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A importância da Literatura infantil

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A Literatura na Alfabetização Escolar
RESUMO
A presente pesquisa busca investigar e salientar a importância da literatura infantil no processo de alfabetização das crianças, além de, também evidenciar os benefícios que ela exerce no desenvolvimento das crianças em meio à sociedade. Pontuando, o papel da escola e do professor para o sucesso desse processo de aprendizagem através da leitura literária, buscando formas de incentivo a leitura saudável e inteligente. Tendo como objetivos ressaltar a importância da literatura na infância em vários aspectos e como ela deve ser aplicada. A pesquisa foi realizada de forma qualitativa de caráter bibliográfico, que se deu através de análises de obras de autores com conhecimento sobre o tema abordado, de modo, a acrescentar novas idéias e bases. Através das analises feitas na presente monografia, pôde-se observar que ter acesso desde a infância à literatura é um diferencial extremamente positivo para o desenvolvimento cognitivo, pessoal e interpessoal, e de como existem técnicas para o incentivo a leitura saudável e eficaz, sendo então, a literatura, indispensável no âmbito escolar.
Palavras-chave: Literatura infantil. Crianças. Leitura. Importância.
1. INTRODUÇÃO 
 
 A presente pesquisa alude sobre a Literatura na Alfabetização Escolar, visando a importância que a prática de ler exerce, não só na alfabetização, como também no desenvolvimento e formação da criança como cidadão. Portanto, veremos como é a literatura infantil e todos os benefícios que ela traz as crianças e a própria sociedade.
 A literatura infantil é um ramo da literatura dedicado, especialmente, a crianças. 
A literatura infantil é antes de tudo, literatura; ou melhor, é arte: fenômeno de criatividade que representa o mundo, o homem, a vida, através da palavra. Funde os sonhos e a vida prática, o imaginário e o real, os ideais e sua possível/impossível realização... (COELHO, 2000, p. 27).
 Sendo geralmente composta por ficções infantis com estética colorida e também histórias que visam apresentar alguma moral. Tudo isso através de textos simples e histórias que aguçam a curiosidade das crianças. Considerando-se todos esses aspectos, a literatura exerce eximia importância no processo de aprendizagem e no desenvolvimento como cidadão, proporcionando desde a infância aprendizados sobre valores essenciais para o convívio social. Sobre isso, segundo Costa (2013, p.28): “a literatura enquanto forma de conhecimento é aquela que assume um papel informativo e que abre as portas do saber, propicia o acesso ao conhecimento, traz informações para a vida prática, num processo sem fim.
 O objetivo deste trabalho é discutir acerca da influência da literatura na alfabetização, investigando os principais métodos para o incentivo a essa prática, tornando a leitura algo agradável com que se pode aprender, pois com esse contato com palavras, frases e textos, a criança começa desenvolver apreço pela leitura, proporcionando a absorção de idéias e o desejo de ler sozinho:
À medida que o sujeito lê uma obra literária, vai construindo imagens que se interligam e se completam – e também se modificam – apoiado nas pistas verbais fornecidas pelo escritor e nos conteúdos de sua consciência, não só intelectuais, mas também emocionais e volitivos, que sua experiência vital determinou. (AGUIAR, 1988, p. 16)
 Também foi pesquisado os meios e métodos que incentivem a leitura e o apreço por esse hábito, de modo que, cada vez mais crianças adotem esse hábito importante. Além, de mostrar o papel de grande relevância que a escola e o professor exercem para que a literatura seja aplicada da forma correta e que as crianças tenham acesso a acervos de livros. Assim como indica Costa (2013, p. 95), que a formação do leitor é atribuição primordial e prioritária da escola, a qual cabe mais responsabilidade que cabe a família, por exemplo. A escola deve ter professores qualificados, acesso a biblioteca, planejamento e metodologias essenciais para a formação do leitor e o desenvolvimento das habilidades que a leitura pode propiciar.
 As analises das pesquisas estão dispostas nesse trabalho da seguinte maneira: No primeiro capítulo foi analisada a origem da literatura infantil e de como a concepção do ‘ser criança’ se modificou ao longo dos séculos. Já no segundo capítulo, está exemplificada a importância de ler na infância, analisando-se os benefícios não só na alfabetização, mas também os benefícios sócio-culturais. Por fim, no terceiro capítulo é relatado o papel da escola e dos professores nesse processo de aquisição da literatura e a importância do ambiente escolar estar devidamente qualificado para isso.
 A metodologia utilizada foi uma pesquisa qualitativa de caráter bibliográfico, analisando autores com vasto conhecimento sobre as temáticas abordadas, como Coelho (2000), Costa (2013), Aguiar (1988), Áries (1981), entre vários outros. Também foram analisados os Parâmetros curriculares do Brasil (1997) e o Estatuto da criança e do adolescente (1990).
 Enfim, essa pesquisa analisa e destaca a importância que a literatura, desde seus primórdios, exerce no processo de alfabetização e na formação de bons cidadões.
 
 
2. A LITERATURA E A INFÂNCIA
Primeiramente, devemos entender a origem da literatura infantil e suas transformações ao longo dos anos, desde a França até o Brasil. Além de acompanhar a evolução da concepção de criança ao longo dos séculos.
2.1 A origem da literatura infantil no mundo e no Brasil
“A história da literatura infantil tem relativamente poucos capítulos. Começa a delinear-se no início do século XVIII, quando a criança pelo que deveria passa a ser considerada um ser diferente do adulto, com necessidades e características próprias, pelo que deveria distanciar-se da vida dos mais velhos e receber uma educação especial, que a preparasse para a vida adulta.”(CUNHA ,1999 ,p.22)
 A literatura infantil surgiu, de fato, no século XVII, na França, durante a monarquia de Luís XIV, através de François Fenélon (1651 – 1715) que era escritor, padre, teólogo e poeta. Seus inscritos infantis surgiram justamente, com a função de educar moralmente as crianças, expondo claramente qual era o bem que deveria ser aprendido e o mal que deveria ser renegado. Entretanto, as histórias mais famosas, os Contos de Fada, que até hoje são a maior referência no gênero, só foram documentadas décadas depois, já no fim do século XVII, ainda na França, com Charles Perrault, que editou as narrativas folclóricas contadas pelos camponeses de forma que pudessem serem contadas para crianças. Destacam-se as histórias, Chapeuzinho Vermelho, a Bela Adormecida, o Gato de botas, Cinderela e o Pequeno Polegar. Após isso, já no século XIX, os famosos irmãos Grimm trouxeram um novo estilo à literatura infantil, com personagens populares e também com presenças mágicas. Além de criarem diversas fábulas infantis, em 1812, editaram a coleção Contos de Fadas, transformando-se em sinônimo de literatura para crianças. Como afirma Carvalho:
 E são os irmãos Grimm que, animados pelo espírito romântico, vão buscar as suas estórias, “vivas”, na pureza e na simplicidade das fontes folclóricas, e revalorizar os contos maravilhosos, com a mesma dimensão que alcançaram no século XVII. (CARVALHO, 1982, p. 104).
Pode-se perceber que a literatura dos dias atuais ainda se assemelha com suas origens nesse quesito, sendo recheada com fábulas e contos com lições e morais. Diante disso, podemos compreender o raciocínio de Nelly Novaes Coelho, em que ela entende a literatura infantil, como “uma linguagem especifica que, como toda linguagem expressa, uma determinada experiência humana, e dificilmente poderá ser definida com exatidão.” (COELHO, 2000, p. 27). Então, a literatura infantil foi editada e contada, conforme a época e o modo de vida, cada uma contribuindo para o conceito da importância da criança ler. 
 Os primeiros exemplares de livros infantis publicados no Brasil datam no ínicio doséculo XIX, livros estes traduzidos da Europa.
 O primeiro livro brasileiro foi publicado ainda no século XIX, Contos Infantis (1886) de Júlia Lopes Almeida e Adelina Lopes Vieira. A primeira edição foi impressa em Lisboa, no ano de 1886, destinada a escolas primárias do Brasil. Era um livro estruturado com prosas e versos simples, com o propósito de facilitar a leitura das crianças, além disso, continha frases que pudessem influenciar positivamente no comportamento das crianças. Contudo, pode - se dizer com mais precisão, que a literatura infantil produzida unicamente por um brasileiro ocorreu por volta de 1922, com a obra A Menina do Narizinho Arrebitado de Monteiro Lobato.
 Monteiro Lobato não gostava das traduções dos livros europeus e como era muito nacionalista, começou, então, a escrever suas próprias obras, destacando costumes e tradições brasileiras, ligações entre o campo e o folclore, sempre também com presença de questões sociais que permeavam a época. Dessa forma, consagrou-se como pioneiro da literatura infantil no Brasil.
 2.2 Concepção de criança 
A criança nem sempre teve o mesmo tratamento e importância de hoje, no que se trata de entender a infância, conforme cita Áries:
“na sociedade medieval, o sentimento da infância não existia – o que não quer dizer que as crianças fossem negligenciadas, abandonadas ou desprezadas. O sentimento da infância não significa o mesmo que afeição pelas crianças: corresponde a consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem. (ÁRIES, 1981, p. 156)”
A criança, então, era parte da família, mas sem nenhuma distinção do adulto para o infantil, apenas um ser mais frágil.
 Para ser mais específico, pode-se citar a Idade Média, período situado entre os séculos V e XV, em que a crianças não tinha nenhum papel ou relevância significativa na sociedade, isso poderia ser ocasionado por causa das altas taxas de mortalidade infantil, então a criança era vista como um ser que não deveria-se criar uma relação de apego, como relata Áries: “as pessoas não podiam se apegar muito a algo que era considerado uma perda eventual.” (ÁRIES, 1981, p. 22). A partir das Expansões Marítimas, a criança servia como mão-de-obra fácil e barata, atuando, principalmente, em navios. Posteriormente, durante o período da Renascença, a criança começou a freqüentar a escola e a ser educada com disciplina e rigor, vista como um ser despreparado para a vida social e que cabia apenas a escola prepará-los.
 A concepção real de infância só surgiu na Modernidade, a partir do século XVII, devido as grandes transformações sociais ocorridas neste século, como as Reformas religiosas Católica e Protestante, que ressignificaram o olhar que se tinha sobre a criança, como afirma Áries:
"Essa separação - e essa chamada à razão - das crianças deve ser interpretada como uma das faces do grande movimento de moralização dos homens promovido pelos reformadores católicos ou protestantes ligados à Igreja, às leis ou ao Estado [...]" (ÁRIES, 1981, p. 11)
 Nos dias atuais com a aplicação do Estatuto da Criança que garante direitos, como igualdade, escolaridade gratuita e alimentação, a criança frequenta a escola, e toda a comunidade empenha-se com vigor no processo saudável de crescimento, com o objetivo central de formar adultos conscientes. Vejamos a seguir:
[...]
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
[...]
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. (ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE, 1990)
 Nesse processo entra a importância da literatura na infância.
 3. A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL
 A escola tem papel fundamental na vida das pessoas, é por ela que se começa a formação de pensamentos e a integração na sociedade. Um dos principais e mais importantes métodos dessa formação é através da literatura, principalmente na educação infantil. Segundo Costa (2013), depois de reconhecida a possibilidade do trabalho com a literatura no ambiente escolar, com o objetivo de formar cidadãos críticos e leitores, pode-se pensar nas diferentes funções que a literatura e a leitura exercem no ambiente escolar. A literatura exerce profundo impacto na vida das pessoas, de formas variadas, dependendo do modo em que é aplicada.
3.1 Porque ler é importante?
 A literatura é elemento crucial no desenvolvimento do interesse da criança por aprender, já que no contar da história é despertado o sentimento de curiosidade e assim, ela tende a se empenhar para conseguir compreender melhor e poder ler sozinho tais histórias. Considerando também que o ato de ler estimula a escrever, e com a repetição desse hábito que se consegue alfabetizar a criança. Como descreve Costa (2013, p. 98), “uma das razões do encanto pelas narrativas é o fato de que o leitor pode experimentar emoções e angústias semelhantes às das personagens sem precisar se expor verdadeiramente, em tempo real, a todos os perigos e sofrimentos.” Considerando-se isto, pode-se notar que a leitura tem o poder de transportar o leitor para dentro da narrativa e dessa forma, ajudando a entender e solucionar os próprios problemas do cotidiano. Não só isso, como também auxilia no desenvolvimento da empatia, capacidade de colocar-se no lugar da outra pessoa diante dos problemas. Nesse contexto, podem ser citadas as fábulas, histórias fantasiosas que sempre tem a finalidade de expressar uma moral, seguindo a descrição de Moisés (1978) apud Costa (2013, p. 74), a fábula:
“É protagonizada por animais irracionais, cujo comportamento, preservando as características próprias, deixa transparecer uma alusão, via de regra satírica ou pedagógica, aos seres humanos.” 
Assim, a fábula sempre tenta demonstrar os seus personagens de modo que possam ser comparadas ao próprio leitor, estabelecendo uma correlação entre as histórias e o cotidiano, os personagens e os leitores.
 Além disso, a literatura infantil também é responsável por despertar o sentido da reflexão própria e dos ambientes e pessoas ao seu redor. Nesse contexto, segundo Aguiar (1988, p. 15), 
“A riqueza polissêmica da literatura é um campo de plena liberdade para o leitor. Daí provém o próprio prazer da leitura, uma vez que ela mobiliza mais intensa e inteiramente a consciência do leitor, sem obrigá-lo a manter-se nas amarradas do cotidiano.”
 Nesse sentido, a leitura amplia a visão de mundo da criança, num processo que está sempre em constante evolução. Como prova disso, encontrei uma pesquisa realizada pela Universidade de Stanford, dos Estados Unidos, na qual, após análises, provou que ao ler, diferentes áreas do nosso cérebro são afetadas e estimuladas. Daí pode ser percebido que ler desde pequeno, forma adultos mais articulados e inteligentes, nos aspectos cognitivos, principalmente o desenvolvimento da linguagem. Ademais, também de atuar na construção do papel do cidadão em meio à sociedade, que contribui significativamente na qualidade de vida dos futuros adultos. Também estimula o autoconhecimento, com questionamentos simples que estão presentes nas próprias histórias, como: “O que você faria?”, “Você acha isso certo?”, auxiliando a criança a compreender melhor as reações humanas.
Sua intenção de estimular a consciência crítica do leitor; levá-lo a desenvolver sua própria expressividade verbal ou sua criatividade latente; dinamizar sua capacidade de observação e reflexãoem face do mundo que o rodeia; e torná-lo consciente da complexa realidade em transformação que é a sociedade, em que ele deve atuar quando chegar a sua vez de participar ativamente do processo em curso. (COELHO, 2000 p.68)
 Além de propiciar o contato com diferentes culturas, e assim, tendo a oportunidade de ensinar que o diferente não é ruim e que se deve tratar todos com respeito e igualdade. 
 Ainda, é um modo de entretenimento saudável, tanto na parte da saúde física da criança, como não ter que ficar com olhos fixos em frente a uma Tv ou celular que pode causar sérios danos a visão, quanto na parte do que a criança vai ter acesso, já que nos meios tecnológicos não pode ser totalmente filtrado o que o pequeno espectador terá acesso.
 Portanto, a importância da literatura infantil não pode ser substituída, por suas inúmeras funções e benefícios que somente ela pode proporcionar de forma saudável e culta.
3.2 Importância da escola e dos professores.
 Como já mencionado acima, a escola exerce papel imprescindível na vida das pessoas, principalmente na inserção ao meio social, é por meio dela que somos desafiados a conviver em harmonia com diferentes pessoas e opiniões, além de influenciar muito nossas escolhas e hábitos no futuro. Por essas razões, é crucial a prática da leitura nas salas de aula e no ambiente escolar, mesmo que a criança já esteja inserida nesse “mundo” da literatura, antes do processo de alfabetização, a leitura na escola tem um objetivo maior.
Lembramos, finalmente, que a maioria das crianças tornam-se ouvintes e ‘leitores’ de histórias antes de iniciarem o processo de escolarização, o que lhes fornece modelos alternativos de comportamento social diante do texto literário. Porém, a leitura de textos didáticos é prioridade da escola. Por essa razão, entendemos que a sala de aula é o espaço privilegiado para ensinar e aprender a lidar com as posturas comunicativas que eles exigem. Acreditamos que a formação do leitor, nos ciclos iniciais, depende, em grande parte, da internalização de formas culturais de comportamentos que ele adquire através da interação em sala de aula, sendo esta, portanto, de fundamental importância para seu relacionamento com textos escritos ao longo de sua escolaridade. (PASSEGGI, 1999 apud COSTA, 2013, p.101) 
A escola e o professor devem ter como objetivo formar leitores que não apenas saibam ler, mas que também saibam interpretar e decodificar os diferentes possíveis elementos que cada texto possui. 
Formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda o que lê; que possa aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos implícitos; que estabeleça relações entre o texto que lê e outros textos já lidos; que saiba que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto; que consiga justificar e validar a sua leitura a partir da localização de elementos discursivos. (BRASIL, 1997, p. 36)
 Então, conclui-se, de acordo com os parâmetros curriculares nacionais, que a real formação de um leitor não se resume em apenas ensinar a formar as palavras e posteriormente, formar frases para compreender um texto maior, mas sim, formar um leitor crítico e pensador, capaz de associar os textos lidos com diversos outros elementos, que incluem outros textos a situações do cotidiano. O papel da escola e de seus educadores, nesse sentido, é ensinar a interpretar e ler de maneira mais aprofundada que a simples leitura do texto. No entanto, para isso ser feito com sucesso, é preciso estar atento ao tipo de leitura que é passada para as crianças, de modo a que a criança desenvolva cada vez mais o apreço a ler, não o contrário. 
 Sobre isso, Bettelhem diz:
“Para que uma estória realmente prenda a atenção da criança, deve entretê-la e despertar sua curiosidade. Mas para enriquecer sua vida, deve estimular-lhe a imaginação: ajudá-la a desenvolver seu intelecto e a tornar claras suas emoções; estar harmonizada com suas ansiedades e aspirações; reconhecer plenamente suas dificuldades e, ao mesmo tempo, sugerir soluções para os problemas que a perturbam...”(BETTELHEM,1996, p.13)
 A leitura deve acrescentar em algo de interesse para aquela criança, algo que ela não pode ver no dia a dia, como animais falantes, mas que ao mesmo tempo, tenha uma relação com a vida de cada um. É um processo metódico, que deve ser aplicado corretamente, para obter sucesso na formação dos leitores.
 Baseado nas constatações de Coelho (2000), para o adequado desenvolvimento da formação do leitor é necessário que seja considerada as diferentes etapas do desenvolvimento psicológico e cognitivo infantil e juvenil. Essas etapas são divididas da seguinte forma: pré-leitor, leitor iniciantes, leitor em processo, leitor fluente e leitor crítico. No presente trabalho, será exemplificado apenas as duas primeiras fases, que tem relação à iniciação a leitura.
 O pré-leitor abrange a primeira e a segunda infância, que engloba entre 15/17 meses até aos 6 anos de idade. Nesta fase a criança começa a desenvolver a linguagem e tem a curiosidade aguçada. É importante que os adultos estimulem a criança a desenvolver apreço pelos livros. Os livros que essas crianças devem ter contato são livros que devem possuir predominantemente, figuras e imagens, sem muitos textos ou com textos pequenos, sendo feita a nomeação das coisas estabelecendo uma relação entre literatura e realidade, essas técnicas de reiteração são, segundo Coelho (2000, p. 34), “favoráveis para manter a atenção e o interesse desse difícil leitor a ser conquistado”.
 A etapa do leitor iniciante, começa a partir dos 6/7 anos de idade, fase onde a criança começa a compreender símbolos, letras, idéias, mas ainda está no inicio do processo de aquisição a leitura, por essa razão, é importante o papel do adulto como “agente estimulador” para a criança prosseguir nesse processo. Os livros dessa fase devem ter uma linguagem simples e enredos que prendam a atenção das crianças, com o bem vencendo o mal, histórias fantásticas, sempre evidenciando características e sentimentos, porém com muitas imagens para ilustrar. De acordo com Coelho (2000) “eles devem estimular a imaginação, a inteligência, a afetividade, as emoções, o pensar, o querer, o sentir.” Bamberger (2000) também indica essa literatura específica:
“idade dos contos de fadas (5 a 8 ou 9 anos). De posse de uma mentalidade mágica, o leitor vai buscar, nos contos de fadas, lendas, mitos e fábulas, a simbologia necessária à elaboração de suas vivências. Através da fantasia, resolve seus conflitos e adapta-se melhor no mundo.” (BAMBERGER, 2000 apud COSTA, 2013, p. 103)
 Seguindo-se essas idéias, a escola é um espaço insubstituível, por essa razão, a escola deve conter um espaço apropriado para o desenvolvimento dessas práticas. Além de, ter professores e funcionários capacitados para tal função, por que não se resume em apenas ler um livro e sim saber escolher o livro e saber conduzir de forma eficiente a leitura, como está explicado nos parâmetros curriculares nacionais:
O papel da escola (e principalmente do professor) é fundamental, tanto no que se refere à biblioteca escolar quanto à de classe, para a organização de critérios de seleção de material impresso de qualidade e para a orientação dos alunos, de forma a promover a leitura autônoma, a aprendizagem de procedimentos de utilização de bibliotecas (BRASIL, 1997, p.56)
 
Principalmente, considerando que as crianças não costumam a ter acesso a esse tipo de material, e o contato com a leitura feita por um adulto.
Principalmente quando os alunos não têm contato sistemático com bons materiais de leitura e com adultos leitores, quando não participam de práticas onde ler é indispensável, a escola deve oferecer materiais de qualidade, modelos de leitores proficientes e práticas de leitura eficazes. Essa pode ser a única oportunidade de esses alunos interagirem significativamente com textos cuja finalidade não seja apenas a resolução de pequenos problemas do cotidiano.(BRASIL, 1997, p. 42)
Enfim, podemos perceber a importância vital da escola e do professor no ato de desenvolver o hábito da leitura, não apenas como uma distração ou ensino didático, mas como uma forma de desenvolver o aspecto cognitivo, de estimular a imaginação, de formar leitores críticos e competentes e de ensinar importantes lições que os pequenos poderão aplicar no seu dia-a-dia.
4. METODOLOGIA
 O presente trabalho foi realizado apoiado em obras bibliográficas de autores renomados e reconhecidos por seu conhecimento sobre o tema tratado. Foi feita uma pesquisa qualitativa com caráter bibliográfico, com o fim de atingir os objetivos apresentados através de referenciais teóricos presentes em livros, artigos e teses. Como esclarece Boccato: “a pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema (hipótese) por meio de referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as várias contribuições científicas.” (BOCCATO,2006, p. 266).
 Através de obras, como a Metodologia do ensino da literatura infantil, de Marta Morais da Costa, foram realizadas analises sobre a importância da literatura infantil, além dos benefícios e métodos que incentivem as crianças a ler.
 Também foram analisados outros grandes autores na área da educação infantil e da literatura infantil, como Nelly Novaes Coelho (2000), Áries (1981), Aguiar (1988) e outros que também se encaixam nesse padrão. Podendo assim, correlacionar e comparar as idéias de diferentes autores, enriquecendo o texto e comprovando o quanto é importante a literatura infantil para a alfabetização.
 O critério para a escolha dos livros e autores para se trabalhar a pesquisa foi de: obras de 1980 que não ultrapassassem 2015, e claro, que também fossem obras com importância singular para obtenção de dados essenciais para o trabalho. Sobre o contexto geral da metodologia desse trabalho, usarei a seguinte reflexão de Santos (2001), que diz que o conhecimento científico gera a pesquisa científica sendo, que é definida como uma atividade intelectual intencional que visa responder às atividades humanas, para compreender e transformar a realidade que nos rodeia. Esse processo significa realizar esforços para investigar, para descobrir novas teorias e teses e conhecer algum fenômeno.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Nesse trabalho foi abordado o tema, a Literatura Infantil na Alfabetização escolar, no qual foi possível abranger outras questões, como a importância da leitura, não só para o aprendizado como também o desenvolvimento no meio social, e também o papel que, tanto a escola quanto o professor exercem em relação a isso. Foi buscado bastante embasamento teórico quanto ao assunto, de diferentes autorias para se ter uma vasta quantia de informações, que se mostraram essenciais para a compreensão da necessidade da literatura.
 Nessa monografia, tive a intenção de esclarecer, salientar e investigar acerca da importância da literatura infantil no processo de alfabetização escolar, com base nas analises feitas e nas diversas obras lidas, foi possível confirmar o quão importante esse hábito de ler é para a aprendizagem, já que a literatura consegue despertar a curiosidade da criança e, consequentemente, a criança se esforça para entender tudo aquilo e ter acesso a outras obras. Além de que, o ato de ler incentiva também a escrita, desse modo, tal pratica leva a alfabetização do individuo.
 Sobre as técnicas de incentivo a adoção da leitura na vida da criança, pôde-se aprender sobre as diferentes fases do desenvolvimento psicológico da criança e como a literatura deve ser aplicada de acordo com essas fases, para que a criança consiga adquirir apreço ao seu tempo, não sendo bombardeada com ‘informações demais’. O papel que cada tipo de literatura, principalmente as fantasiosas, podem exercer na vida prática da criança.
 Além disso, foi explorado os vários benefícios que esse processo de aprendizagem através da literatura traz, como, melhor desenvolvimento cognitivo e melhor reflexão sobre si mesmo e a comunidade. Com certeza, o acesso a diferentes culturas através da leitura, tem influencia na formação de caráter da criança, mostrando a elas que o diferente não é sinônimo de ruim, melhorando a convivência na escola e na sociedade.
 Poderia, no entanto, ter pesquisado mais afundo sobre as formas que a literatura poderia ser aplicada para alfabetizar, sendo não somente pela própria leitura. Mas, consegui mostrar a relevância da literatura na vida infantil, como meio de inúmeros aprendizados.
 Portanto, finalizo essa pesquisa salientando o quanto a literatura contribui de forma primordial e única na formação de leitores, escritores e bons cidadãos. Pois a leitura literária é um instrumento que possibilita ao individuo a reflexão e atribui valores importantes. Concluo que a literatura é, além de arte, a adoção um hábito saudável e com benefícios que fazem total diferença na vida de cada um, e consequentemente, na sociedade em si.
 
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Vera Teixeira de; BORDONI, Maria da Glória. Literatura: a formação do leitor: alternativas metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988.
ARIÈS, Phillipe. História social da criança e da família, 2ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara, 1981.
BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. 7. Ed. Trad. Octavio M. Cajado. São Paulo: Ática, 2000.
BETTELHEM, Bruno. A psicanálise dos contos de fada. 11. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
BOCCATO, Vera Regina Casari. Metodologia da pesquisa bibliográfica na área odontológica e o artigo científico como forma de comunicação. Rev. Odontol. Univ. Cidade São Paulo, São Paulo. 2006.
BRASIL. Lei Federal n. 8069, de 13 de julho de 1990. ECA _ Estatuto da Criança e do Adolescente.
BRASIL, Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1997.
Disponível em http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro02.pdf
CARVALHO, Barbara Vasconcelos. Literatura Infantil: Visão histórica e critica. 2º Ed. São Paulo, Ática, 1982.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura: arte, conhecimento e vida. São Paulo: Peirópolis, 2000.
COSTA, Marta Morais da. Metodologia do ensino da literatura infantil. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 2013.
CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura Infantil: Teoria e prática.18 ed.São Paulo: Ática,1999.
MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. 2. Ed. Ver. São Paulo: Cultrix, 1978.
SANTOS, A. R. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 4. ed. Rio de Janeiro, RJ: DP&A, 2001.

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