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Luís Fernando Lipka Insfran | Medicina UFMS/CPTL ANEMIAS HIPERPROLIFERATIVAS ANEMIAS HIPERPROLIFERATIVAS INTRODUÇÃO ❖ Em geral, podemos separar as Anemias Hiperproliferativas em: ➢ Anemias com Sangramento Ativo (outra aula) ▪ Trauma → Abordagem específica (outra aula) ▪ Distúrbios de Coagulação → Abordagem específica (outra aula) ➢ Anemias Hemolíticas ▪ Anemias Hemolíticas Hereditárias Esferocitose Deficiência de G6PD Talassemias Síndromes Falcêmicas ▪ Anemias Hemolíticas Adquiridas Autoimunes Hemoglobinúria paroxística noturna (HPN) ❖ Pode-se considerar que nas Anemias Hiperproliferativas, o funcionamento da Medula Óssea (MO) encontra-se normal, sendo a causa da Anemia fora da MO: ➢ Perda Sanguínea (outra aula) ➢ Hemólise ANEMIAS HEMOLÍTICAS INTRODUÇÃO ❖ Vida média normal das hemácias → 120 dias ➢ Removidas da circulação pelos macrófagos no baço ▪ Reciclagem da hemoglobina e do Fe ❖ Hemólise ➢ Destruição prematura (<120 dias) dos eritrócitos ➢ Anemia Hemolítica → Medula óssea não consegue compensar a produção frente à diminuição da sobrevida dos eritrócitos ▪ O problema não está na MO → muito pelo contrário → MO está sobrecarregada na tentativa de ajustar a homeostase sanguínea ❖ Há 2 Mecanismos de Hemólise ➢ Intravascular ▪ Destruição das hemácias dentro dos vasos ▪ Normalmente decorrente de uma lesão mecânica que ocorre dentro dos vasos ▪ Costumam ser hereditárias ▪ São exemplos: Doenças hereditárias da membrana celular (Esferocitose Hereditária) Doenças adquiridas da membrana celular (HNP) Doenças do metabolismo dos eritrócitos (Deficiência de G6PD [principalmente associado ao uso de medicamentos oxidantes – Salicilatos, Vit. K, cloranfenicol, antimaláricos, sulfonamidas, nitrofurantoína, bactrim {trimetoprima + sulfametoxazol} ou intoxicação por naftalina]) Hemoglobinopatias (Doença falciforme e Talassemias) ➢ Extravascular ▪ Destruição das hemácias ocorre dentro do baço, principalmente ▪ É o mecanismo da maioria dos casos de Hemólise ▪ Geralmente são distúrbios adquiridos ▪ São causas de hemólise extravascular: Fármacos (procainamida, ibuprofeno, quinina, penicilinas, metildopa, clopidogrel) Alterações imunológicas (Anemia hemolítica autoimune, púrpura trombocitopênica trombótica) Infecções Lesões mecânica (Anemia hemolítica traumática) Hiperatividade reticuloendotelial (Hiperesplenismo) Toxinas (chumbo, cobre, benzeno) ANEMIAS HEMOLÍTICAS HEREDITÁRIAS ESFEROCITOSE HEREDITÁRIA Introdução e Fisiopatologia ❖ Anemia Hemolítica do tipo Intravascular ❖ Tem origem Hereditária ❖ Fisiopatologia: ➢ É caracterizada por um defeito na membrana do eritrócito, que leva a perda de membrana plasmática devido à falta de sustentação → a hemácia perde sua forma de disco bicôncavo e assume uma forma “esférica” → dificulta a passagem pela microvasculatura → danos na membrana → destruição prematura (120 dia) Quadro Clínico ❖ Geralmente há História Familiar positivo para a doença ❖ O quadro clínico é marcado pelas consequências de uma hemólise muito intensa: ➢ Sintomas gerais de anemia ➢ Icterícia Flutuante ➢ Esplenomegalia (maioria dos casos) → devido ao aumento de hemólise ➢ Cálculos vesiculares de pigmentos → aumento da bilirrubina ➢ Crises Aplásicas (infecção por parvovírus) → Aplasia de MO levado a uma Aplasia Súbita Laboratório ❖ Hemograma ➢ Anemia ➢ Poiquilocitose → numerosos esferócitos ➢ Reticulocitose → Anemia hiperproliferativa ❖ Exame de escolha para confirmação diagnóstica: ➢ Teste de Fragilidade Osmótica Tratamento ❖ Tratamento apenas para Pacientes Sintomáticos ➢ Esplenectomia → diminuição da hemólise ➢ Colecistectomia → diminui quadros de colelitíase DEFICIÊNCIA DE G6PD Introdução ❖ É uma doença caracterizada pela deficiência na enzima Glicose-6-fosfato-desidrogenase, importante no metabolismo da glicose dentro de todas as células, porém nas hemácias, sua deficiência traz uma série de consequências: ➢ Com a deficiência da G6PD a hemácia fica suscetível ao estresse oxidativo (pelas espécies reativas de oxigênio) e pode desnaturar, resultando na diminuição da sua sobrevida e hemólise precoce ▪ Normalmente, essa hemólise é Episódica e Autolimitada ▪ O grau de hemólise também pode sofrer influencia em casos de exposição a fármacos ou outras substâncias oxidativas ou situações que aumentem o estresse oxidativo: Infecções Algumas drogas (cerca de 2 dias após o uso): Nitrofurantoína, Bactrim (trimetoprima + sulfametoxazol), intoxicação por Naftalina/ naftaleno, cloranfenicol, sulfonamidas, primaquina, rasburicase, salicilatos, fenacetina, alguns derivados da vit. K, antimaláricos (dapsona), fenazopiridina, ácido nalidíxico e azul de metileno Ingestão de feijão fava e outros vegetais ❖ É o defeito enzimático das hemácias mais comum do mundo ❖ É uma doença de Herança Recessiva Ligada ao Sexo (ligada ao cromossomo X → ou seja, é mais comum em Homens) ➢ É mais comum em Negros Quadro Clínico ❖ Em geral, são assintomáticos ❖ Tornam-se sintomáticos quando expostos a medicações, substâncias ou situações que elevam o estresse oxidativo → aumentando o grau de hemólise → Aparecimento de sintomas: ➢ Anemia Hemolítica, normalmente após 2 dias do evento desencadeante Laboratório ❖ Normal fora das Crises ❖ Nas crises ➢ Hemograma ▪ Anemia de rápida progressão ▪ Presença de Bite Cells – “hemácias mordidas” → precipitação de hemoglobina desnaturadas dentro das hemácias → formação dos Corpúsculos de Heinz → macrófagos tentam fagocitá-los → “mordida” ➢ Hematúria → Lesão Renal ➢ Marcadores de Hemólise ▪ ↑ Reticulócitos ▪ ↑ Bilirrubina Indireta ▪ ↑ LDH ▪ ↓ Haptoglobina Diagnóstico ❖ História clínica ❖ Hemograma ❖ Dosagem da Atividade da G6PD Tratamento ❖ Suspender fator desencadeante ❖ Suporte transfusional TALASSEMIAS Introdução ❖ Grupo de doenças hematológicas caracterizado pela diminuição na velocidade da síntese de cadeias α e β ➢ Levando a uma redução do conteúdo de Hemoglobina ❖ A intensidade da doença depende diretamente da penetrância da mutação (1, 2, 3 ou 4 genes afetados) e no seu tipo (cadeias α ou β) → Quadros Clínicos Variáveis de acordo com o grau de penetrância e o tipo da talassemia ❖ Classificação ➢ α-Talassemias ➢ β-Talassemias Alfa-Talassemias ❖ São consideradas mais raras ❖ Sua raridade se deve à gravidade de seus quadros → ou muito graves ou poucos sintomas (traço talassêmico) ➢ Perda de 4 genes ▪ Hidropsia Fetal → Incompatível com a vida ➢ Perda de 3 genes ▪ Doença da Hemoglobina H → Anemia severa/moderada + esplenomegalia ➢ Perda de 2 ou 1 genes ▪ Traços α-Talassêmicos → Poucos sintomas, apenas VCM e HCM ↓ Beta-Talassemias ❖ Mais comuns e mais cobradas ❖ Também tem quadros de gravidades variáveis ➢ Beta-Talassemia Maior/Major ▪ Mutação em homozigose → ausência ou muito poucas cadeias Beta ▪ Anemia por volta dos 3-6 meses de vida → diminuição das hemoglobinas fetais e aumento expressivo do grau de hemólise ▪ Hepatoesplenomegalia ▪ Fácies Talassêmica → “Cara de Rato” → má formação craniana ▪ Alterações no desenvolvimento sexual e diminuição da estatura quando não tratados precocemente ▪ Rx de Crânio → Borda em Escova → Intensa Hiperplasia Medular → Hematopoese extramedular → Fígado, Baço e ossos menores (p.ex.: ossos do crânio) → tendência a fraturas e osteoporose ➢ Beta-talassemia intermédia ▪ Apresentam uma Anemia leve/moderada ▪ Em geral, não há necessidade transfusional Exceções (ou seja, necessitam de transfusões): Presença de deformidades ósseas Hepatoesplenomegalia ➢ Traço Beta-Talassêmico ▪ Normalmente são Assintomáticos ▪ VCM/HCM baixos ▪ Seguimento apenas com Aconselhamento genético pré-natalLaboratório ❖ As alterações laboratoriais também vão variar de acordo com o tipo e grau de mutação ❖ Hemograma ➢ Anemia microcítica e hipocrômica ▪ RDW normal (todas os eritrócitos são pequenos) ➢ Reticulocitose → Hiperproliferativa ➢ Poiquilocitose → Hemácias “em alvo” (Leptócitos) → não é patognomônico, mas deve-se sempre considerar a possibilidade de talassemias quando encontradas Diagnóstico ❖ Clínica ❖ Hemograma ❖ Eletroforese de hemoglobina Tratamento ❖ Transfusões Sanguíneas ➢ Lembrar: Uso de quelantes para evitar Sobrecarga de Fe em casos de transfusões recorrentes ❖ Suplementação de Ácido Fólico ➢ Aumento do Turnover celular → uso das reservas de ácido fólico → reposição dos estoques ❖ Esplenectomia ➢ Retirada do sítio mais importante de hemólise → tendência de melhora das consequências da hemólise ❖ Transplante de Medula Óssea ➢ Reservado para alguns casos de anemia muito grave ➢ Leva à Cura pela substituição da MO ▪ Pode ter vários efeitos adversos, como o óbito SÍNDROMES FALCÊMICAS Introdução ❖ É uma hemoglobinopatia causada pela herança do genes da hemoglobina S - HbS → alteração na forma das hemácias → Drepanócitos (Hemácias “em foice”) ➢ Os eritrócitos em forma de foice causam oclusão dos vasos e são propensos à hemólise (Anemia Hemolítica Crônica), levando a graves crises de dor frequentes e de forte intensidade, isquemia nos órgãos e outras complicações sistêmicas ▪ Também pode se desenvolver, de forma aguda, infecção, aplasia da medula óssea ou envolvimento do pulmão (síndrome torácica aguda) e óbito ❖ Pode-se apresentar em Heterozigose (Traço Falciforme) ou Homozigose (Anemia Falciforme) ❖ Ocorre quase exclusivamente em negros (África - vantagem seletiva para regiões endêmicas de Malária) ❖ Presença de cél. falciformes no esfregaço de sg. periférico ❖ O diagnóstico requer eletroforese de hemoglobina ❖ O tratamento é baseado no suporte das crises dolorosas com analgesia e outras medidas ➢ Transfusões são ocasionalmente necessárias ➢ Vacinas contra infecções bacterianas, antibióticos profiláticos e tratamento agressivo das infecções prolongam a sobrevida https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-hem%C3%B3lise/vis%C3%A3o-geral-da-hemoglobinopatias Traço Falciforme ❖ Heterozigose do gene HbS ❖ Em geral é assintomático ➢ Presença de poucos drepanócitos ❖ Na eletroforese de Hemoglobina ➢ Presença de HbA e também de HbS em porcentagens medianas ❖ Não necessita de tratamento na maioria dos casos ❖ Deve receber aconselhamento genético pré-natal Anemia Falciforme ❖ Homozigose do gene HbS ❖ Anemia Grave ➢ Hb 6-9 mg/dL ➢ Normo/Normo ➢ Presença de muitos drepanócitos ➢ Leucocitose e Trombocitose ❖ Diagnóstico ➢ Eletroforese de Hemoglobina ▪ HbS 85-95% ▪ HbA ausente ▪ HbF variável Quanto maior HbF, menos sintomática a doença → maior quantidade de O2 dentro da hemácia → menos polimerização → aumentar a HbF pode ser uma estratégia terapêutica ❖ Quadro Clínico ➢ Crises Vasoclusivas ▪ Manifestação mais frequente ▪ Desencadeadas por infecções, desidratação, desoxigenação e crises nervosas ▪ Em crianças → é classicamente chamada de Síndrome Mão-Pé → Inchaço e dor nas mãos e pés ▪ Conduta Analgesia (AINEs, opioides) → Dor isquêmica Oxigenação → apenas se Sat. <92% Hidratação → Sem hiperidratar (maiores riscos do que benefícios) Repouso ATBterapia → apenas se suspeita de infecção ▪ Crises Específicas: Crise Torácica Aguda Manifestações ➢ Dispneia ➢ Dor Torácica ➢ Queda da Sat. de O2 ➢ Infiltrado novo no Rx de Tórax (nenhum achado específico) Tratamento ➢ Analgesia + Suporte Respiratório + Hidratação + Transfusão ou Exsanguinotransfusão + ATBterapia ATBterapia de amplo espectro Ceftriaxone + Azitromicina / Claritromicina / Eritrocicina Sequestro Eplênico Manifestações ➢ Dor abdominal ➢ Esplenomegalia Súbita ➢ Queda súbita da Hb ➢ Ocorre, normalmente, ocorre somente até os 5 anos de idade ▪ Em geral, após essa idade ocorre uma “autoesplenectomia’ → tromboses esplênicas tornam o baço disfuncional Tratamento ➢ Suporte Transfusional ➢ Esplenectomia em alguns casos Crise Aplásica Devido à infecção da MO pelo parvovírus B19 Manifestações ➢ Queda abrupta do Hb ▪ Com queda nos Reticulócitos → ÚNICA SITUAÇÃO QUE UM PACIENTE COM ANEMIA FALCIFORME VAI TER QUEDA DOS RETICULÓCITOS ➢ Sem esplenomegalia Tratamento ➢ Suporte ➢ Transfusão de MO ou Imunossupressão Priapismo Ereção dolorosa, involuntária e duradora devido a oclusão de drenagem peniana → Emergência → risco de perda de função Conduta ➢ Analgesia, hidratação, às vezes transfusão ➢ Falha → Drenagem do corpo cavernoso Outras complicações Úlceras de extremidades Osteomielite por Salmonela spp AVCi (doppler do fluxo transcraniano – predição de AVCi – prevenção) e AVCh ❖ Tratamento Geral para Anemia Falciforme ➢ Suplementação de Ácido Fólico → Anemia Hiperproliferativa → Grande turnover celular → Depleção dos estoques ➢ Vacinação → entram em todas as campanhas como grupo de risco ➢ ATBprofilaxia → Penicilina VO até os 5 anos ➢ Hidroxiureia → se 3 ou + crises no ano → Aumenta a HbF e pode diminuir a Leucocitose e Trombocitose ➢ Cura → Transplante de Medula Óssea → Indicado apenas para casos mais graves ❖ Atendimento do Paciente com Anemia Falciforme no OS ➢ São pacientes frequentes no PS ➢ Normalmente em Crises de Dor e Crises Específicas ➢ Dar suporte e Tratar complicações ➢ “Estigma” → “Paciente chato” → não se cuida, não segue tratamento → crises → PS → “vício” em analgésicos (pois muitas vezes as únicas medicações que melhoram sua dor são opioides) → é necessário ter empatia e bom senso → primeiramente tratar a crise, depois investigar se há ou não adicção ANEMIAS HEMOLÍTICAS ADQUIRIDAS ANEMIAS HEMOLÍTICAS ADQUIRIDAS ❖ Separadas em: ➢ 1. Anemias Hemolíticas Autoimunes ➢ 2. Hemoglobinúria Paroxística Noturna 1. ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTOIMUNES ❖ Fazem parte de um grupo de distúrbios caracterizados por um mau funcionamento do sistema imunológico → produzem autoanticorpos que atacam glóbulos vermelhos como se eles fossem substâncias estranhas ao corpo. ➢ Pode ocorrer hemólise súbita ou insidiosa ➢ O quadro pode ser agudo ou crônico ❖ É um grupo incomum de distúrbios que podem ocorrer em qualquer idade ❖ Afetam mulheres mais frequentemente que homens ❖ Causas de Anemias Hemolíticas Autoimunes: ➢ Em cerca de metade dos casos, não é possível determinar a causa da anemia hemolítica autoimune (anemia hemolítica autoimune idiopática). ➢ A anemia hemolítica autoimune também pode ser causada por outros distúrbios, como: ▪ Infecções virais ▪ Lúpus eritematoso sistêmico (LES) ▪ Linfoma ▪ Medicamentos (p.ex.: penicilina) ❖ Há dois tipos principais de anemia hemolítica autoimune: ➢ Anemia hemolítica por anticorpos quentes → autoanticorpos se ligam aos eritrócitos em temperatura corporal normal e os destroem ➢ Anemia hemolítica por anticorpos frios (doença de aglutininas frias) → autoanticorpos se tornam mais ativos e atacam os eritrócitos somente em temperaturas muito abaixo da temperatura corporal normal Teste de Coombs Direto ❖ Positivo em 95% dos casos de Anemias Hemolíticas Autoimunes ❖ Técnica e Interpretação do Teste de Coombs ➢ Usa-se o teste direto de antiglobulina (Coombs direto) para determinar se o anticorpo de ligação de eritrócitos (IgG) ou se complemento (C3) está presente nas membranas dos eritrócitos ▪ Os eritrócitos do paciente são incubados com anticorpos anti-IgG humana e C3 Se a IgG ou o C3 estiverem ligados às membranas dos eritrócitos, ocorre aglutinação → resultado positivo Um resultado positivosugere a presença de autoanticorpos contra eritrócitos ➢ Falso-positivos podem ocorrer e nem sempre são equivalentes à hemólise → resultados devem ser correlacionados com os sinais e sintomas clínicos Teste de Coombs indireto ❖ Utiliza-se o teste indireto de antiglobulina (Coombs indireto) para detectar anticorpos IgG antieritrócitos no plasma de um paciente ➢ O plasma do paciente é incubado com um reagente para eritrócitos ▪ A seguir o soro de Coombs (anticorpos contra IgG humana ou anti-IgG humana) é acrescentado Se ocorrer aglutinação, anticorpos IgG (anticorpos ou aloanticorpos) contra eritrócitos estão presentes Este teste é também utilizado para determinar a especificidade de um aloanticorpo Anemia Hemolítica Autoimune por Anticorpos Quentes ❖ Geram uma Anemia Hemolítica com graus variados de severidade (às vezes leves, outras vezes graves [Hb 3-4]) ❖ É uma doença autoimune mediada por IgG ❖ Normalmente secundário à Doenças (forte relação com a LLC – Leucemia Linfocítica Crônica) ou Uso de Medicações ❖ Quadro Clínico https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos,-articulares-e-musculares/doen%C3%A7as-autoimunes-do-tecido-conjuntivo/l%C3%BApus-eritematoso-sist%C3%AAmico-les https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-do-sangue/linfomas/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-o-linfoma ➢ Anemia Súbita, com presença de Microesferócitos ➢ Quadro Grave → Síndrome de Evans: AHAI + PTI (Anemia Hemolítica Autoimune + Púrpura Trombocitopênica Idiopática) → Anemia + Plaquetopenia Anemia Hemolítica Autoimune por Anticorpos Frios ❖ Normalmente de causa idiopática ❖ Anemia hemolítica normalmente mediada por IgM (fixa melhor o complemento) ❖ Desencadeia Hemólise Intra e Extravascular ❖ Quadro Clínico ➢ Anemia agravada pelo Frio (abaixo da temperatura corpórea – não necessariamente temperaturas muito baixas) ➢ Acrocianose → Cianose de Extremidades ❖ Tratamento ➢ Suporte + Aquecimento ➢ Tratamento da Doença de Base 2. HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA (HPN) Introdução ❖ Doença rara Clonal da Medula Óssea ➢ Alteração da via do PIG-A levando a produção da GPI ▪ Essa via é responsável pelo mecanismo de marcação dos eritrócitos com o CD 55/59 (Impede o ataque do eritrócito pelo complemente Na HPN, com a alteração dessa via, não há a marcação pelo CD 55/59 → eritrócitos ficam suscetíveis aos ataques do sist. complemento Leva a uma Hemólise Intravascular Crônica Quadro Clínico ❖ Anemia Aplásica ❖ Pode-se desenvolver IRA → hemoglobinúria em até 25% dos casos ➢ Hemólise noturna → Urina escura pela manhã ❖ Pode desencadear eventos trombóticos ➢ Síndrome de Budd-Chiari → Trombose de veias supra- hepáticas ➢ Outras tromboses (de veia porta, de veia esplênica, de veia mesentérica) Laboratório ❖ Pancitopenia + Reticulocitose + Marcadores de Hemólise ❖ Coombs Direto Negativo (não é uma anemia autoimune mediada por imunoglobulinas, mas sim pelo Complemento) Diagnóstico ❖ Citometria de Fluxo → Perda da Expressão de CD 55/59 Tratamento ❖ Eculizumabe ❖ Anti CD 5 MÉTODO DE RESOLUÇÃO DE QUESTÕES SOBRE ANEMIA ETAPAS ❖ São 3 Etapas para a resolução de questões sobre Anemia ➢ 1. Identificar o Quadro Clínico do Paciente → buscar pistas, hotspots, dicas que te levem a pensar mais em um ou outro tipo de anemia ➢ 2. Exames Laboratoriais → Identificar a gravidade da Anemia (leve, moderada, grave), classificar quanto ao VCM (micro, normo ou macrocítica), quanto ao HCM (hipo ou normocrômica), nº de reticulócitos (hipo ou hiperproliferativa), RDW (com ou sem Anisocitose), Marcadores de Hemólise (↓haptoglobina, ↑LDH, ↑Bil. Ind.) e outros achados laboratoriais. ▪ Importante treinar a diferenciação das Anemias apenas pelo Hemogramas ➢ 3. Epidemiologia → algumas questões serão conduzidas de acordo com dados epidemiológicos → por isso, deve- se atentar aos principais dados epidemiológicos das Anemias
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