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Concurso de Pessoas 
 
A colaboração de dois ou mais agentes para a prática de um delito ou contravenção penal. 
Teorias 
Pluralista (ou pluralística) - cada pessoa responderia por um crime próprio, existindo tantos crimes 
quantos forem os participantes da conduta delituosa, já que a cada um corresponde uma conduta própria, 
um elemento psicológico próprio e um resultado igualmente particular. 
 Dualista (ou dualística) – há um crime para os autores, que realizam a conduta típica emoldurada no 
ordenamento positivo, e outro crime para os partícipes, que desenvolvem uma atividade secundária. 
 Monista (ou monística ou unitária) – a codelinquência (concurso de agentes) deve ser entendida, para 
esta teoria, como CRIME ÚNICO, devendo todos responderem pelo mesmo crime. É a adotada pelo CP. Isso 
não significa que todos que respondem pelo delito terão a mesma pena. A pena de cada um irá corresponder 
à valoração de cada uma das condutas (cada um responde “na medida de sua culpabilidade). 
Espécies 
Eventual – o tipo penal não exige que o fato seja praticado por mais de uma pessoa. Isso não impede, contudo, 
que eventual ele venha a ser praticado por mais de uma pessoa (Ex.: Furto, roubo, homicídio). 
 Necessário – o tipo penal exige que a conduta seja praticada por mais de uma pessoa. Divide-se em: 
- condutas paralelas (crimes de conduta unilateral): os agentes praticam condutas dirigidas à obtenção da 
mesma finalidade criminosa (associação criminosa, art. 288 do CPP); 
- condutas convergentes (crimes de conduta bilateral ou de encontro): os agentes praticam condutas que se 
encontram e produzem, juntas, o resultado pretendido (ex. Bigamia); 
- condutas contrapostas: os agentes praticam condutas uns contra os outros (ex. Crime de rixa) 
► REQUISITOS 
● Pluralidade de Agentes 
Todos os comparsas devem ter discernimento, de maneira que a ausência de culpabilidade por doença mental, por 
exemplo, afastaria o concurso de agentes, devendo ser reconhecida a autoria mediata. 
Os crimes plurissubjetivos, se um dos colaboradores não é culpável por qualquer razão, mesmo assim permanece o 
crime. Nos crimes eventualmente plurissubjetivos (crime de furto, por exemplo, que eventualmente pode ser um 
crime qualificado pelo concurso de pessoas, embora seja, em regra, unissubjetivo) também não é necessário que todos 
os agentes sejam culpáveis, bastando que apenas um o seja para que reste configurado o delito em sua forma 
qualificada. 
 Autoria Mediata 
A autoria mediata ocorre quando o agente (autor mediato) se vale de uma pessoa como instrumento (autor imediato) 
para a prática do delito. Todavia, não basta que o executor seja um inimputável, ele deve ser um verdadeiro 
INSTRUMENTO do mandante, ou seja, ele não deve ter qualquer discernimento no caso concreto. 
- Autoria mediata por erro do executor: aquele que pratica a conduta foi induzido a erro pelo mandante (erro 
de tipo ou erro de proibição). Ex.: Médico que entrega à enfermeira uma injeção contendo determinada 
substância tóxica, e determina que esta aplique no paciente, alegando que se trata de morfina, para aliviar a 
dor. A enfermeira não atua dolosamente, pois apesar de dar causa à morte do, não dirigiu sua conduta a este 
resultado. 
- Autoria mediata por coação do executor: o infrator coage uma terceira pessoa a praticar um delito. Em se 
tratando de coação MORAL irresistível, teremos um agente não culpável (a coação moral irresistível afasta a 
culpabilidade). Desta forma, aquele que executa o faz em situação de não culpabilidade. A culpabilidade recai 
apenas sobre o coator, não sobre o coagido. Ex.: Médico que determina à enfermeira que aplique sobre o 
paciente uma dose cavalar de veneno. 
O médico, porém, não esconde da enfermeira que se trata de veneno, ao contrário deixa isso bem claro. Porém, 
diz à enfermeira que se ela não fizer o que foi determinado, irá matar sua filha. Vejam que, neste caso, a 
enfermeira sabe que está injetando o veneno, de forma que age dolosamente, mas ainda assim sem 
culpabilidade, por inexigibilidade de conduta diversa. 
- Autoria mediata por inimputabilidade do agente: o infrator se vale de uma pessoa inimputável para a prática 
do delito. A inimputabilidade, aqui, pressupõe que o executor (inimputável) não tenha discernimento 
necessário8. Caso o executor, mesmo inimputável, possua discernimento, não haverá autoria mediata. Ex.: 
José, 20 anos, organiza um plano para furtar uma loja de eletrônicos, e combina com Marcelo, de 17, a 
execução do plano. Neste caso, não há autoria mediata, pois Marcelo, a despeito de sua inimputabilidade legal, 
tem discernimento para não ser considerado como “objeto”. 
OBS: em relação aos crimes próprios se admite a autoria mediata, desde que o autor MEDIATO reúna as condições 
especiais exigidas pelo tipo penal. Em relação aos crimes de mão própria, contudo, não se admite a figura da autoria 
mediata, eis que o crime não pode ser realizado por interposta pessoa 
● Relevância causal da colaboração 
A participação do agente deve ser relevante para a produção do resultado, de forma que a colaboração que em nada 
contribui para o resultado é um indiferente penal. Além disso, a colaboração deve ser prévia ou concomitante à 
execução, ou seja, anterior à consumação do delito. Porém, se a colaboração for posterior à consumação, mas 
combinada previamente, há concurso de pessoas. 
● Vínculo subjetivo (ou liame subjetivo) 
Ou concurso de vontades, para que haja concurso de pessoas, é necessário que a colaboração dos agentes tenha sido 
ajustada entre eles, ou pelo menos tenha havido adesão de um à conduta do outro. 
Deste modo, a colaboração meramente causal, sem que tenha havido combinação entre os agentes, não caracteriza 
o concurso de pessoas. Trata-se do princípio da convergência. Caso haja colaboração dos agentes para a conduta 
criminosa, mas sem vínculo subjetivo entre eles, estaremos diante da autoria colateral , e não da coautoria. 
● Identidade de infração penal 
Ou unidade de infração penal para todos os agentes. 
Se 20 pessoas colaboram para a prática de um delito (homicídio, por exemplo), todas elas respondem pelo homicídio, 
independentemente da conduta que tenham praticado (um apenas conseguiu a arma, o outro dirigiu o veículo da 
fuga, outro atraiu a vítima, etc.). As condutas dos agentes, portanto, devem constituir algo juridicamente unitário. 
● Existência de fato punível 
Trata-se do princípio da exterioridade. Assim, é necessário que o fato praticado pelos agentes seja punível, o que de 
um modo geral exige pelo menos que este fato represente uma tentativa de crime, ou crime tentado. Para a 
caracterização do crime tentado, é necessário que seja dado início à execução do crime. Se o fato ficar meramente no 
plano abstrato, no plano da cogitação, não há fato punível. 
A colaboração só é punível se o crime for, ao menos, tentado: O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo 
disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. 
OBS: em alguns casos, os atos preparatórios já configuram fato punível, seja porque a lei assim expressamente 
determina, seja porque eles constituem tipo penal autônomo. 
► MODALIDADES 
● Coautoria 
Teorias 
 Teoria objetivo-formal: autor é quem realiza a conduta prevista no núcleo do tipo, sendo partícipes todos os 
outros que colaboraram para isso, mas não realizaram a conduta descrita no núcleo do tipo. Para esta teoria, por 
exemplo, no crime de homicídio, somente seria autor aquele que efetivamente praticasse a conduta de “matar” 
alguém. Todos os outros colaboradores seriam partícipes. O grande problema desta teoria é considerar o autor 
intelectual (mandante) como partícipe, e não como autor. 
 Teoria objetivo-material: autor é quem colabora com participação de maior importância para o crime, e partícipe 
é quem colabora com participação reduzida, independentemente de quem praticao núcleo do tipo (verbo que 
descreve a conduta criminosa – matar, subtrair, etc.). 
 Teoria do Domínio do Fato: autor é todo aquele que possui o domínio da conduta criminosa, seja ele o executor 
(quem pratica a conduta prevista no núcleo do tipo) ou não15. Para esta teoria, o autor seria aquele que decide o 
trâmite do crime, sua prática ou não, etc. Essa teoria explica, satisfatoriamente, o caso do mandante, por exemplo, 
que mesmo sem praticar o núcleo do tipo (“matar alguém”), possui o domínio do fato, pois tem o poder de decidir 
sobre o rumo da prática delituosa. Para esta teoria, o partícipe existe, e é aquele que contribui para a prática do delito, 
embora não tenha poder de direção sobre a conduta delituosa. O partícipe só controla a própria vontade, mas a não 
a conduta criminosa em si, pois esta não lhe pertence. 
O controle (ou domínio) da situação pode se dar mediante: 
- Domínio da ação: o agente realiza diretamente a conduta prevista no tipo penal 
- Domínio da vontade: o agente não realiza a conduta diretamente, mas é o "senhor do crime", controlando a 
vontade do executor, que é um mero instrumento do delito (hipótese de autoria mediata). 
- Domínio funcional do fato: o agente desempenha uma função essencial e indispensável ao sucesso da 
empreitada criminosa, que é dividida entre os comparsas, cabendo a cada um uma parcela significativa, 
essencial e imprescindível. 
Em todos estes casos, o agente será considerado autor do delito. 
OBS: A teoria do domínio do fato, porém, não se aplica aos crimes culposos, pois neste não há domínio final do fato, 
pois o fato final (resultado) não é buscado pelos agentes, que pretendiam outro resultado. 
 
 
 
 
 
 
Tipos 
Funcional (ou parcial): aquela na qual a conduta dos agentes são diversas e se somam, de forma a produzir o 
resultado. Assim, se Ricardo segura a vítima para que Poliana a espanque, ambos são coautores do crime de lesão 
corporal, mediante coautoria funcional. 
A teoria adotada pelo CP é a teoria objetivo-formal, considerando autor aquele 
que realiza a conduta descrita no núcleo do tipo, já que denota sua “vontade de 
autor” (animus auctoris), em contraposição à “vontade de colaboração” do 
partícipe (animus socii). 
Entretanto, considera-se adotada a teoria do domínio do fato para os crimes em 
que há autoria mediata, autoria intelectual, etc., de forma a complementar a 
teoria adotada. 
 Material (direta): ambos os coautores realizam a mesma conduta. Assim, no exemplo acima, se Ricardo e Poliana 
espancassem a vítima, ambos seriam coautores mediante coautoria material. 
OBS: a doutrina se divide quanto à possibilidade de coautoria em crimes omissivos, majoritariamente entende que 
é possível PARTICIPAÇÃO, mas NÃO COAUTORIA. 
OBS 2: é possível coautoria e também participação na autoria mediata, desde que haja colaboração entre os agentes 
mediatos. NUNCA HAVERÁ CONCURSO DE PESSOAS ENTRE AUTOR MEDIATO E AUTOR IMEDIATO. 
OBS 3: na coação física irresistível, não há autoria mediata, mas autoria direta, pois o agente que realiza a ação não 
possui conduta, já que não há vontade. Nesse caso, aquele que pratica a coação física irresistível é autor direto, não 
mediato; 
● Participação 
No Brasil adotou-se o conceito restritivo de autor, distinguindo-se autor e partícipe. 
Espécies 
Moral – É aquela na qual o agente não ajuda materialmente na prática do crime, mas instiga ou induz alguém a 
praticar o crime. A instigação ocorre quando o partícipe age no psicológico do autor do crime, reforçando a ideia 
criminosa, que já existe na mente deste. O induzimento, por sua vez, ocorre quando o partícipe faz surgir a vontade 
criminosa na mente do autor, que não tinha pensado no delito; 
Material – A participação material é aquela na qual o partícipe presta auxílio ao autor, seja fornecendo objeto 
para a prática do crime, seja fornecendo auxílio para a fuga, etc. É também chamada de cumplicidade. Este auxílio não 
pode ser prestado após a consumação, salvo se o auxílio foi previamente ajustado. 
Teoria da Acessoriedade 
Como a conduta do partícipe é considerada acessória em relação à conduta do autor (que é principal), o partícipe é 
punido em razão a essa teoria. 
Teoria da Acessoriedade Mínima – Entende que a conduta principal deva ser um fato típico, não importando se é 
ou não um fato ilícito. 
 Teoria da Acessoriedade Limitada – Exige que o fato praticado (conduta principal) seja pelo menos uma conduta 
típica e ilícita. Veja que, para esta corrente Doutrinária, se o fato praticado pelo autor NÃO FOR ILÍCITO (Ainda que 
seja um fato típico), em razão de legítima defesa, etc., o partícipe não deve ser punido. 
Teoria da Acessoriedade Máxima – Para esta teoria, o partícipe só será punido se o fato for típico, ilícito e praticado 
por agente culpável. 
Teoria da Hiperacessoriedade – Exige que, além de o fato ser típico e ilícito e o agente culpável, o autor tenha sido 
efetivamente punido para que o partícipe responda pelo crime. 
OBS: a doutrina entende que a teoria que mais se amolda ao nosso sistema é a teoria da acessoriedade limitada. 
Pontos Importantes 
A lei admite a redução da pena de 1/6 a 1/3 se a participação é de menor importância. Isto não se aplica às 
hipóteses de coautoria, mas apenas à participação; 
A Doutrina admite a participação nos crimes comissivos por omissão, quando o partícipe devia e podia evitar o 
resultado; 
A participação inócua não se pune. Assim, se A empresta uma faca a B, de forma a auxiliá-lo a matar C, e B mata 
C usando seu revólver, a participação de A foi absolutamente inócua, pois em nada auxiliou no resultado. Da mesma 
forma, se A instiga B a matar C, e B realiza a conduta porque já estava determinado a isso, a instigação promovida por 
A não teve qualquer eficácia, pois B já mataria C de qualquer forma. 
Participação em cadeia é possível: Assim, se A empresta uma arma a B, para que este a empreste a C, a fim de 
que este último mate D, tanto A quanto B são partícipes do crime, por prestarem auxílio material em cadeia; 
A participação em ação alheia ocorre quando o partícipe, sem qualquer liame subjetivo com o autor, contribui de 
maneira culposa para a prática do delito. Assim, o funcionário público que não tranca a porta da repartição ao final do 
expediente, e esta vem a ser furtada por um particular na madrugada, responde por peculato culposo, enquanto o 
particular responde por furto. Não há concurso de pessoas pois falta o liame subjetivo entre ambos (coerência de 
vontades). 
► COMUNICABILIDADE DAS CIRCUNSTÂNCIAS 
A circunstância elementar é aquela que se refere a algo indispensável para a caracterização do crime. Assim, a 
circunstância “alguém” no crime de homicídio, é uma elementar, pois se o fato for praticado contra um animal, por 
exemplo, não haverá homicídio. Por sua vez, a mera circunstância não é indispensável à caracterização do crime. 
Espécies de elementares e de circunstâncias 
● Subjetivas (de caráter pessoal): quando relativas à pessoa do agente. É o caso da condição de funcionário público, 
que é pessoal, pois se refere ao agente. 
● Objetivas (ou de caráter real): quando se referem ao fato criminoso em si, seu modus operandi, etc. Assim, o 
emprego de violência, no crime de roubo é uma elementar objetiva. 
As condições pessoais não se confundem com as circunstâncias ou elementares de caráter pessoal. As primeiras são 
fatores pessoais do agente, que independem da prática da infração penal. Assim, o fato de o agente ser menor de 21 
anos é uma condição pessoal, e não uma circunstância de caráter pessoal, tampouco uma elementar. Regras: 
- As circunstâncias e condições de caráter pessoal não se comunicam; 
- As circunstâncias de caráter real, ou objetivas, se comunicam: porém, é necessário que a circunstância tenha 
entrado na esfera de conhecimento dos demais agentes. 
- As elementares sempre se comunicam, sejam objetivas ou subjetivas: no entanto, mais uma vez seexige que 
estas elementares tenham entrado no âmbito de conhecimento dos demais agentes. 
COOPERAÇÃO DOLOSAMENTE DISTINTA 
Ou participação em crime menos grave ou desvio subjetivo de conduta, ocorre quando ambos os agentes decidem 
praticar determinado crime, mas durante a execução, um deles decide praticar outro crime, mais grave. A pena será 
aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. 
Pontos Importantes 
COAUTORIA EM CRIMES CULPOSO – É possível, pois é possível que duas pessoas, de comum acordo, resolvam 
praticar uma conduta imprudente, por exemplo. Ex.: Dois rapazes resolvem atirar um móvel do 10º andar de um 
prédio, sem intenção de atingir ninguém, mas acabam lesionando uma pessoa. 
PARTICIPAÇÃO EM CRIME CULPOSO – Depende. Podemos estar falando de participação DOLOSA ou participação 
CULPOSA. 
DOLOSA – Não cabe participação dolosa em crime culposo, pois a Doutrina entende que não há “unidade de 
vontades” entre os agentes (um quer o resultado a título de dolo, e o outro, executor, é apenas um descuidado). 
Assim, não há “vínculo subjetivo” entre eles no que tange ao resultado. Logo, cada um responde por sua conduta. 
CULPOSA – É possível, pois é possível que alguém, por culpa, induza, instigue ou preste auxílio ao executor de uma 
conduta também culposa, e haveria “unidade de vontades”. 
OBS: o STJ entende que NÃO cabe nenhum tipo de participação em crime culposo. Parte da Doutrina também segue 
este entendimento. 
MULTIDÃO DELIQUENTE 
Ou multidão criminosa, são considerados pela doutrina como aqueles atos em que inúmeras (incontáveis, uma 
multidão) pessoas praticam o mesmo delito, agindo em concurso de pessoas, muitas vezes sem um acordo prévio, 
mas cada uma aderindo tacitamente à conduta da outra. Ex.: Linchamentos, brigas de torcidas organizadas, saques a 
lojas ou a carretas tombadas, etc. 
A Doutrina sustenta que, mesmo nestes casos, têm-se CONCURSO DE PESSOAS, pois há vínculo subjetivo entre estas 
pessoas, ainda que tácito (não explícito). 
JURISPRUDRÊNCIA 
O STJ firmou entendimento no sentido de que não se pode condenar um dos comparsas por homicídio culposo e 
outro por homicídio doloso, quando reconhecida a ocorrência de concurso de agentes. Isso porque o concurso de 
pessoas, dada a adoção da teoria monista, pressupõe a unidade de infrações penais, objetiva e subjetivamente, ou 
seja, todos devem responder pelo mesmo delito, e sob o mesmo elemento subjetivo (dolo ou culpa

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