Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
�ame� D� Sistema� Livr�: Anamnes� � �am� Físic� – Alb� Lúci� Boturr� O process� d� Enfermage� Histórico de Enfermagem: é a primeira etapa do Processo de Enfermagem. Composto pela Anamnese + Exame Físico. A Anamnese é a coleta de dados objetivos (sinais) e subjetivos (sintomas) e contém os seguintes itens: Dados biográficos do paciente, a queixa principal, História Pregressa da moléstia atual, Antecedentes pessoais, antecedentes familiares e hábitos de vida do paciente. O exame físico é dividido em exame físico geral e exame físico específico. O exame físico geral, também denominado de ectoscopia, inclui os seguintes itens: Avaliação do estado geral, avaliação do nível de consciência, classificação do tipo morfológico, coleta de dados antropométricos (peso, altura e IMC), avaliação da postura e locomoção, avaliação das fáceis, verificação de sinais vitais e por último uma avaliação rápida de pele, mucosas e anexos. Já o exame físico específico aprofunda-se em cada sistema separadamente, como veremos a seguir, sempre obedecendo ao sentido cefalocaudal. �am� Físic� Tegumentar Para entendermos o exame físico tegumentar, é necessário entender a morfologia da pele. Ela é o maior órgão do corpo humano, sendo a primeira barreira física da imunidade inata, e tem função de proteção do meio interno para com o meio externo, servindo de barreira para bactérias, vírus, fungos, agente químicos, luz solar e etc. A pele é constituída por três camadas, sendo elas: epiderme (mais superficial), derme (intermediária) e hipoderme (mais profunda). Lembrando que o ph da pele é ÁCIDO, variando de 4 á 6. ● Epiderme: camada avascular, composta por uma barreira estratificada de proteção e produz a melanina (cél da camada basal). ● Derme: observa-se a presença de glândulas sudoríparas, folículos pilosos, terminações nervosas, fibras de colágeno e vasos sanguíneos. ● Hipoderme: comporta o tecido adiposo, fixa os músculos nos ossos e funciona como um isolante térmico. Além de funcionar como uma barreira física, diz-se que a pele apresenta outras funções como: identificação de cor cabelo, pele e impressão digital do indivíduo; absorção e excreção de metabólitos; produção e absorção de vitamina D, regulação da temperatura corporal e percepção do meio externo (dor, toque e temperatura). Os passos propedêuticos para a identificação de anormalidades na pele consistem em: 1. Questionamentos para saber antecedentes familiares: - Há quadros similares na família? - Já realizou cirurgias anteriormente? - Apresenta reações adversas a algum medicamento? - Há casos de eczema, asma, renite alérgica ou dermatite na família? 2. Quanto a ocupação social e profissional: qual sua atividade profissional? Fica muito exposto ao sol? Entrou em contato com plantas ou animais desconhecidos? Quais as condições de higiene pessoal e de moradia? 3. Investigação específica: alterações atuais da pele (tempo e duração, evolução, mudanças apresentadas, inicío, dor, queimação local, presença de vesículas ou bolhas), fatores agravantes e se houve tratamentos realizados anteriormente. Investigação de dados objetivos A realização do exame físico tegumentar é sempre integrado com os outros sistemas, porém apresenta dois recursos propedêuticos específicos: a inspeção e a palpação. Antes de tudo, é necessário que o enfermeiro providencie tudo para a realização do exame: - Iluminação adequada - Nivelar a posição do cliente e do examinador - Expor toda a área comprometida - Utilizar EPI’s quando necessário Como o exame tegumentar envolve apenas a inspeção e palpação, os materiais necessários são apenas luvas de procedimento (caso haja contato com fluídos corporais) e termômetro. Para a realização da inspeção, segue-se a avaliação dos 7 itens a seguir: 1. Coloração Analisa-se a pigmentação geral, se está é compatível com a origem genética. Notar áreas mais escuras que são expostas ao sol 2. Temperatura O enfermeiro pode analisar a temperatura com o dorso da mão. Para valores exatos, usa-se o termômetro. A aferição da temperatura tem por finalidade: Verificar o equilíbrio entre produção e eliminação de calor; indicar atividade metabólica; Auxiliar diagnóstico e tratamento; acompanhar a evolução paciente. Como o hipotálamo controla a temperatura corporal, é importante lembrar que há diferença da temperatura central para a temperatura cutânea. Os valores de referência para um adulto são: O aumento da temperatura denomina-se estado febril. O nosso corpo realiza uma hipertermia devido a vários fatores como: Toxinas liberadas por microrganismos, tremores e calafrios; Destruições teciduais; Atividades físicas intensas (devido ao aumento do metabolismo) e quando há ocorrência de transtornos neurológicos. Já a hipotermia, estado que há diminuição da temp. corporal, ele ocorre devido a: diminuição da atividade celular, casos de coma e morte, exposição duradoura ao frio e induzida (procedimentos cirúrgicos, por exemplo). 3. Umidade A perspiração é normalmente evidente rosto, mão, axilas, pregas cutâneas, é uma reposta a atividade, ao ambiente quente ou a ansiedade. Pode ocorrer alterações no paciente como: hiper-hidrose (suor excessivo) ou desidratação, geralmente pesquisada na mucosa oral. Obs: xerodermia, é um ressecamento cutâneo local. 4. Textura A pele normal tem aspecto liso e firme, com superfície regular. 5. Espessura A pele é uniforme e fina na maior parte do corpo pode variar de 0,5 a 6 mm de espessura, a média mundial da espessura da pele é de 2 mm. 6. Edema É o acúmulo de líquido nos espaços intercelulares onde, normalmente, não deve ser encontrado. Quando ocorre em membros inferiores, remete-se a um déficit de retorno venoso. Para a determinação do edema, aplica-se o Sinal de Cacifo ou Sinal de Godet: é um sinal físico representado pela depressão causada por compressão da pele pelo dedo do examinador. Como realizar: 7. Mobilidade e turgor Mobilidade corresponde a uma elevação fácil da pele e turgor é a capacidade de retornar prontamente ao lugar original quando liberada. Reflete a elasticidade da pele. O turgor geralmente varia com a idade, por exemplo em idosos. Cabelos e unhas: Unhas podem apresentar alterações na sua espessura, curvatura, adesão ao leito, modificação da superfície e etc. Nos cabelos, deve-se avaliar a distribuição, se é uniforme ou apresenta alopecias, se apresenta seborreia, pediculose ou se é seco e quebradiço, se apresenta caspas ou foliculites. FERIDAS O que é uma ferida? É uma ruptura da integridade cutâneo-mucosa de um tecido, podendo atingir a epiderme, derme, hipoderme, fáscia do tecido muscular ou ósseo. Ela pode ser limpa (cirúrgica) ou suja (contém bactérias e corpo estranho). Avaliaçã� Neurológic� O exame neurológico tem por objetivo identificar as disfunções do sistema nervoso, a determinação dessas disfunções na vida diária do paciente e a detecção de situações que põem risco à vida. Os materiais necessários para a realização do exame neurológico são: - Lanterna e pupilômetro - Mini exame mental - Monofilamentos - Escala de coma de Glasgow - Gaze ou algodão - Tubos de ensaio frio e quente Para iniciar o exame neurológico, realiza-se um direcionamento da anamnese, e ao mesmo tempo pode ser feita a inspeção do paciente (posição no leito, movimentos, se tem alguma face de dor, se está neutro, agitado ou lento, se apresenta ou não tremores, ver se apresenta lesões na pele.) 1. Anamnese neurológica A história da doença atual deve incluir o início, instalação e duração da doença, bem como se há alterações do nível do sono, perdas de consciência, acidentes e traumatismo, etc. Para os antecedentes familiares, é questionado sobre patologias hereditárias, degeneração muscular progressiva, entre outras. 2. Avaliação do estado mental A partir do mini mental state, avalia-se a orientação alopsíquica, memória e linguagem. O normal da pontuação é de 27 a 30 pontos – abaixo 23 já é considerado anormal. Dentre os principais distúrbios da função cerebral, tem-se a afasia (perda ou deterioração da linguagem), agnosias (dificuldadeou incapacidade de reconhecer objetos, sons, na ausência de alterações ópticas, auditivas ou táteis) e apraxias (incapacidade de execução de atividades gestuais de forma consciente- como se vestir, por exemplo). 3. Avaliação do nível de consciência Consciência: conhecimento de si mesmo e do ambiente. O fenômeno da consciência é dividido em dois componentes: o despertar e o conteúdo da consciência. O despertador é a capacidade de abrir os olhos que indicam estado de alerta e vigília. Ele é regulado pelo Sistema Reticular Ativador Ascendente, estrutura anatômica que se estende desde o bulbo até o tálamo de onde partem fibras difusas para o córtex em ambos hemisférios. O despertar e o conteúdo da consciência são avaliados pela reatividade e perceptividade. A perceptividade está ligada à função cortical. A avaliação desta é feita por meio da análise de respostas que envolvem mecanismos de aprendizagem. A avaliação da reatividade é feita quando há perda do nível de consciência. O enfermeiro realiza essa avaliação por estímulos auditivos e táteis: - Chamar o paciente pelo seu nome em tom de voz normal - Caso não haja resposta, deve-se aumentar o tom de voz - Se não houver resposta, deve-se tocar no paciente - Se ainda não houver resposta, aplica-se estímulo doloroso Deve-se avaliar se a resposta do paciente é apropriada ou não: caso for apropriada, o paciente retira o membro ou empurra a mão do examinador. As respostas inapropriadas são reflexos de reações primitivas: a decorticação ou descerebração – indicam lesões nos hemisférios cerebrais ou na cápsula interna. A Escala de Coma de Glasgow tem sido amplamente usadas para avaliar a profundidade e duração do coma e prognosticar a evolução dos pacientes. A escala é composta por 3 itens: resposta da abertura ocular, melhor resposta verbal e melhor resposta motora. 4. Avaliação pupilar Avalia-se o diâmetro da pupila, a simetria e a reação à luz. Sempre compara-se as pupilas bilateralmente. A fotorreação é observada com o auxilio com o foco de luz de uma lanterna, observando-se se a pupila faz a miose (constrição) e volta ao seu estado normal. Lembrando que a constrição (simpático) depende do nervo óptico e a dilatação (parassimpático) é o nervo oculomotor. Pupilas isocóricas são aquelas que apresentam o mesmo diâmetro, e anisocóricas são assimétricas. 5. Avaliação da função motora A avaliação rigorosa do movimento permite ao enfermeiro relacionar quais as estruturas estão comprometidas, direcionando-o para um diagnóstico de enfermagem correto. O tônus muscular é avaliado com o paciente deitado, e apalpa-se os músculos para averiguar a consistência da massa muscular. O tônus diminuído denomina-se hipotonia (achatamento das massas musculares e consistência diminuída) e seu aumento hipertonia. > flacidez e rigidez Além do tônus, verifica-se a força muscular para verificar o nível de independência para realizar atividades diárias no paciente. Pede-se para o paciente estender os braços, apertar a mão do avaliador e em MMII pede-se para ele estender e flexionar os membros, bem como empurrar e puxar as mãos do avaliador. Alterações da força muscular: - Paresia: comprometimento da força - Paralisia ou plegia: ausência da força 6. Avaliação da função sensitiva Lembrando que as sensações somáticas são classificadas em: táteis, térmicas e dolorosas. Durante todo o exame pede-se ao paciente que feche os olhos, e o enfermeiro deve sempre relacionar bilateralmente os membros. Para avaliação tátil, usa-se uma gaze ou algodão, pedindo sempre para o paciente localizar o ponto de estímulo. Para avaliação dolorosa, usa-se um objeto de ponta fina, e para o estímulo térmico, usa-se tubos de ensaio com água fria e água quente. Alterações: Analgesia: ausência de sensação de dor Hiperalgia: aumento da sensação de dor Anestesia: ausência de sensibilidade 7. Avaliação da função cerebelar Disfunções cerebelares refletem falta de coordenação motora e incapacidade ou falta de sincronia para realização de movimentos. Realiza-se o Teste de ROMBERG: permanecer em posição ereta de olhos abertos, depois fechados. Caso o paciente balance ou haja perda de equilíbrio, há disfunções cerebelares. Além desse teste, pode-se realizar a prova dedo-nariz: Movimentos rápidos e alternados feitos tocando o dedo na ponta do nariz. Para o equilíbrio dinâmico, avalia-se a marcha do paciente: o paciente deverá andar em linha reta ao longo de corredor ou uma sala e o examinador deve verificar se há desvios. Realizar esse teste de olhos fechados. Além disso, vê-se se o paciente realiza o movimento de fixar o pé no chão de forma normal: taco>planta>punta. Avaliaçã� Cabeç� E Pescoç� Na avaliação da cabeça e pescoço, deve-se sempre obedecer ao sentido céfalo caudal. O examinador deve buscar realizá-lo sempre no lado dominante. Os materiais necessários são: - Estetoscópio -Otoscópio -Luvas de procedimento - Pupilômetro -Escala de dor - Álcool 70 - Algodão -Abaixador de língua Inicia-se com a inspeção estática: verificar a posição da cabeça, alterações da postura (para frente ou para trás) e se apresenta tremores ou tiques. 1- Observação do crânio Deve-se observar se há micro ou macrocefalia. Após isso, começar a inspecionar o couro cabeludo: ver se há presença de lesões, hematomas ou tumores. Quanto ao cabelo, lembrar que ele remete à questão da nutrição, por isso deve-se ver se é seco ou oleoso, hidratado ou quebradiço, bem como a sua distribuição e se há alopecia (queda de cabelo). 2- Observação da face Importante observar a coloração do paciente (se está pálido, cianótico), se há manchas localizadas, a sua simetria e qual face o indivíduo apresenta (pode ser leonina, mongoloide, renal, terminal, múmia, etc...) pois elas remetem a alguma doença. 3- Observação dos olhos Ver a simetria dos supercílios e a distribuição de pelos do mesmo. Avaliar a cor da esclerótica: encontra-se amarelada ou avermelhada. Nas pálpebras, o avaliador deve observar se há ptose e edema, bem como a abertura e fechamento palpebral. Elas podem ser palpadas quando necessário, para avaliação de nódulos e lesões. Ver também a forma e a protuberância do globo ocular: se ele é saltado (exoftalmia) ou se é para dentro (enoftalmia). Para verificar a conjuntiva, deve-se tracionar as pálpebras de cima e de baixo e observar a coloração, congestão ou presença de secreções. Realizar também a avaliação da mobilidade visual: pedir para o paciente acompanhar o movimento de um objeto com os olhos. Por último, na avalição da pupila deve-se observar se há miose, midríase e se as pupilas são isocóricas ou anisocóricas. Nesse momento, o avaliador deve utilizar a lanterna para verificar a fotorreação e o diâmetro da pupila. 4- Observação do nariz O examinador deve começar externamente, vendo o tamanho e a forma do nariz, observando sua simetria e se há desvio de septo. Para avaliação interna, o paciente deve inclinar a cabeça para trás e o avaliador utilizar uma lanterna. Analisa-se a distribuição de pelos, presença de sangue ou secreções mucopurulentas crostas e integridade da mucosa (coloração rósea é a normal). Termina-se com a palpação dos seios paranasais para avaliar se há dor ou não, pois a sensibilidade sugere sinusite. 5- Observação do ouvido Na inspeção externa, deve-se observar a forma, tamanho e higienização do ouvido. Já para a inspeção interna, o examinador utiliza o estetoscópio e verifica a presença de cerume, se há processo inflamatório e pus. A membrana timpânica deve estar translúcida e brilhante. 6- Observação da mucosa oral Deve ser feita com auxílio da espátula. Primeiro o avaliador analisa se há presença de fissuras nas bordas, bem como a cor dos lábios ou se há deformações como lábio leporino. Internamente, deve-se verificar as gengivas, se há sangramentos, lesões, processos infecciosos ou periodontais. Nos dentes, ver a distribuição, se há próteses ou cáries, Na língua, analisa-se o tamanho, coloração, presença de manchas, lesões e marcas de dentes nas bordas. Ela deve ser levantada para analisar o freio e as glândulassalivares. Com ajuda da espátula, deve-se abaixar a língua do paciente para avaliação das tonsilas, se estão inflamadas ou se há presença de placas. 7- Avaliação do pescoço Ver a mobilidade do pescoço, pedindo para o paciente mover o pescoço para cima, baixo e para os lados, buscando palpar a musculatura e ver se há proeminência de alguma estrutura. A traquéia deve ser palpada a fim de verificar a sua mobilidade e também se a tireóide se encontra palpável. As veias jugulares devem ser avaliadas, a fim de verificar se estão ingurgitadas e visíveis em um ângulo com o paciente em 30º graus ou sentando. As artérias carótidas também devem ser palpadas, a fim de verificar a pulsação bilateralmente. O exame do pescoço termina com a palpação dos gânglios: auriculares, pré auriculares, mentonianos e submentonianos, cervicais e supraclaviculares. �am� Físic� Cardiovascular Para iniciar o exame físico do aparelho circulatório, é essencial que o enfermeiro foque em dados da anamnese para esse sistema. As manifestações clínicas mais comuns de um paciente cardiopata são: dispneia (falta de ar), fadiga, dor no peito, desconforto no peito, palpitações, desmaio, edemas, variações da PA e da frq cardíaca. Investigar mais sobre sintomas relatados: início, motivo, o quanto afeta as atividades diárias e atitudes que diminuem os sintomas. A dor é o principal sintoma a ser investigado: como ela é, sua localização, sua intensidade, se ela irradia para algum membro e se tem associação com outros sintomas como náuseas, vômitos, sudorese e palpitações (taquicardia). Além das queixas, o paciente também deve relatar sobre a realização de tratamentos anteriores (como uso de medicações, cirurgias, cateterismo ou implantes). O enfermeiro também deve verificar se há ANTECEDENTES FAMILIARES como se há parentes com doenças crônicas, se o próprio paciente é portador de alguma ou se ele é oriundo de uma região endêmica da doença de Chagas. Recursos propedêuticos a serem utilizados (na sequência): inspeção, palpação e ausculta. Para dar continuidade ao exame, o enfermeiro deve possuir dados coletados na ectoscopia que serão relevantes para o aparelho circulatório, tais como: PRESSÃO ARTERIAL: tem uma relação direta com o Débito Cardíaco (DC) e a Resistência Vascular Periférica (RVP). Sua fórmula é: PA = DC x RVP. Os valores normais para pressão encontram-se no quadro a seguir: Pressão arterial sistólica, diastólica (mmHg) 2017 ACC/ AHA <120 e <80 PA normal 120-129 e <80 PA elevada 130-139 ou 80-89 Hipertensão estágio 1 140-159 ou 90-99 Hipertensão estágio 2 >160 ou >100 Hipertensão estágio 2 Para a aferição da pressão, o enfermeiro deve ter em mãos o esfigmomanômetro e o estetoscópio. Deve-se medir com a fita métrica a circunferência do braço e realizar a seguinte conta para selecionar o manguito adequado: a largura do manguito: 40% da circunf. Comprimento do manguito: 80% da circunf. Após isso, deve-se explicar o procedimento ao paciente e deixá-lo em repouso por pelo menos 5 minutos. Deve-se verificar se o mesmo está com a bexiga cheia, se praticou exercícios físicos, se ingeriu álcool ou café e se fumou há menos de 30 minutos atrás. PULSO ARTERIAL: deve-se anotar o número de batimentos por minuto, além de características importantes com intensidade (cheio ou filiforme), ritmo (regular ou irregular) e frequência (normocárdico, taquicárdico ou bradicárdico). É importante que a verificação do pulso seja feita em mais de um local e sempre comparando bilateralmente. Os locais para aferição do pulso estão descritos a seguir: FREQUÊNCIA CARDÍACA: determinada pela ausculta do pulso apical. É importante sua verificação para ver se há diferença em relação ao pulso radial. TEMPERATURA: dado importante em pacientes submetidos a cirurgias, bem como aqueles com endocardite. RESPIRAÇÃO: importante sua verificação pois alterações no ventrículo esquerdo, por exemplo, resultam em sobrecarga na circulação pulmonar. DADOS ANTROPOMÉTRICOS: a classificação do tipo morfológico, bem como o cálculo do IMC e a medida da circunferência são marcadores de risco de doenças cardiovasculares. Após a coleta desses dados na ectoscopia, o enfermeiro realiza o exame físico a partir do SISTEMA VASCULAR PERIFÉRICO, para depois se aprofundar no coração propriamente dito. Começando pela análise de membros inferiores com a inspeção e palpação, pois são estes que refletem como está o retorno venoso, o examinador buscará avaliar os seguintes itens: -Padrão venoso, verificar se há varicosidades (varizes) -Presença de edema. O examinador compara bilateralmente e verifica a profundidade do edema (Sinal de Godet) classificando-o em cruzes (x/++++). Quando o edema é unilateral, remete-se a doenças locais, e quando é bilateral, doenças sistêmicas. -Integridade: presença de lesões. Especificar a localização e extensão (medir a ferida com a régua, ver a sua profundidade e se há espaço morto, etc.) -Temperatura: avaliação bilateral e simétrica -Sensibilidade: nessa hora o avaliador aplica três testes- ✔ Sinal de Homans: quando positivo, paciente apresenta dor na panturrilha e dor na flexão do pé ✔ Sinal bandeira: feito para ver o empastamento da panturrilha ✔ Sinal de Bancroft: paciente sente dor á compressão da musculatura pelo examinador - Perfusão periférica: comprimir os leitos unguenais até ficarem empalidecidos. Liberal e ver o tempo decorrido até a coloração normal voltar. (o tempo normal de enchimento capilar é até 3 segundos) Avaliação específica do tórax: Inspeção: o examinador deve solicitar o paciente que esteja sem camisa e deite em decúbito dorsal. Primeiro, procura-se visualizar o ictus cordis (choque de ponta) localizado no quinto espaço intercostal esquerdo. Ele corresponde ao impacto da ponta do coração a cada sístole ventricular. Após isso, procura-se também o levantamento sistólico do precórdio. Pulsações epigástricas e supraesternais também são comuns devido a artéria aorta, e mais visíveis em indivíduos magros. Palpação: realiza-se a localização do ictus cordis com a palpação, e pede-se ao paciente que se incline um pouco lateralmente para a esquerda. O ictus cordis é sentido com as polpas digitais. Ainda na palpação, o examinador deve palpar com a mão espalmada o precórdio a procura de FRÊMITOS. Eles são como vibrações finas e é a tradução palpável dos famosos sopros cardíacos. Ausculta: nesse momento, o examinador utiliza o estetoscópio a fim de auscultar os 4 focos cardíacos das bulhas cardíacas. As bulhas cardíacas são duas: a B1, corresponde ao fechamento das válvulas mitral e tricúspide, e tem o timbre mais grave que a outra bulha, correspondendo ao “TUM”. A B2 corresponde ao fechamento das valvas aórtica e pulmonar, sendo mais aguda e seca que a B1, correspondendo ao “TÁ”. Os quatro focos são: ✔ Foco aórtico: localizado no 2º espaço intercostal paraesternal direito. Aqui, a atenção deve estar voltada á B2 (TÁ). ✔ Foco pulmonar: 2ºespaço intercostal paraesternal esquerdo ✔ Foco tricúspide: 5º espaço intercostal paraesternal direito ✔ Foco mitral: 5º espaço intercostal hemiclavicular esquerdo. Escuta-se os focos com enfoque nas bulhas para verificar a presença de sopros, correspondem a som “TTSSSSIIIII. �am� D� Aparelh� Respiratóri� Principal função: troca gasosa (hematose), nome denominado a entrada de O² no sangue e saída de CO² para o álveolo. O trato respiratório é composto pelos seguintes órgãos: nariz, seios paranasais, laringe, traquéia e pulmões. As vias áreas inferiores é formada pela traqueia, brônquios e alvéolos. Sua função básica é condução e troca gasosa. Para um melhor desempenho no exame desse aparelho, o enfermeiro deve dispor de conhecimentos sobre musculaturas que são usadas no movimento respiratório: o DIAFRAGMA, INTERCOSTAIS internos e ABDOMINAIS No movimento de inspiração, há relaxamento toráxica e contração do diafragma, e no movimento da expiração, há contração torácica e relaxamento do diafragma. Quando o paciente se encontra dispneico (dificuldade para respirar) ele passa a utilizar mais intensamentea musculatura acessória (m. intercostais e abdominais). Além disso, o enfermeiro também deve dispor de conhecimento sobre a localização e anatomia dos pulmões: o pulmão direito apresenta 3 lóbulos, enquanto o esquerdo apenas 2. Esse conhecimento será relevante para o momento da ausculta. Os pulmões são delimitados pelas bordas superior (ápice) e inferior (base). 1. Anamnese do aparelho respiratório O enfermeiro deve focar se o paciente apresentou doenças respiratórias na infância e atualmente, se ele apresenta alguma alergia e as vacinas (BCG para tuberculose). Também deve ser questionado se há histórico de doenças respiratórias na família (asma, fibrose cística, enfisema, DPOC, câncer de pulmão) e se há familiares tabagistas convivendo no mesmo ambiente que o paciente. Verificar hábitos pessoais do paciente, se fuma, se ingere álcool ou drogas e o ambiente de trabalho (rural, industrial, galpões velhos). As queixas respiratórias mais comuns dadas pelo paciente é a dispneia, tosse, expectoração, hemoptise (tosse com sangue), dor torácica e rouquidão. ✔ Dispneia: O paciente define a dispneia como falta de ar, sufocação, aperto no peito e respiração curta. O sinal objetivo desse sintoma é a utilização da musculatura acessória (esternocleidomastóide, escaleno e trapézio) e batimento de asas do nariz. Procurar realizar as perguntas para o paciente: - Ela surge quando se movimenta ou quando está em repouso? - Ocorre ao se deitar? - Qual intensidade? - É constante? - O acorda à noite? ✔ Tosse: É uma resposta reflexa a estímulos irritantes na laringe, traqueia ou brônquios. Procurar o início da tosse, frequência, intensidade, se possui relação com a época do ano, se é dolorosa, seca ou produtiva e se o paciente consegue aliviá-la. ✔ Expectoração Normalmente a arvore brônquica produz cerca de 100 mL de muco. Deve ser investigada a coloração (claro, amarelo, verde, sanguinolento), odor, qualidade (aquoso, mucoide, espumoso e espesso) e quantidade. Caso haja sangue, sua quantidade deve ser avaliada e se sangue é vermelho vivo ou escuro (o que indica que estava no pulmão por tempo prolongado). ✔ Hemoptise Corresponde á expectoração de sangue pela boca proveniente da ruptura dos vasos brônquicos ou capilares dos alvéolos. Suas principais causas são bronquiectasias, neoplasias e tuberculoses. ✔ Dor torácica A dor de origem pulmonar manifesta-se por uma queimação, constante e persistente ou de forma aguda, como uma pontada. Sua localização, intensidade e tipo devem ser pesquisados. ✔ Rouquidão Resultante de alterações da laringe e das cordas vocais. 2. Realização do exame físico: Para realizar o exame físico, o paciente deve estar despido até a cintura com o tórax todo exposto. O exame deve ser sempre inciado pelo ápice e ir em direção as bases, seguindo de um hemisfério ao outro, sempre comprando os lados opostos como parâmetro. - Inspeção: Na inspeção estática, o examinador deve observar as condições da pele, pelos, circulação colateral, abaulamentos (aumento do volume do tórax) e retrações (dizem respeito a restrição do hemitórax). Após isso, o examinador procura avaliar o tipo de tórax do paciente, sendo os principais: Além da classificação do tórax, o examinador deve observar se o paciente possui escoliose, cifose ou lordose. Para inspeção dinâmica, o examinador observa a dinâmica respiratória: a frequência respiratória normal para um adulto vai de 12 á 20 respirações por minuto. Lembrando que o movimento respiratório é a soma da inspiração e expiração. Observa-se a AMPLITUDE ou PROFUNDIDA DE EXPENSÃO e RITMO. As anormalidades da frequência respiratória são: Taquipneia: respiração rápida e superficial. Bradipneia: respiração lenta e superficial, ocorre durante o sono e em atletas Apneia: ausência de mov. Respiratório Hiperpneia: respiração rápida e profunda que é fisiológica após exercício físico intenso Hiperventilação: aumento na frequência e profundidade Hipoventilação: diminuição na frequência e profundidade Respiração de Kussmaul: respiração profunda, com frequência que pode ser rápida, normal e lenta. Está presenta em acidose metabólica ou cetoacidose diabética. Respiração de Cheyne-Stokes: corresponde a períodos de respiração lenta e superficial que vai se tornando rápida e profunda, com períodos de apneia. Respiração de Biot: denominada átaxica, e é totalmente irregular. - Palpação: O examinador deve avaliar a estrutura da parede torácica: a palpação é feita com a base palmar ou face ulnar da mão que é posicionada contra o tórax do paciente. Avalia-se a simetria e amplitude dos movimentos respiratório, buscando a ocorrência de crepitações, dor na parede torácica, tônus muscular e etc. Após isso, avalia-se a expansibilidade torácica: o examinador deve posicionar mãos espalmadas nas regiões dos ápices e seguir para as bases do pulmão e pede para o paciente inspirar e expirar, observando se o movimento das mãos é simétrico. Em seguida, o examinador busca avaliar os frêmitos vocais, que é a vibração do pulmão que há com a passagem do ar. Geralmente pede-se para o paciente repetir “trinta e três”. O examinador realiza com a mão espalmada e sempre compara bilateralmente os frêmitos. Vibrações são fortes em áreas que existe condensação pulmonar, como em casos de pneumonia e diminuídas quando o pulmão se encontra afastado da parede torácica. - Percussão: Deve ser realizada nos espaços intercostais e avalia a produção dos sons desde o ápice até a base do pulmão. Ajuda a detectar se os tecidos estão cheios de ar (timpânico), líquido (submaciço) ou se são sólidos (maciços). Os sons encontrados normais devem ser claro pulmonar ou som ressonante, variando os timbres. Sons hipersonoros indicam aumento de ar nos pulmões ou no espaço pleural. Sons maciços ocorrem em situações de condensação pulmonar como pneumonia, derrame pleural e tumores. Eles são ruídos mais secos e encontrados em estruturas ósseas. Sons submaciços são comuns em derrames pleurais e neoplasias. O som timpânico é oco e ouvido durante a percussão do fundo do estômago e em caso de amplo pneumotórax. - Ausculta: Avalia o fluxo aéreo pela arvore traqueobrônquica. O examinador utiliza do estetoscópio para ouvir a inspiração e expiração. O paciente deve estar sentado e respirar pelo nariz e expirar pela boca. O avaliador deve avaliar três elementos: as características dos ruídos, presença de ruídos adventícios e característica da voz falada e sussurrada. Sons respiratórios normais: - Som traqueal: intensos, agudos e pouco sonoros - Som brônquico: agudo, intenso e oco. Na expiração é mais forte e prolongado - Murmúrio vesicular: grave e suave, mais audível na inspiração e nas bases - Som broncovesicular: tubular, tipo brisa, tanto na I quanto na E, sobre as grandes vias aéreas centrais= infra e supra claviculares. Ruídos adventícios: São sons anormais que se superpõem aos sons respiratórios normais. - Roncos: são mais graves e ocorrem devido a passagem do ar pelo estreitamento de canais que estão repletos de líquidos ou secreções. Aparecem em pneumonia, bronquite e bronquiectasia (produção excessiva de muco). - Sibilos: ruídos agudos que parecem musicais, miado do gato. Acontece quando há passagem do ar por via aéreas estreitadas, e podem ser ouvidos até sem esteto. - Atrito pleural: é semelhante a um “roçar” de dois pedaços de couro e ocorre quando há inflamação pleural - Estridor: é a respiração ruidosa devido à obstrução no nível da laringe/traqueia. Pode ser decorrente da laringite, edema de glote e presença de corpos estranhos. �am� D� Aparelh� Geniturinári� O sistema renal e urinário é formado pelos seguintes órgãos: dois rins, dois ureteres, bexiga urinária e uretra. Os rins estão localizados no espaço retroperitoneal (parte superior do abdômen a cada lado da coluna vertebral) e sua função está relacionada com a homeostasia do corpo humano: livram o corpo de restos de metabólitos que são prejudiciais, e controlam o volume e composição de líquidos corporais. Eles produzem cerca de 800 a 1800 ml/dia de urina por dia.A unidade funcional do rim é denominada néfron, e cada um possui aprox. 2 milhões de néfrons. Basicamente, a formação da urina depende de 3 processos importantes que ocorrem nos néfrons: - Filtração glomerular - Reabsorção nos túbulos renais - Secreção para os túbulos renais Após a urina sair pelo ducto coletor, ela segue para o ureter (conduto composto de musculatura lisa que mede cerca de 30 cm de comprimento) e vai para a bexiga. Ela é um reservatório muscular oco de capacidade de armazenar 400 a 500 mL de urina. A medida que a urina chega á bexiga, há um aumento da pressão intravesicular, gerando o estímulo da micção. Da bexiga, a urina vai para a uretra (um esfíncter que interno é involuntário e externo é voluntário) que difere entre homem e mulher: a feminina mede cerca de 4cm e a masculina aproximadamente 20 cm. 1. Anamnese do genituritário Na entrevista, o enfermeiro deve procurar os principais achados: - Dor, queimação ou hesitação ao urinar - Hematúria (presença de sangue na urina) - Cor e odor de urinas alterados - Presença de febre nos últimos dias - Dores nas costas do lado direito ou esquerdo - Perdas urinárias aos esforços (incontinência) - Sensação de urgência para urinar - Sensação de bexiga cheia após ter urinado - Necessidade de acordar frequente á noite para urinar (nictúria) - Outros distúrbios de micção como: disúria (dificuldade para uninar), oligúria (diminuição da quantidade de urina), poliúria (aumento da quant. de urina), enurese (urinação involuntária). Procurar também antecedentes da história ginecológica: purido, ardor, corrimentos, sangramentos, lesões, aumento da sensibilidade e aumento de volume. 2. Aplicação do exame físico Os recursos propedêuticos a serem utilizados são: inspeção, percussão e palpação. - Inspeção: O avaliador deve buscar abaulamentos no flanco e na fossa ilíaca (para casos de hipertrofia renal), inspecionar a urina no qual se observa a cor, odor e aspecto. Alterações da urina são: - Urina turva: alteração na cor da urina, com perda da transparência - Piúria: presença de leucócitos na urina, que pode ser apresentar com pus -Odor fétido: odor desagradável Também buscar por sinais de insuficiência renal, como edema periorbital, sacral e mudança no turgor da pele. Na inspeção do aparelho genital, observa-se na mulher: vulva, grandes lábios, pequenos lábios, clitóris, glândulas de Skene e vagina. Observa-se a forma, tamanho, simetria, coloração, integridade e presença de secreção. Não esquecer de observar também o períneo (região entre vagina e ânus), buscando se há cicatriz ou lesões. Para o homem observa-se os testículos, o pênis e próstata. Inspecionar a distribuição de pelos, se há parasitas e a coloração da pele, bem como a presença de lesões. -Percussão Deve ser feito com o paciente sentado, e usa-se a punho-percussão que é de grande valia para determinar alguns dados sindrômicos. A avaliação é conhecida como Sinal de Giordano, sendo positiva na presença de dor. A punho-percussão pode ser tanto direta, quanto indireta e deve ser feita no ângulo costovertebral: Na bexiga, deve-se percutir 5 cm acima da sínfese púbica. O som deve ser timpânico, mas quando a bexiga se encontra cheia é submaciço. - Palpação: Rins normais: Indolores, duros, superfície regular, somente a porção inferior é acessível à palpação Para os rins, usa-se o Método de Devoto e o Método de Israel. No primeiro, o paciente deve estar em decúbito dorsal com joelhos levementos fletidos. Coloca-se uma mão contrária ao rim, exercendo pressão de trás para frente, enquanto a outra mão espalmada procura sentir e pinçar o polo inferior do rim na descida inspiratória Método de Israel: paciente em decúbito lateral, oposto ao lado do rim que será palpado. O enfermeiro deve se sentar do lado do dorso do paciente e colocar uma das mãos no ângulo lombo costal, realizando pressão de trás para frente. A outra mão deve estar espalmado sobre o abdômen e procura pinçar o rim na descida inspiratória. Palpação da bexiga: somente após o paciente ter urinado, e deve ser feita 2 cm da sínfese púbica, sentindo uma massa lisa e firme. Palpação do pênis: O enfermeiro retrai o prepúcio e deve expor a glande e palpar toda a região em busca de massas tumorais e áreas de endurecimento. Fimose: acontece devido a má higienização. Palpação do escroto: os testísculos devem ser movimentando entre os dedos, a fim de sentir a consistência e contorno. A forma normal do escroto é oval, e deve-se considerar que o testículo esquerdo é mais baixo que o delicado. Quando há ausência de testículos é chamado de criptorquidismo. Palpação da virilha: a inspeção deve buscar por hérnias e a palpação é feita nos gânglios linfáticos, buscando palpar o tamanho e a consistência. Os dados da palpação sempre devem ser descritos: localização, tamanho, tipo, profundidade, cor e secreção.
Compartilhar