A educação domiciliar é uma alternativa possível no contexto brasileiro

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A educação domiciliar é uma alternativa possível no contexto brasileiro?
A educação domiciliar vem sendo muito discutida no cenário político brasileiro e é uma opção adotada por muitos pais acreditando que seja a melhor alternativa para a formação de seus filhos. Porém, essa opção de ensino pode ferir o artigo 227 da Constituição da República Federativa do Brasil que determina que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à convivência familiar e comunitária. Por isso, é necessário que os pais e responsáveis entendam o quão importante é a convivência no desenvolvimento de seus filhos e repensem suas decisões ou não adotem alternativas como essas.
O ambiente escolar oferece ao aluno uma convivência com diferentes realidades, pensamentos, culturas e perspectivas importantes que ajudam a garantir um desenvolvimento saudável. Na fase escolar é que a criança começará a desenvolver suas habilidades sociais através de contatos que realiza no dia a dia, e é por meio da convivência que conseguirão desenvolver habilidades de linguagem, elevação da autoestima, resolução de conflitos e fortalecer suas habilidades de aprendizagem.
O filósofo Aristóteles afirma que o homem é um ser social, e que a vida em sociedade é essencial para a construção pessoal e é preciso relacionar com seus semelhantes para garantir a sua sobrevivência. Portanto, na educação domiciliar a criança passa a conviver em um cenário que não oferece a oportunidade para o aluno aprender a ouvir, argumentar e adquirir habilidades socioemocionais pelo contato com outros pares. Assim ela passará a acreditar que existe apenas aquela realidade e não estará preparada para entrar em contato com as dificuldades do mundo real.
A educação domiciliar pode ferir a convivência comunitária que é um direito das crianças e por isso não deve ser uma alternativa possível no Brasil. Diante disso, o Ministério da Educação deve promover palestras com profissionais qualificados a mostrar o quão importante é o convívio social para o desenvolvimento integral do ser humano e investir na melhoria da qualidade da educação nas escolas.