 semanas de gravidez, a vulva, congesta, assume coloração violácea, facilmente observável à inspeção • Sinal de Halban – É um sinal clínico que pode surgir devido à intensificação da nutrição dos folículos pilosos com a gravidez e refere-se ao aparecimento de pêlos finos e macios (lanugem) geralmente na face e/ou couro cabeludo. • Sinal de Kluge - Aqui, a cor violácea pode ser visualizada na mucosa vaginal, também resultado da congestão do órgão Diagnóstico laboratorial TIG/ Imunoenzimático Dosagem do beta (urina ou sangue) – Pico de produção 8-10/12-14 semanas de gestação. Teste imunológico da gravidez na urina – positiva com 10 dias de atraso – qualitativo Alteração dos testes – devido a psicotrópicos, anticoncepcionais, hipertireoidismo e neoplasias produtoras de hcG (hCG é uma glicopoteina produzinda pelo sinciciotrofoblasto previne a involução do corpo lúteo que é o principal produtor de progesterona durante as 6-7 primeiras semanas até a formação da placenta). A subunidade alfa é comum a outros hormônios (LH,FSH,TSH) subunidade beta é especifica da gonadotrofina coriônica. Porque a utilização da subunidade beta do hCG? - possui menor reação cruzada com LH, grande sensibilidade, por ser quantificável pode ser estimado a idade gestacional. Sinais de certeza Asculta da FC- 140 bpm (média) / É normal 110/120-160 bpm - Batimentos cardíacos fetais (BCF), identificado por: • Estetoscópio de Pinard (20 sem) • Sonar doppler (10-12 sem) Os principais sinais de certeza são: • Ausculta dos Batimentos do Coração Fetal: pode-se auscultar os batimentos cardíacos do concepto empregando-se 2 técnicas distintas: com o sonar doppler, a partir de 12 semanas de gravidez, e com o estetoscópio de Pinard, após 20 semanas. O foco máximo da ausculta cardíaca se localiza sobre o dorso fetal próximo a escapula fetal. Pinard estetoscópio foi inventado pelo Dr. Adolphe Pinard, um obstetra francês, no século 19 - Pinard foi um dos primeiros médicos que apoiaram os avanços na assistência pré-natal, incluindo a monitorização da saúde fetal • Percepção de partes ou dos movimentos fetais: com 18 a 20 semanas de gestação, já é possível ao examinador palpar partes identificáveis do corpo fetal e perceber seus movimentos. Importante salientar que a movimentação fetal como sinal de certeza da gravidez deve ser percebido pelo obstetra, carecendo de precisão o relato da gestante. – USG: Visualização do saco gestacional, embrião e BCF OBS: Quando a DUM (data da última menstruação) não é conhecida a Idade Gestacional (IG) é calculada pela USG (a mais precoce possível) ou pela regra de McDonald (melhor resultado a partir de 28sem) • A partir da 5ª semana de gestação se visualiza o embrião ao USG – até 8ª semana = fase embrionária • A partir do 5º mês a placenta está completamente formada – ela começou a se formada a partir de 8-9 semanas • A partir de 28 sem (peso 1Kg) os pulmões já estão desenvolvidos Cálculo da Idade Gestacional (IG) e da Data Próvavel do Parto (DPP) Idade Gestacional (IG)- calculada em semanas • Calcular as semanas desde o 1º dia da DUM • Pela Altura do Fundo uterino (Regra de McDonald) • Pela USG (preferível de primeiro trimestre) Para cálculo da IG: • É calculada contando-se os dias entre a última menstruação até a data de hoje – soma todos os dias decorridos neste período e divide-se por 7. • IG pode ser calculada também pela USG corrigida para o dia de hoje • Pela Regra de McDonald = Altura do fundo uterino multiplicada por uma constante 8 e dividida por 7 Pela Regra de McDonald, melhor utilizada entre 28 e 34 semanas, pode-se facilmente calcular a altura uterina (cm). Para isso, multiplica-se a AFU por 8 e, posteriormente, divide-se por 7, dando como resultado aproximadamente a idade gestacional (semanas). Para medida da AFU: Utiliza-se fita métrica fixando seu marco zero na borda superior da sínfise púbica estendendo-se ao longo do maior eixo uterino e com a mão esquerda que delimita o fundo uterino apreende-se a fita métrica verificando -se o comprimento obtido. A técnica deve ser aplicada com a paciente com a bexiga vazia pois diferenças de até 3 cm podem ser encontradas Na figura abaixo, é mostrada a técnica de medida, na qual a extremidade da fita métrica é fixada na margem superior do púbis com uma das mãos, deslizando a fita entre os dedos indicador e médio da outra mão, até alcançar o fundo do útero com a margem cubital dessa mão. A medida da AFU permite o cálculo da idade gestacional => Regra McDonald – AFU x 8 ÷ 7 Aumento do volume abdominal (pelo aumento do útero): • Até 12ª sem – ocupa a cavidade pélvica; • 20ª sem – torna-se órgão abdominal (cicatriz umbilical); • 38ª – 40ª sem – encontra-se no nível do apêndice xifóide; Data Provável do Parto (DPP) Ideal é o cálculo pela DUM (quando confiável) Regra de Nagele - (leva-se em consideração a duração média da gestação de 280 dias ou 40 semanas): • 1º dia da DUM => acrescentar 7 dias ou 1º dias (primigesta) • Adicionar 9 meses Regra Nagele para calcular a DPP - DUM = Acrescenta 9 meses ou diminui 3 meses e acrescenta 7-10 dias Manobras (a partir do segundo trimestre) • Manobras de Leopold-Zweifel: Utilizada para determinar a estática fetal (posição do feto dentro do útero) para avaliar a AFU e para localizar o foco de ausculta. Permite identificar: • a –Altura do fundo do útero • b –Dorso fetal • c – Mobilidade da apresentação • d – Grau de insinuação As manobras de Leopold são difíceis de serem realizadas em mulheres obesas e em mulheres que tem polidrâmnio. A palpação pode às vezes ser desconfortável para a mulher se não é tomada o cuidado para garantir que ela está relaxada e numa posição adequada. Para ajudar isso, o profissional primeiro deve certificar-se que a mulher esvaziou sua bexiga previamente. A mulher deve deitar de costas O seu abdômen deve ser descoberto, e como ato de humanização é importante que o profissional aqueça as mãos antes da palpação. As manobras consistem em quatro ações distintas, cada uma ajudando a determinar a posição do feto e apresentação do feto Dividida em: • 1ª manobra: Delimitar o fundo do útero e observa o pólo fetal. 1º tempo /1ª manobra – com as duas mãos encurvadas delimita o fundo do útero – permite identificar o polo fetal que ocupa o fundo do útero determinando a situação fetal (longitudinal, transversal ou obliqua) • 2ª manobra - Determinar a posição fetal. Deslizam-se as mãos do fundo em direção do pólo inferior. Tente localizar aonde está o dorso do feto. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Handgriffe.JPG 2º tempo / 2ª manobra – desliza a mão do fundo em direção ao polo inferior percorrendo as paredes laterais do abdômen procurando identificar o dorso do feto e as pequenas partes fetais do lado oposto ao dorso – permite identificar a posição fetal (esquerda ou direita). • 3ª manobra- Avaliar qual pólo fetal fica no estreito inferior – isto é, avalia se a apresentação é cefálica ou pélvica. 3º tempo /3 manobra – procura apreender o polo fetal que se coloca próximo à entrada da bacia com o polegar e o indicador ou médio imprimindo-lhe movimentos de lateralidade para verificar o grau de penetração da apresentação na bacia e confirmar o diagnóstico da apresentação pela comparação com o outro polo identificado no fundo uterino durante a primeira manobra. PERMITE IDENTIFICAR O POLO fetal que se apresenta a pelve materna determinando a apresentação fetal (cefálica pélvica ou córmica) e seu grau de mobilidade • 4ª manobra- Esta completa o tempo 3, explorando se o feto já está se insinuando no estreita superior da bacia 4º tempo/ 4ª manobra– o examinador deve voltar suas costas para a paciente e colocar suas mãos sobre as fossa ilíacas caminhando-as em direção ao hipogastro afastadas uma da outra cerca de 10cm – com a ponta dos dedos procura penetrar na pelve buscando avaliar o grau de penetração da apresentação no estreito superior da bacia – a entrada dos dedos depende do grau de insinuação do polo apresentado - permite idenificar o grau de penetração da apresentação na escava pélvica determinando o grau de insinuação fetal (alta e flutuante ou fixa ou insinuada). Gravidez: Início, término e duração Duração da gestação – Máximo 42 sem Períodos da gestação – 3 Trimestres CASO PRATICO - Uma mulher de 40 anos, grávida, relata que e a quinta vez que engravida, mas que tem somente três crianças (um par de gêmeas e um menino). Relata que entre as gêmeas e o menino teve mais uma gravidez, mas o feto nasceu morto a oito meses, e que, antes de casar, teve uma gravidez não desejada, e que abortou tomando Cytotec. Entao, ela e: • V-gesta (e a quinta vez que engravida) • III-para (porque nasceu um par de gemeas (I) um feto viável morto (II) e o menino (III) • O resto ate V são um aborto e, eventualmente, o parto que vai seguir (ou não) Então, por exemplo: • Nuligesta – nunca engravidou • Nulipara = nunca pariu. • Secundigesta = engravidou 2 vezes Pré-natal (1ª consulta no 1º trimestre) • Deve ser o mais precoce possível Metas: • Confirmação do diagnostico de gravidez • Cadastro da grávida/ calcular a IG • Calcular a data provável do parto - DPP • Avaliação do estado de saúde da grávida • Identificação do qualquer fator de risco • Estabelecer o plano de monitorar a grávida • Programar vacinas Exame físico geral (ginecológico e obstétrico): • Exame das mamas • Exame do abdomen (AFU, BCF, situação e apresentação fetal pelas manobras de Leopold). • Exame especular Exames básicos do pré-natal de risco habitual • Hemograma • Glicemia • Tipo sangue ABO e fator Rh • Sumário de urina / urocultura • VDRL/HIV/Hbs Ag • Sorologia (IgG e IgM) para rubéola e toxoplasmose • Citologia oncótica • Eletroforese de hemoglobina Periodicidade de acompanhamento da Gravidez de Risco Habitual: • Ate 28 semanas – mensalmente • 29-36 semanas – cada duas semanas • Mais de 36 semanas – semanalmente Número de consultas: mínimo 6 consultas (MS) O número total de consultas, preconizado pela OMS, não deve ser menor de 6. Qualquer número menor de desta cifra é considerado como atendimento deficiente. O pré-natal deverá ser iniciado o mais precoce possível, de preferência antes do final do primeiro trimestre da gestação.O intervalo entre as consultas deve ser de no máximo 5 semanas entre uma consulta e outra e no último mês esse intervalo deverá ser semanal. O pré-natal só termina quando ocorrer o parto, portanto, oobstetra deverá marcar consultas até que esse fato ocorra. hCG – mantem o corpo luteo até 2 meses quando a placenta passa a produzir sozinha quantidades suficientes de progesterona. O objetivo da assistência pré-natal é o de acompanhar a gestante durante esse período tentando diagnosticar e tratar possíveis doenças que venham a surgir ou que ainda não tinham sido descobertas, tendo como meta, no final da gestação, uma mãe e um recém-nascido saudáveis. Um dos primeiros hormonios produzidos pelo tecido trofoblastico é o hCG (Gonadotrofina corionica humana) Vacinas: dTpa, Hepatite B e gripe Controle da Pressão Arterial Durante o Pré-Natal Objetivo: detectar DHEG precocemente evitando suas futuras conseqüências. Considerar como hipertensão na gravidez: mais de 30mm Hg na PS e/ou mais de 15mmHg na PD. A observação de níveis tensionais mais de 140mmHg de PS, e mais de 90mmHg de PD. Níveis tensionais iguais ou superiores a 140x90mmHg exigem confirmação no final da consulta e após 30 minutos de repouso em DLE. (Ver ficha de Pré-natal do IMIP)
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