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Antecedentes do movimento feminista sobre o género e o sexo

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Delegação do Niassa
Departamento de Psicologia e Ciências da Educação
Cadeira: Teoria de Diferença de Género
Tema: Antecedentes do movimento feminista sobre o género e o sexo
Nome do docente: Augusto Adriano.
Nome do estudante: Armando Francisco
Introdução
O conceito de género surgiu então como categoria de análise, em estudos que objectivavam
demarcar lugares e distinguir o que é da ordem do masculino e do feminino. No entanto essa nova concepção possibilitou, também, analisar as diferenças entre pessoas, coisas e situações vivenciadas e proporcionou o afastamento da ideia de determinismo biológico relativa ao sexo.
Segundo HIRATA (2008) indica que a primeira onda do feminismo aconteceu a partir das últimas décadas do século XIX, quando as mulheres, primeiro na Inglaterra, organizaram-se para lutar por seus direitos, sendo que o primeiro deles que se popularizou foi o direito ao voto. E SARTI (2008) concorda afirmando que os movimentos feministas e de emancipação da mulher, surgidos nesse século, tinham como objectivo a igualdade de direitos entre os homens e as mulheres. Entre as causas defendidas por esses movimentos estavam o direito ao voto e à representação política, o acesso à educação e ao mercado de trabalho, a liberdade sexual, a igualdade de oportunidades de trabalho e de salários, a independência.
Nos países como Brasil, a defesa do direito ao voto pelas mulheres começou, em 1910, com a fundação do Partido Republicano Feminino, e terminou em 1932, com a promulgação de decreto do Presidente Getúlio Vargas, estabelecendo o direito de as mulheres votarem e serem votadas. Foram, portanto, 22 anos de manifestações feministas em prol dessa causa.
O presente trabalho tem como objectivo abordar sobre antecedentes do movimento feminista sobre o género e o sexo, desde a história do surgimento do movimento e as causas gerais que propiciaram a criação do movimento
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Estudar sobre os antecedentes do movimento feminista sobre o género e o sexo
1.1.2. Específicos
· Caracterizar a história do movimento feminista;
· Descrever as teorias feministas que vigoraram;
· Relacionar o movimento feminista e a apropriação cultural sobre o sexo e o género
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Conceitos
O movimento feminista é um movimento sociocultural, que luta por justiça e equidade nas relações entre homens e mulheres e, sobretudo, luta para garantir os direitos humanos, principalmente o das mulheres em função do alto nível de violência e discriminação que padecem.
2.2 Histórico do movimento feminista e da construção de género e sexo
Ao longo da história ocidental sempre houve mulheres que se rebelaram contra sua condição, que lutaram por liberdade e muitas vezes pagaram com suas próprias vidas. A Inquisição da Igreja Católica foi implacável com qualquer mulher que desafiasse os princípios por ela pregados como dogmas insofismáveis. Mas a chamada primeira onda do feminismo aconteceu a partir das últimas décadas do século XIX , quando as mulheres, primeiro na Inglaterra, organizaram-se para lutar por seus direitos, sendo que o primeiro deles que se popularizou foi o direito ao voto. As Sufragistas (sufragetes), como ficaram conhecidas, promoveram grandes manifestações em Londres, foram presas várias vezes, fizeram greves de fome. Em 1913, na famosa corrida de cavalo em Derby, a feminista Emily Davison atirou-se à frente do cavalo do Rei, morrendo. O direito ao voto foi conquistado no Reino Unido em 1918.
Os movimentos feministas e de emancipação da mulher, surgidos nesse período, tinham como objectivo a igualdade de direitos entre os homens e as mulheres. Entre as causas defendidas por esses movimentos estavam o direito ao voto e à representação política, o acesso à educação e ao mercado de trabalho, a liberdade sexual, a igualdade de oportunidades de trabalho e de salários, a independência.
O movimento feminista defendia, também, que a diferença entre os sexos não pode oportunizar relações de subordinação da mulher ao homem, nem de opressão da mulher na vida social, profissional ou familiar. As feministas entendem as qualidades ditas masculinas ou femininas como conquistas individuais e não de um ou outro sexo.
A partir da eclosão dos movimentos feministas, as mulheres deixaram a posição apagada e de pouca expressão que lhes cabia na sociedade patriarcal para um estágio de maior visibilidade social e mais acentuado progresso pessoal. Embora as mulheres tenham obtido avanços em suas tentativas de emancipação, a actual conjuntura ainda apresenta enormes desafios a essa causa.
No ocidente, as mulheres alcançaram na época um nível educacional superior, porém, ainda recebiam salários menores do que os homens tinham menor poder social e assumiam maiores responsabilidades quanto aos filhos e outras dependentes. Embora algumas mulheres tenham alcançado posições de destaque e de chefia nas suas profissões, o mundo público e o poder institucional ainda mantêm como norma a dominação masculina.
Dessa forma, o feminismo, que já conta com uma história de dois séculos, mais ou menos, ainda precisa ser discutido e considerado em seus avanços e necessidades. “Pode-se considerar que o objectivo principal do feminismo foi e continua a ser a constituição de um espaço verdadeiramente comum aos homens e às mulheres, apelando para as teorias de igualdade.
Nos grupos feministas, pensava-se que era necessário que as mulheres se reunissem sem os homens pois "haviam sido silenciadas ao longo da história"; assim sendo, a ausência de homens era uma forma de se garantir a palavra das mulheres.
Uma figura emblemática desse movimento de ideias é a filósofa Simone de Beauvoir, que em 1949 escreveu o livro O Segundo Sexo. Ele daria um novo impulso à reflexão sobre as desigualdades entre homens e mulheres nas sociedades modernas acerca do porquê do feminino e das mulheres serem concebidos dentro de um sistema de relações de poder que tendia a inferiorizá-los. É dela a famosa frase “não se nasce mulher, torna-se mulher”. Com esta formulação, ela buscava descartar qualquer determinação “natural” da conduta feminina.
2.3. Teorias Feministas: a questão da Mulher e do Género
Hita (2002) faz referência a dois períodos distintos do debate feminista: “o primeiro, por volta dos anos 60 e 70 do século XX, amplamente baseado nos ideais e preocupações do século XVIII. O segundo, ao redor dos anos 90 também do século XX, influenciado por correntes pós-modernas do pensamento ocidental.”
Os estudos feministas, até os anos 70, tinham como objecto central “a mulher” no singular. Os trabalhos produzidos neste período tinham a preocupação em explicar as causas da opressão feminina, da subordinação da mulher na história do patriarcado.
Nos fins dos anos 70, o conceito de género é elaborado e conceituado como a construção social das identidades sexuais e como objecto dos estudos feministas. O género abriu os caminhos para a desconstrução e para a desnaturalização do masculino e feminino. Mas, essa nova problemática também propiciou o surgimento desse ‘fosso’ entre o que elas chamam de feminismo da modernidade e o feminismo da pós-modernidade.
Segundo Cecília Sardenberg (2004) o que se procura nas novas teorias é desnaturalizar, desconstruir, principalmente as oposições binárias, incluindo aquelas que implicam sexo/ género. Actualmente estas posturas dicotómicas têm sido criticadas, ou seja, esse dualismo sexo/género, que marcou as primeiras teorizações em torno do conceito de género.
Numa perspectiva histórico-crítica podemos falar em três visões teóricas sobre o género: a dos teóricos(as) do patriarcado, a elaborada pelas feministas marxistas e as teorias psicanalíticas de matriz pós-estruturalista e anglo-saxónica.
As teóricas do patriarcado analisam o sistema de género e apontam a sua primazia em toda a organização social. Procuram explicar a dominação da mulher pelo homem em função da reprodução e da própria sexualidade; porém não demonstram como a desigualdade de género estrutura as outras desigualdades sociais que afitam aqueles camposque parecem não ter ligação com o género. Além disso, suas reflexões se assentam nas diferenças corporais entre homens e mulheres, consideradas imutáveis e, portanto, ahistóricas.
Helieth Saffioth (1992) chama atenção para o processo de naturalização da dominação-exploração exercida pelos homens sobre as mulheres, cuja intensidade varia de sociedade para sociedade, de época para época.
Há de se ressaltar que todas as sociedades historicamente conhecidas revelam predominância masculina, todavia o patriarcado absoluto deve ser encarado com reserva. A subalternidade da mulher, não significa ausência absoluta de poder. Em todas as sociedades conhecidas as mulheres detém parcelas de poder.
As mulheres não sobrevivem graças exclusivamente aos poderes reconhecidamente femininos, mas á luta que trava com os homens. Neste sentido as relações sociais de sexo ou as relações de género travam-se no terreno do poder. Aqui tem lugar a dominação e a exploração como sendo faces de um mesmo fenómeno.
No tocante ao feminismo marxista, as reflexões fundamentam-se na busca de uma base material para o género e a encontram na divisão sexual do trabalho. Nesta perspectiva teórica o género é considerado como “produto acessório”, nas transformações das estruturas económicas.
As teorias psicanalíticas abordam os processos pelos quais as identidades do sujeito são criadas, centralizando suas análises nas primeiras etapas da vida da criança. Estas teorias, apesar de concentrarem-se nos sujeitos, tendem a universalizar as categorias homem-mulher, descontextualizando a construção da subjectividade e reforçando o carácter de oposição binária do género.
2.4. Apropriação cultural da diferença sexual
Os diferentes sistemas de género – masculino e feminino – e de formas de operar nas relações sociais de poder entre homens e mulheres são decorrência da cultura, e não de diferenças naturais instaladas nos corpos de homens e mulheres. Não faltam exemplos demonstrativos de que a hierarquia de género, em diferentes contextos sociais, é em favor do masculino. De onde vêm as afirmações de que as mulheres são mais sensíveis e menos capazes para o comando? A ideia de “inferioridade” feminina foi e é socialmente construída pelos próprios homens e pelas mulheres ao longo da história.
Para as ciências sociais e humanas, o conceito de género se refere à construção social do sexo anatómico. Ele foi criado para distinguir a dimensão biológica da dimensão social, baseando-se no raciocínio de que há machos e fêmeas na espécie humana, no entanto, a maneira de ser homem e de ser mulher é realizada pela cultura. Assim, género significa que homens e mulheres são produtos da realidade social e não decorrência da anatomia de seus corpos. Por exemplo, o fato de as mulheres, em razão da reprodução, serem tidas como mais próximas da natureza, tem sido apropriado por diferentes culturas como símbolo de sua fragilidade ou de sujeição à ordem natural, que as destinaria sempre à maternidade.
É comum encontrar em reportagens que comparam a posição de homens e mulheres no mercado de trabalho as desigualdades existentes:
· Grande parte dos postos de direcção ocupados por homens (como no próprio sistema escolar).
· Significativas diferenças salariais entre homens e mulheres.
· Maior concentração de homens em áreas como engenharia, informática, enquanto as mulheres se concentram em actividades de ensino e cuidado.

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