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A Inclusão do Aluno Autista na Escola de Ensino Regular

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A Inclusão do Aluno Autista na Escola de Ensino Regular
RESUMO
A presente pesquisa deste Trabalho de Conclusão de Curso busca investigar e salientar a inclusão dos alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) dentro da sala de aula do Ensino Regular, além de, evidenciar os benefícios, ou não, que ela exerce no desenvolvimento destas crianças. Analisar o papel da escola e do professor, suas noções para o sucesso desse processo escolar e suas adaptações curriculares, buscando formas de incentivo para que ocorra a inclusão de forma inteligente e saudável visando à aprendizagem e o bem estar do aluno. A pesquisa foi realizada de forma qualitativa de caráter bibliográfico, que se deu através de análises de obras de autores com conhecimento sobre o tema abordado, de modo, a acrescentar novas ideias. Através das análises feitas na presente monografia, pôde-se observar que tratando e auxiliando desde a infância alunos com TEA garantem-se resultados extremamente positivos para o desenvolvimento cognitivo, pessoal e interpessoal, e de como se existem técnicas para a adaptação se dar de forma eficaz, como por exemplo, as PECS, sendo estas, indispensáveis no âmbito escolar.
Palavras-chave: TEA. Criança. Autismo.
1. INTRODUÇÃO 
O presente trabalho teve por objetivo geral identificar as dificuldades experimentadas pelos professores para que haja a efetiva inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas escolas regulares dos anos iniciais do ensino fundamental, da rede pública. Partimos da hipótese de que para incluir um aluno com TEA na sala de aula existem diversos fatores a serem analisados para que realmente se torne possível a inclusão e o desenvolvimento do mesmo. O professor está preparado? Ele recebeu uma formação inicial a qual promova um conhecimento adequado sobre o tema? E o aluno, está pronto para “ser incluso”? 
O autista sente dificuldade em se relacionar ou se comunicar com outras pessoas, uma vez que ele não usa a fala como um meio de comunicação. Não se comunicando com outras pessoas acaba passando a impressão de que a pessoa autista vive sempre em um mundo próprio, criado por ele e que não interage fora dele. (MENEZES, 2012, p. 25).
 Desse modo, sabe-se que quando o professor, tem informação adequada sobre o assunto, logo, encontra as possibilidades de realizar a inclusão do aluno portador do Transtorno do Espectro Autista na escola, pois, utiliza dos meios adequados para promover sua socialização, aprendizagem e interação social com demais alunos ditos como “normais”, para que assim o desenvolvimento de habilidades relacionadas a linguagem sejam desenvolvidas.
	A importância de realizar a pesquisa sobre a inclusão do aluno portador de TEA visa demonstrar e repensar também o espaço escolar, o qual necessita ser organizado, planejado e sistematizado para ofertar condições aos alunos, independente de suas dificuldades, promovendo assim, um ensino de qualidade.
Compete à escola adaptar-se para atender às capacidades e necessidades do estudante na classe comum, mobilizando ações e práticas diversificadas que, além do acesso, propicie condições de permanência exitosa no contexto escolar. (KELMAN, et al, 2010, p. 226) 16).
É neste sentido que o ambiente escolar, como, instituição da sociedade tem o dever de adaptar e proporcionar aos alunos autistas a convivência social. E para que isso aconteça é necessário que a comunidade escolar, principalmente os professores tenham conhecimento do que é autismo, mas na maioria dos casos encontramos professores despreparados e totalmente leigos ao assunto. Para Correia (2008), com a educação inclusiva surgem maiores exigências e desafios para as escolas e para os professores. É necessário que, os intervenientes educativos programem um currículo que atendam às características dos alunos.
A escola não deve analisar o diagnóstico de deficiência do aluno como uma condição de inépcia para desenvolver sua aprendizagem, mas sim buscar estratégias de como inserir esse aluno em todo o âmbito escolar. Portanto, é preciso acreditar que é possível. É conciso ver o aluno como um ser capaz, apesar de suas limitações. 
As analises do estudo estão dispostas da seguinte maneira: No primeiro capítulo foram apresentados os fatos acerca do TEA (Transtorno do Espectro Autista), uma prévia sobre a relação do autista com a escola, além de seus principais direitos. Já no segundo capítulo decorre sobre a importância da formação docente para trabalhar com os alunos com autismo, também sobre o processo de inclusão desses alunos e também os métodos usados.
A metodologia utilizada neste presente trabalho foi uma pesquisa qualitativa de caráter bibliográfico, analisando autores com vasto conhecimento sobre as temáticas abordadas, como Silva (2012), Cunha (2014), Freire (1996), entre outros. Além de também pesquisar sobre leis que tratam a respeito tema.
Enfim, sabemos que a ação de ensinar é um processo que precisa de interação entre professor e aluno. É primordial conhecer nossos educandos para que possamos desenvolver metodologias de aprendizagem que faça com que o aluno se torne um ser participativo na sala de aula.
2. COMPREENDENDO O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA 
Silva et al (2012) nos apresenta de uma forma bem detalhada, o que é ser uma criança com TEA (transtorno do espectro autista) e suas especificidades. Segundo a autora, o TEA é “um transtorno global do desenvolvimento infantil que se manifesta antes dos 3 anos de idade e se prolonga por toda a vida”. Para a autora, e também para outros autores, o TEA caracteriza-se por “um conjunto de sintomas que afeta as áreas da socialização, comunicação e do comportamento”, e argumenta que, dentre estas áreas, a mais comprometida, geralmente, é a interação social (SILVA et al, 2012, p.6).
A autora nos faz entender que a criança com TEA é um ser puro, neutro, surpreendente e especial no seu modo de ser, mesmo que em seu interior exista muitos mundos a serem descobertos. Orientando para que não nos deixemos corromper com os estereótipos que a sociedade tem a respeito das pessoas com TEA, conhecer um autista é, segundo a autora, “ter a oportunidade de participar de um milagre diário, ou seja, é ter que todo dia redescobrir o novo que há nos recomeços” (SILVA et al, 2012, p.9).
É provável que uma criança com autismo, diz Silva et al (2012) apresente extraordinária aptidão de inteligência e possa até tocar surpreendentes melodias no piano, mesmo que nunca tenha ido a uma aula musical. Mas, também é provável que haja limitações severas quanto ao raciocínio, aprendizagem e autonomia de crianças com TEA, determinando sempre intervenções e apoios constantes para simples atividades. Sendo assim, não há um único padrão de comportamento.
O TEA é classificado como um transtorno que possui variações, sendo estas subdividas em pelo menos quatro categorias, as quais variam do grau mais leve até alto grau. Podem ser divididas de tal maneira:
· Traços de autismo (características bem leves);
· Síndrome de Asperger (alguns comprometimentos básicos, porém com um nível intelectual e de importantes habilidades);
· Os savants (autismo de alto funcionamento);
· Autismo clássico (apresenta enorme comprometimento inclusive intelectual).
Os que possuem a síndrome de Asperger geralmente são confundidos com os savants, porém existem diferenças entre eles. As crianças com Asperger na maioria das vezes apresentam “interesses limitados, em algumas áreas específicas”, já os savants “exibem de maneira extraordinária, no ínfimo uma habilidade especial” (SILVA, 2012, p.100).
É importante ressaltar que todos os portadores do TEA, possuem potencialidades e determinadas limitações, no entanto, é conciso que a sociedade e a escola identifiquem tais potenciais estimulando-os à autonomia e ao desenvolvimento, valorizando cada conquista. Se assim for, ver-se-á no mundo bem mais exemplos de indivíduos com TEA que venceram suas dificuldades e com ajuda da família e de profissionais conseguiram desenvolver seus talentos para exercerimportantes papéis na sociedade (SILVA, 2012, p. 106).
Por isso, para que essas crianças recebam esta devida atenção é necessário que o âmbito escolar se adapte de fato e de direito de uma política educacional que proporcione o bem estar do aluno, oferecendo uma inclusão de qualidade, formações adequadas aos professores, como também, a adaptação de um Projeto Político Pedagógico que vise garantir um atendimento especializado respeitando as peculiaridades de cada aluno de modo que lhes traga um desenvolvimento positivo e um ensino efetivado.
2.1 Primeiro contato escolar da criança com TEA
 Para uma criança “sem deficiência” ingressar na escola gera muitas expectativas. Porém, para uma criança com TEA, essa tarefa é bem mais complicada, pois envolve comunicação, interação e comportamentos específicos, em um ambiente absolutamente novo. “Para que essa adaptação possa acontecer, a criança necessitará de acompanhamento educacional personalizado e individual”. Por isso, a presença de um(a) monitor(a) é muito importante nesses casos (SILVA et al, 2012,p.75).
Na escola, os professores precisam estar atentos a todos os sinais emitidos pelo autista a fim de encontrar maneiras de promover a interação entre a criança com TEA e os demais alunos da classe, propondo sempre atividades que favoreçam contato, dentro de seus limites. Os professores deverão sempre que possível, em meio às atividades, introduzir figuras para promover melhor o entendimento da criança com TEA e assim, também, estreitar os laços entre educador e aluno. É válido tentar inserir a criança nas atividades de rotina, no entanto sem exonerar as adaptações necessárias.
Nesse modelo inclusivo, o aluno autista não esta sozinho, portanto as demais crianças da turma precisarão ser sempre lembradas a respeitar e ajudar a criança com TEA, para que a mesma se sinta acolhida no ambiente escolar (SILVA et al, 2012, p. 81).
Na alfabetização da criança autista, faz-se necessário que o professor e a equipe da sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE), trabalhem juntos e de forma criativa para estimular a criança e sua aprendizagem e que para isso será indispensável à adaptação. O uso de materiais sólidos e visuais que podem ser usados junto à criança facilitará esse aprendizado. Além disso, é preciso acatar as preferências das crianças sobre determinado assunto, que pode ser algo relacionado a trens, carros, dinossauros, entre outros. Desse modo de uma maneira interativa será possível proporcionar ao aluno com TEA, “um aprendizado prazeroso e positivo” (SILVA et al, 2012, p.86).
Nota-se desta forma, como é importante a mediação escolar na educação de alunos com TEA e que a ação mediadora, corretamente organizada e planejada se torna fundamental para a aprendizagem.
2.2 Os direitos da criança com TEA
Nos últimos anos houve um grande crescimento de crianças e jovens com TEA, frequentando as escolas de ensino regular, este aumento, se deve a instituição de Leis e Políticas Públicas.
A Constituição Federal de 1988 traz, no seu a Art. 205, a seguinte afirmação: 
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988, Art.205)
Mais adiante, no Art. 206, a lei vem afirmar que o ensino será ministrado tendo base em alguns princípios, com destaque para o Inciso I, que defende “igualdade de condições para o acesso e permanência na escola”. Esse acesso é aludido a todos os cidadãos brasileiros, incluindo os que têm algum tipo de deficiência ou transtorno, onde se inclui a criança com TEA (BRASIL, 1988).
Desse modo, o Brasil entra em acordo mútuo com o que defende a Declaração da Salamanca, em 1994. Esta declaração foi produzida na Espanha, durante o encontro com 88 representantes governamentais e 25 organizações internacionais que se reuniram com a finalidade de reafirmar dentro do sistema regular de ensino, um compromisso para educação de todos, incluindo nesse “todo”, crianças, jovens e adultos com necessidades exclusivas, que até então eram vistas como obstáculos a permanecerem na escola comum. Assim, o evento em Salamanca representou um grande passo em favor da inclusão educacional. Neste contexto, o Brasil tornou-se, paulatinamente parceiro legal nessa luta pela inclusão.
Pode-se perceber que as leis aos poucos, foram assumindo uma preocupação com a educação das pessoas com TEA. Em 27 de dezembro de 2012, foi sancionada pela Presidente da República, Dilma Rousseff, a Lei Nº 12.764 (Lei Berenice Piana), que prevê a política nacional da proteção dos direitos da pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Esta lei estabeleceu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, prevendo o acesso a um sistema educacional inclusivo em todos os níveis de ensino e atendimento por profissionais capacitados para desenvolver atividades paralelas à inclusão. Conforme este novo ordenamento, o aluno autista tem garantido o seu direito de estar na escola e ter atendimento por profissionais preparados, assim como orienta a legislação. (BRASIL, 2012).
De acordo com a atual Lei 13.146/2015: 
A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem (BRASIL, 2015, Art.27).
Percebe-se como as leis de inclusão garantem o atendimento inclusivo das pessoas portadoras de deficiência desde o início de sua vida escolar até todos os níveis e modalidades, assim como o aprendizado ao longo de toda a vida, a fim de promover a conquista de sua autonomia. É nítido, que ainda exista muito o que fazer para que a educação inclusiva seja realmente uma realidade em nosso país, muitos recursos já foram inseridos, um grande passo já foi dado embora ainda existam perceptíveis lacunas no regulamento aos direitos reservados as pessoas com TEA.
Encontra-se ainda, grande necessidade no que se refere à preparação dos professores em todos os níveis. A formação inicial e continuada é extremamente importante para os mesmos, já que estes são o suporte neste processo, são os professores que orientam seus alunos e oportunizam o desenvolver de suas potencialidades.
Desta forma, cabe ao professor respeitar o ritmo da própria criança, dando-lhe o suporte necessário para que este possa aprender e interagir com o ambiente a sua volta. Claro que, apenas o professor com formação e conhecimento adequado é capaz de reconhecer as necessidades especificas do aluno com TEA para utilizar assim, técnicas facilitadoras para sua interação, expressão, compreensão e desenvolvimento.
3. FORMAÇÃO DOCENTE E INCLUSÃO DE ALUNOS AUTISTAS
3.1 A importância da formação docente
	
A questão acerca da formação dos professores surgiu no século XIX, quando revoluções aconteciam na Europa, como a Revolução Francesa, que, como um movimento da camada popular colocou em pauta a instrução popular. No Brasil, essa preocupação surgiu com a Proclamação da República, mas foi de fato, expandida durante o processo de Revolução Industrial. Desde então, ficou cada vez mais evidente a importância da formação de professores qualificados. Atualmente, a formação de professores é cada vez mais voltada para inclusão de todo o tipo de aluno.
	Para que a inclusão dos alunos autistas seja eficaz e adequada é necessária a formação competente dos professores. É fundamental, uma formação que contemple tanto a teoria quanto a prática como forma de aprendizado.
Sobre a formação docente, Costa diz:
 [...] os cursos de formação docente sinalizam para a importância do entorno que dá significado à autonomia escolar e determina as responsabilidades dos docentes, sem descuidar do projeto institucional dos estabelecimentosde ensino. (COSTA, 2012, p. 5)
A escola, atualmente, necessita de ações que vão além do pragmatismo, focando na multidisciplinaridade, em atividades que possam associar a sociedade, a família e a escola, em síntese, preparar os estudantes para o mundo moderno e mutável do qual fazem parte. 
No entanto, essa formação muitas vezes é falha, no pouco contato que os estudantes de pedagogia possuem com a realidade escolar desses alunos durante sua formação. Isso pode acarretar em problemas de segurança do professor ao enfrentar determinadas situações do cotidiano escolar, especialmente com alunos com algum tipo de deficiência. 
 	Silva et al (2012) destaca que “além do preparo técnico e pedagógico, os professores precisam de suporte psicológico e uma boa relação com as famílias para lidarem com os desafios da inclusão” (2012. p.112). Salientando a fala de Silva et al, reitera-se a importância de ter contato com o âmbito escolar para uma formação mais completa.
	Ainda, segundo Paulo Freire (1996) “a teoria sem a prática vira "verbalismo", assim como a prática sem teoria vira ativismo. No entanto, quando se une a prática com a teoria tem-se a práxis, a ação criadora e modificadora da realidade.” Neste sentido, exemplifica-se a relevância de ser posto em prática o conhecimento adquirido, para que seja mais eficaz na passagem do aprendizado, além de melhor formar o professor, deixando-o mais à vontade e mais familiarizado com o ambiente escolar.
	Portanto, o fator primordial que determinará a educação de todos os alunos, destacando-se os que possuem algum nível de deficiência intelectual, é a formação docente do professor, podendo cumprir devidamente seu papel. Nesse sentido, de acordo com a Declaração de Salamanca:
É preciso repensar a formação de professores especializados,
a fim de que estes sejam capazes de trabalhar em diferentes
situações e possam assumir um papel - chave nos programas
de necessidades educativas especiais. Deve ser adaptada uma
formação inicial não categorizada, abarcando todos os tipos de
deficiência, antes de se enveredar por uma formação
especializada numa ou em mais áreas relativas a deficiências
específicas. (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994, p, 27)
3.2 Educação Inclusiva
A definição de Educação inclusiva é muito ampla, compreendendo as técnicas, estratégias e métodos que visam incluir todas as pessoas, com ou sem deficiência, no ambiente escolar. A educação inclusiva permite também a inserção do indivíduo na sociedade, podendo exercer seus direitos e seus deveres. Como é frisado por Silva:
	
A inclusão escolar teria o objetivo nobre de colocar as crianças
com necessidades especiais em contato com seus pares, o
que facilitaria seu desenvolvimento e ensinaria a todo o grupo
que é possível conviver com a diversidade, na construção de
um mundo melhor. Falar em inclusão é um tema delicado e
complexo quando saímos da teoria e partimos para uma prática
efetiva nas escolas (SILVA, 2012, p.112).
São estabelecidos alguns princípios que regem a educação inclusiva: O princípio básico da educação inclusiva deriva do direito de acesso à educação, que é assegurado na Constituição Federal de 1988 e reafirmado no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
 A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. [...] O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; (BRASIL, 1988, art. 205 – 206)
Independente de qualquer limitação, a criança deve frequentar a escola e ter acesso a tudo que é disponibilizado regularmente às outras crianças.
O segundo princípio dessa educação considera que toda pessoa é capaz de aprender. Para isto, basta usar as ferramentas e métodos certos, focando nas habilidades e particularidades de cada aluno, como é enfatizado:
Entretanto, quando se pensar em currículo, o foco deve sempre partir da realidade de cada criança, seja ela com TID (Transtornos Invasivos do Desenvolvimento) ou não, pois: Pensar numa proposta curricular vai além dos conteúdos. Ou são os conteúdos mais importantes que o processo educativo? Ao educador faz-se necessário observar a real necessidade do aprendente autista e como esse currículo vai ajudá-lo no seu desenvolvimento cognitivo (CHAVES; ABREU, 2014, p. 6).
No entanto, ressalva-se a diferença entre a inclusão e a inserção do aluno com TEA, que mesmo sendo termos similares, denotam situações diferentes. A palavra inserir, significa, “colocar; introduzir uma coisa em outra”, sendo que assim, refere-se apenas em introduzir o aluno com autismo no âmbito escolar, sem se preocupar com a interação e participação dele com o espaço. Já a palavra incluir, significa, “pôr; passar a pertencer a um grupo; tornar parte de uma classe de pessoas”, tal definição exprime o objetivo da inclusão dos portadores de TEA, não apenas frequentando o ambiente escolar, mas também interagindo e integrando-se com o espaço social, como refere-se à inclusão, Mittler (2003) apud Cunha (2012):
 A inclusão não diz respeito a colocar as crianças nas escolas regulares, mas a mudar as escolas para torná-las mais responsivas às necessidades de todas as crianças; diz respeito a ajudar todos os professores a aceitar a responsabilidade quanto à aprendizagem de todas as crianças nas suas escolas e prepará-los para ensinar aquelas crianças que estão atual e correntemente excluídas das escolas por qualquer razão. (MITTLER, 2003. p. 16 apud Cunha, 2012, p.7).
 
Partindo do pressuposto da inclusão é necessário enfatizar 	a importância de proporcionar as crianças autistas conviverem com outras crianças de mesma faixa etária, estimulando, assim, as capacidades criativas e evitando o isolamento contínuo.
Outro ponto importante para uma criança autista é a rotina, sobre isso Gikovate (2009, p. 15) destaca que a quebra de uma rotina pode desencadear um comportamento agitado no qual a criança se recusa a ir em frente enquanto não se retorne ao padrão anterior. É importante para eles, manterem um padrão de aprendizado, para que consigam se organizaram melhor no espaço e no tempo. 
Diante dos fatos expostos, percebe-se que um aluno com TEA, necessita de muita atenção e dedicação, então se tem a relevância do papel do professor acompanhante. Segundo Cunha (2014),
Enquanto o aluno com autismo não adquire a autonomia
necessária, é importante que ele permaneça sob o auxílio de
um profissional capacitado ou um psicopedagogo para que dê
suporte ao professor em sala de aula. Na escola inclusiva, é
demasiadamente difícil para um único educador atender a uma
classe inteira com diferentes níveis educacionais e, ainda,
propiciar uma educação inclusiva adequada. Tudo o que for
construído no ambiente escolar deverá possuir o gene da
qualidade (CUNHA, 2014, p.55)
 
 A presença deste profissional está assegurada na Lei nº. 12.764/12, conhecida como a lei do autismo, que no seu Art. 2º, a lei assevera que “em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista, incluída nas classes comuns de ensino regular, terá direito a acompanhante especializado” (BRASIL, 2012, Art.2º).
3.3 Métodos auxiliares para aprendizagem dos alunos com TEA
Além dos pontos citados anteriormente, há alguns métodos que são aplicados na educação do aluno com TEA, que tem o objetivo de ajudar e facilitar o processo de aprendizado destes alunos. Embora, tais recursos não tenham sido criados com o fim de auxiliar no ensino regular.
Para manter a atenção dos alunos durante as aulas é necessário que o professor utilize métodos educacionais que tenham por objetivo fazer com que a criança autista seja de fato incluída e seu processo de ensino aprendizagem efetivados, portanto, muitos estudos são realizados sobre diferentes métodos.
Serão destacados o ABA (Análise Aplicada do Comportamento), o PECS (Picture Exchange CommunicationSystem) e o TEACCH (Treatment and Education of Autistic and related Communication-handicapped Children).
O ABA (Análise Aplicada do Comportamento) trata-se de um método que consiste basicamente em mudar os comportamentos inadequados por comportamentos funcionais positivos. Segundo Silva et al (2012),
Isso envolve criar oportunidades para que a criança possa
aprender e praticar habilidades por meio de incentivos ou
reforços positivos, ou seja, premiá-la e elogiá-la a cada
comportamento realizado de forma adequada (SILVA et al,
2012, p. 104).	
 Exemplificando, pode-se dizer que o ABA consiste do incentivo de determinada ação por ganho de recompensa (objetivo), por exemplo, quando a criança faz alguma ação negativa, como birras, ela não é recompensada, para que não seja reforçada tal ação. Já quando exerce uma ação positiva, a criança ganha a recompensa, tendo assim, tendência a repetir a ação positiva, pois, alcançou o objetivo. Em síntese, o ABA é um método que usa a repetição como forma de eliminar ações que são consideradas negativas.
Outro método é o Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (PECS). Segundo, Bosa (2006, p. 48) o método Picture Exchange Communication System (PECS) é um exemplo de como uma criança pode exercer um papel ativo utilizando velcro ou adesivos para indiciar o início, alterações ou final das atividades. Esse método facilita a compreensão e a comunicação associando atividades e símbolos. Isso porque o método PECS trabalha através de cartões e figuras em que a criança consegue se expressar, pois associa a imagem com o que ela deseja.
 Também há o método de Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits relacionados com a Comunicação (TEACCH), que de acordo com Bosa (2006, p. 49) é um programa altamente estruturado que combina diferentes materiais visuais para aperfeiçoar a linguagem, o aprendizado e reduzir comportamentos inapropriados. Tal método busca a independência da criança através de estímulos visuais, é aplicado com base em figuras que ajudam a compreender o que fazer, como apontar, buscar, enfim, movimentar-se.
4. METODOLOGIA
 	 O presente trabalho foi realizado embasado em obras bibliográficas de autores renomados e reconhecidos por seu conhecimento sobre o tema tratado. Foi feita uma pesquisa qualitativa com caráter bibliográfico, com o fim de atingir os objetivos apresentados através de referenciais teóricos presentes em livros, artigos e teses. Como Gil (2002, pg. 17), define a pesquisa sendo um "procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos". 
 	 Através de obras, como Mundo Singular – Entenda o autismo, de Ana Beatriz Barbosa Silva, foram feitas análises do que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA), de sua relação com a aprendizagem e as relações sociais. Além de, através destas obras, foi possível compreender o que pode ser feito para melhor inclusão do aluno com TEA no âmbito escolar.
 	Também foram analisados outros grandes autores que tem papel acerca inclusão e autismo, Eugênio Cunha (2014), Paulo Freire (1996), e outros que também se encaixam nesse padrão. Podendo assim, correlacionar e comparar as idéias de diferentes autores, enriquecendo o texto e ratificando a importância da discussão acerca da inclusão de crianças com autismo na escola e na sociedade.
 O critério para a escolha dos livros e autores para se trabalhar a pesquisa foi partindo de Paulo Freire, até autores dessa década, além de leis e declarações, claro, que também fossem obras com importância singular para obtenção de dados essenciais para o trabalho. Sobre o contexto geral da metodologia desse trabalho, usarei a seguinte reflexão de Santos (2001), que diz que o conhecimento científico gera a pesquisa científica sendo, que é definida como uma atividade intelectual intencional que visa responder às atividades humanas, para compreender e transformar a realidade que nos rodeia. Esse processo significa realizar esforços para investigar, para descobrir novas teorias e teses e conhecer algum fenômeno.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
 No presente trabalho foi possível abordar, além do tema central, sobre a inclusão de um modo geral para quem possui TEA e também conhecer mais acerca dessa deficiência intelectual. A partir das pesquisas realizadas foi possível constatar que para haver uma educação para “todos”, é necessário o esforço e comprometimento por parte de todos os envolvidos na vida escolar do aluno com autismo.
 Ressalto alguns pontos importantes abordados no decorrer do trabalho, que contribuem para o acesso ao aluno, como a formação adequada dos professores, de modo a se capacitarem docente e mentalmente para trabalhar com tais alunos, com maior contato com o ambiente e a comunidade. Além dos métodos que proporcionam mais facilidade no momento de aplicar ensinamentos aos alunos com TEA, que se pode notar, serem compostos de imagens que estimulam a criatividade e a independência da criança. 
 Falar de inclusão, não é apenas falar em inserir o individuo no espaço, mas torná-lo parte do ambiente, fazendo-o interagir e exercer um papel. Para que isto seja possível, devem-se ser analisadas as capacidades e habilidades do aluno, visto que, toda pessoa é capaz de aprender, só é necessário ensinar da maneira certa, que mesmo com suas dificuldades há uma maneira que viabilize absorver conhecimentos e ensinamentos.
 Considero atingidos os objetivos que tinha perante o desenvolvimento da pesquisa, conseguindo demonstrar e esclarecer o que é necessário para a inclusão de indivíduos com autismo, podendo também conhecer mais sobre tal deficiência. Também relatar a importância dessa inclusão, tanto para o aluno e sua família quanto para a comunidade escolar, proporcionando a igualdade prescrita em lei e dando oportunidades a essas pessoas. Considero, também, importante a integração para desenvolver indivíduos socialmente conscientes, já que a convivência com diferentes pessoas desde a infância não muda só a vida do autista, mas de todos, que aprendem que qualquer pessoa é capaz e deve ser tratado com igualdade e respeito.
 Finalizo, portanto, a presente pesquisa salientando o quão importante é proporcionar o acesso ao ensino regular às crianças com TEA, abrindo para elas um caminho cheio de oportunidades, esforçando-nos ao máximo para contribuir nesse processo. Concluo, então, que há desafios, mas que estes podem ser superados e gerar ótimos resultados se trabalhados da maneira correta, pois a inclusão é o aperfeiçoamento básico humano de educar para a construção de um mundo mais sociável.
REFERÊNCIAS
BOSA, Cleonice Alves. Autismo: atuais interpretações para antigas observações. In: BAPTISTA, Claudio; BOSA, Cleonice (org.). Autismo e educação: atuais desafios. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 22-39.
BRASIL. Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.html. Acesso em: 26 ago. 2020.	
BRASIL. Lei Federal nº 12.764/2012, de 27 de dezembro de 2012. Institui a
Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do
Espectro Autista. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF:
28 dez. 2012
CHAVES, Maria José; ABREU. Márcia Kelma de Alencar. Currículo inclusivo: proposta de flexibilização curricular para o aprendente autista. 2014.
COSTA, Flávia Fernanda. Seminário de Pesquisa em Educação da Região
Sul, RS: ANPED, 2012.
CUNHA, Eugênio. Autismo e Inclusão: psicopedagogia e práticas educativas na escola e na família. Rio de Janeiro: Wak, 2014.
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