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PROBLEMA S12P1 ‘’O TOQUE DO BEM’’ COORDENADOR: JIMMY FONTENELE SECRETARIO: MELQUI MOURA TERMO DESCONHECIDO: Estrangúria: micção dolorosa e lenta, mas frequente, devido ao espasmo da uretra ou de bexiga; Noctúria: micção noturna frequente; Bexigoma: bexiga hiperativa, espástica ou bexiga nervosa se contraindo de forma involuntária PERGUNTAS: 1) Qual a finalidade do toque retal? 2) Para que serve o exame de PSA livre? 3) O que pode vir a ser esse aumento da próstata? 4) Quais as consequências da próstata aumentada? 5) Quais causas e consequências do bexigoma? 6) Qual a provável patologia do paciente? 7) Quais fatores de risco cancerígenos para próstata? 8) Qual a intervenção clínica para patologias na próstata? 9) Quais os risco do diagnostico tardio para patologia em questão? 10) Qual a finalidade da sonda vesical? HIPÓTESES: 1) É possível avaliar o formato, o tamanho e a textura da próstata, além de identificar a presença de nódulos; 2) O exame é solicitado por um médico de confiança para avaliar possíveis patologias na próstata; 3) Hiperplasia e infecções; 4) A próstata aumentada passa a comprimir a uretra e causa a obstrução no canal, essa obstrução pode ser parcial; 5) Causa neurológica, estenose da uretra e crescimento exagerado da próstata; 6) Adenocarcinoma ou hiperplasia nodular; 7) Idade superior à 50 anos, raça, higiene precária, alterações genéticas e histórico familiar; 8) Cirúrgico, hormonal, e algumas terapias; 9) O paciente pode se encontrar em um estado bem desenvolvido e com risco de metástase; 10) Este tipo de sonda é geralmente utilizado em que não conseguem controlar o ato de urinar, devido a obstruções como hipertrofia da próstata, dilatação uretral ou mesmo em casos em que se pretende realizar exames em urina estéril ou preparar a pessoa para uma cirurgia. CONCLUSÃO: PODE-SE CONCLUIR QUE A PARTIR DOS SINAIS E SINTOMAS APRESENTADOS PELO PACIENTE, INCLUINDO DISÚRIA, ESTRANGÚRIA, NOCTÚRIA, DOR NO HIPOGÁSTRIO ANÚRIA, BEXIGOMA, AUMENTO DA PRÓSTATA, POSSIVELMENTE TRATA-SE DE UM HIPERPLASIA PROSTÁTICA. OBJETIVOS: 1) REVISAR A MORFOFISIOLOGIA DA PRÓSTATA E BEXIGA; 2) ESTUDAR A HISTOPATOLOGIA DOS PROCESSOS HIPERPLÁSICO E NEOPLÁSICO DA PRÓSTATA, BEM COMO SUAS CLASSIFICAÇÕES; 3) RELACIONAR AS COMPLICAÇÕES DA HIPERPLASIA PROSTÁTICA COM O SISTEMA URINÁRIO (BEXIGA); 4) COMPREENDER COMO SE DÁ O DIAGNÓSTICO DA HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA E DO CÂNCER DE PRÓSTATA. REVISAR A MORFOFISIOLOGIA DA PRÓSTATA E BEXIGA; A próstata é uma glândula que produz uma secreção alcalina. Relaciona-se com a bexiga (superiormente), com o reto (posteriormente), com a vesícula seminal, ducto deferente e ducto ejaculatório, com a sínfise púbica (anteriormente). Envolve a uretra prostática que possui os dois óstios do ducto ejaculatório. Além disso, na uretra prostática possui vários óstios prostáticos que secretam o conteúdo da próstata. É dividida em lobos: anterior, médio, ínfero-posterior e ínfero-laterais. Quatro zonas da próstata: A zona periférica é a maior, correspondendo a 70% do seu volume. Porção mais inferior da próstata, relacionada com a uretra distal. Maior incidência de câncer de próstata. HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA - DEFINIÇÃO Hiperplasia das células do epitélio e estroma, formando nódulos adenomatosos. - FATORES DE RISCO Idade avançada, testosterona e história familiar de doença precoce. Idade avançada: Devido ao longo tempo de exposição à testosterona; aumento da sensibilidade à testosterona (o aumento de estrogênio, aumenta o número de receptores de testosterona) Presença de testosterona: por meio da da 5 alfa redutase é convertida em DHT que se liga aos receptores androgênicos e promove a proliferação das células epiteliais e a produção de fatores de crescimento no estroma da glândula, ou seja essa enzima converte a testosterona em DHT e esta aumenta o tamanho da próstata. História familiar de doença precoce: parentes com HPB antes dos 50 anos de idade Obesidade* - FISIOPATOLOGIA Obstrução mecânica (hiperplasia) + Obstrução funcional (contração das fibras musculares) A HPB começa na zona de transição (periuretral). Ocorre obstrução uretral devido ao crescimento da zona de transição com a formação de nódulos adenomatosos e consequentemente compreensão uretral. Além disso, ocorre a contração das fibras musculares (estímulo de receptores alfa 1 adrenérgicos) presentes no estroma que também obstruem a uretra. Para tentar compensar essa obstrução, a bexiga hipertrofia para manter o fluxo urinário! Porém com o tempo, a bexiga pode perder a suas complacência e capacidade de armazenamento. Com isso o paciente desenvolve sintomas obstrutivos e irritativos. - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS No inicio da doença o paciente pode ser assintomático. Os sintomas obstrutivos são decorrentes da obstrução da uretra causando: hesitância ( o paciente demora um tempo para iniciar a micção), jato fraco e afilado, intermitência, gotejamento terminal, esvaziamento incompleto e gotejamento pós miccional. Os sintomas irritativos são decorrentes do acometimento a longo prazo da bexiga e geram sintomas de urgência, aumento da frequência urinária, nocturia e incontinência. Obs. Nem sempre a próstata precisa estar aumentada para causar obstrução pois pode prevalecer as contrações das fibras musculares. Além dos sintomas obstrutivos e irritativos podem haver complicações desses sintomas com RETENÇÃO URINÁRIA AGUDA (dor, cólica, bexigoma), ITU, LITÍASE VESICAL, FALÊNCIA DO DETRUSOR, IRA OU IRC, HEMATÚRIA (devido ao rompimento de vasos e pode ser sinal de outra doença por isso deve ser investigada e deve-se realizar exames de imagem pois pode ser indicativo de câncer) - DIAGNÓSTICO História clínica, toque retal, EAS, função renal, PSA, USG de vias urinárias História clínica: paciente idoso com sintomas obstrutivos (hesitação, jato fraco, gotejamento pós miccional) ou irritativos (urgência, polaciúria, noctúria, incontinência). Devo utilizar o score internacional de sintomas prostáticos (IPSS) para avaliar os sintomas urinários e a sua repercussão na qualidade de vida do pct. Questionário de qualidade de vida (QOL): faz uma avaliação geral, além de avaliar a independência, produtividade e participação social do pct. Ao associar esses dois escores podemos determinar qual o TTO o paciente ira obter. Toque retal: no exame físico devemos realizar o toque retal.Na HPB observa-se que a próstata encontra-se aumentada simetricamente, com consistência fibroelastica(normal), sulco interlobular preservado, se percebermos nódulos endurecidos, solicitar uma biópsia e por fim avaliar o tônus do esfíncter anal (quando alterado pode ser uma doença neurológica). Pedir exames complementares: • EAS/Sumário de Urina/Urina I- para afastar ITU; Hematúria, pedir USG • Ureia e creatinina (para afastar nefropatia obstrutiva) • PSA ( Antígeno prostático) deve ser dosado em todos os pacientes. Geralmente não se altera muito na HPB > 60 anos - VR: MENOR QUE 4 ng/mL • > 1,6 maior risco de HPB. USG TRANSRETAL Uretrocistoscopia Urofluxometria/estudo urodinâmico (Estudo do fluxo urinário) - TTO Depende da sintomatologia do pct. Acompanhar, medicamentoso ou cirúrgico (RTU ou prostetectomia aberta). Em pacientes assintomáticos ou com sintomas leves apenas observa e acompanha o pct anualmente Já em pacientes com sintomatologia moderada inicia-se uma terapia farmacológica. Classes de medicamentos: • ALFA BLOQUEADORES Bloqueiam os receptores alfa 1 adrenérgicos e relaxam o músculo prostático, reduzindo a obstrução eretral. Principal efeito adverso: Hipotensão postural Contraindicações: IR PÓS RENAL, hipotensão postural, hipersensibilidade. • INIBIDORES DA 5 ALFA REDUTASE Inibe a conversão de testosterona em DHT, reduzindo o tamanho da próstata. Interfere no PSA/reduz o PSA (mascara uma neoplasia). Ex. Finasterida (5mg/dia) Dutasterida (0,5 mg/dia) Pode-se realizar a terapia combinada em pacientes com sintomas obstrutivos importantes e volume prostático muito intenso (>40g) Se o paciente tem sintomatologia grave devoiniciar com medicação e se não responder, faz a cirurgia. Porém tem indicação absoluta de cirurgia pcts com retenção urinária aguda, ITU de repetição, hematúria macroscópica persistente, litíase vesical, insuficiência renal, divertículos vesicais. - TTO cirúrgico: RTU (Ressecção Transuretral)*/ Prostatectomia subtotal (cirurgia aberta indicada para paciente com próstata muito grande ou com cálculos e divertículos vesicais) Câncer de Próstata Caso Clínico: Homem, 68 anos, sem comorbidades, totalmente assintomático, procura urologista para realizar exame de próstata “de rotina”. Deve ser realizado o rastreamento de câncer de próstata nesse paciente? Depende! - Epidemiologia · É o câncer mais comum em homens · 2º em mortalidade - Fatores de risco · Idade · HF (< 60 anos) · Raça negra - Anatomia O tumor cresce na periferia da glândula. - Rastreamento (PSA + toque retal) O que é o PSA? É uma enzima que liquefaz o sêmen, que inicialmente é grumoso. O rastreio é feito em pacientes assintomáticos! Deve ser solicitado o PSA e realizado o toque retal. Idade: 50 a 75 anos. E se o paciente possuir fatores de risco: 45 anos. Foi criada a campanha para realizar o rastreamento do câncer de próstata. Atualmente a recomendação é nível C: discutir riscos e benefícios individualmente! - Etiologia Neoplasia maligna - tipo histológico > 95% (adenocarcinoma) - Multifocal (o tumor se desenvolve em vários focos da próstata) - alguns focos podem ser mais agressivos que outros. HISTOPATOLÓGICO ADENOCARCINOMA DA PRÓSTATA. O TUMOR É CONSTITUÍDO POR CÉLULAS PEQUENAS E CLARAS COM DISCRETO PLEOMORFISMO NUCLEAR. PODEM ESTAR EM ARRANJO SÓLIDO (SEM FORMAR GLÂNDULAS) OU FORMAR MICROÁCINOS GLANDULARES DISPOSTOS MUITO PROXIMAMENTE ENTRE SI (CHAMA-SE A ISTO CARÁTER MEDULAR). O CARCINOMA INFILTRA A PRÓSTATA, DA QUAL AINDA SE OBSERVAM ALGUMAS GLÂNDULAS REMANESCENTES E FEIXES DE MÚSCULO LISO. - Quadro clínico · Assintomáticos · PSA > 4 · Toque retal: nódulo palpável · Sintomáticos (quadro avançado) Hematúria/ hemospermia Sintomas do trato urinário inferior (disuria, jato fraco…) Disfunção erétil Dor pélvica Dor perineal Dor óssea (metástase) Diagnóstico - Biópsia de próstata: feita com USG transretal; anatomopatológico (Gleason 6 - 10) / ISUP: 1-5*) O ISUP é o utilizado hoje. - Estadiamento: Classificação de risco: PSA, Gleason, TR. (Risco alto, intermediário e baixo) Baixo risco: PSA < 10; Gleason 6 é TR: T1 · Baixo risco: PSA + TR · Risco intermediário/alto: Cintilografia óssea + RNM Multiparamétrica de próstata (PIRADS 4/5) Racional terapêutico “Não opero todo mundo! Preciso avaliar 2 critérios!” 1º. Risco · Baixo- Vigilância ativa (realizar seguimento do pct, toque retal, PSA, biópsias intercaladas) / TTO local (prostatectomia total e radioterapia) Qual o pct candidato a vigilância ativa? De baixo risco, PSA<10, expectativa de vida < 10 anos. · Intermediário/alto - Prostatectomia Radical OU Radioterapia 2º. Estadiamento · Local - prostatectomia radical e radioterapia · Metástase - hormonioterapia ou TTO sistêmico (pcts hormonioresistentes) Tratamento - Prostatectomia radical robótica * Prostatectomia aberta Complicações do TTO Complicações da doença localizada - disfunção erétil, incontinência urinária, estenose da uretra, hematúria, retite, cistite actinicas.
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