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1 A RELEVÂNCIA DA GESTÃO DO CAPITAL DE GIRO Santos, Heloisa dos 1 RESUMO – Em decorrência dos avanços da metodologia de gestão, a Análise Financeira, tornou-se para as organizações um relevante instrumento de demonstração de resultado, e com ela, uma ferramenta essencial para a coexistência das instituições organizacionais, sendo ela a Gestão de Capital de Giro. Para que ocorra uma boa gestão de capital de giro, sabendo que este ramo da organização trata-se da excelência na administração das contas do ativo e do passivo circulantes e, com eles poder realizar análises dos indicadores financeiros, precisa que o administrador financeiro possua as ferramentas ideais para a correta tomada de decisões. Diante destas informações, a pesquisa bibliográfica realizada neste projeto, serviu para demonstrar que uma das mais importantes ferramentas utilizadas para uma correta análise financeira é a gestão de capital de giro. Assim, utilizou-se como ferramenta para análise, o Capital De Giro, que por meio de recursos próprios pode possibilitar um estudo de exploração sobre o assunto, tendo uma visão geral sobre o desempenho da organização, focada nos resultados, a gestão de capital e análise financeira do atual cenário da empresa, além de poder reunir todas as informações necessárias para o avanço financeiro nas contas caixa, estoque, contas a receber e contas a pagar. Entendendo este princípio, e existindo um equilíbrio entre as entradas e saídas da empresa, a mesma pode apresentar um capital de giro que atenda as reais necessidades da empresa, e desta forma poderá vislumbrar o lucro, e trabalhar com determinada folga no seu orçamento, promovendo assim o crescimento através do aporte de lucros operacionais, lucro líquido. O objetivo final do presente trabalho é explorar essa ferramenta da gestão financeira: A Gestão De Capital de Giro, e nele poder demonstrar como é a necessidade do mercado de trabalho e como a gestão feita de forma correta, irá beneficiar a organização positivamente. PALAVRAS-CHAVE: Administrador Financeiro. Análise Financeira. Gestão de Capital de Giro. 1 Graduada em Administração pela Universidade Católica de Santos – UniSantos. São Paulo Pós Graduada em Gestão Pública e Recursos Humanos pelo Instituto de Ciência, Educação e Tecnologia de Votuporanga – Faculdade Futura. São Paulo Pós Graduada em Finanças Públicas e Estatística pela Faculdade Venda Nova Imigrante – Faveni. Espírito Santo. E-mail: heloisadsts@gmail.com 2 INTRODUÇÃO Através de análise de dados, as empresas possuem ferramentas que servem para ajudar nas tomadas de decisões, e isso independe do porte da instituição, sendo ela de grande, médio, ou pequeno porte. Deste modo, o administrador responsável deve ter total atenção para que a organização possa obter bons resultados e consequentemente aumento das vendas de forma a atingir o sucesso desejado. Cabe ao gestor de acordo com as ferramentas financeiras reunir o diagnóstico necessário para medir o potencial do mercado de trabalho, e desta forma obter um aumento significativo no desempenho das tarefas e táticas de execução e devido crescimento. Diante do contexto, a gestão financeira juntamente com A Gestão De Capital De Giro são ferramentas que apresentam informações reais da situação econômico- financeira da empresa, e desta forma, prepara o administrador para os desafios de análises e tomadas de decisões. Esta ferramenta auxilia a planejar, organizar, dirigir e controlar os recursos e seus fluxos dentro de determinados períodos. A competência no gerenciamento de recursos financeiros disponíveis das empresas, especialmente neste caso, A Gestão De Capital De Giro, é indispensável para o bom andamento de cada entidade organizacional. O objetivo do presente trabalho foi realizar um levantamento bibliográfico sobre a relevância do capital de giro como ferramenta de apoio à gestão financeira. A intenção é despertar interesse no leitor de manter a empresa com uma saúde financeira. De forma a orientar sobre a gestão financeira do Capital De Giro, através de pesquisas bibliográficas coletadas por livros, artigos pesquisados no Google Acadêmicos e Scielo, caracterizando-se de pesquisas primárias e secundárias, o problema de pesquisa deste artigo, foi elucidar e tornar didática a leitura sobre possíveis dúvidas do leitor que não possui familiaridade com o assunto. O objetivo geral do presente trabalho é verificar o equilíbrio financeiro da empresa, através da gestão do capital de giro, e o objetivo específico é poder elucidar as principais dúvidas sobre o assunto, através dos conceitos de grandes pensadores da área de aplicação do estudo. 3 Por meio de pesquisa bibliográfica, foi possível verificar o uso de ferramentas para a gestão financeira de forma que haja uma correta Gestão do Capital de Giro na organização. Desta forma os gestores das empresas podem utilizar as informações necessárias para tomada de decisões e tendo assim os riscos gerais minimizados. A organização que tem sua vida financeira planejada contribui para que sua vida útil seja prolongada de forma saudável, pois a mesma tem noção dos riscos que pode correr caso não faça o uso correto das ferramentas de gestão nos momentos oportunos. A Gestão de Capital de giro, nada mais é do que um planejamento estratégico, juntamente com ferramentas que ajudam em conjunto a manter a empresa saudável, evitando assim que uma organização tenha uma má gestão por falta de instrumentos de medições e comparativos, ou que falte a avaliação necessária do gestor administrativo. 1 DESENVOLVIMENTO Esta pesquisa teve o intuito de relacionar dados bibliográficos, pesquisas e conceitos sobre o tema. A intenção foi com base na dificuldade de se compreender este tema de extrema relevância para o ambiente social e empresarial. Neste trabalho de pesquisa, será retratado como A Relevância da Gestão de Capital de Giro tem impacto sobre as empresas em um contexto usual. Quanto mais capacitado for o Gestor Financeiro de uma determinada organização empresarial for, mais organizada e saudável será a empresa, tudo vai depender do uso correto das ferramentas de gestão. O objetivo principal do estudo foi poder mensurar a relevância de uma boa administração de Capital De Giro das empresas e com elas evidenciar a solidificação em conjunto com o desenvolvimento empresarial. O capital de giro tem participação relevante no desempenho operacional das empresas, cobrindo geralmente mais da metade de seus ativos totais investidos. É importante ter em conta que a administração do capital de giro trata dos ativos e passivos correntes como decisões interdependentes. Diante de seu contexto de mercado, as empresas formalizam estratégias operacionais de atuação, principalmente em relação à administração do capital de giro, avaliando seus investimentos correntes e selecionando os passivos mais adequados. (ASSAF, 1993, p.13) 4 Desta maneira a evidência de como devem ser as ações em casos de investimentos dos ativos financeiros, e assim perceber a relevância das ferramentas desta gestão orientada para a organização. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Capital De Giro: definição e importância Para Matias (2007, p. 33) “a gestão do capital de giro é uma das mais importantes, e também uma das mais complexas e abrangentes áreas financeiras de uma organização. Sua gestão diz respeito aos elementos de giro, que correspondem aos recursos correntes (de curto prazo) da empresa, como o ativo circulante e o passivo circulante, e de que maneira estes elementos estão inter-relacionados.” É evidente a importância da Gestão Do Capital De Giro, pois é ele quem define quando os ativos podem ser usados – se serão a curto prazo, neste caso com os ativos e passivos circulantes, ou até se serão usadosde outras maneiras – e com a percepção correta de acordo com análise das ferramentas, o administrador poderá decidir qual a melhor opção para determinada situação. Capital de giro é o montante de recursos destinados à aplicação dos meios, para que a empresa possa completar o ciclo operacional. Os valores aplicados para o giro operacional estão localizados no ativo, e as obrigações estão no passivo. (BERTI, 1999, p.15) Para um ciclo operacional completo, Berti (1999) enfatiza que “capital de giro basicamente é o valor numerário de recursos destinados às aplicações da organização, estes valores de giro operacional e obrigações estão nas contas de ativos e passivos respectivamente.” A expressão capital de giro é comumente definida como o montante total investido no ativo circulante (caixa, bancos, aplicações financeiras, estoques e contas a receber de clientes), enquanto a expressão capital de giro líquido é definida como sendo a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante. (Vieira, 2008, p. 36) Basicamente A Gestão De Capital De Giro pode ser definida como atributo da empresa em liquidar seus compromissos de curto prazo, dentre eles estão compras de 5 matérias primas e insumos, pagamento de fornecedores, pagamento de salários, estoque, vendas, encargos da empresa e quaisquer outras obrigações devidas a empresa. Podemos observar diante do expresso acima, que cada autor possui um conceito rebuscado referente à Gestão De Capital De Giro, porém todas essas análises se complementam, fazendo com que as decisões estratégicas a serem tomadas juntas à administração tenham efeitos positivos, e mantendo assim o grau de liquidez e a rentabilidade preservada. Para que os negócios empresariais possam acontecer, é necessário que haja um conjunto de numerários ou valores, e isto é chamado de Capital de Giro. Não é segredo que o panorama econômico sofre mudanças de diversas formas contínuas, e para que exista uma Gestão eficiente do Capital De Giro, o mesmo precisa ser acompanhado e monitorado constantemente pelo Administrador Financeiro. A Análise do Capital De Giro de uma empresa é a ferramenta que demonstra contabilmente o que a empresa tem de disponível em caixa. Para identificar a saúde financeira de uma organização é necessário que sejam feitas análises dos fluxos de caixa e das demonstrações financeiras. A partir desses índices pode-se também identificar a capacidade de sobrevivência da empresa, a insolvência, além do crescimento. O termo giro refere-se aos recursos correntes (curto prazo) da empresa, geralmente identificada como aqueles capazes de serem convertidos em caixa no prazo máximo de um ano. Os elementos de giro, diante da definição apresentada, são identificados no ativo circulante e passivo circulante, ou seja, no curto prazo. (ASSAF NETO, 1993, p.14) Para Masakazu (2000, p. 09) “o capital de giro é conhecido também como capital circulante e corresponde aos recursos aplicados em ativos circulantes, que transformam-se constantemente dentro do ciclo operacional.” O capital de giro tem participação relevante no desempenho operacional das empresas, cobrindo geralmente mais da metade de seus ativos totais investidos. É importante ter em conta que a administração do capital de giro trata dos ativos e passivos correntes como decisões interdependentes. Diante de seu contexto de mercado, as empresas formalizam estratégias operacionais de atuação, principalmente em relação à Administração do capital de giro, avaliando seus investimentos correntes e selecionando os passivos mais adequados. (ASSAF NETO, 1993, p.13) 6 2.2 A relação entre o Capital De Giro e a liquidez Para concatenarmos o que é a relação entre o capital de giro e a liquidez, vale ressaltar que os indicadores de liquidez de uma empresa servem basicamente para informar a situação financeira de forma generalizada. Para obter mais clareza no assunto, é a maneira pela qual uma empresa tem a percepção se pode ou não liquidar suas contas, e esta ferramenta possui extrema usabilidade na gestão organizacional. Uma das razões para se calcular o capital de giro é a necessidade de recursos para saldar as obrigações, e os indicadores de liquidez mostram exatamente a capacidade de pagamento. (BERTI, 1999, p. 35) 2.3 Capital De Giro Liquido (Cgl) Capital de Giro Líquido (CGL) ou também chamado de Capital Circulante Líquido (CCL) é um dos mais relevantes indicadores da liquidez da empresa. Cada organização possui características próprias e este indicador deve seguir estas especificações. O CGL então pode ser definido como a diferença entre as contas do Ativo Circulante (AC) e do Passivo Circulante (PC). Sendo: CGL=AC-PC Outra forma de se calcular o Capital de Giro (CP) ou CGL é fazer a diferença entre os Passivos Não Circulantes (PNC) e o Ativos Não Circulantes (ANC), desta maneira: CG = PNC - ANC Pode-se entender que o propósito de calcular as diferenças das contas de longo prazo, os passivos não circulantes e os ativos não circulantes, como aplicações de longo prazo, para se obter o capital de giro é demonstrar que este representa os recursos permanentes da organização, usadas assim para o financiamento da Necessidade do Capital de Giro (NCG). Em poucas palavras a definição da Necessidade do Capital de Giro (NCG), são basicamente as divergências entre as contas a pagar e a receber. 7 Para que exista um nivelamento entre o lucro e o risco é necessário que sejam analisados periodicamente como andam as contas dos Ativos Circulantes e dos Passivos Circulantes, e assim, o gerenciamento e administração da gestão financeira sempre estejam equilibrados. Quando existe um investimento muito elevado em ativos circulantes, a lucratividade consequentemente diminui. Por outro lado, um investimento extremamente baixo, eleva o risco de a organização não conseguir realizar suas obrigações nos prazos predestinados. Nestes dois casos ocorre uma consequente redução nos valores da empresa. A empresa possui capital de giro líquido (CGL) positivo quando o ativo circulante é maior que o passivo circulante, indicando excessos de ativos circulantes para honrar os passivos circulantes. O CGL representa a parcela dos ativos circulantes da empresa financiada com recursos de longo prazo, ou seja, com capital de giro líquido positivo os recursos de longo prazo estão sendo utilizados para financiar ativos de curto prazo. (MATIAS, 2007) Matias (2007, p. 34), também afirma que “[...] quando o valor do ativo circulante é menor que o do passivo circulante, significa que a empresa possui CGL negativo, indicando déficit de ativos circulantes para honrar os passivos circulantes. Nessa situação, o CGL é a parcela do ativo permanente da empresa que está sendo financiada com passivos circulantes, ou seja, com capitais de curto prazo, o que remete a um quadro de risco.” Desta forma, para que o CGL seja positivo, é necessário que o Ativo Circulante seja maior que o Passivo Circulante, e desta forma, os ativos positivos devem ser maiores que os negativos, para que todas as despesas possam ser saldadas. Para elucidarmos uma conta básica, quanto mais elevado for o CGL de uma empresa, menos risco ela possui. Mas essa afirmação, nem sempre é positiva, pois se o CGL estiver extremamente alto, indica que existe um capital de longo prazo financiado nas contas do ativo circulante. Considerando que os custos de recursos de curto prazo sempre são menos dos que de longo prazo, não é nenhum exagero dizer que a empresa pode sofrer no futuro problemas financeiros, é necessário cautela nesse caso. 8 2.4 Fluxo de caixa Segundo o conceito de Berti (1999, p. 38) “o fluxo de caixa é um instrumento administrativo que registra (relaciona) as entradas e saídas de recursos provenientesdas atividades de uma empresa, num período de tempo.” Para a elaboração correta do fluxo de caixa é necessário que seja feito um planejamento estratégico de antemão, como método de avaliação da demanda de recursos para a empresa, evitando assim faltas ou excessos de caixa. Esta administração dos recursos é indispensável para o bom andamento da organização. 3 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Para Gitmann (1997), “a administração financeira pode ser definida como a arte e ciência responsável pela administração de fundos, visto que se ocupam do processo, instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos.” Concretizando, a Administração Financeira é a responsável pelos fundos empresarias, e desta maneira o responsável financeiro precisa saber administrar todos os recursos da empresa, de forma correta e baseando-se em dados. Gitmann (1997) acrescentou “a extensão e a importância da função financeira depende; em grande parte, do tamanho da empresa. À medida que a empresa cresce a importância da função financeira normalmente leva à criação de um departamento financeiro separado (uma unidade organizacional autônoma).” O administrador financeiro tem dois problemas básicos. Primeiro: quanto deve a firma investir, e em quais ativos deve investir? Segundo: como deve ser levantado o caixa necessário? A resposta do primeiro problema é a decisão de investimento da firma. A resposta ao segundo problema é sua decisão de financiamento. O administrador financeiro deve encontrar as respostas específicas que deixem os acionistas da firma na melhor situação possível. O sucesso é julgado pelo valor. Os acionistas ficam em melhor situação com qualquer decisão que aumente o valor de sua posição na firma (valor das ações). Assim, pode-se dizer que uma boa decisão de investimento é aquela que resulta na compra de um ativo que vale mais do que custa, ou seja, um ativo que traga uma contribuição liquida positiva para o valor. O segredo do sucesso em administração financeira é aumentar o valor. É uma afirmação simples, porém muito útil. Equivale a aconselhar um investidor no mercado 9 acionário a vender na alta e comprar na baixa. O problema é como fazê-lo. (BREALEY E MYERS, 1996, p. 3) Aqui podemos ver claramente a questão do investimento nas contas de ativos e passivos circulantes, quando devem e podem ser feitas, e de qual maneira, é evidente também que essa decisão não pode ser baseada no achismo e sim em ferramentas gerenciais. 4 DINÂMICA DA ANÁLISE FINANCEIRA Um dos papeis de uma contabilidade é fazer as apurações do Balanço Patrimonial, e esta ferramenta dentre outros tantos aspectos, serve para refletir e demonstrar a posição financeira de uma empresa em dado momento e também evidenciar a situação patrimonial. Para Vieira (2008), “apesar de a classificação tradicional apresentar uma série de vantagens, ela se mostra inadequada para uma análise de liquidez, principalmente à luz da empresa no desenvolvimento normal das suas operações. Foi constatado que, compondo o grupo do passivo e do ativo circulantes, se encontram contas que possuem natureza completamente distinta em relação às demais, o que afeta de forma significativa a maneira de enfocarmos a situação financeira da empresa.” O modelo dinâmico para a classificação do balanço patrimonial enfatiza que os passivos constituem as fontes dos recursos, antemão os ativos representam a aplicação destes ativos. Esta metodologia de estudo, diferencia os ativos e passivos circulantes em itens operacionais e financeiros. Sendo assim, a análise de um modelo dinâmico, tende a reclassificar as contas do balanço. Perante isso, as contas do grupo qualificadas circulante, sendo os ativos e passivos, passam a ser reclassificadas como cíclicas as operacionais ou financeiras as não operacionais. Então, a conta Ativo Circulante, passa a ser Ativo Circulante Financeiro (ACF) e Ativo Circulante Cíclico (ACC). Já o Passivo Circulante recebe nova denominação de Passivo Circulante Financeiro (PCF) e Passivo Circulante Cíclico (PCC). 10 Assim, o Ativo Circulante Financeiro, tem origem em todas as contas que possuam vertente financeira, sendo as contas do caixa, bancos, aplicações financeiras de curto prazo, aplicações financeiras de liquidez imediata. Em contrapartida o Passivo Circulante Financeiro é composto por financiamentos e empréstimos bancários, dividendos, duplicatas, e outros. Já o Ativo Circulante Cíclico, possui referências as contas relacionadas às atividades operacionais da organização, como estoques e duplicatas a receber, ou contas que possuam relação direta com os negócios operacionais. Enquanto o Passivo Circulante Cíclico ou Operacional mensura as obrigações de curto prazo na empresa, podendo ser contas a pagar, salários, fornecedores, impostos e encargos a recolher. A figura 1 abaixo demonstra um balanço patrimonial gerencial com sua nova classificação: ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE ATIVO ERRÁTICO/CURTO PRAZO PASSIVO ERRÁTICO/CURTO PRAZO Caixa e bancos Empréstimos e financiamentos Aplicações financeiras Debêntures Outras contas não-operacionais Dividendos a pagar Outras contas não operacionais ATIVO CÍCLICO/OPERACIONAL PASSIVO CÍCLICO/OPERACIONAL Clientes Fornecedores Estoques Salários e encargos Outras contas operacionais Impostos operacionais Outras contas operacionais ATIVO PERMANENTE/LONGO PRAZO PASSIVO PERMANENTE /LONGO PRAZO Realizável a longo prazo Exigível a longo prazo Permanente Patrimônio Líquido Figura 1: Elementos de giro. Fonte: Administração estratégica do capital de giro; Vieira, (2008, p. 74) 11 Para Vieira (2008), as contas de longo prazo são denominadas permanentes, sendo que o Ativo Permanente engloba o realizável de longo prazo, imobilizado, investimentos e intangível. Dois elementos permanecem no Passivo Permanente (PP) com a mesma nomenclatura sendo eles o “Exigível A Longo Prazo” e o “Patrimônio Liquido.” Pode-se perceber as diferenças de ativos e passivos, sendo inclusos a esta nova maneira de confecção de balanço patrimonial com as separações entre os Ativos e Passivos Erráticos (ou a curto prazo), os Ativos e Passivos Cíclicos (ou operacionais) e dos Ativos e Passivos Permanentes (ou a longo prazo). 5 ADMINISTRAÇÃO A Administração possui muitos conceitos já expostos por diversos autores. Abaixo teremos alguns conceitos do que é administrar: Para Maximiano (2006, p. 08) “Administração é uma palavra que exprime uma ideia muito antiga: tomar decisões que promovam o uso adequado de recursos, para realizar. A administração é um processo de tomar decisões e realizar ações que compreendem cinco processos principais interligados: planejamento, organização, liderança (e outros processos da gestão de pessoas), execução e controle.” “Planejamento: Para se administrar qualquer ação futura, o primeiro passo é planejar. Um bom plano de contas ajudará o futuro decisório de uma empresa.” (Maximiano, 2006, p.08). “Organização: Organização é o processo de dispor os recursos em uma estrutura que facilite a realização de objetivos. O processo de organizar consiste no ordenamento dos recursos, ou na divisão de um conjunto de recursos em partes coordenadas, segundo algum critério ou principio de classificação. O resultado desse processo chama-se estrutura organizacional.” (Maximiano, 2006, p.08). “Liderança (e outros processos de administração de pessoas): Liderança é o processo de trabalhar com pessoas para possibilitar a realização de objetivos. Liderança é um processo complexo, que compreende diversas atividades de administração de pessoas, como coordenação, direção, motivação, comunicação e participação no trabalho em grupo.” (Maximiano, 2006, p.08 e09). 12 “Execução: o processo de execução consiste em realizar atividades planejadas, por meio da aplicação de energia física e intelectual (Maximiano, 2006, p.09).” “Controle: O processo de controle procura assegurar a realização de objetivos. Controlar é a função que consiste em comparar as atividades realizadas com as atividades planejadas, para possibilitar a realização de objetivos.” (Maximiano, 2006, p.09). 6 FINANÇAS A definição de Finanças segundo Maximiano (2006, p. 07) é: “A função financeira cuida do dinheiro da organização. A função financeira de uma organização tem por objetivo a proteção e a utilização eficaz dos recursos financeiros, o que inclui a maximização do retorno dos acionistas, no caso das empresas. Ao mesmo tempo, a função financeira busca manter certo grau de liquidez, para que a organização consiga cumprir seus compromissos. A função financeira abrange as decisões de financiamentos (busca de recursos financeiros), investimento (aplicação), controle do desempenho financeiro e destinação dos resultados.” Isto quer dizer que a função financeira de uma organização é cuidar do capital, e para isso acontecer precisa ter um planejamento com objetivos de proteção na utilização dos recursos financeiros. Desta mesma maneira grau de liquidez precisa manter-se saudável para que todas as responsabilidades da organização estejam em dia. Para Ross et al. (2001, p. 23) a definição de Finanças vem com a seguinte explicação: “Que são finanças de empresas? Suponhamos que se decida abrir uma empresa para fabricar bolas de tênis. Para tanto, contratam-se administradores para comprar matéria-prima e monta-se uma equipe de trabalhadores e funcionários para fabricar e vender bolas de tênis produzidas. No jargão financeiro, seria feito um investimento em ativos, tais como estoques, máquinas, terrenos e mão-de-obra. O dinheiro aplicado em ativos pode ser contrabalançado por uma quantidade idêntica de dinheiro gerado por algum financiamento. Quando começar a vender bolas de tênis, a empresa irá gerar dinheiro. Essa é a base de criação de valor. A finalidade da empresa é criar valor para o seu proprietário”. Já para GITMANN (1997, p. 04) 13 “Que são finanças? Podemos definir finanças como a arte e a ciência de administrar fundos. Praticamente todos os indivíduos e organizações obtêm receitas ou levantam fundos, gastam ou investem. As finanças ocupam-se do processo, instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos. A administração financeira diz respeito às responsabilidades do administrador financeiro numa empresa. Os administradores financeiros administram ativamente as finanças de todos os tipos de empresas, financeiras ou não- financeiras, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos. Eles despenham uma variedade de tarefas, tais como orçamentos, previsões financeiras, administração do caixa, administração do crédito, análise de investimento e captação de fundos.” 7 TOMADA DE DECISÃO Um fato importante: para se administrar, é necessário tomar decisões, e para se tomar decisões é necessário administrar, as duas vertentes andam juntas lado a lado. Podemos compreender este fato neste trecho expresso por Maximiano (2006, p. 12) ao dizer que “[...] quando se administra, está tomando decisões e vice-versa. As tarefas de liderar, planejar, organizar, executar e controlar são todas feitas de decisões interligadas [...].” Stoner (1999, p.4) diz que "a Administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos membros da organização e o uso de todos os outros recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos.” Chiavenato (2000, p. 05) compartilha do mesmo entendimento de Stoner quando diz que a “Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos”. E como complemento, Chiavenato frisa o conceito de Administração com suas palavras ao dizer que “[...] a tarefa básica da Administração é a de fazer as coisas por meio de pessoas de maneira eficiente e eficaz.” O processo de planejar, organizar, dirigir e controlar corrobora com esta vertente de administrar e tomar decisões. Uma decisão é uma escolha entre alternativas ou possibilidades. As decisões são tomadas para resolver problemas ou aproveitar oportunidades. O processo de tomar decisões (ou processo decisório) é a sequência de etapas que vai da identificação de situação que oferece um problema ou oportunidade, até a escolha e colocação em prática de uma ação ou solução. Quando a decisão é colocada em prática, o ciclo se fecha. Uma decisão que se coloca em prática cria uma situação nova, que pode gerar outras decisões ou processos de resolver problemas. (MAXIMIANO, 2006, p. 58) 14 7.1 Alternativas à escolher Para tomadas de decisões perante a Gestão De Capital De Giro, deve-se ter uma percepção das alternativas que podem ser tomadas, e para isso existem ferramentas possíveis e adequadas para auxílio. Na tomada de decisão, as alternativas são avaliadas, julgadas e comparadas, para que uma escolha possa ser feita. A escolha depende de avaliação e julgamento de alternativas, permitindo selecionar a ideia que apresenta maiores vantagens. O pensamento crítico, além da criatividade, é fundamental para as decisões. (MAXIMIANO, 2006, p. 66) 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS A perspectiva inicial do presente trabalho foi de analisar a Relevância do Capital de Giro de uma organização, e discutir sobre dados bibliográficos, como base de estudo. Houve intenção também no desenvolvimento e na validação de ferramentas de gestão com relação ao Capital de Giro das organizações, e desta forma gerar uma percepção no administrador responsável. Esta ferramenta de gestão é de suma importância para o desenvolvimento das empresas em um contexto geral. Se houver uma excelência no planejamento, na organização, na direção e no controle dessa essencial ferramenta, é nítido perceber que a maioria dos problemas que possam existir no decorrer da vida da empresa, será resolvido de forma mais fácil, coerente e otimista. Pode se citar ainda que a otimização de dada ferramenta de extrema importância para o sucesso de qualquer organização empresarial, e dizendo isso, é afirmativo dizer que o administrador terá sucesso esperado ou mais elevado se fizer uso correto das ferramentas de Gestão do Capital de Giro. Um dado importante é a base da saúde financeira de uma empresa, esta está totalmente ligada à gestão do capital de giro, e podemos absorver esta informação com base em todo o estudo realizado acima. O planejamento estratégico juntamente com as outras ferramentas gerenciais, torna-se de extrema importância se alcançar os objetivos 15 predeterminados. O contexto torna-se totalmente palpável quando se analisa corretamente os números expostos pelas ferramentas gerenciais, isto é, a administração do Capital de Giro possui extrema relevância para a sobrevivência de qualquer empresa. Entretanto é necessário um contínuo planejamento estratégico, e corretas leituras e interpretação de dados e resultados, para que desta forma seja mantida a liquidez e rentabilidade de uma organização. Vale lembrar que as ferramentas de gestão não trabalham sozinhas, o capital intelectual é de grande valia na intensa busca de resultados por meio de geração de valores. O comércio em geral sofre grandes oscilações, dentre eles a sazonalidade, a situação econômica/ financeira do país ou de uma micro ou macro região, a oferta e a demanda, dentre outros aspectos que podem trazer dificuldade com a ambientação de ferramentas de estudo e gestão. Esses aspectos contribuem para que o administrador financeiro sabendo realizar as leiturascorretas e precisas das ferramentas de gestão, possa usá-las da melhor maneira e no momento mais oportuno. A pesquisa de referência deste trabalho, veio para acrescentar conteúdo ao tema e não esgotá-lo. A intenção do mesmo foi de ajudar e orientar que essa ferramenta de gestão continue em pleno desenvolvimento, adequação e base aplicável em procedimentos que necessitem de formas diferenciadas de gestão com planejamento financeiro estratégico, e desta forma ajudar a implementação das ferramentas em locais aos quais ainda não são utilizados, para que assim as empresas continuem obtendo os resultados planejados. 16 REFERÊNCIAS ASSAF NETO, Alexandre, SILVA, Cezar Augusto Tibúrco. Administração do Capital de Giro. 2ª Ed. São Paulo: Atlas,1997. BERTI, A.; Análise do Capital de Giro – Teoria e Prática, Editora Cone, 1999). BREALEY, R.; MYERS, S. Principles of corporate finance. 5. Ed. New York: McGraw- Hill, 1996. GITMANN, L. Princípios de administração financeira. 7. Ed. São Paulo: Habra, 1997. MASAKAZU, Hoji. Administração financeira. 2ª Edição. São Paulo: Atlas, 2000. MATIAS, A. B.; Finanças Corporativas de Curto Prazo – A gestão do Valor do Capital de Giro, 2007. MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à Administração. (Edição Compactada). Editora Atlas S.A., 2006. ROSS, S.; WESTERFIELD, R. W.; JAFFE, J. F. Administração Financeira. 2ª Edição. São Paulo: Atlas, 2001. STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1999. VIEIRA, M. V.; Administração Estratégica do Capital de Giro, Editora Atlas, 2ª Edição, 2008.
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