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ALFABETIZACAO-E-LETRAMENTO-FUNDAMENTOS-E-METODOLOGIA-7

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letramentoletr 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO .......................................................... 5 
2.1 Diferenças entre alfabetização e letramento ........................................ 8 
 TEORIAS DA APRENDIZAGEM ............................................................... 10 
3.1 Behaviorismo ...................................................................................... 11 
3.2 Cognitivismo ....................................................................................... 12 
3.3 Construtivismo .................................................................................... 13 
3.4 Interacionismo .................................................................................... 15 
 MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA .......... 17 
4.1 Método sintético ................................................................................. 17 
4.2 Método analítico ................................................................................. 19 
4.3 Método misto ...................................................................................... 20 
4.4 Método Construtivista ......................................................................... 20 
 METODOLOGIA DE ENSINO ................................................................... 21 
5.1 Metodologia de ensino ativa ............................................................... 22 
5.2 Metodologia de ensino tradicional ...................................................... 23 
5.3 Metodologia de ensino construtivista.................................................. 23 
5.4 Metodologia tradicional de ensino sociointeracionista ........................ 24 
5.5 Metodologia de ensino Montessoriano ............................................... 24 
5.6 Metodologia de ensino freiriana ......................................................... 25 
 CONCEPÇÃO SOBRE ESCRITA E LEITURA ......................................... 25 
 CONCEPÇÃO ATUAL DE EDUCAÇÃO ................................................... 29 
 O PAPEL DO EDUCADOR NO LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO ..... 32 
 AMBIENTE ALFABETIZADOR ................................................................. 35 
 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 41 
 
4 
 
 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO 
Fonte: www.wp-content.com.br 
O significado de alfabetização e letramento não são os mesmos, são dois 
processos indivisíveis e interdependentes. Alfabetizar significa capacitar os indivíduos 
a ler e escrever. Quando ele usa a alfabetização na sociedade, ele se torna 
alfabetizado. Uma pessoa pode ser alfabetizada, mas não letrado, saber ler e 
escrever, mas não treinar ou praticar a leitura e a escrita, não ler jornais, revistas ou 
não consegue interpretar o texto e tem dificuldade em escrever cartas e telegramas. 
Sendo considerado um sujeito apenas alfabetização e não letrado. 
Esta é considerada um processo permanente que se estenderia por toda vida 
e que não se esgotaria na aprendizagem da leitura e da escrita, pois atribui 
um significado muito amplo ao processo de alfabetização seria negar-lhe a 
especificidade, com reflexos indesejáveis na caracterização de sua natureza, 
na configuração das habilidades básicas de leitura e escrita, na definição das 
competências de alfabetizar. (SOARES, 201, apud SILVA, 2012, p. 3). 
O ato de que envolve o letramento, significa o uso da leitura e da escrita de 
forma diferente das simples ações de leitura e escrita que ocorrem na codificação e 
decodificação, pois representa o uso da leitura e da escrita, texto em diferentes 
ambientes sociais. De acordo com Ferreiro (2011, p. 63), “Estamos tão acostumados 
a considerar a aprendizagem da leitura e escrita como um processo de aprendizagem 
escolar que se torna difícil reconhecermos que o desenvolvimento da leitura e da 
escrita começa muito antes da escolarização”. (FERREIRO 2011, p. 63 apud DA 
SILVA, 2018 p.13) 
Segundo Soares (2003, p. 15): 
 
6 
 
Dissociar alfabetização e letramento é um equívoco porque, no quadro das 
atuais concepções psicológicas, linguísticas e psicolinguísticas de leitura e 
escrita, a entrada da criança (e também do adulto analfabeto) no mundo da 
escrita se dá simultaneamente por esses dois processos: pela aquisição do 
sistema convencional de escrita – a alfabetização, e pelo desenvolvimento de 
habilidades de uso desse sistema em atividades de leitura e escrita, nas 
práticas sociais que envolvem a língua escrita – o letramento. Não são 
processos independentes, mas interdependentes, e indissociáveis: a 
alfabetização se desenvolve no contexto de e por meio de práticas sociais de 
leitura e de escrita, isto é, através de atividade de letramento, e este, por sua 
vez, só pode desenvolver-se no contexto e por meio da aprendizagem das 
relações fonema-grafema, isto é, em dependência da alfabetização. 
(SOARES 2003, p. 15 apud DA SILVA, 2010 p. 32). 
Na verdade, ser culturalmente alfabetizado significa ser capaz de transcender 
os regulamentos escritos, ocupando as funções sociais que constituem o 
comportamento de leitura e escrita, recorrer à leitura e à escrita no cotidiano, ser capaz 
de ler livros, revistas e jornais sem acrescentar nenhuma sílaba Compreensão 
completa, ou seja, saber o que você está lendo e escrevendo, é que você pode 
acessar e usar as informações de forma crítica no mundo cultural. 
Em qualquer caso, a capacidade de ser alfabetizado não é apenas conectar 
letras em sílabas, conectar sílabas em palavras, palavras em sentenças e frases em 
texto, mas também compreender o senso de concordância na leitura e na escrita. 
Portanto, acredita-se que diferentes métodos e teorias são necessários para explicar 
como ocorre o processo de ensino, os educadores terão como base metodologia e 
tecnologia de alfabetização, que trarão resultados significativos. 
“Progredir alfabetização adentro não é uma jornada tranquila. Encontram-se 
muitos altos e baixos nesse caminho, cujos significados precisam ser 
compreendidos. Como qualquer outro conhecimento no domínio cognitivo, é 
uma aventura excitante, repleta de incertezas, com muitos momentos críticos, 
nos quais é difícil manter ansiedade sob controle. ” (FERREIRO, 2001, apud 
GUZZI, 2013, p. 5). 
Na maioria das vezes, as crianças são alfabetizadas na escola, mas a escola 
pretende ir além da alfabetização para formar leitores capazes e dar sentido aos 
comportamentos de leitura e escrita, de modo a formar cidadãos alfabetizados e 
letrados. A alfabetização é um processo sem fim, pois o ser humano estará sempre 
em constante aprendizagem ao longo de sua vida, seja na inteligência, na escrita ou 
na fala, aprender significa alfabetizar. 
Mesmo atividadessimples que aparecem de maneira importante na educação 
infantil são consideradas lúdicas, como a repetição de parlendas, a brincadeira com 
 
7 
 
frases e versos, trava-línguas, cantigas de roda, memorização de poemas, também 
são consideradas etapas importantes na alfabetização. 
Tem-se tentado, ultimamente, atribuir um significado demasiado abrangente 
a alfabetização, considerando-a um processo permanente, que se estenderia 
por toda vida, que não se esgotaria na aprendizagem da leitura e da escrita. 
É verdade que, de certa forma, a aprendizagem da língua materna, quer 
escrita, quer oral, é um processo permanente, nunca interrompido. (SOARES, 
2012, apud GUZZI, 2013, p. 5). 
Quando o processo de alfabetização se despe da royupagem tradicional, faz 
com que os alunos sintam que descubram conhecimentos que aumentam a 
curiosidade, incentivando-o a descobrir comemorando os pequenos avanços que foi 
alcançado. Portanto, o desafio que a escola enfrenta é a alfabetização, mesmo que a 
criança se adapte ao alfabeto e ao sistema ortográfico do idioma, garantindo 
condições suficientes para o uso do idioma em inglês. Hábitos sociais de leitura e 
escrita. 
Pode se concluir da discussão processo de alfabetização a respeito do 
conceito de alfabetização, que essa não é uma habilidade, é um conjunto de 
habilidades, o que a caracteriza como um fenômeno de natureza complexa, 
multifacetado. Essa complexidade e multiplicidade de facetas explicam 
porque o processo de alfabetização tem sido estudado por diferentes 
profissionais, que privilegiam ora estas ora aquelas habilidades, segundo a 
área do conhecimento a que pertencem. (SOARES, 2012, apud GUZZI, 2013, 
p. 5). 
Franchi, 2012, afirma que: 
O professor alfabetizador deve estar sempre disponível para aguçar a 
sensibilidade e a atenção das crianças para o material de fato relevante e 
preparar a situação em que elas possam participar ativamente desse trabalho 
de construção de hipóteses (FRANCHI, 2012, p. 206 apud DA SILVA, 2018 
p.15). 
Na perspectiva de repensar os métodos de trabalho que favorecem a 
construção crítica e a formação de sujeitos da alfabetização, algumas pesquisas sobre 
índice de alfabetização e índice de letramento ajudam a refletir sobre as novas 
possibilidades de uso da linguagem para as atividades de ensino. 
Para Soares (2003, p.16), letramento é: 
O resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e de 
escrita. É o estado ou a condição que adquire um grupo social, ou um 
indivíduo, como consequência de ter se apropriado da escrita e de suas 
práticas sociais. Apropriar-se da escrita é torná-la própria, ou seja, assumi-la 
como propriedade. Um indivíduo alfabetizado, não é necessariamente um 
 
8 
 
indivíduo letrado, pois ser letrado implica em usar socialmente a leitura e a 
escritura e responder às demandas sociais de leitura e de escrita. (SOARES 
2003, p. 16 apud DA SILVA, 2010 p. 33). 
O letramento sempre envolve o conceito de alfabetização, o que leva a mal-
entendidos desses dois processos, e o conceito de letramento tem prevalência sobre 
o conceito de alfabetização, mas esses dois processos não podem ser separados, 
pois, estudam a formação da linguagem escrita dos alunos no campo da linguagem 
escrita e são realizados pelos dois processos: a alfabetização e o desenvolvimento da 
alfabetização por meio da prática social que envolve a linguagem escrita, ou seja, o 
letramento. 
A alfabetização deve andar de mãos dadas com o letramento. Embora seja dois 
processos com significados diferentes, deve-se começar com a aprendizagem da 
escrita, como o desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita nas práticas 
sociais que envolvem a linguagem escrita e atitudes na prática em relação à 
aprendizagem; reconhecendo que a alfabetização e o letramento devem aceitar 
metodologias diferentes para ter sucesso no ensino e aprendizagem de línguas 
escritas, faladas e contextualizadas. O processo de letramento está relacionado ao 
papel da linguagem escrita na sociedade. Portanto, esse processo não acontece 
apenas nas escolas. 
2.1 Diferenças entre alfabetização e letramento 
A alfabetização é um processo de aprendizagem no qual os indivíduos 
desenvolvem habilidades de escrita e leitura, enquanto o letramento envolve a função 
social da alfabetização. São processos complexos, mas devem ser combinados, 
talvez seja o maior desafio que os alfabetizadores enfrentam. 
A alfabetização é o processo pelo qual as crianças aprendem a decodificar os 
elementos que compõem a escrita. Essa decodificação inclui a memorização de letras, 
a identificação de letras e a ligação de sílabas. No entanto, o que muitas pessoas não 
sabem é que essa capacidade de alfabetização por si só não prepara os indivíduos 
para o mundo alfabetizado. 
De acordo com Barbosa, 2013, 
Saber ler e escrever possibilita o sujeito do seu próprio conhecimento, pois 
sabendo ler, ele se torna capaz de atuar sobre o acervo de conhecimento 
 
9 
 
acumulado pela humanidade através da escrita e, desse modo, produzir, ele 
também, um conhecimento (BARBOSA, 2013, p.19 apud SANTI, 2014 p. 07). 
O letramento é muito mais profunda do que a alfabetização, correspondendo à 
interpretação e ao domínio da linguagem, não apenas decodificando. Quando um 
aluno consegue entender o texto, contar histórias, falar com clareza e se expressar 
com eficácia por meio das palavras que usa, ele se torna uma pessoa considerada 
letrada. Letramento, segundo defensores do mesmo, como Soares (1999) e Kleimam 
(2007), principalmente, refere-se à apropriação da leitura e da escrita para uso social, 
trazendo consequências (políticas, sociais, econômicas, culturais...) para indivíduos e 
grupos que se apropriam da escrita, fazendo com que esta se torne parte de suas 
vidas como meio de expressão e comunicação. (apud SANTI, 2014 p. 11). 
de acordo com o quadro abaixo pode-se observar algumas diferenças entre 
letramento e alfabetização. 
 
Fonte: diferenca.com/alfabetização-e-letramento/ 
Os estudantes com habilidades de alfabetização têm a capacidade de 
compreender uma história, esta pode ser lida e expressada claramente a sua 
compreensão. Portanto, as crianças alfabetizadas sabem ler e escrever, e as letradas 
sabem usar a alfabetização de acordo com as necessidades sociais. Crianças letradas 
podem organizar discursos, explicar textos e refletir sobre o que lêem. Portanto, 
podemos dizer que a principal diferença entre alfabetização e letramento está 
 
10 
 
relacionada à qualidade do domínio e à frequência do uso da leitura no dia a dia, além 
da capacidade de explicar e lidar com as necessidades sociais. 
 TEORIAS DA APRENDIZAGEM 
 Fonte: learnspace.com.br 
De maneira geral, essa teoria pode ser entendida como uma explicação 
sistemática do campo do conhecimento, uma forma especial de olhar as coisas, 
interpretar observações e resolver problemas. A aprendizagem é um processo 
contínuo e pode acontecer em qualquer circunstância. Nesse sentido, pode-se dizer 
que um dos elementos básicos da aprendizagem é a cultura, pois a cultura molda as 
disciplinas por meio de sua relação com o meio ambiente. 
De acordo com Moreira,1999, de um modo geral, uma teoria é uma tentativa 
humana de sistematizar uma área de conhecimento, uma maneira particular de ver as 
coisas, de explicar e prever observações, de resolver problemas. Uma teoria de 
aprendizagem é então uma construção humana para interpretar sistematicamente a 
área de conhecimento que chamamos de aprendizagem. (MOREIRA, 1999 p.12). 
 Existem várias categorias de aprendizagem dentre elas podemos citar: 
 Aprendizagem cognitiva: conhecimento que leva a um 
armazenamento organizado de informações na mente do aluno; 
 Aprendizagem afetiva: é produzida pelos sintomas internos do 
indivíduo, que podem ser reconhecidos como experiências como prazer 
e dor, satisfação ou insatisfação, alegria ou ansiedade; 
 
11 Aprendizagem psicomotora: Envolve a resposta muscular obtida por 
meio de treinamentos e exercícios. 
 Desse modo, a teoria da aprendizagem tenta explicar, reorganizar e prever 
sistematicamente o conhecimento sobre a aprendizagem. 
3.1 Behaviorismo 
Behaviorismo é uma palavra derivada da palavra "behavior", que significa 
comportamento. A teoria começou em 1913 com um manifesto criado por John B. 
Watson- "Psychology as a Behaviorist". O autor acredita que a psicologia não deve 
estudar os processos internos da psicologia, mas deve estudar o comportamento, 
porque a psicologia é visível e, portanto, sujeita à observação científica. 
Watson é frequentemente chamado de metodológico por priorizar o método em 
detrimento do objeto de estudo (Lopes Jr, 1993, p. 273). Neste sentido, Watson teria 
inicialmente feito um apelo metodológico: “limitemo-nos às coisas que podemos 
observar e formulemos leis que dizem respeito apenas às coisas observadas”. 
(LOPES JR, 1993, p. 273 apud STRAPASSON; CARRARA, 2008 p. 07). 
O Behaviorismo considera o comportamento a função e a forma de reação dos 
organismos vivos. Essa corrente psicológica não aceita nenhuma conexão com 
aspectos transcendentais, introspectivos e filosóficos, mas seu propósito é estudar o 
comportamento objetivo observável. O estudo do meio ambiente envolvendo os 
indivíduos permite prever e controlar o comportamento humano. 
No contexto da educação, o behaviorismo se refere às mudanças no 
comportamento dos elementos envolvidos no processo de aprendizagem, o que pode 
melhorar a aprendizagem de professores e alunos. A educação é um fator importante 
que pode mudar o comportamento individual. O Behaviorismo tinha na educação uma 
boa maneira de analisar e modificar o comportamento humano. Watson acreditava 
que quando algumas variáveis de ensino são alteradas, como a forma de entrega de 
conteúdo ou estilos de aprendizagem diferentes, isso pode aumentar o aprendizado 
das crianças. Além disso, acredita-se que, desde que haja o estímulo correto, 
qualquer aluno poderá exercer seu comportamento no futuro para exercer seus 
interesses. 
Tipos de behaviorismo: 
 
12 
 
 Behaviorismo clássico: também conhecido como watsoniana, tem John 
B. Watson como a figura principal. Para Watson, o comportamento é 
reflexo, uma vez que consiste “de respostas eliciadas por estímulos” (Zuriff, 
1986, p. 692). O autor determina um ponto de estudos “[...] observável e 
mensurável, cujos experimentos poderiam reproduzir diferentes condições 
e sujeitos” (WATSON, John, p. 45, 1913). 
 Behaviorismo metodológico: um dos marcos principais dessa tendência 
é a chamada lei de Pavlov. Como descrito por Freire (2004), baseou-se no 
estudo da psicologia animal para a elaboração de seus princípios, já que o 
estudo com animais permitia experiências não viáveis com seres humanos, 
tais como lesões nos órgãos sensoriais ou partes do cérebro visando 
identificar seus efeitos sobre o comportamento. Assim o behaviorismo 
adotava métodos que o aproximavam das ciências físicas. Abolia-se o 
estudo de eventos extranaturais como consciência ou mente e buscava-se 
um modelo mecanicista, materialista, determinista e objetivo de ciência. 
(FREIRE, 2004 apud KAULFUSS, [2020]) 
 Behaviorismo filosófico: o behaviorismo filosófico também é chamado de 
analítico ou lógico, com Gilbert Ryle da Grã-Bretanha e Ludwig 
Wittgenstein da Áustria como os principais pensadores. Essa linha 
filosófica, acreditava que o conceito de estado mental ou disposição mental 
é na verdade o conceito de tendência comportamental ou concepção de 
disposição comportamental. 
 Behaviorismo radical de Skinner: o radicalismo do filósofo Burrhus 
Frederic Skinner reviveu a cultura anti-mentalista, embora o filósofo nunca 
tenha negado a existência de processos mentais. Como frisado por Baum 
(1999) o behaviorismo radical baseia-se no pragmatismo. Estabelece como 
objetivo de uma ciência do comportamento descrevê-lo em termos que o 
tornem familiar, ou seja explicado, na melhor tradição pragmática. (BAUM, 
1999 apud KAULFUSS, [2020]). 
 
3.2 Cognitivismo 
 
A teoria acredita que a habilidade de um aluno em aprender coisas novas 
depende diretamente de seu conhecimento prévio. Para esses teóricos, é necessário 
 
13 
 
investigar o que vai ensinar os alunos sobre o assunto. Em seguida, deve ser prestada 
ajuda ao aluno para que ele sistematize e organize os novos conhecimentos por meio 
da associação com os anteriores. 
Moreira e Masini (1982) elaboram o conceito de cognição: É o processo através 
do qual o mundo de significados tem origem. À medida que o ser se situa no mundo, 
estabelece relações de significação, isto é, atribui significados à realidade em que se 
encontra. Esses significados não são entidades estáticas, mas pontos de partida para 
a atribuição de outros significados. Tem origem, então, a estrutura cognitiva (os 
primeiros significados), constituindo-se nos pontos básicos de ancoragem dos quais 
derivam outros significados (MOREIRA E MASINI, 1982, p. 3 apud COELHO; DUTRA, 
2018 p. 59). 
O cognitivo contrasta e enfatiza o que é ignorado pela teoria behaviorista, que 
enfoca os aspectos biológicos e o comportamento humano por meio da análise 
mental. Este é um método que envolve cientificamente o aprender não como um fator 
interno de mecanização individual, mas como produto do ambiente, das pessoas e de 
fatores externos, gerando uma rede de significados. 
3.3 Construtivismo 
A teoria construtivista é uma das teorias mais importantes em educação, 
nascida no século XX da experiência do biólogo, filósofo e epistemólogo suíço Jean 
Piaget (1896-1980). 
O construtivismo é um método psicológico desenvolvido a partir da teoria da 
epistemologia genética proposta por Jean Piaget. Nessa teoria, o indivíduo aprende 
com a interação entre ele e o meio em que vive. O professor é considerado um 
intermediário de conhecimento. Jean Piaget desenvolveu sua teoria a partir de várias 
outras teorias que existiam na época, como o cognitivismo. 
 Dentre as suas principais características podemos citar o que Arce (2005, p.50) 
destaca: 
 Para o construtivismo a aprendizagem seria um processo de construção 
individual do sujeito e este não copia a realidade, mas a constrói a partir 
de suas representações. A aprendizagem é situada e deve dar-se em 
 
14 
 
cenários realistas; o cotidiano do sujeito e ele próprio trazem os 
conteúdos necessários para que ocorra a aprendizagem; 
 O conhecimento é fruto da interação com o meio e da construção 
adaptativa que cada pessoa realiza. O sentido é sempre resultado de 
negociações entre o que vem do externo e o que existe no interior do 
aluno. 
 O ensino deve proporcionar o aluno a aprender a aprender. (ARCE, 2005 
p.50 apud MARINHO, 2016 p. 20). 
 Para Piaget 
não pode ser concebido como algo predeterminado nem nas estruturas 
internas do sujeito, porquanto estas resultam de uma construção efetiva e 
contínua, nem nas características preexistentes do objeto, uma vez que elas 
só são conhecidas graças à mediação necessária dessas estruturas, e que 
essas, ao enquadrá-las, enriquecem-nas (PIAGET, 2007, p.1). 
Ferreiro e Teberosky (1985, p.30) acrescentam que: 
Na teoria de Piaget, o conhecimento objetivo aparece como uma aquisição, 
e não como um dado inicial. O caminho em direção a este conhecimento 
objetivo não é linear: não nos aproximamos dele passo a passo, juntando 
peças de conhecimento umas sobre as outras, mas sim através de grandes 
reestruturações globais, algumas das quais são “errôneas” (no que se refere 
ao ponto final), porém “construtivas” (na medida em que permitem aceder a 
ele). Esta noção de erros construtivos é essencial. (FERREIRO E 
TEBEROSKY, 1985, p.30). 
Segundo Piaget o desenvolvimento da aprendizagem em crianças ocorre pelas 
seguintes etapas: 
1. Sensório–motor (0 a 2 anos): as ações representam o mundo para a 
criança. Representaa conquista, através da percepção e dos 
movimentos, de todo universo prático que cerca a criança. Isto é, a 
formação dos esquemas sensoriais-motores irá permitir ao bebê a 
organização inicial dos estímulos ambientais, permitindo que, ao final do 
período, ele tenha condições de lidar, embora de modo rudimentar, com 
a maioria das situações que lhe são apresentadas (RAPPAPORT, 1981, 
p.66 apud SCHIRMANN et al., 2019). 
2. Pré–operatório (2 a 7 anos) a criança lida com imagens concretas. O 
período pré-operacional, acontece entre dois a sete anos. É chamado 
assim porque a criança carrega significações do período anterior, tendo 
 
15 
 
conceitos iniciais confusos, mas em constante construção de ideias 
lógicas (RAPPAPORT, 1981 apud SCHIRMANN et al., 2019). 
3. Operações concretas (7 a 11 anos): a criança já pode efetuar operações 
lógicas. Aproximadamente aos 7 anos, segundo Piaget, as crianças 
entram no estágio de operações concretas, quando podem utilizar 
operações mentais para resolver problemas concretos (reais). As 
crianças são então capazes de pensar com lógica porque podem levar 
múltiplos aspectos de uma situação em consideração (PAPALIA, 2006, 
p.365 apud SCHIRMANN et al., 2019). 
4. Operações formais (11 em diante) a criança já efetua operações lógicas 
com mais de uma variável. Esta “reflexão”, é então com um pensamento 
de segundo grau. O pensamento concreto é a representação de ações 
possíveis. Não nos devemos espantar, então, se o sistema das 
operações concretas deva terminar no decorrer dos últimos anos da 
infância, antes que se torne possível “a reflexão” em operações formais. 
Quanto a estas, não são outras senão as mesmas operações, mas 
aplicadas a hipóteses ou proposições (PIAGET, 1999, p.60 apud 
SCHIRMANN et al., 2019). 
3.4 Interacionismo 
Lev Vygotsky (1896-1934) foi um psicólogo nascido na Bielorrússia tendo 
falecido há mais de 70 anos, mas seu trabalho ainda está sendo descoberto e debatido 
em todo o mundo (inclusive no Brasil). A parte mais famosa da extensa obra de 
Vygotsky realizada em sua curta vida focalizou o tema da criação cultural. Tendo como 
parte importante voltada para os educadores, em particular o estudo do 
desenvolvimento intelectual. Vygosky desempenhou um papel importante nas 
relações sociais nesse processo, de modo que a corrente de ensino derivada de seus 
pensamentos foi chamada de socioconstrutivismo ou sociointeracionismo. 
Vygotsky afirma: 
 Para o ser humano pensamento e linguagem têm origens diferentes. 
Inicialmente o pensamento não é verbal e a linguagem não é intelectual. Suas 
trajetórias de desenvolvimento, entretanto, não são paralelas - elas cruzam-
se. Em dado momento, a cerca de dois anos de idade, as curvas de 
desenvolvimento do pensamento e da linguagem, até então separadas, 
 
16 
 
encontram-se para, a partir daí, dar início a uma nova forma de 
comportamento. É a partir deste ponto que o pensamento começa a se tornar 
verbal e a linguagem racional. Inicialmente a criança aparenta usar linguagem 
apenas para interação superficial em seu convívio, mas, a partir de certo 
ponto, esta linguagem penetra no subconsciente para se constituir na 
estrutura do pensamento da criança. (VYGOTSKY, 1934 apud BARBOSA, 
2013 p. 12). 
 Em seu método, o conhecimento é primeiramente impulsionado pelo 
desenvolvimento da linguagem humana. Sua teoria também acredita que a interação 
entre o indivíduo e seu ambiente é fundamental para o processo de aprendizagem, 
sendo até consistente com o estágio de desenvolvimento proposto por Jean Piaget na 
teoria do construtivismo. 
Nessa concepção o que o indivíduo faz ao usar a língua não é tão somente 
traduzir e exteriorizar um pensamento, ou transmitir informações a outrem, mas sim 
realizar ações, agir, atuar sobre o interlocutor (ouvinte/leitor). A linguagem é, pois, um 
lugar de interação humana, de interação comunicativa pela produção de efeitos de 
sentido entre interlocutores, em uma dada situação de comunicação e em um contexto 
socio-histórico e ideológico. (TRAVAGLIA, 2009, p. 23 apud BARBOSA, 2013 p. 15). 
No entanto, para Vygotsky, o movimento de aprendizagem e busca de 
conhecimento produzirá uma aprendizagem eficaz. Esse processo deve ser realizado 
de fora, ou seja, do meio social para o indivíduo. Essas teorias tiveram um impacto 
profundo na maneira como organizamos os processos educacionais em todo o 
mundo. Com o passar dos anos, devido a grandes mudanças nas escolas e campos 
de trabalho, cada teoria se adequou mais às necessidades de seu tempo. 
 Teoria do desenvolvimento proximal desenvolvida por Vygotsky: o 
desenvolvimento proximal nada mais é do que o nível real de 
desenvolvimento, ou seja, a distância entre a capacidade de resolver 
problemas sem intermediário e o nível potencial de desenvolvimento, ou 
seja, a capacidade de resolver problemas por meio de orientação de 
adultos, interação com colegas, etc. 
Por meio da troca de experiências proposta por Vygotsky, é natural que 
os educadores não sejam mais vistos como a única fonte de 
conhecimento em sala de aula. Mas seu papel não reduz, o educador 
ainda é o mediador decisivo. No conceito vygotskyano, a principal 
vantagem de divulgar esse “mix” é que todos ganham. Por um lado, o 
aluno inexperiente sente-se desafiado, devido, perceber que seu colega 
 
17 
 
de classe tem maior conhecimento, com a ajuda deste aluno, poderá 
realizar tarefas que não consegue realizar sozinho. Por outro lado, este 
aluno com maior conhecimento, ganha experiência, aperfeiçoando suas 
habilidades ajudando os colegas. 
 MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA 
Fonte: pixabay.com 
Desde a promulgação da República na década de 1890, o Brasil passou a dar 
atenção à educação escolar de todas os estudantes, ou seja, procurava ensinar as 
crianças a ler e escrever, pois até então essa doutrina ainda era privilégio de poucos. 
Devido à necessidade de mão de obra qualificada para atender ao ambiente 
profissional e aos ideais do país republicano, a escola passou a desempenhar um 
importante papel como ferramenta para modernização. 
Historicamente, o ensino brasileiro foi influenciado por diferentes métodos de 
alfabetização. O primeiro método utilizado para o aumento da taxa de alfabetização 
do Brasil foi chamado de “método sintético”, que priorizava a leitura através das cartas 
do “ABC”, baseando-se em uma modo de associação de estímulos visuais e auditivos, 
e dando uma maior prioridade a memorização. 
4.1 Método sintético 
O método sintético segue os passos da parte para o todo, ou seja, primeiro a 
criança internaliza a unidade menor (fonema), para depois, gradativamente, atinge a 
 
18 
 
unidade maior. Em outras palavras, primeiro aprenda o processo de codificação e 
decodificação para continuar a entender a leitura e a escrita em um estágio mais 
avançado. De acordo com Mortatti, 2006; 
[...] métodos de marcha sintética (da ‘parte’ para o ‘todo’): da soletração 
(alfabético), partindo do nome das letras; fônico (partindo dos sons 
correspondentes as letras); e da silabação (emissão de sons), partindo das 
sílabas. Sempre de acordo com certa ordem crescente de dificuldade. Quanto 
à escrita, está se restringia à caligrafia e ortografia, e seu ensino, a cópias, 
ditados e formação de frases, enfatizando o desenho correto das letras 
(MORTATTI, 2006 p.4, apud FRANCIOLI, 2013, p.4). 
Segundo o autor Soares (2001, p. 65). 
Dever-se-ia, assim, iniciar o ensino da leitura com a apresentação das letras 
e seus nomes (método da soletração/alfabético), ou de seus sons (método 
fônico), ou das famílias silábicas (método da silabação), sempre de acordo 
com certa ordem crescente de dificuldade. Posteriormente, reunidas as letras 
ou os sons em sílabas, e conhecidas as famílias silábicas, ensinava-se a ler 
palavras formadas com essas letras e/ou sons e/ou sílabas e, por fim, 
ensinavam-se frases isoladas e agrupadas. Quantoà escrita, esta se 
restringia à caligrafia e ortografia, e seu ensino, à cópia, ditados e formação 
de frases, enfatizando-se o desenho correto das letras. (SOARES, 2001, p. 
65 apud KOVALCZYK; LIMA, 2010 p. 04) 
Esse método se divide em três processos: 
 Alfabético: o processo alfabético ou de soletração caracteriza-se pela 
aplicação através de uma sequência fixa baseada nos estímulos 
auditivos e visuais, sendo a memorização o único recurso didático 
utilizado, pois, de acordo com Carvalho (2010, p.22), “[...] o nome das 
letras é associado à forma visual, as sílabas são aprendidas de cor e 
com elas se formam palavras isoladas. [...]”. Esse método tem como 
objetivo a combinação entre letras e sons. (ALMEIDA 2008 apud 
FONTES e BENEVIDES, 2012, p. 3). 
 Fônico: o processo fônico, é realizado de outra forma, em que a criança 
começa com o som das letras, combina os sons das consoantes e vogais 
e pronuncia a sílaba formada. A atenção está voltada para a dimensão 
sonora da língua. Portanto, o processo começa com o ensino da forma 
e do som das vogais, seguidas das consoantes, e então cada letra é 
aprendida como um fonema, combinada com outra letra para formar 
sílabas, e então sintetizada palavra. 
 
19 
 
 Silábico: no processo de silábico, as crianças aprendem a analisar as 
sílabas para formar palavras. Palavras-chave são propostas na cartilha 
com o objetivo de introduzir sílabas e, assim, formar frases. 
No final do século XIX surge o método analítico, também conhecido como 
“método olhar-e-dizer”, acredita-se que a leitura é um comportamento audiovisual 
global. Com base nesse princípio, os seguidores desse método começam com uma 
unidade de linguagem completa e a dividem em partes menores. No ato de aprender, 
neste método a criança extrai palavras do início de uma frase e depois as divide em 
unidades mais simples chamadas sílabas. 
4.2 Método analítico 
De acordo com Kleiman (1995), no método analítico, o ensino da leitura deveria 
ser iniciado pelo “todo”, para depois se proceder à análise de suas partes constitutivas. 
No entanto, diferentes se foram tornando os modos de se proceder tal método, 
dependendo do que seus defensores consideravam o “todo”: a palavra, ou a sentença, 
ou a "historieta". O processo baseado na "historieta" foi institucionalizado em São 
Paulo, mediante a publicação do documento Instrucções práticas para o ensino da 
leitura pelo methodo analytico. (KLEIMAN, 1995 apud KOVALCZYK; LIMA, 2010) 
Este método divide-se em: 
 Palavra: primeiro, entra o contato com os vocábulos em uma sequência 
que contém todos os sons da linguagem, após obter um determinado 
número de palavras, começa-se a formar frases. 
 Sentença: a unidade inicial de aprendizagem é a frase, que é então 
dividida em palavras, e o elemento mais simples é extraído das palavras, 
ou seja, as sílabas. 
 Contos e historietas: este é um método como ideia básica, para que as 
crianças entendam que ler é descobrir o que é escrito, decompondo 
assim a história em partes cada vez menores. 
Aqueles que apoiavam o método de analítico continuavam a usá-lo e espalhar 
sua eficácia. Porém, para conciliar os dois métodos básicos de ensino da leitura e da 
escrita, ocorre o surgimento do método misto, sendo composto em parte pelo modelo 
sintético e em sua outra metade pelo modelo analítico. 
 
20 
 
4.3 Método misto 
Composto pela utilização dos modelos sintético e analítico, visa dar rapidez e 
eficácia no aprendizado da criança. 
4.4 Método Construtivista 
Inspirado nas ideias de Jean Piaget, este método visa despertar a curiosidade, 
pois os alunos são orientados a encontrar respostas a partir do seu conhecimento e 
interação com a realidade e os colegas. Emília Ferrero, aluna de Piaget, estendeu 
essa teoria para o campo da leitura e da escrita, e concluiu que, enquanto as crianças 
estiverem em um ambiente que estimula o contato com letras e palavras, esta pode 
aprender a ler e a escrever sozinha. 
O construtivismo constitui-se num ideário epistemológico, psicológico e 
pedagógico, fortemente difundido no interior das práticas e reflexões 
educacionais [...] não podemos negar a existência dessa corrente, pelo 
simples fato do grande número de publicações de autores auto definidos 
como construtivistas (ROSSLER, 2000, apud FRANCIOLI, 2013, p. 6). 
O construtivismo sugere que os alunos participem ativamente de sua própria 
aprendizagem por meio de experimentos, pesquisas em grupo, estimulando a dúvida 
e desenvolvendo o raciocínio. Por meio de seu papel, estabelecendo os atributos do 
objeto e as características do mundo. Esse método enfatiza a importância do erro, não 
como uma pedra de tropeço, mas como uma ponte de acesso no caminho para o 
aprendizado. A teoria condena a rigidez no processo de ensino, avaliações 
padronizadas e o uso de materiais de ensino que são muito estranhos ao mundo 
pessoal do estudante. Segundo Becker, 1993; 
Construtivismo significa isto: a ideia de que nada, a rigor, está pronto, 
acabado, e de que, especificamente, o conhecimento não é dado, em 
nenhuma instância, como algo terminado. Ele se constitui pela interação do 
indivíduo com o meio físico e social, com o simbolismo humano, com o mundo 
das relações sociais; e se constitui por força de sua ação e não por qualquer 
dotação prévia, na bagagem hereditária ou no meio, de tal modo que 
podemos afirmar que antes da ação não há psiquismo nem consciência e, 
muito menos, pensamento. (Becker, 1993. p.88). 
 
Para Ogborn (1997, p. 131) o construtivismo educacional também contribuiu 
para o avanço da investigação sobre processos de ensino-aprendizagem, o qual ele 
sintetiza corretamente em quatro aspectos, elencados abaixo: 
 
21 
 
 A importância do envolvimento ativo do estudante para o alcance de 
entendimentos; 
 A importância do respeito pelo estudante e por suas próprias ideias; 
 A compreensão de ciência constituída de ideias criadas por seres 
humanos; 
 A primazia por uma concepção de ensino que capitaliza e usa o que os 
estudantes já sabem, com o intuito de superar suas dificuldades para a 
compreensão de novos saberes com base na sua visão de mundo. 
(OGBORN,1997, p. 131 apud CUSTÓDIO et al., 2013, p. 17). 
As propostas da prática construtivista também impactam positivamente na 
avaliação dos estudantes sobre o processo de aprendizagem, pois esses conteúdos 
possuem um maior significado para o estudante. O desempenho do educador evolui, 
este se torna mais dinâmico, tendo melhores oportunidades voltadas para um 
pensamento construtivo, possuindo maior disposição para conversar com os 
discentes. Ocorre uma intervenção através do educador, sendo decisivo no processo 
de ensino para proporcionar aos alunos um espaço construtivo, reflexivo e aberto a 
debates. 
 METODOLOGIA DE ENSINO 
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Metodologia é o direcionamento voltado a atingir um determinado objetivo, 
chegando ao resultado final. A origem da palavra vem do latim “methodus”, tendo se 
 
22 
 
difundido no meio educacional como campo de estudo da forma como o conhecimento 
é gerado. Na educação entende como metodologia pedagógica, o modelo teórico que 
subsidia a construção do currículo escolar e orienta o planejamento curricular, indo 
desde a entrega de conteúdo escolar até as informações de contato entre educadores 
e estudantes. As metodologias de ensino são “práticas pedagógicas 
operacionalizadas por meio de conjuntos de atividades escolares propostas pelos 
professores com vistas a alcançar a aprendizagem de determinados conhecimentos, 
valores e comportamentos”. (TRAVERSINI; BUAES, 2009, p. 145 apud KRÜGER; 
ENSSLIN, 2013 p. 228). 
Nenhuma prática pedagógica é neutra. Todas estão apoiadas em certo modo 
de conceber o processo de aprendizagem. São provavelmente essas práticas 
(mais do que métodos em si) que têm efeitos mais duráveis, a longo prazo, 
no domínio da língua escrita como em todos os outrosdomínios. Conforme 
se coloque a relação entre sujeito e objeto de conhecimento e conforme se 
caracterize ambos, certas práticas aparecerão como normais ou aberrantes 
(FERREIRO, 1987, apud GUIMARÃES, 2015, p. 497-498). 
Buscando uma visão, missão e valores, as instituições de ensino devem 
escolher a metodologia educacional mais apropriada e que se harmonize de forma 
mais coerente a realidade dos estudantes. Dessa forma, os alunos são inspirados por 
esses princípios de gestão e motivados pelo desenvolvimento pessoal e profissional 
que a gestão acredita ser o melhor para seus discentes. Sendo assim apresenta-se 
algumas metodologias de ensino dentre as diversas existentes. 
5.1 Metodologia de ensino ativa 
Consiste em um método de aprendizagem cujo principal objetivo é motivar os 
alunos, interessados e engajados ao longo do semestre. Esta metodologia propõe um 
novo paradigma educacional, que muda a relação entre educadores e alunos. Alguns 
exemplos desta metodologia são: Metodologia de projetos, Sala de aula invertida, 
Trabalhos em dupla ou equipe, Estudos de caso, Exposições, Mapas mentais, 
Gamificação, Ensino híbrido. 
De acordo com Lopes, 2015, ‘o conceito de metodologia ativa está 
fundamentado nas ideias de John Dewey, desde a década de 1930, sobre aluno ativo 
e construção do conhecimento em situações que superem a tradicional aula 
 
23 
 
expositiva, em que a finalidade é reprodução e memorização do conteúdo de ensino”. 
(Lopes, 2015, p. 352). 
Ainda corroborando com Lopes, Nascimento e Coutinho, 2017, afirmam que, 
“as Metodologias Ativas de Aprendizagem (MAA) são formas inovadoras de educar, 
que estimulam a aprendizagem e a participação do aluno em sala de aula, fazendo 
com que ele utilize todas as suas dimensões sensório/motor, afetivo/emocional e 
mental/cognitiva”. (Nascimento e Coutinho, 2017, p.136). 
5.2 Metodologia de ensino tradicional 
O método tradicional de ensino baseia-se no seguinte princípio: o professor é 
o narrador dos fatos tendo como ouvinte o aluno. Os educadores preparam os 
conteúdos com antecedência e os transmite aos alunos que possuem a função de 
absorver e relembrar o que aprenderam. O foco dos professores é disseminar o 
conhecimento de forma clara para que os estudantes possam aprender e absorver 
passivamente. Nesse modelo, ao não atingirem as metas esperadas, os alunos são 
reprovados. 
No método tradicional, tem-se como vantagem o fato de o professor ser o centro 
do aprendizado e, por esse motivo, possuir um maior controle das aulas (PINHO et 
al., 2010). Porém, também possui desvantagens, pois se torna difícil para o professor 
explicar a prática por meio de aulas expositivas, assim como para o aluno fica difícil 
pensar na aplicabilidade da teoria exposta. (WEINTRAUB; HAWLITSCHEK; JOÃO, 
2011 apud KRÜGER; ENSSLIN, 2013 p. 222). 
5.3 Metodologia de ensino construtivista 
Além do método tradicional, outro método utilizado pelos professores é o 
construtivista. Nesse método, diferente do método tradicional, o aluno é o sujeito ativo 
no processo de ensino-aprendizagem, e o professor age como um agente facilitador 
no processo que orienta o aluno a buscar e gerar seus próprios conhecimentos. 
(CHAHUÁN-JIMÉNEZ, 2009 apud KRÜGER; ENSSLIN, 2013 p. 222). 
Nesta modalidade de ensino com Lev Vygotsky e Jean Piaget como principais 
nomes, os alunos são os protagonistas do seu processo de aprendizagem, ou seja, a 
 
24 
 
educação não é uma simples disseminação de conhecimento, ela vai além e se torna 
um processo que apoia e permite que os estudantes criem e vivenciem o 
conhecimento e a aprendizagem. Além disso, as salas de aula são mais reduzidas, os 
educadores podem prestar mais atenção aos alunos e personalizar os métodos de 
ensino conforme necessário, estimulando o conhecimento e respeitando o tempo de 
cada aluno. 
5.4 Metodologia tradicional de ensino sociointeracionista 
A metodologia tradicional de ensino sociointeracionista, possui como base a 
importância da interação entre o sujeito e o meio. Neste método ocorre a acumulação 
de conhecimento por meio da interação social, cultura e processos sociais. O 
verdadeiro conhecimento da criança é o ponto de partida do conhecimento potencial. 
Para Vygotsky (1987), o indivíduo não é resultado de um determinismo cultural, 
ou seja, não é uma "tábula rasa", um ser passivo, que só reage frente às pressões do 
meio, mas um sujeito que realiza uma atividade organizadora em sua intervenção no 
mundo, capaz de mudar a própria cultura. É, portanto, na relação dialética com o 
mundo que o sujeito se constitui e se liberta. (Vygotsky, 1987 apud DA SILVA et al., 
[2020] p. 02). 
5.5 Metodologia de ensino Montessoriano 
Nas instituições de ensino Montessoriano, existem os professores 
observadores. Nesse caso, o educador visa acompanhar de perto a aprendizagem de 
crianças e jovens, examinando sua evolução e descobrir o que realmente atrapalha 
sua aprendizagem avaliando o estudante por meio da observação. Por meio desse 
método, as salas de aula são equipadas com diversos materiais e atividades, podendo 
os alunos escolher o que fazer na aula. Além de organizar a classificação das 
atividades para garantir o crescimento de todos, o educador tem a função de orientar, 
esclarecer dúvidas e ajudar os alunos a superar dificuldades. 
Segundo Lillard, 2017, Montessori considerava a ênfase no ambiente um 
elemento básico de seu método. Ela descrevia esse ambiente como um lugar que 
nutria a criança, planejado para suprir as necessidades de autoconstrução e revelar a 
 
25 
 
nós sua personalidade e padrões de crescimento. Isso significa que o ambiente não 
deve conter apenas aquilo de que a criança precisa, no sentido positivo, mas que 
todos os obstáculos ao crescimento dela devem ser removidos. (LILLARD, 2017, p. 
45 apud CAMARGO et al., 2018 p. 15). 
5.6 Metodologia de ensino freiriana 
A formação metodológica de Freire está muito alinhada aos problemas e 
necessidades atuais e ao desenvolvimento da consciência crítica. Este é um método 
desenvolvido na década de 1960, principalmente para atender às necessidades de 
alfabetização de adultos. Há três fases no processo de desenvolvimento do 
pensamento crítico. São elas: investigação temática, tematização, problematização 
De acordo com (FREIRE, 1967, p. 26). “O educador estabeleceu, a partir de 
sua convivência com o povo, as bases de uma pedagogia onde tanto o educador como 
o educando, homens igualmente livres e críticos, aprendem no trabalho comum de 
uma tomada de consciência da situação que vivem”. (FREIRE, 1967, p. 26 apud 
SOUZA, 2015, p.12). 
 CONCEPÇÃO SOBRE ESCRITA E LEITURA 
Fonte: pixabay.com 
A alfabetização fator de objeto de pesquisas e estudos por diversos 
pesquisadores, destacou-se com avanços importantes, sendo que nos últimos trinta 
anos a américa latina figurou em destaque, levando a grandes mudanças na prática 
 
26 
 
de ensino e, portanto, ao desempenho do aluno na área de leitura e escrita. A 
utilização da linguagem tem forte importância histórica, ou seja, através da leitura e 
escrita os seres humanos passaram a registrar a cultura, emoções, poesia, podendo 
observar o mundo com um olhar diferente. Assim mesmo, não significa que os 
humanos não utilizavam outras formas de expressão anterior ao desenvolvimento da 
escrita. Havia a pintura, sendo anterior, mas foi através da escrita, que ocorreu a 
expansão das habilidades de comunicação. 
O ensino de língua está relacionado aos modos como o homem compreende 
a si mesmo, a linguagem, o universo em que se situa, e disso decorrem as 
diferentes concepções de linguagem, de língua, de ensino (...) que foram 
produzidas ao longo da história (AMOP, 2010, apud HOPPE, 2013, p. 6). 
Segundo Marin (2001, p. 119) “ler é compreender o que lemos, dotar essa 
operação de reconhecimento da estrutura de significante de uma significação, (...) Ler 
também, é enfim, decifrar, interpretar,visar talvez adivinhar o sentido de um discurso”. 
Entretanto, aprender a ler e escrever é um processo com formas diferentes do que 
apenas decodificar símbolos. A construção das habilidades de alfabetização, 
envolvem para o ser humano a compreensão da sua existência, percebendo que a 
escrita tem a função de registrar os fatos da criação e da vida humana. A Leitura é um 
processo que retrata a construção de novos significados pelo leitor e de sentidos da 
leitura, pois quanto mais lemos, mais sabemos. No ato de ler o ser humano lembra, 
compara, e evoca emoções, expande o desejo e a capacidade de criar significado. 
Contudo, o ato de aprender a ler e escreve, possui forma simples em relação 
aos símbolos. Para que os sujeitos construam habilidades de alfabetização, devem 
compreender sua própria existência, percebendo que a escrita possui função de 
registrar os fatos da vida humana. Como indicam Coscarelli e Novais (2010), a leitura 
é um processo cada vez mais complexo, no sentido de que exige novas formas de 
lidar com os textos nas situações reais de comunicação, já que é uma atividade 
dinâmica. Decorre, disso, que o ato de ler envolve levar em consideração os 
elementos gráficos presentes, bem como “a produção de inferências e a depreensão 
da ideia global, a integração conceptual, passando pelo processamento lexical, 
morfossintático, semântico, considerando fatores pragmáticos e discursivos que são 
imprescindíveis para à construção do sentido” (COSCARELLI; NOVAIS, 2010, p. 36 
apud SILVA, [2020] p. 07). 
 
27 
 
Aconselha-se fazer o esclarecimento relativo a escrita, sendo vista como um 
processo de melhoria da humanidade, enriquecimento externo, desenvolvimento 
intelectual e cultural humano. A proficiência na linguagem falada e escrita é essencial 
para uma efetiva participação social, pois o ser humano comunica-se, obtém 
informações, expressa e defende opiniões, compartilha ou constrói uma visão de 
mundo e, por meio dessa comunicação, gerar conhecimento. Portanto, as instituições 
de ensino devem cumprir a função de assegurar que todos os estudantes obtenham 
os conhecimentos linguísticos necessários ao exercício da cidadania, sendo um direito 
inalienável de todos. 
Vale destacar que a relevância da leitura contínua e o papel do professor como 
mediador, para os alunos, fundamentam a capacidade de fornecer texto por meio do 
valor da leitura, assim como a compreensão de profissionais e dos textos sendo uma 
unidade importante carregada pela rede de significados. Crucialmente, o ensino 
deverá transformar os alunos em um indivíduo social que pode se relacionar com a 
complexidade dos textos existentes na sociedade. De acordo com Rezende, 2009; 
Quanto mais se exerce o ato de ler, melhor o desempenho de quem lê. Por 
outro lado, se não temos conhecimentos prévios, que permitam o diálogo com 
o texto, é preciso criar-se condições de aproximação do leitor com a leitura 
(REZENDE, 2009, p. 10). 
Dados Estatísticos em torno da educação brasileira demonstram que há um 
número elevado de estudantes, evadindo do ambiente escolar sem as devidas 
habilidades de comunicação da leitura e escrita. A evasão do aluno significa a 
exclusão do indivíduo no ato de exercer a cidadania, sendo que no ambiente escolar 
que se desenvolvem as habilidades de registro básico para o indivíduo ingressar em 
seu grupo social como cidadão, significando participar conscientemente da construção 
cultural e comprometer-se com a composição da cidadania do meio social em que faz 
parte. Simões (2000) reforça que é o contato do indivíduo com o meio, intermediado 
pelos que o cerca, que possibilita a construção do conhecimento e nesse processo “o 
indivíduo tem papel constitutivo e construtivo” (SIMÕES, 2000, p. 24), pois “ele não é 
passivo, percebe, assimila, formula hipóteses, experimenta-as e em seguida 
reelabora-as” (SIMÕES, 2000, p. 24 apud SILVA, [2020] p.10). 
Portanto, uma boa leitura e escrita exigem muito trabalho e dedicação dos 
estudantes, bem como orientação e mediação segura do educador. Para aprofundar 
a compreensão do comportamento de leitura e escrita, torna-se necessário avaliar o 
 
28 
 
papel dos discentes na estrutura da leitura e da escrita e suas visões sobre o 
processo, bem como a importância e as visões dos educadores no processo de 
desenvolvimento das capacidades relativas a leitura e a escrita no processo de 
construção textual. Esses fatos são dignos de reflexão dos professores, em uma 
época em que prevalece a linguagem oral, eficaz e abrangente, as pessoas não 
podem esquecer a importância da expressão escrita, saber expressar corretamente 
as ideias oralmente, escrever e argumentar de forma eficaz é um fator indiscutível 
para o sucesso pessoal na sociedade. 
De acordo com Branco; Simonian, 2010, p.59: 
As práticas com a oralidade, além de atenderem objetivos específicos de 
comunicação e serem consideradas atividades mais comuns na Educação 
Infantil, se aplicam a todas as faixas etárias de alunos porque preparam os 
aprendizes para as situações mais formais de contato com a produção escrita 
que é a de ouvir e a de ouvir a leitura de histórias feitas pelo adulto. Essa 
leitura faz com que os aprendizes entrem em contato com novos padrões 
linguísticos, diferentes da linguagem coloquial com a qual estão 
acostumados. Ouvindo a linguagem empregada nos livros de história, e nas 
notícias, os alunos se expõem aos modelos da “linguagem que se escreve” e 
que eles deverão distinguir e adquirir muito antes de aprender a 
escreve. (BRANCO; SIMONIAN, 2010, p.59 apud LOVATTO et al., [2020]). 
Consequentemente, as instituições de ensino são ambientes onde ocorre a 
busca pelo desenvolvimento de habilidades referentes a construção do ato de ler e 
escrever, devendo não ser excluída informações e habilidades a serem dominadas no 
processo de ensino. 
Para Branco; Simonian, 2010, p.50): 
 A escrita é sempre uma atividade reflexiva, pensada, e não uma reprodução 
memorizada mecanicamente. Para escrever é preciso conhecer as palavras 
que se quer escrever e não apenas as letras do alfabeto, embora as letras 
sejam os instrumentos da escrita. As crianças conhecem as letras dentro das 
palavras que desejam escrever e dos textos que o meio sociocultural e a 
escola lhes oferecem, e não como elementos isolados. (BRANCO; 
SIMONIAN, 2010, p.59 apud LOVATTO et al., [2020]). 
São possíveis razões que podem causar dificuldades no aluno, podendo as 
instituições de ensino privilegiar o aspecto gramatical, impondo o assunto a ser 
desenvolvido, não fornecendo comentários, ou mesmo tem pouco interesse na escrita, 
dando maior ênfase na Leitura mecânica, não proporcionando o desenvolvimento 
criativo às crianças. 
 
29 
 
Quanto ao ensino da leitura, (SANTOS, 1991; OLIVEIRA & SANTOS, 2006 
apud ROAZZY, ANTONIO, 2014, p. 67) afirmam: O ensino da leitura é um grande 
desafio para a escola e uma exigência. Além de ser condição necessária para o 
sucesso escolar, a leitura é elemento fundamental para o desenvolvimento 
profissional, social e cultural, uma vez que possibilita a expansão de conhecimento, 
favorece a compreensão dos fatos e flexibiliza formas de pensar a realidade. (Apud 
LOVATTO et al., [2020]). 
 CONCEPÇÃO ATUAL DE EDUCAÇÃO 
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“Cidadania”, do latim, civitas, “cidade” é um conjunto de direitos e obrigações 
relacionados ao indivíduo e à sociedade em que vive. A escola desempenha um papel 
fundamental na formação do cidadão, pois transmite a consciência cívica de forma 
significativa para que possa atuar no meio social de forma crítica e consciente. 
A educação vive um momento especial, pois, a atenção da sociedade tem se 
voltado para as instituições de ensino, como espaço básico de formação. Diversas 
demandas surgiram devido a globalização que a sociedade está vivendo. As 
distâncias foram reduzidas, meios de comunicação sendo amplamente divulgados, o 
que permite que aspessoas tenham acesso com maior rapidez as informações, aliado 
a essa situação o surgimento da revolução tecnológica trouxe mudanças significativas 
nos setores produtivos e nas formas de socializar. Ressaltando que as instituições de 
ensino são campos de conhecimento onde diversas gerações convivem, ocorrendo 
 
30 
 
fortes conflitos e contradições, problemas devem ser negociados e resolvidos para 
que o processo educativo seja um sucesso. Costa (1995, p. 189) afirma que: 
Não podemos deixar de reconhecer, hoje, a incidência de consideráveis 
modificações operadas no mundo do trabalho pela sofisticação dos 
mecanismos do capitalismo, o que é registrado mesmo por teóricos de 
orientação marxista. O surgimento de um amplo espectro de atividades 
burocráticas e de prestações de serviços, e as alterações no interior de 
práticas ocupacionais reconhecidas e tradicionais, tem produzido mudanças 
nas relações de trabalho e na estrutura de classes [...]. 
Ademais, espera-se que as escolas proporcionem aos estudantes uma 
formação integral, desenvolvendo aspectos como: capacidades cognitivas, culturais, 
psicológicas, sociais e produtivas. Portanto, é fato que na história da educação, nunca 
tantas exigências foram delegadas às instituições de ensino fundamental, médio e 
superior, o que torna o trabalho da educação tão complicada quanto os problemas 
que a sociedade hoje enfrenta, principalmente quando se aponta que a educação 
formal é a principal forma de superar os desafios. 
As mudanças graduais da sociedade, fazem com que esta precise se adaptar 
aos novos problemas de sobrevivência causados pelas novas formas de organização 
econômica. Nessa forma de organização econômica, a competitividade dos indivíduos 
no mercado de trabalho torna necessária a busca constante por atualizações 
profissionais a partir das necessidades do mercado. O ambiente educacional brasileiro 
teve de se adequar às exigências desse tipo de organização econômica. O conceito 
educacional brasileiro proposto a partir dos PCNs, exposto pela teoria construtivista, 
aponta a relevância da educação em termos de desenvolvimento de habilidades e 
competências. A construção global do conhecimento de indivíduos, visa preparar os 
alunos para este tipo de organização social eficaz. Nesse tipo de organização social, 
o desenvolvimento dos meios de produção e da tecnologia tendem a continuar 
exigindo que as pessoas dominem diferentes habilidades. 
As instituições de ensino passaram a serem vistas como uma válvula de escape 
para a resolução de problemas contemporâneos causados pelo capitalismo. Desta 
forma, a educação passou a ter uma função para além do âmbito da disseminação e 
absorção sistemática do conhecimento, abrangendo os aspectos da educação que 
antes eram considerados responsabilidades básicas da família, bem como resolver a 
incerteza da relação atual entre os indivíduos e consequências da industrialização em 
larga escala no meio ambiente. Em determinados momentos a educação torna-se 
 
31 
 
menos importante no fator de função social, sendo este o pré-requisito básico para a 
transformação da realidade, de forma crítica, criando cidadãos conscientes e 
informados. É neste sentido que “o currículo, incluindo as disciplinas, constituem uma 
conversão da cultura da sociedade global, uma espécie de ‘reinvenção da cultura’, 
que resulta num tipo peculiar de saber, o saber escolar” (SAVIANI, 1994, p. 60 apud 
CRIVELARO, 2013). 
Contribuindo com esta reflexão Luckesi (1993, p.115) expressa que: 
 [...] educador é aquele que, tendo adquirido o nível de cultura necessário 
para o desempenho de sua atividade, dá direção ao ensino e aprendizagem. 
Ele assume o papel de mediador entre a cultura elaborada, acumulada e em 
processo de acumulação da humanidade. 
Hoje, a proporção de crianças e jovens com deficiência de aprendizagem nas 
escolas de todo o país é elevada, a taxa de analfabetismo diminuiu, mas, por outro 
lado, a qualidade da educação em todos os níveis é muito baixa. Em muitos casos, os 
estudantes precisam de intervenção especificamente em suas atividades de 
aprendizagem, mas devido a burocracia das políticas públicas, esta fragiliza o 
desenvolvimento acadêmico e social de muitas pessoas e estimula o círculo vicioso 
da baixa escolaridade no ano seguinte, não ocorrendo medidas especiais de 
intervenção pedagógica. 
De acordo com netto & Falcão, 1989, p. 19, estes afirmam que: 
Vista sob um certo ângulo, a vida cotidiana é em si o espaço modelado (pelo 
Estado e pela produção capitalista) para erigir o homem em robô: um robô 
capaz de consumismo dócil e voraz, de eficiência produtiva e que abdicou de 
sua condição de sujeito, cidadão (NETTO & FALCÃO, 1989, p. 19). 
Segundo Abad (2004), a escola, ao não ter a capacidade de construir relações 
condizentes com as características, interesses, expectativas, linguagens dos seus 
jovens alunos, termina por criar rupturas, às vezes irreversíveis, entre o mundo escolar 
e o mundo juvenil do educando. A consequência disto pode ser o afastamento, não 
apenas simbólico, mas, real desses jovens da escola. Tal situação pode ser 
comprovada pela análise dos índices de evasão, repetência, e pela observação dos 
tão conhecidos problemas enfrentados pelos professores, tais como a indisciplina, o 
desinteresse e até mesmo a violência. Ainda mais que, atualmente, em decorrência 
da modernização industrial e da economia em desenvolvimento, não existe mais a 
ilusão da mobilidade e da ascensão social, que deveria ser trazida pela expansão da 
 
32 
 
educação média, como fora para seus pais, tornando a escola menos atraente e sem 
sentido para os jovens. (ABAD,2004 apud CRIVELARO, 2013) 
Nesse processo, muitas são as lacunas que envolvem a educação sistemática, 
uma vez que toda a escola é composta por diversos ramais, os esforços devem ser 
feitos de forma clara na busca de um objetivo comum, não sendo possível apontar 
apenas uma área específica responsável por este resultado. Na gestão da sala de 
aula, os professores precisam buscar flexibilidade e atitudes empreendedoras para se 
aprimorarem continuamente, adquirindo conhecimentos em diferentes áreas, para 
melhorar a qualidade da aula, trazendo criatividade e sempre buscando a auto-
renovação para atender às crescentes necessidades sociais, os educadores precisam 
melhorar continuamente suas habilidades. Na prática de ensino, atrair a atenção e 
estimular a curiosidade e o desejo de aprender dos alunos deve ser uma meta 
imutável. Respeito é o ponto principal, os profissionais da educação devem ter como 
pré-requisito a criação de oportunidades, incluindo ativamente e qualitativamente os 
indivíduos, respeitando os limites individuais e demonstrando suas potencialidades. 
 O PAPEL DO EDUCADOR NO LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO 
Fonte: pixabay.com 
Os educadores que desejam desempenhar o papel de responsável pelo 
letramento devem considerar que o ato de educar não é uma doação de conhecimento 
do professor aos alunos nem a difusão de ideias, mesmo que essas ideias sejam 
consideradas muito boas. Em vez disso, é uma contribuição ao processo de 
 
33 
 
humanização. Este processo desempenha um papel fundamental no exercício do 
educador, pois este acredita na construção do conhecimento para promover o 
desenvolvimento humano, tornando-se uma ferramenta cooperativa para o 
crescimento dos alunos, orientando-os para a criação dos seus próprios conceitos e 
conhecimentos. “Ciente da complexidade do ato de alfabetizar e letrar, o professor é 
desafiado a assumir uma postura política que envolve o conhecimento e o domínio do 
que vai ensinar” (CASTANHEIRA, 2009, p. 18 apud LIMA, 2015, p. 91). 
Mas é preciso que os educadores, principalmente aqueles que estão há muitos 
anos na função de alfabetizadores e contam com a pura decodificação, concordem 
em quebrar o paradigma e acreditem que as mudanças na sociedade contemporânea 
afetarãotodas as áreas. Assim como o conhecimento e o saber dos educadores, pois 
os métodos que aprenderam décadas atrás podem e devem ser aprimorados, 
atualizados ou mesmo revisados, o conhecimento nunca se completa, não ficar 
estagnado diante da evolução e a globalização que a sociedade usufrui. “É importante 
que o professor, [...] conceba a alfabetização e o letramento como fenômenos 
complexos e perceba que são múltiplas as possibilidades de uso da leitura e da escrita 
na sociedade” (CASTANHEIRA, 2009, p.15 apud LIMA, 2015, p. 91). 
Na prática docente dos educadores, a parceria entre a alfabetização e 
letramento deve ser estreitada ou estabelecida a cada dia para promover o diálogo 
entre o mundo abstrato da leitura e o mundo real dos indivíduos em processo de 
aprendizagem letramento transpassa as condições de apenas alfabetização, fazendo 
com que aqueles que tivessem acesso a alfabetização e letramento, transpassem o 
campo da leitura simples, encontrando um significado em ato de ler e na escrita. 
Portanto, antes que um professor queira desempenhar o papel de um alfabetizador e 
letrador, este deve estar atento, buscando conhecimento contínuo, dominando obras 
escritas, ferramentas de busca de informações e se tornar um excelente leitor e 
redator. Porém, para ser capaz de alfabetizar e letrar os alunos, é necessário 
compreender o processo de alfabetização e letramento reconhecendo as 
características de cada um. 
Soares (2000) destaca de que forma é possível promover um ensino, que alie 
as especificidades destes dois processos, o alfabetizar e o letrar: 
Se alfabetizar significa orientar a criança para o domínio da tecnologia da 
escrita, letrar significa levá-la ao exercício das práticas sociais de leitura e de 
escrita. Uma criança alfabetizada é uma criança que sabe ler e escrever; uma 
 
34 
 
criança letrada (tomando este adjetivo no campo semântico de letramento e 
de letrar, e não com o sentido que tem tradicionalmente na língua, este 
dicionarizado) é uma criança que tem o hábito, as habilidades e até mesmo 
o prazer de leitura e de escrita de diferentes gêneros de textos, em diferentes 
suportes ou portadores, em diferentes contextos e circunstâncias. [...] 
Alfabetizar letrando significa orientar a criança para que aprenda a ler e a 
escrever levando-a a conviver com práticas reais de leitura e de escrita: 
substituindo as tradicionais e artificiais cartilhas por livros, por revistas, por 
jornais, enfim, pelo material de leitura que circula na escola e na sociedade, 
e criando situações que tornem necessárias e significativas práticas de 
produção de textos. (Jornal do Brasil – 26/11/2000 apud LIMA, 2015, p 92). 
Os cursos de formação de professores em qualquer área do conhecimento 
devem se concentrar na formação de excelentes leitores e excelentes produtores de 
texto na área, e na formação de indivíduos que possam treinar excelentes leitores e 
produtores de texto. Vale ressaltar que a formação ineficiente de professores se reflete 
na formação de um bom leitor de textos e também de um produtor de textos. Quanto 
ao papel do professor de letrador, e alfabetizador alguns passos devem ser 
respeitados. Dentre os quais são: 
 Investigar os costumes sociais no cotidiano dos alunos para adaptá-los 
à sala de aula e ao conteúdo a ser processado; 
 O conceito de alfabetização, métodos de ensino e teoria da 
aprendizagem; 
 Planejar ações para ensinar o uso da linguagem escrita e como os 
alunos devem utiliza-las; 
 Identificar variáveis que interferem na assimilação do conteúdo; 
 Através da leitura, interpretação e produção de vários tipos de textos, 
são desenvolvidas entre os alunos competências eficazes de leitura e 
escrita na sociedade; 
 Escolha diferentes materiais adequados para o trabalho de ensino; 
 Incentivar os alunos a ler e escrever socialmente de forma criativa, 
detectável, crítica, autônoma e ativa; 
 Gestão adequada da sala de aula e organização do espaço, 
especialmente quando o nível de conhecimento relacionado ao sistema 
de escrita é diferente; 
 Orientar ao aluno em compreender o seu próprio valor, promovendo a 
autoestima, alegria de viver e a cooperação; 
 
35 
 
 Analisar os trabalhos escritos dos alunos para determinar sua 
compreensão sobre o conhecimento linguístico; 
 Desenvolver uma metodologia de avaliação com um certo grau de 
sensibilidade, atentando para múltiplas vozes, vários discursos e 
diferentes linguagens; 
 Produção de ferramentas de avaliação de aprendizagem. 
Na sala de aula de alfabetização, os educadores devem considerar os 
diferentes processos de letramento que constituem a vida dos alunos, visando utilizar 
métodos e estratégias para permitir que os alunos aprendam, recebam e desenvolvam 
esses diferentes níveis de conhecimento, de forma clara e interessante, obtendo 
sucesso na leitura e na escrita e alcançando independência intelectual. 
 AMBIENTE ALFABETIZADOR 
Fonte: pixabay.com 
O termo "ambiente de alfabetização" tornou-se uma referência para discutir a 
metodologia de alfabetização em meados da década de 80. Com a disseminação da 
ideologia construtivista, a ênfase está nas crianças e no processo de conceituação de 
sua escrita, e as crianças interagem com elas. Como objeto de conhecimento, é muito 
importante nas recomendações de ensino. A ideia básica é que os alunos da 
linguagem escrita podem refletir sobre o sistema de representação e atribuir seus 
símbolos gráficos e regras de funcionamento com base em conexões estreitas com 
materiais escritos e participação ativa em práticas de leitura e escrita de adultos. 
 
36 
 
Tentamos dizer que um ambiente de alfabetização, quando promove uma série 
de situações em que a alfabetização é efetivamente utilizada, as crianças têm a 
oportunidade de participar. Se os adultos que vivem com crianças usam a escrita em 
sua vida diária e lhes oferecem oportunidades de testemunhar e participar de vários 
comportamentos de leitura e escrita, estas podem pensar sobre a linguagem e seus 
usos desde a mais tenra idade sobre como ler e escrever. 
Deste modo, Moreira (2007) afirma que: 
O ambiente de aprendizagem escolar é um lugar previamente organizado 
para promover oportunidades de aprendizagem e que se constitui de forma 
única na medida em que é socialmente construído por alunos e professores 
a partir das interações que estabelecem entre si e com as demais fontes 
materiais e simbólicas do ambiente (MOREIRA, 2007 apud DA SILVA; 
DUARTE, 2013 p. 03). 
Nas instituições de educação infantil, existem vários ambientes de 
comunicação que requerem mediação por escrito. Por exemplo, ao usar instruções 
escritas para as regras do jogo, ao ler notícias de interesse das crianças, ao informar 
a data e a hora da festa no convite de aniversário, no momento de anotação de ideias, 
envios de bilhetes dos educadores para os pais, mas antes o educadora faz uma 
leitura para as crianças, deixe-as saber o conteúdo e a intenção das notas. Com essa 
visão, a escola deve ser um local de aprendizagem que possa considerar de forma 
sistemática e coesa as necessidades dos alunos. O ambiente de ensino da maioria 
dos cursos planejados nem sempre é um ambiente que pode atingir os objetivos 
esperados, pois mesmo quando se trabalha apenas com conteúdo programático em 
um ambiente normal, ele se tornará muito cansativo e monótono, e muitas vezes o 
estudante o faz para atingir os objetivos definidos, não por causa do desejo de 
desenvolver e aprender o que é apresentado. 
Assim, nas palavras de Souza (2005): 
(...) a oportunidade de estar em um ambiente planejado e cuidado para elas, 
pensando de forma humanizadora, buscando ser um espaço de promoção da 
vida, do crescimento, do desenvolvimento e da aprendizagem, sem perder de 
vista que isso terá também consequências positivas para todos os demais 
atores envolvidos nesse processo de promoção/construção da qualidade, no 
âmbito da instituiçãoeducativa e das famílias dessas crianças (SOUZA, 2005, 
p. 122 apud DA SILVA; DUARTE, 2013 p. 05). 
 
 
37 
 
Os professores tradicionalmente realizam todas as tarefas fora da sala de aula 
e sem as crianças, como preparar convites para reuniões de pais, escrever uma carta 
para crianças ausentes, ler bilhetes relativos da escola, etc. estas situações podem 
ser compartilhadas com as crianças, visando a interação do aluno nas atividades, 
explorando assim o uso da escrita e da leitura. Ao falar sobre a aprendizagem para as 
crianças, o espaço e o ambiente que deve ser proporcionado a elas, os sentimentos 
que as cercam não podem ser ignorados, pois a vida das crianças está rodeada por 
curiosidade, ansiedade, expectativas, medo, insegurança. Ao apresentar a 
experiência de lugares nunca antes considerados, todos esses fatores devem ser 
analisados, pois cada um pode construir sua própria experiência de conhecimento, 
sendo esses espaços visados a atender às suas expectativas, ser desafiadores, 
organizados, contextuais e propícios aprendizagem. 
A participação ativa das crianças nas atividades de letramento configura um 
ambiente de alfabetização para as escolas. Isso é especialmente importante quando 
as crianças vêm de comunidades com níveis de alfabetização mais baixos, onde têm 
poucas oportunidades de testemunhar a leitura e a escrita com educadores mais 
experientes. Nesse caso, o professor passa a ser uma referência muito importante. E, 
pensando assim, por que não proporcionar uma aprendizagem mais significativa, 
tendo em vista que existem outros espaços de alfabetização além da sala de aula. 
Dentro da escola esses ambientes devem ser de construção de conhecimento, um 
complemento as atividades escolares, porque as crianças não só aprendem com o 
professor, mas também interagem com as várias escolhas da escola todos os dias, 
basta fazê-las se adaptarem. 
Nesse sentido um ambiente escolar deve possuir: 
 Alfabeto: referências de leitura e escrita infantil; 
 Canto de Leitura: livros, fichas, histórias; 
 Listas de Referência: com nomes de alunos e palavras trabalhadas; 
 Canto da matemática: utilização dos números, calendários com mês, 
relógios; 
 Motricidade: estimular as crianças, a amarrar cadarços, massinhas, 
trancinhas, conta gotas; 
 Trabalho com nomes: incentivar os alunos a fazerem uso dos próprios 
nomes em trabalhos educativos. 
 
38 
 
Se a educação infantil trouxer para as instituições vários textos didáticos 
usados na prática social, esta ampliará o acesso ao mundo da alfabetização e terá um 
papel importante na busca pela igualdade de oportunidades. Às vezes, o termo 
"ambiente de alfabetização" é confundido com a imagem da sala, as paredes da sala 
são cobertas com texto puro, às vezes até com etiquetas que nomeiam móveis e 
objetos, como se essa fosse uma forma eficaz de as crianças escreverem. 
De acordo com Silva, 2013, 
Além dos livros e dos jogos, os docentes utilizam em suas salas de aula 
recursos como cartazes, que contribuem em atividades envolvendo 
diferentes tipos de gêneros textuais, como cantigas, lista e receitas. Esses 
recursos favorecem, também, a reflexão sobre a língua escrita, pois auxiliam 
o aluno a visualizar os textos, observando as letras, sílabas e palavras que 
compõem os mesmos. (SILVA, 2013, p.53 apud MOREIRA et al., 2017 p. 11). 
Silva, 2013 ainda complementa que: 
O ambiente escolar [norteado] por um projeto político pedagógico que, na 
maioria das vezes, é construído por todos que fazem parte da escola leva em 
consideração a realidade local e as necessidades da escola. O projeto 
político-pedagógico é um dos documentos que servem para organizar a rotina 
da escola e também para orientar a prática dos professores. (SILVA, 2013, 
p.41 apud MOREIRA et al., 2017 p.11). 
Araújo (2001) acrescenta que a construção, que a organização do ambiente 
alfabetizador na sala de aula e/ou no seu entorno não consiste em ter os objetos lá 
sem saber como usá-los, “[...] é pouco colocar os materiais num canto da sala de aula. 
É preciso transformar a sala de aula num ambiente alfabetizador, [particularmente] “ 
os materiais de leitura”. ” (ARAÚJO, 2001, p. 144 apud MOREIRA et al., 2017 p.12). 
Portanto, na escolha do material escrito, é necessário orientar as necessidades das 
crianças em expor diferentes textos, e promover a observação de hábitos sociais de 
leitura e escrita que considerem suas diferentes funções e características. Nesse 
sentido, a literatura geral e infantil, os jornais, as revistas e os textos publicitários são 
modelos que podem ser disponibilizados às crianças para que aprendam a língua de 
escrita. 
O educador pode escolher o gênero que vai utilizar de forma contínua e 
sistemática de acordo com seus próprios projetos e objetivos, para que as crianças 
possam conhecê-los melhor. Por exemplo, o entendimento do que é uma receita 
culinária, sua aparência gráfica, formato de lista, combinação de palavras e números 
que indicam a quantidade de ingredientes, etc., bem como características de poemas, 
 
39 
 
histórias em quadrinhos, notícias de jornal. No que diz respeito ao ambiente de 
alfabetização, além dos livros didáticos e atividades pedagógicas sugeridos 
diariamente, o educador também pode configurar as salas de aula equipadas com 
cartazes, letras, e números explicados na íntegra. Por muito tempo, pensou-se que, 
para que o aprendizado acontecesse eram necessárias cartilhas, métodos de sílabas, 
pranchas e professores diante deles para servir e esclarecer todos ao mesmo tempo, 
esta era a receita pronta para um estudante alfabetizado. 
Teberosky e Colomer; 2003, afirmam que: 
Se um material permanece durante todo o curso escolar é sinal de que não 
foi usado para o desenvolvimento das atividades: ele tem, nesse caso, um 
valor mais de decoração do que de outra coisa. Por outro lado, se o material 
vai sendo substituído, significa que é funcional e que foi integrado como 
conteúdo de ensino dentro das atividades de aprendizagem. (TEBEROSKY 
E COLOMER; 2003, p. 111 MOREIRA et al., 2017 p.12). 
Hoje em dia, é claro que isso não é suficiente, não atingindo o verdadeiro 
sentido de alfabetização, mais trabalho precisa ser feito, porque apenas salas cheias 
de livros didáticos e alguns similares não podem garantir o sucesso dos alunos. Os 
fatos da exposição do mundo escrito não é critério de garantia que podem ser atribuir 
conhecimento e aprendizado a criança, mas por meio da interação e da participação 
nesse processo, o aluno poderá progredir na aquisição do conhecimento. O 
conhecimento não é algo de cima para baixo, mas é obtido por meio da troca de 
experiências com os outros e com o meio ambiente. Pode-se fazer a diferença, ou 
seja, significa dar atribuição, ou seja, no ambiente, no espaço oferecido. Portanto, a 
interação dos estudantes com o ambiente é fundamental, podendo criar momentos de 
aprendizagem, comunicação e diálogo sob a orientação dos professores. Outro ponto 
importante é o interesse do aluno pelo conhecimento, pois toda disciplina tenta lidar 
com o conhecimento e atividades prioritárias para promover o seu desenvolvimento. 
O ambiente de aprendizagem escolar é um lugar previamente organizado 
para promover oportunidades de aprendizagem e que se constitui de forma 
única na medida em que é socialmente construído por alunos e professores 
a partir das interações que estabelecem entre si e com as demais fontes 
materiais e simbólicas do ambiente (MOREIRA, 2007, apud SILVA, p. 3). 
Quando a escola puder proporcionar todos esses espaços para promover a 
aprendizagem e ter um papel ativo na construção do conhecimento, a tarefa de ensino 
e mediação se tornará mais fácil, e a pressão sobre alunos e professores será 
 
40 
 
reduzida, pois se trata de um possibilidade e condições para o ambiente atingir os 
objetivos esperados. Qualquer tipo de trabalho relacionado à escola precisa 
considerar esta questão,

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